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2002, Via Atlântica
Via Atlântica, 2006
O PRESENTE ARTIGO BUSCA DESVELAR O VÍNCULO ENTRE A ESCRITA NARRATIVA E A ESCRITA POÉTICA DO MOÇAMBICANO JOSÉ CRAVEIRINHA (1922-2003), MOSTRANDO QUE, TAL COMO SEUS POEMAS POSSUEM UMA FORTE CARGA NARRATIVA, SEUS CONTOS E CRÓNICAS APRESENTAM TAMBÉM UMA VERTENTE POÉTICA FUNDAMENTAL, MARCADA PELAS POÉTICAS ORAIS DO SUL DE MOÇAMBIQUE, AO MESMO TEMPO QUE PELO REGISTRO CULTO.
2020
O presente trabalho tem como objetivo analisar as principais dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita encontrada nos anos iniciais do ensino fundamental. Encontrar as causas e consequências dessas dificuldades, um método a construir mecanismo que possam superá-las e atender as reais necessidades dos alunos. Através desta pesquisa, pretende-se mostrar as dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita, os recursos que podem ser utilizados para solucionar uma condição que enfrenta com relação a essas dificuldades. Portanto, a missão da escola é oferecer aos alunos objetivos para que eles aprendam e possibilitar aos mesmos, atuar criticamente em seu meio social. Mas, nem sempre as escolas conseguem alcançar uma educação de qualidade onde todos possam crescer e associar novos conhecimentos, pois há alunos com aptidões diferentes. Cada criança é única, a dificuldade de aprendizagem está relacionada a individualidade, portanto, há vários níveis de aprendizagem numa mesma turma. Cabe ao professor descobrir Clínica-Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI); Graduada em Licenciatura plena em Pedagogia-Instituição Superior de Educação de Personalizada (ISEP).
Revista de Letras, 2014
Sob o peso da escravidão e da opressão nasceu a literatura africana de Língua Portuguesa, que se destaca como veículo de denúncia da miséria dos povos massacrados. Nesse contexto tem notabilidade o poeta moçambicano José Craveirinha, que num discurso de Negritude Lusófona tenta resgatar parte da tradição africana até então calada pelo imperialismo. Entendendo tal resgate como uma estratégia de resistência ao discurso colonizador, o objetivo deste artigo é mostrar, na análise do poema "Grito Negro", como se dão as relações coloniais dentro do contexto social de Moçambique. Sob a mira teórica de Bosi , Júdice (1998), e outros, destacaremos como Craveirinha conseguiu denunciar e revidar os abusos imperiais por meio da beleza da veia poética.
Scripta, 2003
Em alguns depoimentos seus, observamos muitas referências ao Brasil. Antes mesmo de começarmos esta entrevista, o senhor, ainda que em tom de brincadeira, disse que devia ter nascido no Brasil. Gostaríamos de entender um pouco dessa importância do Brasil na sua vida. R.: O Brasil teve uma influência muito grande na população suburbana daqui. Uma influência que ia desde o futebol. Posso dizer até que eu joguei bola com jogadores brasileiros, por exemplo, o Fausto e o inventor da bicicleta. Vocês sabem quem foi? P.: O Leônidas da Silva? R.: Exatamente. Quer dizer que é tão brasileira quanto eu. Mas conhecíamos outras coisas do Brasil. Recebíamos as revistas O Cruzeiro e, mais tarde, a Manchete, e as reportagens ajudavam a imaginar como era a vida no Brasil. Aqui, a cidade que se chamava Lourenço Marques, naquela época, era dividida. Até aqui, era a cidade de cimento, daqui para ali, era a cidade de caniço, com hábitos completamente diferentes. A população dali era sem recursos, mais pobre, iam à cidade de cimento trabalhar e voltavam. Nessa vida simples, havia muitas festas, casamentos e, sempre, futebol. Tenho um amigo que era mais conhecido como Brandão, o nome de um futebolista brasileiro, do que pelo próprio nome dele. Surgiu por aqui uma revista em que aparecia o Brandão e ele ficou Brandão. Era assim que o chamavam, até as pessoas da família. P.: Além do futebol, havia outros aspectos do Brasil que eram conhecidos aqui. R.: Também na área da literatura. Na escola, éramos obrigados a passar por um João de Deus, Dom Dinis etc., os clássicos de lá. Mas chegava uma certa altura em que nos libertávamos e então enveredávamos para uma literatura "errada": Graciliano Ramos e por aí afora. Tínhamos nossas preferências e, na nossa escolha, pendíamos desde o Alencar... A nossa literatura tinha reflexos da literatura brasileira. Então, quando chegou o Jorge Amado, estávamos em casa. Jorge Amado nos marcou muito porque aquela maneira de expor as histórias fazia pensar em muitas situações que existiam aqui. Ele tinha aqui um público.
