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As populações indígenas, tantas vezes esquecidas pela historiografia, emergem como elemento principal na ocupação da região amazônica. Por um longo período, foi a mão-de-obra básica que sustentou as principais atividades econômicas da área. E por isso mesmo disputada com uma violência sem tréguas.
Revista IHGB, 2022
O artigo estuda as violações perpetradas contra os povos indígenas no Brasil. Procura indagar em que medida o Estado brasileiro contribui para o genocídio dos povos indígenas. A relevância da pesquisa está relacionada na permanência da postura estatal atentatória e legitimadora das violações dos direitos humanos dos povos indígenas. O artigo está dividido em cinco capítulos. Inicialmente, aponta o desenvolvimento do saber acerca da questão indígena. Em seguida, analisa o panorama dos direitos indígenas no plano jurídico-normativo internacional e nacional. A seguir, demonstra a importância da memória como categoria de estudo das atrocidades. Após, analisa dados e informações de atos cruéis praticados no período da ditadura civil-militar. Logo depois, expõe os caracteres em torno da violência estatal e a vulnerabilização dos povos indígenas no país diante da continuidade de comportamentos cruéis por parte do Estado. A metodologia utilizada envolve o método dedutivo, a revisão bibliográfica, e a pesquisa documental.
Este artigo de natureza teórica tem como objetivo problematizar o conceito de violência e suas mutações através dos tempos. Apresentamos as diversas abordagens que tem caracterizado o fenômeno na literatura sociológica, de modo a situar as complexidades deste conceito. Como fenômeno social, a violência é construída na relação entre os homens e se processa de forma a romper com os próprios códigos de ordens produzidos por esta relação. As compreensões expressas neste trabalho aprofundam análises sobre a violência e redimensionam os efeitos que ela produz para a condição humana. Neste contexto, manifestaremos como a violência se afirmou como uma questão pública que se insere entre as preocupações das agendas governamentais, seus jogos de poder, as relações de força e como movimento de fronteiras tênues entre o legal e o ilegal. Produzido através da pesquisa bibliográfica, o artigo se divide em três partes: 1) Violência e as intercalações entre civilidade e incivilidade, em que apresentamos as influências do contrato social e do Estado moderno, na circunscrição e caracterização da violência; 2) A violência como uma noção polissêmica, manifestando diversos conceitos e intensidades deste fenômeno; 3) Classificar e distinguir violências e crimes, na qual explicitamos os principais elementos que diferenciam a ação violenta, através das diversas formas de agressão, da ação criminal, postulada em lei. Além de apresentar diversos conceitos sobre a violência, o artigo afirma que ela esvazia o sentido da política, como ação dialógica.
1. Ontem escrevi minhas primeiras impressões de longe e tão perto sobre o movimento pela queda dos aumentos das passagens dos transportes públicos na capitais brasileiras. O movimento, nesse sentido, obteve a sua principal reivindicação pois os aumentos foram, na maioria dos casos, revogados. O meu artigo tinha como objetivo chamar atenção para os perigos de fascistização presentes. Para isso eu tinha recuperado um prefácio de Foucault para um livro (O Anti-Édipo) de Deleuze e Guattari. 2. Ontem foi dia de novas mobilizações. Maiores e em mais cidades. Como disse antes mais do que uma questão presencial, como Marina Silva tinha apontado, era uma questão existencial, vivencial. Citei um trecho de uma canção de Caetano, Pecado original, onde se repete uma frase de Waldick Soriano (eu não sou cachorro, não!) e que contém um verso muito belo: "a gente não sabe o lugar certo onde colocar o desejo". É o que, parece, está acontecendo.
"Manda quem pode, obedece quem tem juízo ". " Sou responsável pelo que falo, não pelo que você escuta " .
