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2016, Revista Brasileira de Estudos Políticos
Palavras-chaes: Filosofia analítica do direito. Metodologia do direito. Teoria da interpretação jurídica. Realismo jurídico. Realismo metodológico.
Resumo: Frente a tantas e históricas controvérsias, pretende-se neste texto rever com base nos argumentos do próprio autor, a concepção de realismo utilizada por Georges-Henri Luquet para conceituar o desenho infantil. Abstract: The intended of this text is the conception of realism used for Georges-Henri Luquet to appraise the children's drawings, on the basis of to review the proper author arguments. It is important if we considerer the several and historical controversies about.
Tradução em Revisão
Tradução - A complexidade do realismo e a abordagem indexicalista: limites e prospectos, 2023
O objetivo deste artigo é apresentar minha visão sobre o projeto Indexicalismo [Indexicalism] do professor Hilan Bensusan. Começo mostrando como podemos ver os indexicais emergindo dos quenotipos, pelo menos como são apresentados por Quentin Meillassoux, que os coloca dentro de uma Matriz Categorial mais ampla. Em seguida, procuro mostrar como uma abordagem complexa do Realismo se beneficia muito dos quenotiposindexicais, que são a própria raiz da possibilidade de uma ontologia da comunicação. Em seguida, apresento alguns comentários positivos e algumas observações críticas sobre a construção do projeto do Indexicalismo e seus limites, ao mesmo tempo em que mostro como podemos criar novas alianças em direção a um novo tipo de ontologia formal. Link original: https://revistas.uneb.br/index.php/anansi/article/view/18310 Link original em inglês: https://cosmosandhistory.org/index.php/journal/article/view/979
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada.
X Semana dos Alunos e das Alunas de Pós-Graduação em Filosofia do PPGFIL-UFRRJ 2024, 2024
"Realismo" é um termo que vem recebendo bastante atenção no meio filosófico, especialmente entre filósofos "continentais". Desde a década de 90, o que se tem visto é uma gigantesca ascensão de filosofias realistas emblematicamente representadas pelo Realismo Especulativo "fundado" em 2007 e pelo Novo Realismo fundado em 2011. A questão, no entanto, é: por que esse é um termo de relevância? Podemos falar de uma "virada realista", mas o que ela significa? De que lugar essa virada "vira"? Para onde "vira"? O objetivo do presente artigo é (1) delinear o diagnóstico do estado da arte da filosofia apresentado por alguns dos principais "novos realistas", (2) investigar o que os une em como "realistas", (3) apresentar quatro defesas do realismo, a saber, (a) o argumento da facticidade de Quentin Meillassoux; (b) o argumento contra a arbitrariedade do círculo humano-mundo a partir de Graham Harman; (c) o argumento da realidade encontrada de Maurizio Ferraris; (d) o argumento "anti-mundo" de Markus Gabriel.
2016
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), pai da pedagogia moderna, “educador bastante comentado e usado, mas pouco lido”, nas palavras de Michel Soetard (SOETARD, 1985), dedicou sua vida “a busca da verdade para o povo” (PESTALOZZI, 1994). Uma procura que passava necessariamente pela educacao e o ensino da crianca vista como um ser integral. Dai sua famosa formula: “cabeca, coracao, mao”, concebida nao somente como um slogan, mas, particularmente, como a concepcao de uma educacao global. Mas, como chegar a verdade pela educacao e o ensino? Como educar e ensinar a crianca “devolvendo-a a si mesma”? Qual o metodo a ser utilizado nesta tarefa? Os cinco volumes dos seus Escritos sobre o Metodo, traduzidos para o frances, tem como objetivo responder a essas tres perguntas. Desde a primeira tentativa de esclarecer o Metodo pestalozziano feita por Marc Antoine JULLIEN, com a sua obra Esprit de la Methode d’Education de Pestalozzi (1812), passando por Daniel Alexandre CHAVANNES e o seu Metho...
