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Programa de Pós-graduação em História/Mestrado em História 2023, 2023
O presente estudo investigará a trajetória de vida dos agentes históricos da escravidão e da liberdade na Província do Grão-Pará, com foco na cidade de Santarém. O lapso temporal compreenderá os anos de 1871 a 1888. O marco inicial se deve à aprovação da Lei 2040 de 28 de setembro de 1871 (Lei do Ventre Livre), que assumiu uma condição ambígua. Ao mesmo tempo em que contribuiu para que mais escravos buscassem seus diretos, fortaleceu o domínio senhorial. Por outro lado, o ano de 1888 marca a proclamação da abolição da escravatura. A escolha por Santarém se justifica na medida em que permite aprofundar os estudos sobre os significados da liberdade e a dinâmica da alforria em um espaço de grande circulação de ideias, pessoas e mercadorias. Trata-se de compreender como escravos, libertos, libertandos e senhores, lidaram com as incertezas e inquietudes oriundas do processo de transformações pelo qual passava o Brasil Império, e especificamente a Província do Grão-Pará, e como responderam a este processo a partir dos usos e práticas das leis que assegurassem a condição social garantida pela alforria e almejada para si e seus familiares, no caso dos três primeiros, e a defesa da noção de propriedade, bem como a manutenção do domínio propiciado pela alforria, por parte do último. Para tanto, recorreu-se a fontes variadas, alforrias registradas em cartório, ações cíveis e criminais, periódicos, relatos de viagem, imagens e documentos oficiais do estado. A partir desse exercício foi possível caracterizar a Santarém oitocentista, vislumbrando que a posse de mão de obra escrava espraiava-se por muitas mãos, inclusive estrangeira. Prevaleceram na cidade os pequenos plantéis de escravos que compartilhavam o espaço de trabalho com libertos, livres pobres e indígenas agregados. Viu-se também que, em nome da alforria, a luta por liberdade foi levada aos tribunais, tornando visível a ambiguidade das leis, pois enquanto alguns conseguiram legitimar a alforria por esses meios, outros foram distanciados desse horizonte, e por fim notou-se que a alforria apresentava uma dinâmica de sentidos, usos e aspectos que foram fundamentais como mecanismo de controle por parte dos senhores, bem como horizonte a ser conquistado por parte dos escravos.
Carlos Gutierrez Cerqueira IPHAN, 2017
Na segunda metade do século XIX a sociedade ituana já não se recordava mais de um dos mais notáveis artífices que contribuiu para o esplendor barroco de sua principal igreja. A imponência artística de seu retábulo mor, todavia, reclamava dos ituanos que declinassem quem fora o seu autor. O nome Guilherme surge em meio a vagas lembranças entre os mais ilustres cidadãos, e, a seguir, lançado num artigo de jornal por um historiador, torna-se referência indelével, muito embora imprecisa, de sua autoria. Somente após a descoberta do verdadeiro autor do retábulo - Bartholomeu Teixeira Guimarães - localizamos Guilherme, que ocupou indevidamente o lugar de Bartholomeu por cerca de um século e meio.
Dissertação de mestrado: Do Blog Sujo à Coletiva do Planalto: um estudo de caso de contrainformação política através de blogs.
Revista de Antropologia, 2019
Désobéir, publicado em 2017 pela Abin Michel e recentemente traduzido por Celia Euvaldo, é con-duzido inteiramente por um desassossego, uma urgência frente ao intolerável. Diante dos escândalos obscenos da desigualdade social (justificada pela matemática e seus efeitos de realidade), do sufocamento da Natureza (incapaz, pelas sucessivas intervenções técnicas à que foi exposta, de recuperar seus ciclos de renascimento) e do proces-so contemporâneo de criação de riquezas (cujas engrenagens fundamentais são a dívida e especulação), os criadores irresponsáveis desse mundo silenciam. O escândalo da inércia movimenta o trabalho de Gros, e uma indagação mais apai-xonada que rigorosa funciona como ponto de partida de um debate ético, capaz de borrar os binarismos entre sujeito e sistema, entre ação individual e coletiva. A disposição do texto expõe o leitor à sensação constante de deslocamento, de mudança de rumo. Passamos por capítulos breves, que adicionam sempre novas possibilidades de definir e compreender a obediência e a dificuldade profunda de desobedecer. Eles sequenciam-se, adensando o argumento, mas, ao mesmo tempo, podem ser encarados como pequenos excertos avulsos. Gros esmiúça as nuances entre submissão, subordinação, conformismo, consenti-mento, obrigação; e também entre rebelião, resistência, transgressão, deso-bediência civil e dissidência cívica. Trata como variações de estilos éticos o que é comumente reunido sob o binarismo obedecer-desobedecer: cinco tipos de obediência, com seus cinco espelhos inversos. Dialogando com autores como Dostoiévski, Arendt, Kant e Foucault, e transitando com presteza entre litera-tura, acontecimentos históricos (em especial os relacionados ao nazismo e às indagações que dele se depreenderam) e debates filosóficos, finca sua questão O si indelegável como aposta contra a inércia e a apatia na contemporaneidade
À minha esposa Gisele Rodrigues, pelo cotidiano compartilhado com leveza, amor e doses de realidade. À Kelly Prudencio pela liberdade concedida, por me ensinar uma profissão e me inspirar com seu trabalho e crítica refinada. À Carla Rizzotto e Danila Cal pelas contribuições que fizeram à dissertação na banca de qualificação. Aos professores Emerson Cervi, Maurício Liesen, Rafael Sampaio e Valquíria John, pela disposição em ajudar uma jovem pesquisadora. Ao Grupo de Pesquisa em Comunicação e Participação Política (COMPA) onde participei com entusiasmo das discussões e fiz parcerias em artigos e congressos. Aos meus pais Maribel e Edison, pelo suporte e respeito às minhas escolhas pessoais e profissionais. Aos meus irmãos Mariana e Adriano que independente dos limites de espaçotempo estão sempre comigo. Aos meus amados sobrinhos Júlio e Petrus, pela energia contagiante que me abastece de ânimo. Aos meus amigos Alvaro Costa e Emanuelle Adacheski.
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Academia de Direito, 2021
TERRITORIALIZAÇÃO E NARRATIVAS ÉTNICAS: Desvelando a identidade Tuxi do Submédio rio São Francisco, PE, 2022