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2017, Revista Investigações
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Resumo: Ariano Suassuna tornou-se conhecido em Portugal através das encenações de sua obra. O Auto da Compadecida foi a primeira, e a que mais polêmica acarretou.
Tempos Históricos
Em 1801 os irmãos Suassuna foram presos sob acusação de conspirarem contra a Coroa em um movimento que ficou conhecido como a Conspiração dos Suassuna. Houve interrogatório e acareações que serviram como fonte base para mapear parte das redes de sociabilidade dos Suassuna no Norte da América portuguesa. As fontes permitiram saber quem os visitava, com qual frequência, a quais grupos sociais pertenciam, sobre o que falavam e o que liam. Embora os irmãos fossem libertados posteriormente sob alegação de poucas provas, as fontes demonstraram que parte das acusações, de que falavam sobre ideias revolucionárias, era verdade. Outras fontes ajudaram a mapear as redes de sociabilidades dos Suassuna que se estendiam até Portugal. Em 1817 os Suassuna participaram da Revolução que se originou em Pernambuco e buscava a independência sob uma República.
2008
Fabiano dos Santos: De que forma você chegou ao Conselho Federal de Cultura? Ariano Suassuna: Eu não sabia que existia o Conselho Federal de Cultura. Estava lá, no nordeste, quando recebi um telegrama do Ministro, naquele tempo, o Ministro da Educação e Cultura, que me comunicava a fundação do Conselho, e me dizia que eu tinha sido escolhido para representar a área do Teatro. Era um tempo muito difícil, havia um relacionamento muito difícil da cultura com o Governo. Eu estava já pensando em criar o Movimento Armorial e tinha sido convidado pelo reitor da Universidade Federal de Pernambuco, que era um amigo, Dr. Murilo Guimarães, para ser diretor do Departamento de Extensão Cultural. Eu vivia uma situação curiosa, porque eu tinha me oposto ao primeiro Governo Arraes. Eu sou de esquerda, mas não sou marxista. E, naquela época, estava começando uma separação radical entre católicos de esquerda e marxistas. Por causa disso, eu discordei do Governo Arraes, mas nunca fui incomodado pelo regime militar. Sendo um católico de esquerda, pude, de uma maneira astuciosa, gozar de uma 'imunidade'. Assim, consegui continuar a falar em Cultura Brasileira, em geral, porque a categoria Cultura Popular estava revogada. Quando veio o movimento militar, fecharam os movimentos de cultura popular e os centros de cultura. O Movimento de Cultura Popular do Recife foi pioneiro nessa linha. Eu fui o fundador do Movimento de Cultura Popular, ainda no Governo João Goulart e Miguel Arraes, lá no Recife. Discordei do Movimento porque eles faziam um teatro excessivamente engajado e eu era, como ainda sou, contrário a isso. Achava que o teatro excessivamente engajado prejudica a idéia que ele quer difundir e prejudica o próprio teatro. Quando recebi o convite para o Conselho Federal de Cultura, fui conversar com Dom Hélder Câmara e pedir sua opinião, se eu aceitaria ou não. Comecei a esconder, na minha casa, nesse período, gente que era ligada à cultura e estava sendo perseguida, e Dom Hélder sabia disso. Então, ele me disse: 'Ariano, aceite. Aceite por que você pode prestar um serviço bom à cultura, pertencendo lá ao Conselho Federal de Cultura, e pode ajudar nossos amigos ainda mais, porque você vai ficar com mais força'. Aí eu aceitei. Passei mais ou menos uns quinze dias antes de responder, pois eu consultei outros amigos: o Ermilo Borba Filho, o Gaston de Holanda e o Aluízio Magalhães. Ao mesmo tempo em que eu queria conseguir verbas para a cultura de Pernambuco, para as manifestações culturais de Pernambuco, eu queria também intensificar um pouco a minha ação na defesa da Cultura Popular e na defesa desses amigos que estavam sendo perseguidos. Fabiano dos Santos: Exatamente em que ano que isso aconteceu?