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2003
P rocura-se mostrar, na poética de José Craveirinha, os cruzamentos da escrita com os sotaques da oralidade, com as sonoridades próprias das línguas faladas pelo povo moçambicano. Uma poética que conclama os hábitos da terra metaforiza, com o som forte da xipalapala, uma expressão literária que tem a intenção de motivar a reconquista da terra pelos gestos e sons que a habitam.
Laços e Desenlaces na Literatura, 2019
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Editora Blucher eBooks, 2022
This text aims to approach José Craveirinha's biographical and literary trajectory, seeking to show how crucial biographical aspects were decisive for the genesis of a large part of his poetry. Some thematic and discursive characteristics are presented, from Chigubo to Babalaze das hienas, last book published in his lifetime. The circumstances surrounding the publication of the posthumous books Poemas da prisão and Poemas eróticos will also be explained. The analysis highlights the fact that the poems do not form a fixed unit, depending on the mode of writing production, which may explain Chigubo's declamatory style, the predominance of emotion, vocabulary exuberance, processes suited to emotive expression of Love for the Land. It can also explain the dense writing of some poems in Karingana ua karingana and Cela 1, the lyricism of Maria and much of the last phase of his poetry, in which the distance between the Subject and the Object, Solitude, Death or War, is installed.
ZITO MACARIO JULIO & MARTINS JC-MAPERA, 2022
O objectivo deste artigo é analisar a visão do poeta em relação ao tipo de cidadão que procura descrever na nação que ficciona no seu imaginário, num mundo em que a ambivalência cria um “agudo desconforto que sentimos quando somos incapazes de ler adequadamente a situação e optar entre acções alternativas” (Bauman, 1999). Esta realidade Pós-moderna faz desmoronar todas as verdades estruturantes da Modernidade sólida, transformando a sociedade num espaço em que gravitam instabilidades e contrariedades do ser em relação ao mundo; oscilando entre os extremos (bem/ mal; paz/guerra). Dito pelo óbvio, notamos políticos globais defendendo a paz através da guerra; prometendo justiça através da prática da injustiça, lutando pela igualdade através da desigualdade. O homem não consegue jamais ordenar o mundo; estando cada vez mais difícil para encontrar opções adequadas para a manutenção da segurança dos mais fracos. No poema em estudo, o poeta está consciente do caos social que corrompe o cidadão que imagina na nação artificial e teme aquilo que Mapera (2022) chamou “Crises do sentimento e a violência simbólica”, uma espécie de vício do mundo contemporâneo. Em “não nasci apenas eu/ nem tu nem outro.../ mas irmão.// Mas/ tenho amor para dar às mãos-cheias” (Craveirinha, 1999), o amor encerra a totalidade humana como quisito de cidadania na nação futurista. Todavia, a exposição em tom onírico, denota preocupação do poeta numa sociedade em que a razão é constantemente corroída pelo individualismo. Logo, o cidadão da nação de Craveirinha não é indiferente à realidade Pós-moderna, pois está mais comprometido com a violação dos direitos humanos, em agressões entre grupos armados e etnias civis, na desinstitucionalização do serviço público, promovendo a antidemocracia e a corrupção, levando nações inteiras à pobreza e à desigualdade extremas. Palavras-chave: Modernidade, Ambivalência, Cidadão, Nação, José Craveirinha.
Ecos de Moçambique: Um século de José Craveirinha
Xavier, Lola Geraldes (org.): Ecos de Moçambique. Um século de José Craveirinha. São Paulo: Blucher, pp. 181-195, 2022
De acordo com a análise do filósofo moçambicano Severino E. Ngoenha, os moçambicanos encontram-se inseridos em duas historicidades diferentes: uma étnica (diferente para cada comunidade etnolinguística) e uma colonial (transversal a todas as comunidades do território de Moçambique). O presente ensaio questiona em que medida a poesia moçambicana, que surge no contexto da denúncia de injustiças coloniais e do início da consciencialização nacionalista, lida com esta dualidade identitária. As obras em estudo são Xigubo (1964), o primeiro livro de José Craveirinha, e o primeiro volume de Poesia de Combate (1971), organizado pela FRELIMO. A análise aborda as divergentes propostas poéticas presentes nas duas obras e concentra-se, num segundo passo, na semantização das diferentes historicidades enfocando a representação tanto do passado (étnico e colonial), como do presente, e as visões do futuro.
Via Atlântica, 1999
2023
This essay seeks to explore the plurality and diversity of dimensions and roles that women assume in José Craveirinha's literary imagination. The powerful and appealing social and cultural panel formed there stems from the experiences and irreverence of the author, which we propose to revisit here. Craveirinha's writing showcases female presences pontificating in a universe that tends to be phallocratic, when not tainted by prejudice against women. Hence, we not only are able to regard images in which women appear centralized, valued, and desired, but can also see Craveirinha's writing denouncing how women are wronged, marginalized, and dehumanized.
