Interart studies

O livro “Literatura, tradução, adaptação e intermidialidade: experimentações teórico-analíticas” é resultado de um trabalho colaborativo interinstitucional, por meio do grupo de pesquisa “Tradução & multidisciplinaridade: da torre de Babel à sociedade tecnológica” (diretório CNPq), do qual fazem parte os organizadores desta obra, Fernando da Silva Pardo, docente no Curso de Letras do Instituto Federal de São Paulo – campus Pirituba, e Liliam Cristina Marins, professora do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá. Este compêndio de doze capítulos tem como objetivo contribuir para as reflexões e discussões das pesquisas em literatura, tradução, adaptação e intermidialidade. A obra congrega trabalhos de diferentes gêneros discursivos, procedências culturais e correntes teóricas, no sentido de mediar realidades, experiências tradutórias e investigativas dos pesquisadores, tendo a literatura como o ponto de convergência entre os capítulos, seja em sua relação com o cinema, com a fotografia, com a música, com imagens, com outras culturas e línguas.

No ensaio "Intermidialidade em/na pauta: a literatura (ainda) cabe no papel?", Fernando da Silva Pardo discute a hegemonia da escrita e o poder simbólico atribuído ao livro impresso enquanto capital simbólico, bem como os impactos que essa visão pode trazer para a área dos estudos literários e dos estudos de intermidialidade. Ressaltando o caráter multimodal da sociedade contemporânea, principalmente devido ao  surgimento das tecnologias digitais, o autor destaca como a interconectividade e a convergência de mídias impacta os modos de construção de sentidos. Defende, então, o reconhecimento e a legitimação dos fenômenos intermidiáticos envolvendo a literatura e outras mídias, os quais denomina literatura intermidiática.

O livro “Literatura, tradução, adaptação e intermidialidade: experimentações teórico-analíticas” é resultado de um trabalho colaborativo interinstitucional, por meio do grupo de pesquisa “Tradução & multidisciplinaridade: da torre de Babel à sociedade tecnológica” (diretório CNPq), do qual fazem parte os organizadores desta obra, Fernando da Silva Pardo, docente no Curso de Letras do Instituto Federal de São Paulo – campus Pirituba, e Liliam Cristina Marins, professora do Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá. Este compêndio de doze capítulos tem como objetivo contribuir para as reflexões e discussões das pesquisas em literatura, tradução, adaptação e intermidialidade. A obra congrega trabalhos de diferentes gêneros discursivos, procedências culturais e correntes teóricas, no sentido de mediar realidades, experiências tradutórias e investigativas dos pesquisadores, tendo a literatura como o ponto de convergência entre os capítulos, seja em sua relação com o cinema, com a fotografia, com a música, com imagens, com outras culturas e línguas.

O livro Escrita, som, imagem: perspectivas contemporâneas reúne
ensaios de pesquisadores e professores que investigam questões de natureza transdisciplinar, envolvendo a literatura, a música, as artes visuais, a fotografia, a arquitetura, o cinema, bem como as mídias televisivas e digitais, visando a compreensão dos novos fenômenos culturais da contemporaneidade.

Im Zuge einer näheren Auseinandersetzung mit der Entstehungsgeschichte der Musikdramen Richard Wagners wird oft zu Wolfram von Eschenbachs Parzival-Epos gegriffen. Was einen dort in über 20.000 paarweise gereimten Versen erwartet, ist ein großartiges Epos, in dessen Verlauf der Ritter Parzival auf seiner Suche nach dem Gral zwischen seinen Abenteuern stets an den Hof des König Artus zurückfindet. Zum unverzichtbaren, engeren Kreis der Tafelrunde um Artus gehört neben Parzival und seinem Sohn Lohengrin auch Sir Tristan mit seinem König Marke, ebenso wie die Gralsbotin Kundry und der Widersacher und Zauberer Klingsor. Diese Namen sind bestens aus den Musikdramen Richard Wagners bekannt, seine Mittelalter-Rezeption steht klar im Kontext der Artus-Romantik ihrer Zeit. Wieso also findet König Artus nicht einmal am Rande Erwähnung in Wagners Schaffen? Die Rolle der Dresdener Bibliothek Eine Spurensuche nach Artus nimmt ihren Anfang bei der Frage nach den stofflichen Grundlagen der Opern. Wie Curt von Westernhagen überzeugend anführt, beruhen nach dem "Holländer" alle, auch die erst später dichterisch und musikalisch ausgeführten Dramen auf Büchern seiner Dresdener Bibliothek [1, S. 28]. Wagner selbst bestätigt in "Mein Leben", dass er sich bei der Konzeption des "Tristans" ganz auf seine "Dresdner Studien" stützen habe können [2, S. 524], obwohl ihm zu diesem Zeitpunkt aufgrund seiner Flucht aus Dresden seine Bibliothek gar nicht mehr zugänglich war.