Dicionário de Ciência da Religião, 2022
Verbete do Dicionário de Ciência da Religião (2022)
2020
Mestrado e Doutorado-ressaltaram a importância do ICOFOM e ICOFOM LAM para o desenvolvimento e consolidação da Museologia como disciplina acadêmica. Sua tese de doutorado se debruçou sobre o desenvolvimento da Museologia como disciplina acadêmica no Brasil, apontando seus antecedentes internacionais.
This work raises methodological and epistemological questions regarding Anthony Giddens" theory of structuration, issues that have been acknowledged and debated by several of his critics. Following clues found in Giddens" own texts, it analyses more deeply some works by Mary Hesse and Roy Bhaskar, searching for elements that would help with a methodological reconstruction of Giddens" theory. Finally, it argues for greater attention towards Hesse"s network model, as a much more fruitful tool for analyzing Giddens than Bhaskar"s critical realism, in order to attempt to solve the dilemmas that Giddens faces. Also included are translations of several articles written by Giddens" most important critics, and two papers by Giddens himself, previously unavailable in Portuguese.
Cadernos do CIM
O propósito do presente artigo é estabelecer considerações sobre alguns dos pressupostos teórico-metodológicos apresentados na obra ‘The Tragedy of Great Power Politics’, de John J. Mearsheimer. Para tal, situa o realismo ofensivo no campo teórico e registra observações críticas sobre pressupostos e opções metodológicas de John J. Mearsheimer.
Intuitio, 2010
Expressões modais (ou modalidades), como podemos facilmente ver através de alguns exemplos, estão por toda a parte: (1) Necessariamente, Quine é ou não é um filósofo. (2) Quine, sendo essencialmente humano, não poderia ser um ovo cozido. (3) Não dá para viajar mais rápido que a luz, como em Star Trek. (4) O João deve estar em Camaquã. (5) Você tem que fazer sua declaração de renda. No primeiro caso, a expressão 'necessariamente' está sendo usada para exprimir a noção modal de necessidade lógica. Intuitivamente, parece, o que estamos dizendo é que 'Quine é ou não é um filósofo' é uma verdade necessária por ser uma instância de um princípio lógico bem conhecido, o princípio do terceiro excluído. Temos aqui também um exemplo do que se chama uma atribuição modal de dicto, pois afirma-se de uma proposição que ela é necessária. Em (2), porém, a impossibilidade de que estamos falando ('não poderia ser') é um outro tipo de modalidade. Dizemos que Quine não poderia ser um ovo cozido por ser essencialmente humano. Contingentemente, ou acidentalmente, ele é (ou era) um filósofo, mas poderia ter deixado de ter essa * (UFSC) Professor convidado da V Semana Acadêmica do
efendo que a obra literária do escritor Joaquim Maria Machado de Assis não pode ser enquadrada em nenhum estilo de época, muito menos no estilo conhecido como realismo. No meu entendimento, Machado de Assis é "apenas" machadiano. Na verdade, mais do que defender a tese de que Machado de Assis não é realista, gostaria de demonstrar que o escritor brasileiro é ainda o adversário mais veemente e mais qualificado do realismo em qualquer época. Ao mesmo tempo, tendo a concordar com a posição de Machado e considerar o próprio realismo um conceito no mínimo fraco, talvez mesmo inútil, tanto no discurso cotidiano quanto na reflexão estética. O leitor envolvido com o ensino de literatura brasileira, como professor ou como aluno, poderá se escandalizar um pouco (como se fosse possível se escandalizar só um pouco) com tais afirmações. Afinal, Machado de Assis não escreveu e publicou na mesma época que os demais escritores realistas brasileiros? Os professores de literatura e os livros didáticos não ensinam categoricamente que Machado de Assis é não apenas realista, mas ainda o nosso maior escritor realista? Mesmo a Wikipedia, sucessora das vastas enciclopédias de antanho, na sua versão em português, não afirma que o escritor é mais do que realista, que ele é o próprio fundador do realismo no Brasil? Ou seja, esta questão não estava resolvida e estabelecida há muito tempo? Creio que esta questão está, sim, mal resolvida e mal estabelecida há muito tempo. Creio, também, que o meu