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2011, Revista de Antropologia da UFSCar
O presente trabalho tenta fazer um diálogo entre a noção de experiência como possibilidade de apreensão da cosmologia Dinka e a escrita etnográfica, considerando-a como uma formulação de conhecimento que escapa à “invenção” do outro ou a uma rigidez que propunha uma objetividade do conhecimento que permitisse uma compreensão total da visão nativa. Para tanto, primeiro o artigo versará sobre os Dinka de maneira resumida a partir da etnografia de Godfrey Lienhardt, e depois serão tecidas as considerações do diálogo proposto partindo da postura de Clifford Geertz sobre a tradução cultural e o choque de experiências.
Redobra - edição temática Insurgências decoloniais, 2020
Não pretendemos nessas breves notas reivindicar a antropogafia oswaldiana como uma “teoria decolonial” avant la lettre, mas de fato nos chamou muita atenção o desinteresse do chamado “giro decolonial latino-americano” pelo pensamento antropófago brasileiro, aporte original e fundamentalmente anticolonial, seja nas contribuições históricas do movimento moderno de vanguarda liderado por Oswald de Andrade (com Tarsila do Amaral e Raul Bopp, entre outros) nos anos 1920, seja nas atualizações feitas pelos tropicalistas nos anos 1960, como na ‘superantropofagia’ proposta por Hélio Oiticica, ou ainda, naquelas mais contemporâneas, também tributárias dos artistas antropófagos, como as ideias do próprio Viveiros de Castro em suas Metafísicas Canibais ou de Suely Rolnik com sua Antropofagia Zumbi, ou ainda, do próprio pensamento indígena contemporâneo, em autores como Ailton Krenak ou Davi Kopenawa.
Jornal de Resenhas, Folha de São Paulo, 1998
Sir Raymond William Firth tem hoje 97 anos e mora em Londres. Nasceu em 1901 na Nova Zelândia. Por via materna, Firth é neto de imigrantes irlandeses. Seu pai chegou a Auckland proveniente de Inglaterra quando ainda era criança, foi marceneiro, artesão e pastor metodista. Firth é, sem dúvida, o antropólogo mais velho de renome mundial atualmente com vida, um dos principais protagonistas da chamada "Escola Britânica" de antropologia e, também, um dos seus primeiros produtos: foi o primeiro a receber o título de doutor em antropologia em uma universidade do Reino Unido, em 1926, com uma tese sobre a "economia primitiva" dos Maoris, um dos primeiros alunos de Bronislaw Malinowski e o seu mais fiel discípulo, sendo, desde a morte do mestre, chefe do departamento de antropologia da London School of Economics. A trajetória de Firth acompanha o processo de institucionalização da antropologia como disciplina universitária, não só na metrópole mas também em algumas das possessões britânicas na Oceania e na África. Em 1930, Firth se tornou o segundo professor de antropologia da Universidade de Sidney, sucedendo A.R. Radcliffe-Brown, outro dos pais fundadores da Escola Britânica. No período de entre-guerras, ensinou em Auckland e em Cidade do Cabo. Antes de virar um acadêmico de renome internacional, Firth já tinha sido diretor do Australian National Research Council e editor da revista "Oceania"-que, como outras revistas que nasceram a partir da definição de uma área geográficocultural como objeto, foi um importante lugar de encontro entre jovens professores metropolitanos no começo da carreira e jovens estudantes das colônias a caminho da metrópole. Nesse sentido, a presença de Firth antecipou em poucos anos a de vários outros jovens nascidos nos domínios imperiais de ultramar e que (como o também neozelandês Reo Fortune, ou os sul-africanos Meyer Fortes e Isaac Schapera) integrariam o reduzido grupo dos antropólogos britânicos do entre-guerras. O fato de a coroa britânica ter outorgado a Raymond Firth o título de "Cavaleiro", em 1973, demonstra até que ponto, para muitos deles, a antropologia e a carreira acadêmica constituíram caminhos de ascensão social. Uma das marcas da antropologia desse período era a associação do nome de cada antropólogo ao de um grupo de nativos e ao título da monografia na qual esse grupo era definido como objeto. Malinowski e Radcliffe-Brown
Observar cientistas em seus ofícios é uma das metas dos etnógrafos que se dedicam ao estudo da ciência. É sobre esta prática, desenvolvida em meu trabalho de campo entre um grupo de primatólogos, que disserto neste trabalho. A questão sociológica, as primeiras sondagens e os primeiros contatos com o grupo, os problemas encontrados antes e durante o trabalho de campo, a opção pela observação participante e a construção das relações com os diferentes atores sociais são questões abordadas no texto. Ao relatar as experiências vividas no campo exponho também questões epistemológicas referentes à especificidade da antropologia da ciência. Partindo da descrição etnográfica reflito sobre a construção das identidades de pesquisador e de pesquisados, a qual sustento que é fruto de relações intersubjetivas.