2019
O presente livro é um delicado equilíbrio entre a exigência cientifica de revisar teorias consolidadas, até se tornarem senso comum histórico; bem como de percorrer novas trilhas teórico-metodológicas, e a exigência civil de esclarecer o recente passado ditatorial, com o seu legado ainda traumático de violência, terror e torturas - feridas ainda abertas nas sociedades contemporâneas da América Latina. Na nossa perspectiva crítica trata-se de considerar a herança das experiências autoritárias e ditatoriais como fixação de aspectos que se tornaram perenes e que estão inseridos na própria redemocratização pós ditadura, de acordo com um processo que alguns cientistas sociais chamam de “hibridismo” da “semidemocracia” latino-americana, caracterizada por uma convivência ambígua de novos elementos democráticos e permanências autoritárias
Sapere Aude: Revista de Filosofia, 2019
A Filosofia tem nas vozes masculinas sua resplandecência. Área do conhecimento que historicamente renegou à condição de coadjuvantes grandes pensadoras encontrou na produção de Hannah Arendt um divisor de águas. Escritora de pensamento forte e marcante, a filósofa judia-alemã, nascida em 1906, conviveu durante sua trajetória de vida com a violência direta gestada pelo nazismo. Arendt assume espaço de relevância quando se trata do estudo da violência, do fascismo, do antissemitismo, do imperialismo e do totalitarismo. A tradução para o espanhol da obra Sobre a violência, de Hannah Arendt, retoma, hoje, a necessidade de nos debruçarmos no estudo dos eventos paradigmáticos que cercam o século XX, especialmente sobre os episódios violentos que aludem ao rótulo de esse ter sido um dos mais sangrentos da história da humanidade, no que diz respeito a massacre de pessoas, dentro de guerras. De forma ainda mais intensa, a contemporaneidade da obra retoma a premissa de que a violência continua a ser usada como uma ferramenta para se adquirir poder político por todo o mundo, a todo custo, sobre o flagelo humano. Divido em três partes, o livro, na primeira delas, volta-se à discussão da noção de ruptura. Arendt dedica-se a refletir sobre o esfacelamento da tradição intelectual-ao que se refere como brecha entre o passado e o futuro-como forma de apontar a insuficiência teórica em lidar com as experiências políticas do século XX e, de modo particular, sobre o totalitarismo. Assim, a filósofa situa a violência e a multiplicação de seus meios, sobretudo a partir das novas tecnologias de guerra enquanto nova faceta dos conflitos individuais e entre Estados-nação.
Para analisar a violência urbana brasileira é necessário examinar uma série de peculiaridades. É fundamental entender a violência no Brasil como um processo complexo (SUSSEKIND, 1987) que envolve algumas variáveis (VELH0,1987) denominadas objetivas (econômicas e políticas) e subjetivas (culturais e sociais). Para Michel Misse (2008), a violência decorre de um processo histórico-cultural de "acumulação social de violência", que discorre sobre a representação social da violência com base nas obscuras transformações sociais de violência se tornando um padrão de violência urbana.
X Colóquio Internacional A Imagética da Violência, 2023
Continuing the Imagery Studies carried out at the Centre for History of the University of Lisbon, this new research project was launched for a period of two years, 2023 and 2024, with an interinstitutional, international and interdisciplinary dimension. Researcher responsible: Maria Leonor García da Cruz (FLUL, CHULisboa). Deepening an epistemological reflection and on new methods that open up avenues of enquiry for researchers from all degrees and fields of knowledge that relate to History.
O objectivo deste artigo é examinar do ponto de vista sociológico a forma como se tem desenvolvido o fenómeno social designado por violência na escola. Procurarse-á analisar criticamente algumas das principais evidências e estereótipos sociais sobre os fenómenos de violência, realçando a diversidade de situações, actores e contextos em que estes sucedem, de forma a inventariar elementos capazes de contribuir para o desenvolvimento de conceitos e modelos teóricos que permitam ultrapassar alguma da redundância em que a pesquisa actual parece cair.
