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2023, Seminário Nacional do Grupo de Estudos de Literatura e Crítica Contemporâneas
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Nesta comunicação tem-se o objetivo de fazer uma reflexão sobre os amores de Luamanda, no conto homônimo de Conceição Evaristo, que se encontra no livro Olhos d'água (2015). Procurar-se-á mostrar as diferentes formas de amor/amar, vividas por Luamanda no decorrer da sua vida, ao mesmo tempo em que se destacará a força e a altivez desta personagem, apesar de um grande fardo de dor que, assim como o amor, compõe suas memórias afetivas. Ao longo da reflexão sobre os amores da personagem evaristiana, far-se-á uma comparação com texto Os Três Mal-Amados (2020) de João Cabral de Melo Neto, cujas personagens femininas (Maria, Teresa e Lili) não têm voz e são dadas a conhecer pelas vozes das três personagens masculinas, João, Raimundo e Joaquim. Propõe-se, deste modo, mais do que uma leitura comparativa, uma análise dos amores nos dois textos elencados, buscando mostrar o amor como força cíclica que faz, desfaz e refaz as personagens Luamanda, João, Raimundo e Joaquim, apresentando a personagem de Conceição Evaristo como aquela que segue o fluxo do amor, sem necessariamente ser arrastada por sua força e mantendo intacta a sua identidade; ao contrário das personagens masculinas cabralinas que se mostram totalmente indefesas diante da potência amorosa e chegam mesmo, como Joaquim, a perder todas as suas referências, inclusive a sua própria.
AMBIVALÊNCIAS, 2020
Olhos d'Água é uma coletânea de contos de Conceição Evaristo publicada em 2018. Predomina, nos contos, o protagonismo das figuras femininas, nas quais temos materializada a escrevivência conforme a qual a própria escritora caracteriza sua atividade literária, temos então diversas vidas de mulheres nas quais muitas outras mulheres podem ler suas próprias histórias. Dentre elas Luamanda, personagem escolhida para nossa leitura e a partir da qual pensamos a vivência do amor pela mulher, o que passa pelo que é ser mulher ou tornar-se mulher e, especificamente, a fluidez na relação amorosa. Nossa leitura é feita a partir das contribuições de Simone de Beauvoir, Judith Butler e Marina Castañeda. Escrita feminina. Escrevivência. Amor. Luamanda. Conceição Evaristo.
CEM – Cultura, Espaço & Memória , 2023
Resumo: O artigo explora de que formas a maternidade é abordada em alguns dos contos que compõem a coletânea Insubmissas Lágrimas de Mulheres, da escritora brasileira Conceição Evaristo. O objetivo é traçar paralelos entre experiências comuns às mulheres negras e como isso se reflete nas suas vivências maternas. Tripla opressão, dororidade e afrobrasilidade são os principais eixos acionados. Conclui-se que os contos situam a maternidade dentro de estruturas e relacionamentos, muitas vezes, opressores. Porém, a partir de soluções elaboradas com base em referenciais próprios, a relação com os filhos configura o elemento capaz de impulsionar as personagens mães a buscarem melhores alternativas para si e para eles. Desse modo, a literatura negra produzida e defendida por Conceição Evaristo apresenta uma maternidade conduzida por mães negras que maternam filhos negros, cuja potência se mostra emancipadora.