Fecha de recepción: 15 de septiembre de 2020 / Fecha de aceptación: 17 de octubre de 2020 resumen Se analizan las portadas de las ediciones de Arcadia. Prosas y versos de Lope de Vega, aparecidas en vida del poeta, aclarando los grabados, sus fuentes y posibles simbolismos.

Dedicated to the dissemination of scholarly and professional information, Purdue University Press selects, develops, and distributes quality resources in several key subject areas for which its parent university is famous, including business, technology, health, veterinary medicine, and other selected disciplines in the humanities and sciences. CLCWeb: Comparative Literature and Culture, the peer-reviewed, full-text, and open-access learned journal in the humanities and social sciences, publishes new scholarship following tenets of the discipline of comparative literature and the field of cultural studies designated as "comparative cultural studies." Publications in the journal are indexed in the Annual Bibliography of English Language and Literature (Chadwyck-Healey), the Arts and Humanities Citation Index (Thomson Reuters ISI), the Humanities Index (Wilson), Humanities International Complete (EBSCO), the International Bibliography of the Modern Language Association of America, and Scopus (Elsevier). The journal is affiliated with the Purdue University Press monograph series of Books in Comparative Cultural Studies.

Compendium: Journal of Comparative Studies
No. 8, 2025

Frames of Expression: Photography and Other Art Forms

Editors:
José Bértolo (Universidade Nova de Lisboa, Portugal)
José Luís Neves (Belfast Exposed Gallery, United Kingdom)
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Since its inception, photography has always navigated a complex relationship with other arts, straddling the line between mechanical reproduction and artistic expression. This dual nature raises fundamental questions: Can photography be reduced to a mere tool for documenting reality, or does it possess the potential to transcend representation and establish itself as a fully expressive art form? Throughout its history, photography has continuously engaged with other media—painting, literature, performance, and beyond—creating a rich dialogue that not only shapes its evolving identity but also allows it to challenge and expand the boundaries of traditional artistic practices.

One example of this can be seen in the genre of Pictorialism, where late 19th-century photographers adopted painterly techniques to produce images that emulated the compositions, soft-focus effects, and atmospheres of Impressionist and Symbolist paintings. Figures like Alfred Stieglitz and Julia Margaret Cameron experimented with processes and lens modifications to evoke an emotional and interpretive experience akin to painting. This early desire to gain recognition within the realm of fine arts reveals how photography has often sought inspiration from other media while crafting its own aesthetic language.

In the 20th century, artists such as Man Ray and Dora Maar pushed the boundaries of photography through engagement with surrealism and Dada, integrating collage, painting, and mixed-media experimentation to expand the visual language of photography. Other photographers ventured into additional creative fields that enriched their photographic work. Robert Frank, for instance, was not only a groundbreaking photographer but also an influential filmmaker; his documentaries Pull My Daisy and the subversive Cocksucker Blues demonstrate how his raw, spontaneous approach to photography extended seamlessly into film, where he could explore narrative and movement. Patti Smith, renowned musician and poet, also creates powerful photographic work. Her images, often taken with a vintage Polaroid camera, reflect a poetic sensibility, capturing personal, intimate scenes that resonate with themes from her music and writing.

Modern and contemporary photographers continue to innovate on the medium by working across artistic disciplines. Luigi Ghirri, drawing on his background in architecture, used his deep understanding of space and structure to create photographs that blend landscape, architecture, and abstraction, exploring themes of modernity, memory, and perception. Eikoh Hosoe, on the other hand, integrated photography with literature, theater, and dance, producing sensual, symbolic compositions influenced by Japanese folklore and avant-garde performance, particularly in his collaborations with butoh dancer Tatsumi Hijikata and writer Yukio Mishima. Cindy Sherman utilizes theater and performance in her work, staging cinematic portraits of herself as various characters to explore identity and societal norms. Sophie Calle blends photography with literature and conceptual art, often incorporating written narratives or documenting personal experiences, creating intimate, story-driven works that blur the line between autobiography and art.

