
Michelle Sales
Tenure Track Position Federal University of Rio de JaneiroFine Arts SchoolCinema, arte contemporânea, estudos pós-coloniais, decoloniais, anti-coloniais, feminismos interseccional, curadoria
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Sophie Orlando
Villa Arson
Yuderkys Espinosa Miñoso
Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales
Eduardo Morettin
Universidade de São Paulo
José Ignacio Pichardo Galán
Universidad Complutense de Madrid
Rafael Domingo Osle
University of Navarra
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Falar de um cinema racializado tem como ponto de partida uma reflexão sobre o conceito de raça e como essa categoria tem transformado nossas formas de ver e fazer cinema já que os regimes de representação euro-centrados fundados pelo lastro da modernidade-colonialidade entraram em colapso a partir da crise do Ocidente, no contexto pós II Guerra e a consequente emergência de sujeitos políticos racializados em muitas frentes do saber.
Papers by Michelle Sales
da qual a população isolada recusa as re-atualizadas formas com as quais o colonialismo
e o imperialismo interno e externo seguem extraindo valor dos territórios e das vidas.
Haraway (2016), ao observar o estágio atual da Terra, intitulado Antropoceno, convoca
para que façamos com que seja tão curto quanto possível através da reconstituição de
“refúgios”. Percebermos Bacurau como resposta a esse convite na sinergia que traça
entre a ancestralidade e o futuro, nas relações de gênero e sexualidade não totalmente
resolvidas, mas bastante ampliadas, e no uso blasé de tecnologias digitais. Nesta
comunicação, analisaremos tanto o filme, como iremos propor uma digressão: pensar
uma sequência para o filme necessária no Brasil de hoje, dois anos depois. Tanto no
filme quanto em nossos devaneios sobre um Bacurau 2, desdobramos como entram em
cena novas/velhas maneiras de lidar com a vida que reafirmam a ligação com a
ancestralidade, a terra e os corpos. Propomos ensaiar Bacurau - o filme e nossa
digressão ao pensar sua sequência dois anos depois - na chave de uma nova/antiga
estética que tem se tornado visível no campo das artes, elaborando refúgio menos como
resistência e mais como recusa, e cura menos como lidar, e sim como tomar de volta o
que foi roubado, especialmente o nosso futuro.
Falar de um cinema racializado tem como ponto de partida uma reflexão sobre o conceito de raça e como essa categoria tem transformado nossas formas de ver e fazer cinema já que os regimes de representação euro-centrados fundados pelo lastro da modernidade-colonialidade entraram em colapso a partir da crise do Ocidente, no contexto pós II Guerra e a consequente emergência de sujeitos políticos racializados em muitas frentes do saber.
da qual a população isolada recusa as re-atualizadas formas com as quais o colonialismo
e o imperialismo interno e externo seguem extraindo valor dos territórios e das vidas.
Haraway (2016), ao observar o estágio atual da Terra, intitulado Antropoceno, convoca
para que façamos com que seja tão curto quanto possível através da reconstituição de
“refúgios”. Percebermos Bacurau como resposta a esse convite na sinergia que traça
entre a ancestralidade e o futuro, nas relações de gênero e sexualidade não totalmente
resolvidas, mas bastante ampliadas, e no uso blasé de tecnologias digitais. Nesta
comunicação, analisaremos tanto o filme, como iremos propor uma digressão: pensar
uma sequência para o filme necessária no Brasil de hoje, dois anos depois. Tanto no
filme quanto em nossos devaneios sobre um Bacurau 2, desdobramos como entram em
cena novas/velhas maneiras de lidar com a vida que reafirmam a ligação com a
ancestralidade, a terra e os corpos. Propomos ensaiar Bacurau - o filme e nossa
digressão ao pensar sua sequência dois anos depois - na chave de uma nova/antiga
estética que tem se tornado visível no campo das artes, elaborando refúgio menos como
resistência e mais como recusa, e cura menos como lidar, e sim como tomar de volta o
que foi roubado, especialmente o nosso futuro.
sistema de poder não-nomeado que carrega consigo uma estrutura social e política que
permite o exercício pleno de um Estado e de um sistema jurídico racializados, capaz de
determinar e legislar sobre a vida e a morte dos copos subalternizados. Neste contexto, a
branquitude como sistema de poder instituído determina, em países com um historial de
escravatura e/ou colonização, a hegemonia dos brancos em todas as esferas da
sociedade e impõe, do outro lado, lugares sociais marginalizados e subalternizados para
os corpos racializados dos negros, dos latinos, dos não-brancos e das minorias em geral.
Um dos lugares reservados a corpos subalternizados é a prisão.