Afro-Ásia, 2019
Imersa na vivência dos negros, a literatura afro-brasileira descreve peregrinações, desencantos, sonhos, deslocamentos, trânsitos, encruzilhadas, errâncias e exílios; denuncia a exclusão do afrodescendente; evidencia a relação subalterna do negro em relação ao branco; e expõe tradições africanas emudecidas em nossa cultura. Nesse contexto, acreditamos que a literatura afro-brasileira não é uma concepção desenvolvida isolada do contexto da literatura denominada canônica, contudo requer outra problematização e necessita ser compreendida como um sistema heterogêneo, de movimentos de rupturas, ressignificações e afirmações. Desse modo, os escritores afrodescendentes intencionam, em suas produções, retomar temáticas relacionadas às suas ascendências e vivências, marcadas pela amargura de um ambiente que aparenta não lhes pertencer. Conceição Evaristo, através de Ponciá, consegue dar fala aos derrotados, que descobrem na literatura uma das escassas aberturas para a construção de uma nova realidade. Por fim, a autora é representante de uma escrita que não se limitada a lamentos, mas traz aflições, perturbações sobre questões referentes à identidade negra, escravidão, racismo, pertencimento étnico-racial autoral e ficcional, afetos, ancestralidade, errância, diáspora, corpo negro, religiosidade, branquitude, negritude e memória, uma literatura empenhada com as origens e os valores culturais afro-brasileiros e/ou africanos.
Do silêncio à insirgência: percursos da literatura afro-brasileira, 2021
Revista de Letras Norte@mentos, 2021
Neste trabalho realizou-se uma leitura analítica da personagem Isaltina Campo Belo, presente no conto que leva o seu nome, um dos 13 contos que compõem a antologia Insubmissas Lágrimas de Mulheres (2016). O objetivo foi discutir, a partir da perspectiva interseccional, o conflito de gênero e de orientação sexual vividos pela personagem protagonista, desde a infância até a vida adulta, bem como, numa visão mais ampla, trazer reflexões sobre a violência perpetrada contra as mulheres que não estão de acordo com os padrões heteronormativos.
RESUMO: Tendo em vista as novas tendências poéticas que contradizem os discursos da homogeneidade literária, homogeneidade esta traduzida em tudo que se refere ao universo masculino, branco e ocidental, o presente trabalho demonstra que num processo de construção e reconstrução, a literatura afro-brasileira por meio da produção de autores como a escritora Conceição Evaristo revela nova identidade literária de modo que o negro saindo da condição de semovente, escravo, alienado passa a ser sujeito de sua própria escritura. PALAVRAS-CHAVE: literatura; identidade; Literatura afro-brasileira.
2019
Resumo: Este trabalho consiste na análise da representatividade feminina afro-brasileira presente nas memórias dos antepassados do eu lírico nos poemas "Vozes-mulheres" e "A noite não adormece nos olhos das mulheres", incluídos no livro "Poemas da recordação e outros movimentos", de Conceição Evaristo. O principal objetivo da reflexão é examinar a constituição do eu lírico por meio da relação que ele estabelece com o(s) outro(s), evidenciando a construção das memórias entre o visível e o invisível. Servem de base para a análise os estudos teórico-críticos de Michel Collot sobre literatura e paisagem e as teses de Dominique Combe acerca do sujeito lírico. Palavras-chave: Estudos de paisagem. Subjetividade e alteridade. Estrutura de horizonte. Maria da Conceição Evaristo de Brito nasceu numa comunidade da zona sul de Belo Horizonte (MG), oriunda de uma família muito pobre, com nove irmãos e sua mãe. Ainda jovem, ela muda-se para um lugar de condições melhores, onde teve que conciliar os estudos com o emprego de doméstica, até concluir o curso normal, em 1971. Aos 25 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, ao ser aprovada em um concurso público para o magistério depois de ter estudado Letras, na UFRJ. Em 2011, obtém o título de Doutora em Literatura Comparada pela UFF, com a tese "Poemas malungos, cânticos irmãos". Na coletânea de "Poemas da recordação e outros movimentos" (EVARISTO, 2017), a constituição do eu lírico e sua relação com os outros (antepassados) possibilita ao leitor não se restringir à leitura por fruição, mas também revisitar a obra e sua fonte interminável de memórias. Desse modo, recordar é preciso na medida em que a escritora concebe sua dicção literária nos romances e nos contos. Recordar é mais que preciso, uma vez que as reminiscências nos poemas reavivam de forma subjetiva o processo de escravidão dos negros. É por meio delas que as imagens evocam a condição dessa etnia desde os porões dos navios negreiros até a chegada ao Brasil e, consequentemente, indica a maneira com que o colonizador forjou o trabalho escravo.