entendimento, mesmo que minoritário, não é isolado. A versão em inglês da mesma Wikipedia, por exemplo, assume o problema que enuncio. Não apresenta o escritor nem como realista nem como o fundador do realismo no Brasil, por considerar que Machado's style is unique, and several literary critics have tried to explain it since 1897 -"o estilo de Machado é único, e vários críticos literários têm tentado explicá-lo desde 1897". A seguir, mostra que o realismo machadiano é de fato um problema: Critics are divided as to the very nature of Machado de Assis's writing. Some, such as Abel Barros Baptista, classify Machado as a staunch anti-realist, and argue that his writing attacks Realism, aiming to negate the possibility of representation or even the very existence of a meaningful objective reality. Realist critics such as John Gledson are more likely to regard Machado's work as a faithful transcription of Brazilian reality -but a transcription executed with daring innovative technique. Em português: "os críticos se dividem quanto à natureza da escrita de Machado de Assis. Alguns, como Abel Barros Baptista, classificam Machado como um ferrenho antirrealista, e argumentam que a sua escrita ataca o realismo, com o objetivo de negar a possibilidade de representação ou mesmo a própria existência de uma realidade objetiva com significado pleno. Críticos realistas como John Gledson são mais propensos a considerar a obra de Machado como uma transcrição fiel da realidade brasileira -mas uma transcrição executada com técnica ousada e inovadora." A divergência entre as versões da Wikipedia mostra que o problema do realismo de Machado de Assis não é de somenos importância. Trata-se na verdade de um grave problema estético, filosófico, político e pedagógico, que revela no seu bojo alguns becos sem saída do pensamento burguês em geral, do pensamento brasileiro em particular. Até porque não é somente a Wikipedia de língua portuguesa que considera Machado de Assis realista. Praticamente todos os livros didáticos de língua portuguesa e literatura, distribuídos aos milhões nas escolas de ensino fundamental e médio de todo o país, replicam esta informação. Vários deles também atribuem a Machado a honra de fundar o realismo no Brasil, em 1881, quando publicou as Memórias póstumas de Brás Cubas, dividindo esta honra com Aluísio de Azevedo que, no mesmo ano, publicava O mulato. Os livros didáticos e o verbete português da Wikipedia apoiam-se na vasta fortuna crítica machadiana que sustenta a mesma posição, embora mais matizada. A maioria dos estudiosos de fato afirma que Machado de Assis é realista, ainda que, via de regra, acrescente uma expressão adjetiva para refinar a classificação. Há portanto um consenso bastante forte, pelo menos nos termos do ensino brasileiro, de que não existe qualquer problema: é óbvio que Machado de Assis é realista, ou pelo menos é realista de algum modo. Não partilho desse consenso. Não concordo com esse consenso. Todavia, não posso deixar de considerá-lo muito forte, pela quantidade e mesmo pela qualidade dos nomes que o compõem. Logo, preciso mostrar algumas das posições que sustentam o ponto de vista que combato, se pretendo desmontá-las adiante, bem como algumas das posições que trazem água para o moinho do meu argumento. Nas próximas páginas, refiro-me sempre a professores e críticos que respeito, quer concorde com eles, quer deles discorde. Há muitos outros a que não me refiro, talvez por não tê-los lido, talvez por respeitá-los menos. De todo modo, não pretendo dar conta de um levantamento completo e exaustivo das posições pró e contra o realismo em geral, nem das posições pró e contra o realismo de Machado de Assis em particular. Creio que os autores e os pensamentos que apresento compõem um bom panorama da questão, permitindo-me circunscrevê-la e discuti-la. Demonstrando toda a minha parcialidade, talvez acabe indicando um número maior de autores que não defendem a atribuição de "realista" à literatura de Machado de Assis, como que para provar à prezada leitora, como diria o próprio Machado, que não estou sozinho. De antemão, concedo que na realidade se dá o contrário: o número dos defensores da tese de que Machado de Assis seja um escritor