These interdisciplinary practices demonstrate how photography transcends its role as mere representation by interacting with other art forms. By drawing on diverse artistic traditions, photography’s ongoing relationship with other arts allows it to occupy a dynamic space that challenges fixed categories, emphasizing its role as both document and creative force.


Some of the topics we hope to explore in this issue include:

Historical and aesthetic intersections between photography and painting, sculpture, or literature: How photography has borrowed techniques from traditional art forms, such as composition or storytelling, and how it has influenced or been influenced by painting, sculpture, and literature over time;
Photography and performative arts (e.g., dance, theater) and how they create new expressive possibilities: How photography interacts with dance, theater, or performance art, both in capturing performance and incorporating performative elements into the photographic process;
Photography as storytelling or narrative art: How photographers use their work to tell stories or create narratives, using sequencing, subject matter, or staging to convey meaning beyond mere documentation;
Photographers who practice in other art forms: How photographers who also practice other art forms (e.g., film, music, literature) bring cross-disciplinary influences to their photographic work, enriching its visual and conceptual depth;
Photography and digital art: How the intersection of photography and digital art, through digital tools and techniques such as manipulation, collage, and 3D rendering, has expanded the possibilities of photographic practice and its relationship to new media.

We encourage contributions offering theoretical perspectives, close readings of specific works, or comparative studies that reveal photography’s unique position at the intersection of documentation and artistry. Submissions may examine historical or contemporary practices, engage with critical theory, or present interdisciplinary approaches.



Submitted articles may be written in English, Portuguese, Spanish, or French, and should range between 6,000 and 8,000 words, including notes, references, an abstract of 150 to 250 words, and 4 to 6 keywords. Authors must follow the formatting guidelines listed in the Submissions section under Author Guidelines on the journal’s website. Submissions must include a separate document containing a short biographical note of the author, up to 150 words, and their ORCiD number.


Online submission: to register and submit your article for peer review, please follow the link Make a Submission on the Compendium homepage. The submission deadline is June 30, 2025.

Na medida em que a Revolução dos Cravos demarcou transformações políticas e processos históricos desencadeados pelas lutas de libertação e de independência das ex-colônias, outros modos de narrar a experiência limite daqueles que retornaram, tensionando o projeto colonial português, vieram a público desde a década de 1970 como contranarrativas do discurso oficial. Elegemos analisar três romances: Os cus de Judas, de António Lobo Antunes, que suscita o questionamento de Por que haver guerra?; Cadernos de memórias coloniais, de Isabela Figueiredo, que aprofunda a questão ao apontar para a ruína do império, dessa fratura que se faz pessoal e coletiva, entre memórias, traumas e imagens (fotográficas) partilhadas; A visão das plantas (2021), de Djaimilia Pereira de Almeida, que, mais recentemente, veio para estremecer definitivamente qualquer ideia de que o projeto colonial teria sido “suavezinho” – para retomar Figueiredo. Capitão Celestino habita a casa familiar abandonada para dedicar-se ao cuidado das plantas. No findar dos dias, a ruína de seu corpo, sua dedicação àquele espaço de cultivo, vivendo na antiga casa, aproxima-se, de alguma forma, ao apartamento do narrador-protagonista do romance de Lobo Antunes e à casa da avó onde a narradora de Caderno de memórias coloniais foi viver após partir de Angola. Este trabalho tem o propósito de elaborar algumas reflexões acerca dessas personagens que retornam a Portugal e dos espaços que (não) passam a ocupar, seja no isolamento de um apartamento, em uma casa com a avó e suas galinhas ou na casa por tanto tempo vazia, última morada do velho capitão.

This paper discusses the relation between writing and painting in Henry James's short story "The Madonna of the Future." James approaches the subject of the "sister arts" through an intricate narrative frame that challenges narrative authority as a mediator when it comes to artistic evaluation, only to end up celebrating the power of the word at the denouement. To the question whether a described work of art can be said to exist or whether it remains in the sphere of conception, this study opposes the following question: could a twice inexistent work of art (that is not only fictional but also never produced within the fictional frame

GRÜNHAGEN, Sara. "Retratos que valem por originais: intermedialidade em Machado de Assis e Almeida Garrett", in Sonia Netto Salomão (org.), Machado de Assis: a complexidade de um clássico. Roma, Sapienza Università Editrice, 2024, pp. 131-141.