49, 2020
Neste ensaio, descreverei algumas das oportunidades que os antropólogos têm de “estudar os de cima” (studying up) em sua própria sociedade, na expectativa de fomentar mais discussões sobre o porquê estudamos o que estudamos (NADER, 1964). Os antropólogos têm uma grande contribuição para a nossa compreensão dos processos pelos quais o poder e a responsabilidade são exercidos nos Estados Unidos. Além disso, há uma certa urgência para esse tipo de antropologia preocupada com o poder (Cf. WOLF, 1969), pois a qualidade de vida e as nossas próprias vidas em si mesmas dependem do modo como os cidadãos compreendem aqueles que moldam e realmente controlam as estruturas institucionais. O estudo do homem é confrontado com uma situação sem precedentes: nunca antes tão poucos, por suas ações e inações, tiveram o poder de vida e morte sobre tantos membros da espécie humana. Apresento três razões para “estudar os de cima”: seu efeito estimulante e articulador para muitos estudantes, adequação científica e relevância democrática do trabalho científico. Finalmente, considerarei alguns obstáculos e objeções frequentes e tentarei respondê-los.
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2001
Cadernos de Campo (São Paulo - 1991), 2018
Apresentação da seção especial Adversidades no Fazer Antropológico
Organon, 2021
O escritor argentino Juan José Saer (1937-2005) desenvolveu em alguns de seus ensaios críticos a ideia de que a Literatura seria uma antropologia especulativa. Proponho neste artigo investigar essa imagem mais a fundo, entendendo-a de certo modo literalmente e deixando os termos do campo discursivo antropológico ressoarem sobre a poética saeriana, tanto em seu entendimento sobre a linguagem como em algumas das imagens trabalhadas em sua ficção. Desenvolvo ainda essa leitura experimentando a sobreposição de olhares de uma antropologia que se nutre da literatura e de uma literatura que se vê como antropologia, por meio do cruzamento dos textos do escritor, Saer, e do antropólogo, Eduardo Viveiros de Castro, na condição de leitores de um mesmo conto de Guimarães Rosa. Este trabalho é uma versão revista e atualizada de um dos capítulos que permanecia inédito até agora de minha tese “Percepção, recordação e linguagem”. Foi publicado no dossiê “Os Múltiplos agenciamentos da experiência literária”, coordenado por Antonio Barros de Brito Jr,. e Alexandre Nodari.
Revista Cadernos de Campo, 2018
Apresentação do Dossiê Especial: Adversidades no fazer antropológico Organizado por: Florbela Almeida Ribeiro; Karina Coelho; Letizia Patriarca e Paula Bessa Braz.
Revista Estado da Arte
Este trabalho é uma abordagem teórica e etnográfica da cidade arruinada e dos escombros deixados pelo recente estallido social na Plaza Dignidad, em Santiago do Chile. Para avançar em direção a uma definição antropológica dos escombros, queremos nos perguntar: quais são os escombros do estallido e que espaço ocupa dentro da cidade, que histórias nos contam e que histórias contém, escondem e desestabilizam essas peles rachadas e fissuradas, e por que razões se torna um campo de disputa, um campo de esquecimento, desconforto e fascínio? Através do registro etnográfico e fotográfico das materialidades da revolta, a análise é organizada em torno de quatro dimensões: "Pele e pátina das memórias envolventes"; "Ambivalência da forma e a destruição"; "Fantasmas e fetiches"; "Afecções e topofilia em distopia". A conclusão é que quaisquer que sejam os artefatos arruinados, eles sempre - como materialidades residuais que são - desarranjam e desconcertam ...