realista supera de muito o número daqueles que suponho próximos à minha posição. Para sorte do meu argumento, porém, creio que a solução do problema não passa por uma votação: no caso, a posição minoritária pode ser a mais correta. Há várias outras questões associadas ao problema, mas devo tocar nelas apenas de passagem, para não me afastar da questão central. Por exemplo, atrapalha a compreensão do escritor Machado de Assis, como de outros, a tendência pedagógica a fugir da literatura ela mesma e abordá-la pelo filtro da história, isto é, pela via do ensino dos estilos de época, via esta que acaba por pensar mais cada época do que cada estilo. Há um esforço claro em transformar a literatura em uma disciplina como as demais, contendo um programa passível de ser dividido em classificações e subclassificações, por sua vez passíveis de serem bem transmitidas e apreendidas. Como a disciplina que parece mais se aproximar da literatura é a disciplina da história, ensina-se antes história da literatura do que a literatura mesma -e assim se reforça o cheiro de naftalina da matéria, dos livros, dos autores e dos próprios professores. O mesmo problema afeta o ensino de filosofia, acarretando a mesmíssima consequência, pelo menos na percepção dos alunos. Reforça-se o cheiro de naftalina de ambas as disciplinas sem que se discutam, pela ótica contemporânea e dos alunos, as grandes questões e as grandes metáforas levantadas no ar pelos filósofos e pelos escritores. Desta crítica ao ensino de filosofia e literatura não se deduz, entretanto, que não se deva estudar e ensinar história da literatura ou história da filosofia. O estudo sério de qualquer texto literário ou filosófico demanda a compreensão de suas relações históricas. Não posso dispensar da minha estante, sob nenhum pretexto, os tratados históricos das duas disciplinas. O que critico é que a história da literatura se sobreponha à própria literatura, como se esta servisse tão somente para ilustrar o momento histórico ou atender a qualquer furor classificatório. Esta sobreposição faz parte do processo social inconsciente que veta a ficção mesmo quando parece valorizá-la, ao erigi-la em disciplina escolar. Antes de qualquer teoria, é necessário que o leitor efetivamente "se encontre" a sós com o texto, de modo a desenvolver com ele o mínimo de intimidade. Depois da realização bem sucedida de uma primeira leitura, a que podemos chamar ingênua, fazse necessária uma leitura crítica e analítica, mais cuidadosa, para só então se dar uma leitura teórica, isto é, filosófica. O estabelecimento de relações históricas é parte dessa leitura teórica, mas não pode se sobrepor a ela. Em outras palavras, a história da literatura é parte importante, sim, mas parte, e nem mesmo a parte maior, no meu entender, da teoria da literatura. O ensino de literatura, especialmente nos níveis fundamental e médio, não apenas inverte essa equação como a subverte, fazendo com que a história da literatura recalque a teoria da literatura. Machado de Assis é uma das principais vítimas deste movimento insidioso de recalque, sofrendo ainda um processo drástico de monumentalização pedagógica. Apresenta-se o Bruxo do Cosme Velho a crianças e adolescentes não como um bruxo do bem, capaz de fazer mágica com as palavras e com as ideias, mas sim como uma enorme estátua de bronze, como o maior escritor brasileiro, quiçá como o maior escritor de todos os tempos, ou seja: como um monumento intimidador. Seu texto, usualmente fácil e engraçado a despeito das reflexões que provoca, ou graças às reflexões que provoca, torna-se quase inacessível e incompreensível, vale dizer, torna-se mesmo "muito chato", tanto para os alunos, que são obrigados a lê-lo bem a contragosto, quanto para os professores, que se obrigam a adotá-lo sem que antes se disponham a lê-lo com o espírito minimamente desarmado. Neste processo de monumentalização, cria-se o falso problema das duas fases de Machado de Assis: na primeira fase estariam os romances românticos -Ressurreição (1872), A mão e a luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878) -enquanto na segunda fase se encontrariam os romances realistas -Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires...