Vertentes & Interfaces I: Estudos Literários e Comparados, 2018
RESUMO: Inseridas na reflexão quanto à presença e à voz feminina na literatura contemporânea brasileira, as produções de autoria feminina negra tendem a apresentar discursos que se contrapõem a uma legitimação de ordem hierarquizante, seja do ponto de vista das relações binárias masculino X feminino, seja nas relações de poder entre Estado X povo, sujeitos subalternizados. A construção social e histórica do mundo ficcionalizada nessas produções encena a problematização das relações de gênero e, ao mesmo tempo, explora dicções em que o feminino passa a ser o sujeito detentor da ação e da palavra dinamizadoras do percurso narrativo, em que se pode conferir a força da denúncia contra a violência, formas de resistência e a busca emancipadora pela palavra na trilha do 'erguer-se enquanto subir' (DAVIS, 2017). Este artigo procura mostrar como a violência e a emancipação fe-minina tomam lugar no conto de Conceição Evaristo e no canto da rapper Karol Conka, produções que revelam signos da cosmovisão feminina negra.
É observável que, nos últimos vinte anos, a circulação de textos e ideias de intelectuais feministas Negras têm aumentado nas universidades brasileiras. Entretanto, essa divulgação invisibiliza o fato de que o conhecimento dessas intelectuais é a elaboração de experiências específicas (interseccionais), o que se aproxima do que a autora Conceição Evaristo denomina escre(vivência). Embora perfeitamente descrita, a compreensão plena decorre de um lugar de fala semelhante. É a partir dessa crítica à apropriação da fala dessas intelectuais e, sobretudo, à análise da literatura de mulheres Negras empreendida por acadêmicxs que vêm na esteira da divulgação com fins de assimilação que eu-mulher Negra-proponho a análise do conto Isaltina Campo-Belo, de Conceição Evaristo.
Sobre a obra do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto parece girar uma série conceitos firmados que, se não isolando sua produção poética de modo estéril, não possuem ao menos a capacidade de se sustentar quando da análise material, corpo a corpo, com o texto. Para usar as palavras dos crítico João Alexandre BARBOSA (1974: 139), "termos como contenção, intelectualismo, abstração ou artificialidade, são demonstrações inequívocas de uma percepção, por assim dizer, saturada de tradicionalismo [...]". É assim que o poeta e crítico Haroldo de Campos, propondo-se a analisar livro a livro de João Cabral, acaba incorrendo em consideráveis reduções, equívocos e até omissões a respeito daquela poética. Omissão visível, sobretudo, em relação ao segundo livro do poeta pernambucano, Os Três Mal-Amados, a que o título deste artigo é capaz de sugerir, desde já, aludindo ao famoso texto haroldiano, O Sequestro do Barroco na Formação da Literatura Brasileira. Nas palavras do crítico paulista, O poeta começa também a debruçar-se criticamente sobre o próprio poema, ouve-lhe as "vozes líquidas", e, assim, não é à toa que o livro surge com uma epígrafe de Mallarmé ("Solitude, récif, étoile..."), poeta crítico por excelência, o Dante de nossa idade industrial. Depois desse livro [A Pedra do Sono] e de uma incursão sem maior importância no poema dialogado ("Os Três Mal-Amados", à base do conhecido texto de Drummond), Cabral enceta a fase definitiva de sua obra, publicando O Engenheiro (1945) e Psicologia da Composição com a Fábula de Anfion e Antiode (1947). (CAMPOS 2006: 80. grifo meu)
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Dulce Maurilia Ribeiro Borges, 2022
INTERAÇÕES, 2016
v. 6 n. 2 (2023): Edição: Mai/Ago, 2023
A escrevivência na obra de Conceição Evaristo e a escrita de nós em "olhos d'água”, 2023
Diego Freitas, 2019
Revista Desassossego, 2013
Signum, v. 24, n. 1, 2023
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