CAMINHOS DA ARTE URBANA:
PERCURSOS DECOLONIAIS, CONFLITOS
SOCIAIS E CIDADANIA NO PATRIMÔNIO
O SEMINÁRIO EBA URBE, FÓRUM DE DEBATES VINCULADO À ESCOLA
de Belas Artes-UFRJ, após um hiato de sete anos, retoma seus
trabalhos em uma nova edição que abre interlocuções com parceiros
da América Latina, África e Ásia. As parcerias firmadas entre o EBA
MediaLab-EBA/UFRJ, o Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas –
GPPH-EBA/UFRJ e o Mestrado Profissional em Projeto e Patrimônio
da FAU/UFRJ com instituições e grupos de pesquisas nacionais e do
exterior foram fundamentais para esta retomada. No Brasil contamos
com o apoio do Comitê de Arte Mural – ICOMOS-Brasil, o Instituto de
Artes da UNICAMP e Grupo Trama do PPGCOM da UERJ. Na esfera
internacional são colaboradores o Centro de Investigação em Artes e
Comunicação da Universidade do Algarve e o LABCOM, Laboratório
de Comunicação e Artes da Universidade da Beira Interior, ambos de
Portugal.
De acordo com pensadoras e pensadores latino-americanos, como Maria Lúgones, Walter Mignolo e Nelson Maldonado-Torres, o discurso central da suposta universalidade do projeto da modernidade trouxe como consequência a eliminação de saberes e culturas locais, ancestrais, comunitárias e não industriais ligadas aos antigos povos originários. A justificativa utilizada para tal epistemicídio corresponde à celebração da participação de tais grupos na “civilização ocidental” moderna, cuja composição social é marcada pelo racismo estrutural. Portanto, o que é entendido como periférico, subalterno ou marginal revela-se como um importante aparato, uma construção social amplamente demarcada pelo biopoder, um tipo de poder regulador de vidas (e de mortes) bem como um índice de determinação das ficções e das representações acerca da vida do “outro”.
É nessa ampla corrente epistêmica, intelectual e política dos estudos pós-coloniais que esta coletânea se insere, uma área interdisciplinar que agrega vários saberes das Humanidades, desde a Crítica Literária aos Estudos Artísticos. Grande parte dos pesquisadores e pesquisadoras reunidos tanto neste volume quanto nos dois anteriores mostra um esforço inédito no campo do cinema, no caso do Brasil, no questionamento de nossa historiografia, filmes, bibliografias e referências canônicas.
um conjunto de textos que foram, incialmente, apresentados no XIII
Colóquio Tradição e Modernidade que se celebrou entre os dias 12
e 14 de novembro de 2018 em Coimbra, integrando o conjunto de
realizações acadêmicas realizadas em comemoração aos vinte anos do
CEIS20 (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX).
O colóquio internacional Tradição e Modernidade no Mundo Ibero-
Americano, cuja primeira edição ocorreu em 2004 no Rio de Janeiro
na sede do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tem sido uma
realização conjunta do Grpesq/CNPq/UERJ “Intelectuais e Poder no
Mundo Ibero-Americano” e do Grupo de Investigação “Correntes
Artísticas e Movimentos Intelectuais” do CEIS20/UC. Ao longo dos 13
colóquios já realizados no Brasil, Portugal e Espanha, tem sido possível
discutir temas relativos a: intelectuais e questão nacional, os sentidos da
modernidade no mundo Ibero-Americano, Portugal e o mundo Atlântico,
a Ibéria em face da Ibero-América e ao mundo anglo-saxão, a(s) crise(s)
do liberalismo e da democracia, dentre tantos outros.
Apresentação • Michelle Sales, Paulo Cunha e Liliane Leroux...................................................................11
A Baixada tem, a Baixada Filma: a periferia, da representação à autoapresentação • Liliane Leroux ................................. 24
Vênus Negra: o corpo como afirmação de identidade e resgate
de memória • Catarina Andrade.................................... 42
As bordas povoam e repovoam: as terras de delírios em Filme de
Aborto e Quintal • Juliana Serfaty.................................. 58
Novos parâmetros para a crítica de arte no Brasil: análise sobre a
recepção do filme Vazante • Michelle Sales................... 82
A catástrofe do agora em A Terra das Almas Errantes •
Andressa Caires ...........................................................100
De Yvones e de Margaridas: compartilhando memórias desencantadas de Moçambique • Cid Vasconcelos ..............115
Raul Solnado: comediante entertainer e one-man-show português • Afrânio Mendes Catani.....................................136
Caminhos documentais em espaços amazônicos • Uriel Nascimento dos Santos Pinho ........................................152
A realização de “filmes de improvisação”: uma experiência com os povos da Floresta de Caxiuanã • Luiz Adriano Daminello ......... 170
Figurações do corpo refugiado em Ressonâncias (Nicolas
Khoury, 2017) • Pedro Henrique Andrade............. 186