Scripta, 2016
O objetivo deste artigo é apontar como percursos intelectuais distintos, na primeira metade do século XX, levaram importantes nomes da teoria estética a um método marxista comum, incorporado às discussões literárias no período entreguerras. Nesse sentido, busca-se demonstrar como o período formativo mais idealista do círculo de Bakhtin e dos formalistas russos, bem como o de György Lukács e de Walter Benjamin, não impediram que suas obras culminassem numa noção mais dialética e historicizada sobre o conceito estético de "realismo". Assim, buscaremos enfatizar que a ideia de uma condensação não mecânica da realidade na forma artística é a baliza central de todos esses autores, e é o que, em última instância, mais unifica que aparta suas distintas teorias.
2020
A perspectiva rizomática no pensamento de Deleuze e Guattari consiste numa “ruptura de escala” de análise da realidade, na qual deixamos de percebê-la como pura unidade, seja no sujeito ou no objeto. Com isso, nos fazem notar que o pensamento clássico, filosófico e científico, nunca permitiu que se compreendessem as multiplicidades rizomáticas que eles propõem, onde toda forma de unidade é excluída. A partir da operação rizomática de subtração da unidade como imagem de referência para toda multiplicidade (n-1), vemos emergir um modo de abordar as realidades a partir de três conjuntos de linhas que nos compõem, indivíduos ou grupos, e que se distribuem num plano de imanência em que se relacionam continuamente. As análises das linhas e de suas relações nos aproximam da questão da criação ou da produção da novidade e dos devires na obra de Deleuze e Guattari. A tarefa consiste em abrir os problemas práticos a fim de liberar as linhas, sejam as de uma vida, as de um indivíduo ou as de uma sociedade, mas para isso é necessário convocar experimentações nas quais é preciso proceder com prudência. Neste sentido, esta filosofia prática deve ser compreendida necessariamente como uma ética e o que pretendemos aqui é justamente pensar como se configura este modo dinâmico e imanente de avaliação dos riscos e dos fatores de criação que se apresentam constantemente nos mais diversos planos da realidade.
Publicado em DANNER, Leno Francisco, DE OLIVEIRA, Marcus Vinícius Xavier. Filosofia do Direito e Contemporaneidade, Porto Alegre: FI, 2015, pp. 35-56.
2007
Resumo: De início, analisamos como a associação entre realismo metafísico e relatividade conceitual deixa em aberto a possibilidade de uma dúvida cética radical acerca do conhecimento da realidade. Em seguida, avaliamos se os projetos fenomenológicos de Husserl e de Merleau-Ponty fornecem alguma resposta a tal dúvida. Centramo-nos principalmente na obra de Merleau-Ponty, que, segundo nossa interpretação, caracteriza-se inicialmente por uma postura idealista, a qual é abandonada em prol de um tipo de realismo que qualifica o ser como sensível. Palavras-chave: Realismo. Idealismo. Fenomenologia. Ceticismo.