Disponível em acesso aberto: https://www.editricesapienza.it/book/9985

A representação feminina na obra de Camões tem atraído o interesse dos investigadores ao longo dos séculos, com destaque para a complexa identificação das figuras de ninfas, deusas, musas e mulheres que assumem protagonismo nos versos do “Príncipe dos Poetas de Espanha”. No entanto, nem sempre tem sido devidamente reconhecida a forma como Luís Vaz soube observar para além do convencional, ao pintar retratos femininos de categorias diversas e capazes de desafiar as convenções da época.
Reconhecendo a pertinência da discussão sobre este tema no contexto atual, presta-se homenagem ao legado de Helder Macedo, que dedicou particular atenção ao olhar inovador de Camões sobre a celebração da sexualidade feminina. Esta proposta pretende, assim, numa perspetiva comparatista, analisar as relações texto/imagem nas ilustrações de André Carrilho especificamente concebidas para a antologia  Luís de Camões: a global Poet for Today, editada por Helder Macedo e Thomas Earle (Lisboa, Lisbon Poets & Co, 2019; reed. Lisboa, Dilúvio, 2023). Visa-se, pois, explorar o diálogo entre a poesia de Camões e a leitura gráfica do ilustrador no âmbito da figuração feminina, com o objetivo de promover a discussão sobre as questões de género na obra camoniana. Afinal, em que medida é que esta antologia ilustrada pode contribuir para estimular o necessário debate sobre a objetificação do feminino na expressão poética do autor d’ Os Lusíadas?

Este trabalho visa a analisar o modo como Rui Nunes equaciona, na sua ficção, as relações entre vida e morte, através da mediação da dor, da doença, da senescência, da História colectiva e da biografia individual. Na estética do autor, a autorrepresentação desenvolve-se como reflexo ampliado de uma esfumada representação colectiva da Europa novecentista. 

De l’Antiquité classique à la contemporanéité, notre organisation de l’espace, du temps, du savoir, notre interprétation des relations que les êtres humains tissent entre eux et avec le monde environnant, notre représentation de la délicate articulation entre dimension terrestre et dimension surnaturelle de l’existence, finissent toutes, tôt ou tard et de manière plus ou moins explicite, par se confronter avec la notion de « seuil ». Mais qu’est-ce qu’un « seuil » ? La question est plus complexe qu’il n’y paraît.

En convoquant des spécialistes de différents domaines d’études littéraires et artistiques et en faisant dialoguer une grande variété d’approches et perspectives, ce volume n’entend pas forcer une réponse illusoirement univoque et catégorique, ce qui ne pourrait se faire qu’au prix de simplifications excessives et trompeuses, mais, bien au contraire, il vise à rendre compte de la richesse sémantique et symbolique, ainsi que des ambiguïtés foncières, de cette notion complexe et polymorphe qui défie toute pensée binaire.

O Museu dos Fósforos de Tomar acolhe a maior coleção da Europa, doada por Aquiles da Mota Lima em 1980, com mais de 60 mil etiquetas, caixas e carteiras de fósforos. Sabendo que as figuras históricas e os aspetos culturais estão entre os temas mais populares das séries produzidas pela indústria fosforeira, importa refletir sobre as representações de inspiração camoniana neste acervo de admirável riqueza.

Esta dissertação tem como objetivo geral voltar um olhar para canções compostas por Lycia De Biase Bidart (1910-1991), a partir de três poemas do livro “Ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles (1901 – 1964) e ilustrações de Maria Bonomi (1935), e observar como se dão, nessas canções, as articulações internas entre signos sonoros, verbais e visuais.
Estas canções são criações poético-musicais escritas em 1973 no Rio de Janeiro, intituladas “As meninas”, “O mosquito escreve” e “Rômulo rema”. Para construir esse diálogo, primeiramente, realizamos uma revisão da literatura a fim de encontrar pesquisas recentes similares a nossa, e, principalmente, prospectar possibilidades metodológicas.
Em seguida, buscamos apresentar quem foi Lycia no meio musical erudito no Espírito Santo e no Brasil na primeira metade do século XX. Além disso, procuramos identificar elementos estilísticos e interartísticos no conjunto de sua obra através dos títulos, catálogos, comentários de jornais e influências vindas de seus professores. Após esta aproximação biográfica de Lycia, refletimos sobre desafios para a interpretação pianística
solo e colaborativa, bem como discutimos brevemente conceitos importantes no desenvolvimento de uma interpretação subsidiada por um diálogo interartes: a tradução, transcrição, transcriação e as imagens musicais. No último capítulo, trouxemos as análises das canções, expondo aspectos literários, visuais e pictóricos a partir dos poemas, para
buscar uma compreensão dos processos híbridos existentes. Encerramos com um relato do processo de construção de uma interpretação musical, no qual dialogamos com nossa vivência criativa e àquela das cantoras, incluindo indicações de andamentos, orientações sobre certas técnicas pianísticas, respiração, tempo rubato, uso dos pedais, dinâmica, e
diferenças mais pontuais entre as versões para piano e voz e piano e duo vocal. 
Palavras-chave: Interartes; Música, poesia e ilustração; Lycia De Biase Bidart; Interpretação e performance