Artigo redigido e publicado nas redes sociais em 17 de abril de 2014, em atenção ao recrudescimento vertiginoso de episódios de linchamento no Brasil noticiados à época, indicativo evidente de um fenômeno social complexo cujas raízes têm sido ignoradas pela boa análise científica e metodologicamente criteriosa.
O artigo aborda os vários significados da expressão convencional cabra, dentre os quais aqueles que se referem à visão de um cabra violento a partir das contribuições da Teoria da Metáfora Conceptual, especialmente das Metáforas Animais, e da Teoria dos Modelos Cognitivos Idealizados. Para tanto, apresentamos e analisamos nossos corpora constituídos por dados documentais, a exemplo das definições acerca da expressão convencional cabra verificadas em Cascudo (2009) e Freyre (2004) e por dados coletados por meio da aplicação de três questionários junto a 93 respondentes nos anos de 2010 e 2013. Palavras-chave: Expressão convencional cabra. Modelos cognitivos idealizados proposicionais do tipo de categoria radial. Metáforas animais.
Revista Observatório, 2018
Violence is on the agenda of the studies on aging, and it manifests itself in a structural, interpersonal and institutional manner, signaling the crossroad human beings have reached. The naturalization of violence as a form of care is an example. To prevent falls from elderly people residing in nursing homes, the health care professionals make use of restraint, a practice of care detrimental to both the physical and mental health of the elderly, and in addition puts them in degrading or inhumane situations.
Revista Debates Insubimissos, 2022
As considerações propostas no artigo abaixo traçam um paralelo entre dois processos históricos: a Guerra Justa declarada pela Coroa portuguesa contra o povo Kayapó ao sul da capitania de Goiás (com auxílio militar de uma tropa do povo Bororo, lutando pela causa colonial), entre a segunda metade do século XVIII e as primeiras décadas do XIX; e as invasões das terras Yanomami por parte de garimpeiros ilegais, intensificadas a partir de meados da década de 1970 e especialmente violenta nos últimos anos. A partir destes dois eventos, apresentamos uma reflexão sobre a agência indígena, a capacidade de emancipação de sujeitos historicamente subalternizados, à luz da decolonialidade, conceito criado pelo grupo Modernidade/Colonialidade, formado por intelectuais latino-americanos que realizaram um movimento político/epistemológico essencial para a atualização crítica e utópica das ciências sociais na América Latina no século XXI. Atentamo-nos para uma interpretação/apropriação cautelosa do conceito de "agência", do sociólogo britânico Anthony Giddens, cunhado em contextos sociais, políticos e cosmológicos radicalmente distintos das conjunturas indígenas tanto do Brasil Colonial, quanto da realidade amazônica recente.
RESUMO: Este estudo procura analisar a relação entre violência nas relações íntimas juvenis e a ocorrência de ideação e comportamentos suicidas. Para tal recorreu-se à Escala Tática de Conflitos que permite avaliar a prevalência de diferentes tipos de abuso íntimo e ao Inventário de Ideação e Comportamentos Suicidas. Participaram neste estudo 262 jovens, maioritariamente raparigas (75.2%), cuja média de idades era de 23.7 (D.P. = 4.14), que admitiram estar envolvidos numa relação de namoro no último ano. Os resultados revelaram que o abuso psicológico assume maior preponderância sobre todos os outros tipos de abuso, na perpetração (51.1%) e na vitimação (45.4%). As análises de associação revelaram que ofensores e vítimas apresentam pensamentos e/ou comportamentos suicidas. Quando se considera o sexo dos participantes, detetamos mais associações estatisticamente significativas entre a ideação e/ou comportamentos suicidas pelo sexo feminino e a perpetração e a vitimação de diferentes tipos de abuso. Os resultados encontrados neste estudo confirmam assim a necessidade de se continuar a desenvolver esforços de identificação e prevenção da violência íntima juvenil, procurando-se igualmente e de forma específica implementar estratégias de prevenção do suicídio junto desta população. Palavras-chave: violência íntima, jovens, comportamentos suicidas, ideação suicida ______________________________________________________________________ DATING VIOLENCE, IDEATION AND SUICIDAL BEHAVIORS ABSTRACT: This study analyzes the relationship between dating violence and ideation and suicidal behaviors. We used the Conflict Tactics Scale Revised that evaluates the prevalence of different types of intimate abuse and the Inventory ideation and suicidal behavior. In this study participated 262 young people, mostly girls (75.2%), whose average age is 23.7 (S.D. = 4.14), who admitted to being involved in a dating relationship last year. The results revealed that psychological abuse takes greater dominance over all other types of abuse, in the perpetration (51.1%) and victimization (45.4%). The association analyzes revealed that offenders and victims have thoughts and/or suicidal behavior. When we consider the gender of the participants, we detected more statistically significant associations between ideation and/or suicidal behavior by women and the perpetration and victimization of different types of abuse. Thus, the results of this study endorse the need to develop efforts to identify and prevent dating violence. It is still necessary to implement suicide prevention strategies with this group.