Revista de Estudos da Comunicação
O texto descreve o percurso intelectual de Muniz Sodré: as mutações conceituais ao longo de suas investigações,suas formulações teóricas e a apresentação de um núcleo de problemas propriamente comunicacionais:a epistème do campo; a midiatização e a sociabilidade abstraída desse processo. É a partir da reflexão sobre a sociabilidade, entretanto, que Sodré observa um suposto objeto da comunicação: o vínculo social. Dedica-se atenção especial à obra “Antropológica do espelho”, não só porque nela se verifica um diálogo com as questões levantadas em trabalhos anteriores e suas reflexões atuais, mas porque aí o autor deixa sua marca estilística: a redescrição. Pelo menos três redescrições são verificadas na obra: a redescrição da hipótese da agenda setting e dos conceitos de “hexis” e “comunidade”.
Por volta de junho de 2012 fui contatado por Joana Roque de Pinho, uma amiga e pesquisadora Portuguesa, sobre meu interesse em participar de uma potencial pesquisa de campo, no ano seguinte, em Guiné-Bissau, país da África Ocidental. Digo potencial, porque até aquele momento, a proposta da minha inclusão na equipa em substituição de outro investigador havia sido enviada sem resposta para o órgão governamental de fomento à pesquisa de Portugal (Fundação para a Ciência e a Tecnologia -FCT), que equivale mais ou menos ao nosso CNPq no Brasil. A real possibilidade de ir para a África pela primeira vez e contribuir em um projeto internacional e multidisciplinar denominado "Impacto das alterações climáticas: um estudo com fotografia participativa no Parque Nacional de Cantanhez", logo me pareceu imperdível. Mesmo antes da aceitação da FCT eu já havia decido que partiria para mais uma aventura acadêmica e pessoal. Em primeiro lugar, a pesquisa combinava temas que eu já vinha investigando no Brasil. Em segundo lugar, porque era a oportunidade de aprender, em um contexto completamente novo, um método de pesquisa participativa conhecido na literatura internacional como Photovoice, ou fotografia participativa. A abordagem do projecto integra
Processo 2006.36.00.003067-5, Segunda Vara da Justiça Federal, Seção Judiciária de Mato Grosso – TRF1, 2011
DAL POZ, João. 2011. Os Rikbaktsa e a terra indígena Escondido - Laudo antropológico pericial. Processo 2006.36.00.003067-5, Segunda Vara da Justiça Federal, Seção Judiciária de Mato Grosso – TRF1. Autor: Walmor José Bianchi. Juiz de Fora, MG.
Revista de Antropologia
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas
Ilha Revista de Antropologia, 2010
... Certo desconforto me atravessa, compartilhando o mal-estar expressado por Matei Candea (2011) diante da questão de afinal de contas o ... Viveiros de Castro e Antonia Walford (2011), publicada em número especial da Common Knowledge, sobre o que daria viabili-dade a ...
Wamon , 2020
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer o convite para elaborar a arte da capa Revista Wamon, dos discentes do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Amazonas, que nesta edição traz como destaque o dossiê temático "Cosmologia, pessoa e gênero", organizado pelxs pesquisadorxs Antônio Augusto Oliveira Gonçalves (PPGAS/UFG) e Daniella Santos Alves (PPGAS/ UFSCar). Assim, este desenho traz uma reflexividade na visão cosmológica do povo Desâna.
Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, 2018
Traduzido por Francisco Thiago Rocha Vasconcelos (Unilab) e Silviana Fernandes Mariz (Unilab)
Revista de Antropologia da UFSCar, 2018
Este artigo expõe a visão de Philippe Descola sobre a antropologia como um estilo de conhecimento caracterizado pela continuidade da relação entre descrição, compreensão e explicação. Nele é ressaltado que esta continuidade define o lugar da antropologia em sua recente expansão para novos campos da pesquisa empírica, pois o conhecimento que oferece sobre a experiência humana é produto de problemas, dúvidas e acidentes que marcam o curso das investigações.
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