Luuanda unem-se para preparar a chegada da nova cidade Luuanda movimento, apoiamocronotopia, e Lins (1976) Assim, ao trazer a icita uma nova leitura da capital de Angola. Remapeamos a cidade, guiados pelos personagens, que em Luuanda destaque para a chuva.

Η πρόσληψη του Παπαδιαμάντη από τη Γενιά του 30΄είναι ένα ερώτημα που μέχρι και σήμερα δεν έχει πάψει να απασχολεί τη φιλολογική έρευνα. Η υποτιμητική στάση πολλών συγγραφέων και κριτικών, εκπροσώπων της Γενιάς του 30΄, απέναντι στο λογοτεχνικό είδος της ηθογραφίας αλλά και εν γένει κατά της γενιάς του 1880, συνοδεύτηκε συχνά από αρνητικές κρίσεις και για το παπαδιαμαντικό έργο. Εξαίρεση φαίνεται να αποτελεί ο Μ. Καραγάτσης∙ ως «λαμπρή λογοτεχνική ιδιοφυία» χαρακτηρίζει ο τελευταίος τον Παπαδιαμάντη στις επιφυλλίδες του στην Πρωία (23/12/1942) ενώ δεν είναι λίγα τα σημεία στο καραγατσικό έργο όπου υφολογικές και θεματολογικές επιλογές, άρρηκτα συνυφασμένες με την παπαδιαμαντική γραφή, κάνουν αισθητή την παρουσία τους. Φιλοδοξώντας να διακριβώσουμε τη σχέση που αναπτύσσει ο Καραγάτσης με τον Παπαδιαμάντη θα καταπιαστούμε στην παρούσα ανακοίνωση με το διήγημα του Καραγάτση, «Ο άνθρωπος με το κανελί πανωφόρι», το οποίο δημοσιεύεται για πρώτη φορά το 1939 στα Νέα Γράμματα.
Η θεώρηση του συγκεκριμένου διηγήματος ως προνομιακό πεδίο για τη μελέτη της πρόσληψης του Παπαδιαμάντη από τον Καραγάτση δεν υπαγορεύεται μόνο από την μετατροπή του Σκιαθίτη σε λογοτεχνικό ήρωα αλλά ούτε εξαιτίας της διακειμενικής εμφάνισης παπαδιαμαντικών ηρώων (Φραγκογιαννού) και διηγημάτων («Μοιρολόγι της Φώκιας»)∙ το στοιχείο εκείνο που συγκεντρώνει ακόμη μεγαλύτερο ενδιαφέρον και συνηγορεί υπέρ της βαθειάς εξοικείωσης του Καραγάτση με τα παπαδιαμαντικά κείμενα είναι ότι οι συγκεκριμένες θεματικές διοχετεύονται στην αφήγηση μέσα από την υιοθέτηση της ζωγραφικής υφής της πεζογραφίας του Παπαδιαμάντη. Φως, χρώματα, σκιές, αλλά και ρητορικά σχήματα κατ’ εξοχήν αρμόδια να εικονοποιήσουν τον λόγο, όπως η υποτύπωση, η περιγραφή, η μεταφορά και η παρομοίωση –τεχνικές τις οποίες ο Παπαδιαμάντης συχνά μετέρχεται για να μορφοποιήσει ανάγλυφα το υλικό του– αποτελούν εκφραστικές επιλογές μέσα από τις οποίες ο Καραγάτσης “ζωντανεύει” το πορτραίτο του Παπαδιαμάντη δημιουργώντας έτσι και τις συνθήκες για μια δημιουργική συνομιλία με το έργο του.