Dissertação de Mestrado em Filosofia, UFF, 2019
Resumo: A recepção de O anti-Édipo (1972), de Deleuze e Guattari, foi marcada negativamente pela impressão de que haveria ali um elogio irresponsável à experimentação do desejo e à loucura. A defesa de uma práxis analítica apoiada nas ideias de “corpo sem órgãos”, “máquinas desejantes”, “processo esquizofrênico”, “linhas de fuga”, “desterritorialização”, entre outras, foi tomada como carregada de efeitos ruinosos, como se os criadores da esquizoanálise ignorassem inteiramente a dimensão dos perigos da experimentação do desejo e induzissem a um permissivismo sem limites. No entanto, Deleuze e Guattari sempre contestaram tais alegações e defenderam as propostas teóricas e práticas da esquizoanálise como propostas ético-políticas dotadas de uma prudência extrema. Em Mil platôs (1980), segundo tomo de Capitalismo e esquizofrenia , levam às últimas consequências a defesa de uma ética pautada na experimentação do corpo e fazem isso sem jamais perder de vista a defesa concomitante de toda a prudência, de todo o cuidado que deve ser levado em conta nesses processos de experimentação. Assim, a hipótese que guia este trabalho, contrariamente às alegações da polêmica recepção da obra deleuzo-guattariana, é a de que existe uma radical e inovadora teoria dos riscos da experimentação desenvolvida ao longo dos dois volumes de Capitalismo e Esquizofrenia . Tomamos as formulações em torno do Corpo sem órgãos como fio condutor da análise, porque parece ser através dele que o problema dos riscos da experimentação se coloca de maneira mais evidente no conjunto da obra. Nosso objetivo foi, então, ao longo dos capítulos desta dissertação, apresentar o desenvolvimento das teses e conceitos da filosofia esquizoanalítica, buscando os elementos que comporiam uma tal teoria imanente dos riscos da experimentação do corpo. Na primeira seção, nos concentramos em uma reapresentação de O anti-Édipo e Mil platôs sob essa perspectiva. Na segunda seção, desdobramos algumas alianças entre Deleuze e Guattari com outros autores que lhes fornecem peças conceituais de grande importância para a construção filosófica da dupla. Comentamos, neste sentido, alguns casos que compõem o que chamamos de “casuística” do corpo sem órgãos: sobretudo, Burroughs e o paradoxo de “captar as potências da droga sem se drogar”, Espinosa e a afirmação ontológica da imanência absoluta em correlação imediata com uma ética da alegria e da liberdade, Artaud e a crítica do “organismo” e do “sistema do julgamento de Deus”. Na terceira seção, por fim, encaminhamos nosso estudo para a relação entre a experimentação do corpo sem órgãos e o problema da aprendizagem, ensaiando uma releitura da filosofia deleuzo-guattariana pelo ponto de vista dos ensinamentos do xamã Dom Juan descritos na obra de Carlos Castaneda. Palavras-chave : Deleuze; Guattari; Corpo sem órgãos; Riscos da experimentação; Prudência.
Para os leitores interessados em penetrar no universo multifacetado da nova corrente filosófica, que tem chamado atenção em várias partes do mundo, sob o nome de Realismo Especulativo ou Ontologia Orientada a Objetos (OOO), este número da revista Teccogs escolheu para o seu dossiê o resumo descritivo de quatro obras que podem ser consideradas fundamentais para que se possa ter uma ideia das principais questões que são trabalhadas pelos autores atuantes nesse movimento. O movimento é tão aberto e heterogêneo que nem todos aqueles que estão engajados nas questões dessa nova ontologia e novo realismo são filósofos, o que também pode ser considerado como algo inédito: uma filosofia que não é feita estritamente por filósofos. Os resumos foram escritos por especialistas em cada um dos autores selecionados. Com isso, pretendemos abrir as portas para que o interesse em caminhar por essas searas seja despertado. MEILLASSOUX, Quentin. After finitude: an essay to the necessity of contingency. London: Continuum, 2009. Por Tarcísio Cardoso O livro After Finitude (2009 [2006]), apresenta o pensamento original de Quentin Meillasoux, caracterizado fundamentalmente como uma forte oposição à filosofia que apelidou de " correlacionismo " , nome dado pelo próprio autor para uma abordagem epistemológico-ontológica caracterizada por uma insuficiência em lidar com as questões mais atuais com que a filosofia cada vez mais se depara. As ideias do correlacionismo têm sua gênese em Kant e no giro copernicano proposto em sua Crítica da Razão Pura. Correlacionismo significa a impossibilidade de considerar aquilo 1 Integrantes do grupo de pesquisa TransObjetO. Para mais informações acesse: https://transobjeto.wordpress.com.
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