Como existe incontáveis formas de caminhar pelo mundo, sempre haverá aqueles para quem em realidade não lhes importa em absoluto o problema da falta de liberdade provocada pela insegurança ou que simplesmente preferem deixar as coisas em seu santo lugar e não se queixam. Pessoas a quem não lhes custa muito habituar-se ao mal, perguntar-se, “bajo el hacha del asesino”, se não é também ele um ser humano, ou diminuir a resposta emocional ante a perda da liberdade e a violência a que estão potencial e repetidamente expostas. Pessoas que quando desertam de seus melhores desejos e legítimos interesses aprendem a masturbar-se com a realidade. Por dizê-lo de alguma forma menos rebuscada: falta de liberdade (de eleger, de decidir, de fazer e ainda de rechaçar e resistir) é a que padece a mulher estuprada a quem os mais sádicos, fazendo gala de uma lúcida demência para manter intacto seus agradáveis e confortáveis supostos acerca do funcionamento do mundo, evocam furtivamente a “culpa” da vítima; é a que tem o cidadão que apenas chega ao fim do dia e não sabe se amanhã conservará a sua vida; é a que sofrem todas as mães (e pais) que dependem da exígua caridade dos assaltantes e sequestradores de seus filhos. Falta de liberdade é a que amargam muitas famílias porque necessidades e desejos vitais para elas já não dependem de instituições que dão suporte a uma vida digna e segura. Falta de liberdade, enfim, é o que padece todo aquele que vive (ou sobrevive) com a permissão dos demais.[...] Não é fácil, não pode ser fácil viver em uma sociedade em que a ideia de liberdade e segurança parecem ter perdido todo sentido de valor, onde a forma como o governo tem tratado a (in) segurança pública oscila entre a farsa e a tragédia. Se buscamos a realidade, sejamos realistas: Sem segurança, a liberdade sempre estará em outra parte.
Este artigo procura ressaltar as dinâmicas existentes no acionamento e ressignificação de alguns dos elementos da memória social do país, tais como cordialidade e violência, no momento em que o Brasil se defronta com uma complexidade de questões que veem a reboque de sua inserção no circuito globalizado dos megaeventos.
UM OLHAR SISTÊMICO SOBRE A VIOLÊNCIA NO BRASIL, 2022
O plano de fundo deste livro é o grave quadro de violência no Brasil, que tem nos índices de letalidade intencional, especialmente nos homicídios, uma das suas principais representações e meios de avaliação. Oscila-se entre os números alarmantes de 40 e 60 mil homicídios anuais, em um país que não está em guerra contra qualquer outro. A gravidade da situação acentuou-se em progressão geométrica ao longo dos últimos vinte anos, a ponto de já ter o Brasil ostentado, segundo dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime – UNODC, a posição de país com maior número absoluto de homicídios.
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