El «Prospecto» que escribe Théophile Gautier para la presentación de la renovada  propuesta  del  periódico  El  artista  –del  cual  es,  desde  1856,  el  director de redacción elegido por los directores generales Édouard Hous-saye y Xavier Aubryet–, es un texto importante en torno a los debates so-bre la autonomía del arte o su subordinación a las ideologías políticas de la época. A pesar de su importancia, Gautier ha caído en cierto descrédito para la comunidad de investigadores, al menos en lengua castellana, a tal punto que, no sólo escasean estudios sobre sus obras, sino que, hasta el día de hoy, el texto que aquí presentamos, no había sido traducido, y sólo aparece  mencionado  en  contados  estudios  sobre  las  ideas  estéticas  por  su famosa frase «creemos en la autonomía del arte (...)».

En su reciente trabajo sobre el pintor Juan Van der Hamen, William B. Jordan señalaba que «tan importante como hallar el retrato de Quevedo (...) sería identificar el que pintó de Lope de Vega». El presente artículo descubre aquella efigie original del 'Fénix de los Ingenios' pintada por el que era uno de sus mejores amigos. Todo un acontecimiento para la historia de la pintura española y también para la literatura.

Resumo: A partir da definição de Haroldo de Campos da plagiotropia em O Arco-íris Branco (1997), das reflexões de Jerome McGann sobre a textualidade em The Textual Condition (1991) e de Manuel Portela sobre a intertextualidade em Literary Simulation and the Digital Humanities (2022), o presente trabalho pretende pôr em paralelo os processos de escrita de Fernando Pessoa, Jorge Luis Borges e Enrique Vila-Matas por meio da relação leitura-escrita. A plagiotropia (do grego, plágios, oblíquo, que não é em linha reta) seria, para Campos (1997: 49), a derivação oblíqua ou ramificada que descreve "o desenrolar do processo literário como releitura 'polifónica' , antes por desvios do que por traçado reto, da tradição. Uma 'semiose ilimitada' (Peirce) ou 'infinita' (Eco), em que cada novo texto funcionaria como interpretante do fundo textual anterior, ao mesmo tempo em que o deslocaria para um novo plano produtivo". Para McGann, os textos, além de variarem no tempo, variam de si mesmos quando se envolvem com os leitores que antecipam. Para Portela, a intertextualidade é a condição geral da textualidade enquanto possibilidade de leitura e possibilidade de escrita. Com base nos marcos teóricos e no corpus, pretende-se mostrar a escrita a partir e depois de outros textos.

Το θέμα της ανακοίνωσης εμπίπτει στο πεδίο των σύγχρονων συγκριτολογικών προσεγγίσεων που αφορούν στις σχέσεις μεταξύ διαφορετικών καλλιτεχνικών μορφών, της ποίησης εν προκειμένω και της ζωγραφικής. Ο διακαλλιτεχνικός αυτός προσανατολισμός στρέφεται εδώ ειδικότερα στην ενότητα «Αἰθρίες» των Προσανατολισμῶν του Οδυσ. Ελύτη, με στόχο ακριβώς την ερμηνευτική ανάδειξη της ζωγραφικής υφής του ποιητικού λόγου, έχοντας ως αφετηρίες αφενός τη γραμμή προσανατολισμού που χαράσσει ο τίτλος της συγκεκριμένης ενότητας, αφετέρου την ίδια την αντίληψη του ποιητή για την κατάσταση της διαφάνειας ως δυνατότητας διείσδυσης στο βάθος της εικόνας.

O artigo parte de uma preocupação a respeito de um possível processo de coisificação dos indivíduos e de suas relações. Para investigar esta questão, toma como ponto de partida a ideia de capitalismo como religião apresentada por Walter Benjamin e, por meio deste pensamento, aponta a influência que o capital pode ter na construção subjetiva dos sujeitos, bem como possíveis transgressões para este processo através do ensino da arte.

O presente artigo investiga pistas para um processo de criação cênica a partir de uma situação real de gordofobia vivenciada/sofrida por um dos autores. A investigação se ampara na noção de processo criativo, compreendido como um percurso construtivo que envolve movimento, interação e transformação. Nessa perspectiva, a reflexão estabelece diálogos com as proposições do Teatro Documentário e da Autoficção/Autoescritura, buscando encaminhamentos para a elaboração criativa.