2008
CORE View metadata, citation and similar papers at core.ac.uk provided by Universidade de Lisboa: Repositório.UL Resumo A dissertação que aqui se expõe procura estabelecer uma relação entre o ensino da Língua Portuguesa, o ensino de valores e o papel que a literatura pode desempenhar na formação intercultural do aluno. Para tal apresentamos, como baluarte da interculturalidade, o poeta José Craveirinha que conviveu com duas culturas, a portuguesa pelo lado paterno e a moçambicana pelo lado materno, e que transpôs essa bi-culturalidade para os seus textos. Sustentamos que a literatura desempenha um papel primordial na formação axiológica do aluno, especialmente na inculcação de valores como o da igualdade, o da aceitação da diferença e o da liberdade de expressão. José Craveirinha, na sua obra, ao retractar a "miscigenação cultural" que adquiriu no seio familiar dá um exemplo real sobre como incorporar duas culturas diferentes e ser capaz de criar algo novo que acaba por enriquecê-lo e, ao mesmo tempo, a comunidade em que ele está inserido. Desenvolvemos um estudo de caso interpretativo, apoiado na natureza qualitativa da investigação, na Escola Portuguesa de Moçambique devido ao facto de esta deter dentro de si uma grande variedade de culturas. Seleccionamos uma turma de 12º ano que possuía diferentes culturas no seu seio e através de fichas de trabalho e questionários procuramos ver como eles interagiam com a poesia de José Craveirinha, onde a temática da diversidade cultural está presente. Os resultados da investigação permitem-nos concluir que a literatura que aborda a temática da interculturalidade, no nosso estudo a poesia de José Craveirinha, desempenha um papel importante na formação da personalidade do aluno e exerce uma profunda influência na forma como eles reflectem, interagem e olham as diferenças culturais.
Abralic, 2019
Esta comunicação se dedica à análise de "Xigubo", obra inaugural do poeta José Craveirinha, sob a premissa de Alfredo Bosi sobre a poesia-resistência: "A resistência possui muitas faces". Numa Moçambique desmoronada pelo imperialismo português, o poeta volta ao cenário da destruição para dar vida aos escombros. Seu gesto é o de fazer existir o que, a princípio, tentou ser recalcado pela barbárie, embora ela mesma tenha se revelado neste processo.
Ecos de Moçambique: Um século de José Craveirinha
No contexto da pós-memória, especificamente para aqueles que só indiretamente contactaram pela via da transmissão da memória familiar com o passado colonial, a poesia de José Craveirinha enuncia-se como um legado ético e cívico de estudar e de olhar para dentro do corpo do património de uma nação a partir das suas várias dimensões quer temporais, quer socioculturais e históricas. Por conseguinte, este texto pretende ser uma forma de diálogo com a sua obra como uma poética da dignidade e da justiça histórica para futuras gerações.
Ao lermos a poesia de José Craveirinha, poeta Moçambicano 1 , podemos vislumbrar dimensões de espaço de âmbito autobiográfico a vários níveis. Atrevemo-nos a abordar, embora de modo velado, o espaço da Negritude e o espaço da Língua, pois são espaços em que se inscrevem textos que produzem uma imagem do eu. Antes de passar à análise dos textos poéticos, será de todo o interesse abordar a temática da Negritude e sua importância no contexto das literaturas africanas de expressão portuguesa. Não pretendemos fazer um grande desenvolvimento do tema. Apenas dizer o indispensável para contextualizarmos o poeta que estamos a estudar. Citando Manuel Ferreira, a palavra negritude foi, pela primeira vez, escrita por Aimé Césaire em 1938, no seu livro de poemas Cahiers d'un retour au pays natal. E está intimamente associada ao trabalho reivindicativo do grupo de estudantes africanos, organizados em Paris, nos princípios da década de 30 (séc. XX), de que se destacam, como principais responsáveis e dinamizadores, Léopold Sédar Senghor, senegalês, Aimé Césaire, martinicano e Léon Damas, ganês 2 . As primeiras tentativas de definição são atribuídas a Senghor, que, cedo se revelando o mais empenhado do ponto de vista histórico, posteriormente, ao longo de vários ensaios, estudos, comentários e discursos, alarga, sistematicamente, a problemática da Negritude, e será, nesses tempos de incitamento, de reconquista, o primeiro a defini-la: «O património cultural, os valores e sobretudo o espírito da civilização negro-africana», ou como variante: «o conjunto dos valores culturais do mundo negro». Nascendo sob o signo do anticolonialismo, a Negritude caracteriza-se pela «negação», pela «recusa do outro», pela «africanização do ser», pretendendo sobretudo revelar e assumir o direito de valorizar o negro afro-americano e a sua cultura. Na opinião 1 Vide Anexo sobre Vida e Obra do Poeta. 2 Cf. Manuel Ferreira, O Discurso no Percurso Africano I,1.ª edição, Lisboa, Plátano Editora, 1989, p.57.
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