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2020
Poucos sabem que o escritor Ariano Suassuna (1927-2014) era também artista plástico, tendo, inclusive, ilustrado algumas de suas próprias obras e produzido gravuras divulgadas e/ou vendidas esparsamente. Este ensaio tem o objetivo, justamente, de analisar algumas dessas gravuras de Suassuna, principalmente uma intitulada “O presépio e nós – Poema de Natal”, que o escritor produziu seguindo os moldes do que ele mesmo nomeava como iluminogravura. Ainda que sejam produções curtas, essas obras ilustram bem as fontes envolvidas no processo criativo de Ariano Suassuna.
Revista Recorte, 2012
RESUMO: Pretendemos analisar nesse artigo um tipo específico de intelectualo artista-intelectualmodelo que, em nossa visão, surge no Brasil em torno dos anos 60, fruto de uma dada estrutura de sentimento e de um contexto histórico em que o debate político e cultural girava em torno do projeto nacional-popular. Mais precisamente, pretendemos centrar nossa análise em duas figuras emblemáticas que, ao mesmo tempo em que incorporam esses pressupostos, em outros momentos o questionam: Ariano Suassuna e Caetano Veloso. Ambos, com projetos de nação em muitos aspectos antagônicos, utilizam-se, em sua atuação pública, de distintos aparatos midiáticos, criam e ocupam espaços que lhes são disponibilizados em jornais, na televisão e, mais recentemente, nas novas mídias.
Neste trabalho objetiva-se analisar dois momentos específicos de uma das maiores obras da literatura brasileira, Grande Sertão: Veredas, a saber: a tentativa frustrada de travessia do Liso do Sussuarão perpetrada pelo bando de Medeiro Vaz e, no final da narrativa, o êxito alcançado na mesma empreitada por Riobaldo e seus comandados. Busca-se evidenciar de que maneira as passagens representam a transformação do lugar em espaço, através da ação humana, e propiciam um diálogo entre elementos de regionalidade e certos aspectos de universalidade.
Nova Águia. Revista de Cultura para o séc. XXI, nº 18, pp. 28-35, 2016
em crónica intitulada "A Cabra e Francisco", põe nos lábios da chiba a seguinte elocução: "Olhe, amanhã vou pedir ao Ariano Suassuna que escreva um auto da cabra, em que você vai para o céu, ouviu?", ultimando o conto com uma quadra de sabor popular, que apelida de Estrambote 1 , que discorre deste modo: "Que um dia Francis Jammes abra/lá no alto seu azul aprisco./Mande entrar Marcolina, a cabra,/e seu bom amigo Francisco" 2 . A frase significa o que significa, mas pelo menos denota que, por volta de 1966 que é a data da edição do volume, Ariano Suassuna ainda era, essencialmente, um dramaturgo e já com créditos firmados, pois o seu Auto da Compadecida, talvez uma das suas peças mais célebres e divulgadas, tinha sido elaborado em 1955. Porém, a sua estreia como escritor dramático tinha ocorrido em 1947, contava apenas vinte anos, com 1 Este é um apêndice de três versos, embora no caso vertente sejam quatro, que se agregam aos catorze do soneto e que funcionam como um desfecho. 2 Carlos Drummond de Andrade, Cadeira de Balanço, 21ª edição, Rio de Janeiro/S. Paulo, Editora Record, 2008, p. 163. O poeta mineiro afirmou ainda, conforme à edição do Romance d'A Pedra do Reino de 1972, que "é preciso merecer a graça da escrita, não é qualquer vida que gera obra desse calibre", cit. por Evelin Guedes Pereira, O Rouco e Castanho cantar de Ariano Suassuna: "O Rei degolado nas caatingas do Sertão. Ao Sol da Onça Caetana", uma proposta de leitura dos valores carolíngios, Dissertação de Mestrado em Estudos Românicos, Universidade de Lisboa, Faculdade de Letras, 2007, p. 57 (a mesma citação já havia aparecido em epígrafe de "O decifrador de brasilidades" de Idelette Muzart Fonseca dos Santos, Cadernos de Literatura Brasileira, Instituto Moreira Salles, nº 10, Novembro de 2000, p. 94). Também Ariano alvitra que se pudesse escolher seria o Romance d'A Pedra do Reino o livro que salvaria, Idem, Ibidem, p. 18. Na mesma ordem de ideias, Millôr Fernandes considera o romance um dos dez melhores romances brasileiros, Idem, Ibidem, pp. 20-21. Por último, mas não menos importante, a referência ao poema