Saber Ambiental

A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que impulsionam e legitimam o crescimento econômico, negando a natureza. A Sustentabilidade ecológica aparece assim como um critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como uma condição para a sobrevivência humana e um suporte para chegar a um desenvolvimento duradouro, questionando as próprias bases da produção (p. 15). A crise ambiental se torna evidente nos anos 60, refletindo-se na irracionalidade ecológica dos padrões dominantes de produção e consumo, e marcando os limites do crescimento econômico. Dessa maneira, inicia-se o debate teórico e político para valorizar a natureza e internalizar as " externalidades socioambientais " ao sistema econômico (p. 16). Desse processo crítico surgiram as estratégias do ecodesenvolvimento. Daí surgiram os novos paradigmas da economia ecológica, buscando integrar o processo econômico com a dinâmica ecológica e populacional (Costanza et al., 1996). O discurso do desenvolvimento sustentável foi sendo legitimado, oficializado e difundido amplamente com base na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro, em 1992. Mas a consciência ambiental surgiu nos anos 60 com a primavera silenciosa de Rachel Carson, e se expandiu nos anos 70, depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, celebrada em Estocolmo, em 1972. Naquele momento é que foram assinalados os limites da racionalidade econômica e os desafios da degradação ambiental ao projeto civilizatório da modernidade (p. 16). Na percepção desta crise ecológica foi sendo configurado um conceito de ambiente como uma nova visão do desenvolvimento humano, que reintegra os valores potenciais da natureza, as externalidades sociais, os saberes subjugados e a complexidade do mundo negados pela racionalidade mecanicista, simplificadora, unidimensional e fragmentadora que conduziu o processo de modernização. O ambiente emerge como um saber reintegrador da diversidade, de novos valores éticos e estéticos e dos potenciais sinergéticos gerados pela articulação de processos ecológicos, tecnológicos e culturais (p. 17). Nesse processo de reconstrução são elaboradas as estratégias do ecodesenvolvimento (SACHS, 1982), postulando a necessidade de fundar novos modos de produção e estilos de vida nas condições e potencialidades ecológicas de cada região, assim como na diversidade étnica e na autoconfiança das populações para a gestão participativa (p. 17). As próprias estratégias de resistência à mudança da ordem econômica foram dissolvendo o potencial crítico e transformador das práticas do ecodesenvolvimento. Daí surge à busca de um conceito capaz de ecologizar a economia, eliminado a contradição entre crescimento econômico e preservação da natureza (p. 18). A uma década da Conferência de Estocolmo, os países do terceiro mundo, e da América Latina em particular, viram-se atravancados na crise da dívida, caindo em graves processos de inflação e recessão. A recuperação econômica surgiu então como uma prioridade e razão de força maior das políticas governamentais. Nesse processo foram configurados os programas neoliberais de diversos países, ao mesmo tempo que avançavam e se complexificavam os problemas ambientais do orbe. Começa então naquele momento a cair em desuso o discurso do ecodesenvolvimento, suplantado pelo discurso do " desenvolvimento sustentável " (p. 18). As estratégias de apropriação dos recursos naturais no processo de globalização econômica transferiram assim seus efeitos para o

El siguiente es un trabajo monográfico, en el cual se debate sobre los conceptos de desarrollo sustentable y saber ambiental, en donde se concluye que, la educación ambiental, es absolutamente necesaria como proceso educativo, ya que contribuye a comprender los problemas ambientales globales y su repercusión en lo local y a su vez posibilita trasmitir este nuevo saber ambiental.

Resumen: La política pública ambiental urbana debe fundamentarse en la complejidad de la naturaleza y de sus procesos internos de producción (de biomasa y de carácter neguentrópico). Tal complejidad desborda la instrumentalidad a la que ha sido reducida desde la tecnocracia y el modelo económico, y plantea la exigencia de aparatos de aprehensión más integrales, capaces de dar cuenta de la amplia red de relaciones que se entreteje en los diversos fenómenos ambientales que tienen lugar en los territorios. Es allí donde se justifica el marco de acción constituido por la sustentabilidad ambiental urbana, un discurso que responde en Latinoamérica a dichas problemáticas ambientales, pues es una alternativa arraigada en la realidad social, cultural, geográfica, política y económica de nuestras comunidades y pueblos. El presente artículo revisa de manera crítica la perspectiva dominante: el discurso del desarrollo sostenible impuesto desde los organismos de control transnacionales, los cuales impiden generar nuevas alternativas en el universo de las relaciones entre la sociedad y la naturaleza.

Palabras clave: sustentabilidad ambiental, política pública, planificación urbana, complejidad ambiental, saber ambiental.


Abstract: The urban environmental problem must be based on the complexity of nature and its internal processes of production (of biomass and neguentropic character), such complexity overflows the instrumentality to which it has been reduced by the technocracy and the economic model, and sets out the demand for more comprehensive apprehension devices, capable of accounting for the wide network of relationships interwoven in the various environmental phenomena that take place in the territories. This is where the action framework, constituted by Urban Environmental Sustainability, is justified as a Latin American discourse in response to these important environmental problems, as an alternative rooted in the social, cultural, geographical, political and economic reality of our communities and peoples. This article critically reviews the dominant perspective; the discourse of sustainable development, imposed by transnational control organisms, preventing the generation of new alternative approaches in the universe of society-nature relations.

Keywords: environmental sustainability, public policy, urban planning, environmental complexity, environmental knowledge.


Resumo: A problemática ambiental urbana deve ser fundamentada na complexidade da natureza e de seus processos internos de produção (de biomasa e de caráter neguentrópico), tal complexidade ultrapassa a instrumentalidade à que tem sido reduzida desde a tecnocracia e o modelo económico e propõe a exigência de aparelhos de aprehensión mais integrais, capazes de dar conta da ampla rede de relações que se geram nos diversos fenômenos ambientais que têm lugar nos territórios. É ali onde justifica-se o marco de ação constituído pela Sustentabilidade Ambiental Urbana, como discurso latinoamericano de resposta a estas importantes problemáticas ambientais, uma alternativa fundamentada na realidade social, cultural, geográfica, política e econômica de nossas comunidades e povos. O presente artigo revisa de maneira critica a perspectiva dominante; o discurso do desenvolvimento sustentável imposto desde os organismos de controle transnacionais, que impedem gerar novas alternativas de enfoque no universo das relações sociedade-natureza.

Palavras-chave: sustentabilidade ambiental, políticas públicas, planejamento urbano, a complexidade ambiental, conhecimento ambiental.