Em novembro de 2015 o Cinemídia – Grupo de Estudos sobre História e Teoria das Mídias Audiovisuais do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – que existe desde 2013 e é liderado por nós, autores que agora apresentamos este dossiê – realizou o seu I Encontro Internacional, o I Cinemídia, com o tema Intermidialidades. O objetivo das conferências e comunicações foi estimular o debate e a investigação sobre modos de interação entre mídias e a ativação de suas zonas fronteiriças.

Este artículo analiza 107 poemas paratextuales impresos en las obras de Lope de Vega entre 1598 y 1634, compuestos por poetas cercanos al autor, con el objetivo de discernir los mecanismos de figuración autorial que se emplean. Se identifican a 75 poetas diferentes que, a través de poemas laudatorios, presentan a Lope de Vega ante los lectores, y destacan determinados rasgos socio-literarios de una forma coral.
Para el desarrollo de esta investigación se ha empleado como herramienta metodológica la base de datos del proyecto PRESOLO, en la que se encuentran editados todos los poemas, y el análisis de los mismos se ha llevado a cabo a través de etiquetas codificadas en lenguaje TEI (Text Encoding Initiative). El trabajo se acompaña con un anexo en el que se identifican todos los poemas paratextuales y sus autores.
Palabras clave: Lope de Vega; paratextos; figuración autorial; TEI; poesía; Siglo de Oro.

In this interpretive approach, I build upon my previous treatise, Literature and Painting: Toward an Interpretation of Inter-Artistic (Re)Presentation (Gutenberg, Athens, 2017). Through exploring intermedial and inter-artistic tropologies, I delve into the relevance of literary texts and artistic works, alongside philosophical and aesthetic issues that shed light on interpretive dimensions related to this relevance. Focusing on Modern Greek poetry in the post-war era, I propose an interpretive framework for the intensive, sculptural quality of words in poetry, working on poems of Giorgos Seferis, Yiannis Ritsos, Miltos Sachtouris, Takis Sinopoulos and Eleni Vakalo.

The emergence of film brought forth a new form of narrative literacy based on the moving image. Added to a series of truly seismic changes that mark the early decades of the twentieth century, the birth of this new narrative form –that also became intertwined with the aesthetics of modernism– raised a number of challenges for literary narrative. This essay presents a brief reasoning for the importance of cinema in the approach of twentieth century literature, and centers on the methodological aspects of an intermedial/interarts approach that studies how and why certain literary texts evoke a filmic illusion. The analysis of two prose examples (Alexandros Kotzias’s Antipoiesis Arhis, 1979 and Maro Douka’s Ourania Mechaneke 1999) aims to show how filmic references can vary in their function as well as their form, and how the aforementioned variety is greatly determined by the historical moment of each intermedial encounter, in which social, cultural, aesthetic, literary and filmic tendencies come into play. This review of filmic references in actual novels published in the late twentieth century brings forth a methodological aspect on how we analyze and study the filmic illusion created by a literary text. Filmic references are found in literature throughout the twentieth century. It is only in the last two decades however that they become explicit, thus allowing the reader/critic to identify them as such through the presence of a marker – a marker as defined by Irina Rajewsky in her approach, entails one or more filmic refences that explicitly and clearly point to a certain medium / art form. The obvious lack of markers in most of the examples of “filmic” literature published by 1980, dictates a need for a different way to define filmic references that goes beyond an explicit mentioning of film or its elements. I thus suggest that the study of a literary text in light of to the trope of showing, as defined by Gerard Génette, can be a more reliable indicator of a literary narrative that engages film in its tropes.

Este artigo procura estudar a influência da obra de Isidore Lucien Ducasse, Conde de Lautréamont na poesia surrealista portuguesa. O estudo deste autor implica um trabalho de pesquisa em textos muitas vezes considerados malditos e proscritos, de poetas cuja obra foi, por várias vicissitudes, afastada do conhecimento geral e da maioria dos leitores. Devido ao teor de perversidade do seu tema e da sua linguagem, das imagens monstruosas, do seu tom fortemente apelativo e de interpelação constante, a obra Cantos de Maldoror foi censurada e a sua leitura proibida. É nosso propósito verificar que a influência existiu, se não de uma forma directa e facilmente identificável, pelo menos através da leitura da obra por parte dos intelectuais portugueses. Nos nossos dias, ultrapassados que estão alguns constrangimentos políticos, culturais, religiosos e sociais, parece agora tempo para que a obra possa por fim ser lida por um maior número de leitores