que João Cabral de Melo Neto dedicou ao romance, Idem, Ibidem, p. 46, col. 2. Não posso deixar de agradecer a amável cedência dos Cadernos de Literatura Brasileira, nº 10, por parte da Profª Constança Marcondes César a quem, publicamente, quero deixar uma palavra de reconhecimento. a obra Uma mulher vestida de sol 3 , peça inspirada no romanceiro popular nordestino, que será, como veremos, um dos traços significativos da sua produção artística 4 . Não é nossa intenção fazer aqui uma análise da obra de Suassuna, para a qual não temos "engenho e arte", mas tão só realçar que o Romance não é, de facto, o que melhor carateriza a sua obra, sendo que a publicação do Romance d'A Pedra do reino e o princípe do sangue do vai-e-volta (a partir daqui RPR), com que se iniciou no universo da prosa, só tenha acontecido em 1971, curiosamente no mesmo ano em que vê a luz, em tradução alemã, o Auto da Compadecida 5 , embora, fosse do domínio público que estivesse a ser congeminado já desde 1958. Até à data do seu falecimento (2014) ainda publica os seguintes romances: Fernando e Isaura (1994, editado originalmente em 1956 com o título de A história do amor de Fernando e Isaura), As infâncias de Quadrena (1976-1977, publicado em folhetim semanal no Diário de Pernambuco) e História d'O Rei degolado nas Caatingas do Sertão/Ao Sol da Onça Caetana (1977) 6 . No entanto, a despeito de tudo o que se afirmou anteriormente, é de um romance que nos vamos incumbir e, com a ajuda de Georg Rudolf Lind, o tradutor para alemão do RPR, vamos, num inicial momento, tentar fornecer uma panorâmica geral do Romance, para, num momento posterior, entrarmos no nosso objetivo específico, a imagem do integralismo no RPR. De facto, apenas três anos decorridos da sua corporização como volume, Lind estampava, na Revista Colóquio/Letras, um texto onde comentava com suficiente profundidade o RPR. Nesse opúsculo o crítico alemão determinava as datas fundamentais da elaboração do enredo: 9 de Outubro de 1938, que marca a redação do 3 Que teve adaptação televisiva através da rede Globo (1994). 4 Acerca da sua produção dramática pode ver-se, Lígia Vassallo, "O grande teatro do mundo", Cadernos de Literatura Brasileira, nº 10, pp. 147-180, texto onde a autora disseca com bastante profundidade a sua obra teatral. 5 A peça começou a ser adaptada à televisão em 1999 e em 2007 virou mini-série. 6 Sobre esta obra ver o resumo elaborado por E. G. Pereira, op. cit., pp. 86-91. profético»!" 35 . Esta exposição não pode deixar de reportar a discussão ideológica, presente no folheto 79, entre Arésio Garcia-Barretto e Adalberto Coura, contudo, não é nosso intuito fornecer toda a argumentação, visto que ultrapassaria o âmbito desta apreciação, mas, apenas, salientar um aspeto ou outro 36 . Nessa ordem de ideias, Adalberto começa por empreender, através de alguns discursos inflamados, aliciar Arésio, ao que este vai ripostar que o sonho dele e de Dinis, impulsionados por Samuel, era a criação da FANAL (Falange Nacionalista Latino-Americana) que congregaria, em torno do Brasil, a unidade dos povos ibéricos e americanos. Aliás, Ferreira Quadrena, com o préstimo do irmão, tinha chegado a gizar um uniforme, "camisa azul com uma Onça de Ouro, malhada de pingos negros e de indivíduo e o espaço ibérico congraçado em torno da doutrina da pessoa, este derradeiro consubstanciado na unidade peninsular e no império do sul do Atlânticoa União Hispano-Americana, a verdadeira imagem do Quinto Império 39 . Ora bem, como Arésio situa a conceção destas doutrinas por volta de 1924 ou 1925 40 , convém realçar que por volta desses anos o Integralismo Lusitano começou a sua viragem, principalmente através de Rolão Preto, em direção ao fascismo italiano. A propósito desse assunto vejam-se o conjunto de crónicas publicadas na II Série da Nação Portuguesa 41 , ou o texto de Sardinha "A Ordem Nova" na mesma série 42 , o aparecimento do periódico A Revolução 43 ou, ainda, de modo mais decisivo, A Ditadura, Periódico do Fascismo Português 44 . Por outro lado, é do conhecimento comum que a Ação Integralista Brasileira teve sempre um significativo cunho de fascismo 45 .
NEPOMUCENO, Cínthia. O equívoco de Ariano Suassuna: o corpo instrumento na estética da dança armorial. Brasília: Instituto Federal de Brasília; professora efetiva; CAPES; bolsista REUNI; UnB -Programa de Pós-Graduação em Arte; doutoranda; orientadora: Profa. Dra Roberta K. Matsumoto. Dançarina e coreógrafa. GT: Pesquisa em Dança no Brasil.
Germinal est le treizième livre du cycle de romans Les Rougon-Macquart, d'Émile Zola, et raconte l'histoire d'une grève de mineurs organisée pour lutter contre la Compagnie de Mines de Montsou.
Venturas e Desventuras do Litoral no País dos Portugueses. Uma contribuição crítica para o “Grupo de Trabalho do Litoral”, nomeada em 2014, 2014
Uma contribuição crítica para o “Grupo de Trabalho do Litoral”, nomeada em 2014
2007
de pessoa rude, bruta, grosseira, baseando-nos na carta 22 de Pero Vaz de Caminha a D. Manuel I, quedamo-nos a perguntar:-Quando do descobrimento do Brasil, qual dos dois povos era o mais selvagem? De acordo com o escrivão, na chegada da frota portuguesa, apesar de os índios terem se aproximado do batel portando arcos e flechas, a um sinal de Nicolau Coelho, eles os depuseram; quando Coelho lhes arremessou um barrete, uma carapuça de linho e um sombreiro, um dos índios jogou-lhe um sombreiro de penas de aves, e um outro, um ramal grande de continhas brancas; nas várias vezes em que o Capitão mandou Afonso Ribeiro, um jovem degredado, ir ter com os índios para conhecer-lhes o modo de vida e maneiras, os nativos o receberam muito bem: deram-lhe arco e flecha e não receberam nada em troca; uma das vezes, quando um dos índios tomou umas continhas do degradado e fugiu, os outros, ao saberem do ocorrido, foram atrás do índio fujão, 20 CARVALHO, Ronald de. Op.cit., p. 31. 21 Há controvérsias quanto ao número de indígenas que havia no Brasil quando da chegada dos portugueses. Estima-se entre 1 a 10 milhões de aborígenes. Atualmente, são aproximadamente 460 mil índios que ocupam o território brasileiro. São aproximadamente 225 etnias indígenas e 180 línguas (Vide: www.funai.gov.br/indios/conteudo.htm). Em 11 de dezembro de 2002, a Lei n° 145 da Câmara Municipal de São Gabriel da Cachoeira, município amazonense, concedeu às línguas nheengatu, tukano e baniwa o status de línguas co-oficiais à língua portuguesa. Esta lei é encontrada em vários sítios, entre os quais: www.ipol.org.br. São Gabriel da Cachoeira, a aproximadamente 850 quilômetros de Manaus, é o município brasileiro com a maior população indígena, correspondendo a 95% da população (cf.
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História e Cultura, 2020
Revista Investigações, 2017
Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea, 2017
Politeia: História e Sociedade, 2010
Revista Literatura e Autoritarismo, 2021
Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea, 2011
Jornal Miradouro, 1993
Monografia de fim de curso, Campinas, Unicamp, 1996
Pessoa Plural―A Journal of Fernando Pessoa Studies, 2015