O conceito de intervalo, à medida que existe apenas negativamente, através de uma ausência, torna possível explorar a genealogia da mídia e a intermidialidade a partir de uma nova perspectiva, e mais particularmente, no presente caso, examinar nosso entendimento do cinema com respeito aos muitos e mutantes modos como ele ocupa seu espaço no ambiente de mídia. Para isso, o presente artigo propõe examinar o conceito de intervalo da perspectiva do conceito de séries culturais. A instituição, como um agente para definir a identidade de cada mídia, e como fiadora do “RG” da mídia, frequentemente age como um administrador dos intervalos de identidade que separam e distinguem as mídias. Nesse sentido, a sala de cinema, no entender de alguns, fornece o intervalo de identidade decisivo para distinguir o cinema de outras formas de imagens em movimento. De nossa parte, argumentamos em favor de uma leitura serial que clama para que os aspectos fixos desses intervalos institucionalizados separan...

Todo conteúdo da Linha D'Água está sob Licença Creative Commons CC BY-NC 4.0. Artigo / Article Cinematização, transcriação e adaptação: aspectos sobre o poético nas relações intersemióticas de Abril Despedaçado Cinematization, transcreation, and adaptation: poetic aspects of the intersemiotic relations in Broken April

com casas da mesma altura e praças largas. Os genoveses fizeram quase todas as igrejas barrocas, bem como as fortalezas indispensáveis à defesa da ilha. Desta ilha, onde nasceu em Ajaccio o corso mais conhecido da História, Napoleão Bonaparte, partiu Pierre Marie Cesarini, e faleceu em Paris, no dia 9 de novembro de 1936, tendo por domicílio o n.º 8 do Boulevard Jourdan, 75014-Paris. O seu pai, Paul Adonis Cesarini, faleceu em Bastia a 4 de janeiro de 1877, com a idade de 65 anos, quando Pierre ainda tinha 16 anos. Pode ser esta uma possível explicação da sua partida para Paris, numa eventual procura de melhores condições de vida em França. O corso Pierre Marie Cesarini é a razão da existência de uma ligação entre a Póvoa de Varzim e Mário de Cesariny, através da família nortenha do seu tio Caetano Vasques Calafate. Esta relação familiar vai perdurar durante décadas, traduzindo-se em manifestações da mais variada natureza. Na quela que viria a ser a sua última entrevista literária, Mário Cesariny, a propósito da oferta de um Brunello di Montalcino, começa por mencionar a Maria Bochicchio 1 que tem uma origem italiana. De facto, o avô materno, Pierre Marie Cesarini, nasceu a 20 de fevereiro de 1861, em Bastia. O pai, Paul Adonis Cesarini, natural de Santa Reparata di Moriani, e a mãe, Henrietti Rossi, viviam na Rue de Notre Dame, em Bastia, cidade fundada em 1378 pelos genoveses e antiga capital da Córsega. Como todas as ilhas do Mediterrâneo, a Córsega também andou de mão em mão, pertencendo ao reino de Pisa (1077) e ao de Génova (1284-1768), antes de ser vendida à França pelo último. É a quarta maior ilha do Mediterrâneo e as suas fortalezas genovesas são uma atração turística. Bastia situa-se na costa leste e é a segunda maior cidade da ilha. A zona antiga, a Citadela, onde viveu Pierre Cesarini, obedece a princípios urbanísticos rigorosos,

Na extrema, lapidária, mas fulgurante síntese crítica – engastada no título do presente trabalho – com que Pessoa se exprime, à sua maneira, sobre a poética de Ângelo de Lima, enunciada na revista Sudoeste n°3, é possível encontrar em linhas gerais a trave mestra de um percurso exegético pontual sobre a obra lírica desse poeta desventurado em que a doidice, a loucura, mais que ser uma forma dândi de viver e de se projetar na escrita poética (v. Mário de Sá-Carneiro), foi realmente uma doença física grave, que contudo investiu também o seu trabalho criativo. Neste sentido, com estas páginas críticas, pretende-se aprofundar brevemente o percurso poético do nosso autor, através de uma análise textual detida de seus poemas mais significativos, para evidenciarmos sua importância e recolocarmos o poeta em um lugar não secundário na família modernista de vanguarda portuguesa, encenada na revista Orpheu.