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2020, Brazilian Journal of Political Economy
RESUMO Este artigo tem como objetivo analisar o capitalismo contemporâneo à luz da contribuição de Marx em O Capital. Para isso, na primeira parte são discutidos sua compreensão sobre o capital monetário, o capital portador de juros e o capital fictício, enfatizando os aspectos fetichizados e a autonomização que esses últimos conquistaram com relação à produção de mercadorias, isto é, de novo valor. Na segunda parte são analisados o volume assumido pelo capital fictício no capitalismo mundial e suas consequências para o interior das empresas e para a manutenção do emprego, entre outras. Entre suas conclusões aponta-se que essa relativa autonomização não constitui uma anomalia ou cancro. Ao contrário, é expressão do desenvolvimento lógico da forma capital, quando a ele não se colocam freios, dada a situação de recuo em que se encontram os trabalhadores no plano internacional.
This article seeks to provide a brief review of some of the considerations of Karl Marx about the money category. The first consideration comprises cash as a social institution capable of mediating human needs. The second is the expansion and the potentialities of credit, ie, the ability of money to turn into more money. Finally, the implications of a financial crisis resulting from globalization. Resumo: O presente artigo procura oferecer uma breve revisão de algumas das considerações de Karl Marx acerca da categoria dinheiro. A primeira consideração compreende o dinheiro como uma instituição social capaz de mediar as necessidades humanas. A segunda, trata da expansão e das potencialidades do crédito, ou seja, da capacidade do dinheiro em se transformar em mais dinheiro. Por fim, as implicações de uma crise financeira advindas da globalização.
O capitalismo, no período 1950-73, não só apresentou um grande dinamismo em termos de crescimento econômico como também foi capaz de elevar os salários reais e de reduzir os níveis de pobreza e de desigualdades sociais -por causa desses resultados, dentre outros, este período ficou conhecido como a Idade Dourada. No início da década de 1970 predominavam as expectativas de que o progresso econômico e social teria continuidade. As crises do sistema monetário internacional e do petróleo, que ocorreram no início da década, foram vistas inicialmente por muitos como tendo um caráter essencialmente conjuntural. No entanto, contrariando as expectativas iniciais, a década de 1970 acabou se caracterizando pela estagnação econômica, pela aceleração do processo inflacionário -ou seja, pela estagflação -, pela elevação das taxas de desemprego e pelo acirramento da luta de classes. Ao longo da década tornava-se cada vez mais evidente que a estagnação e a instabilidade do sistema econômico tinham um caráter estrutural e que, portanto, a ordem econômica internacional construída em Bretton Woods precisava ser reformada -ou então superada, quer pela expansão da democracia econômica 2 quer pela reversão ao liberalismo econômico. As propostas de reformas do sistema monetário internacional discutidas entre os governos dos países capitalistas avançados ao longo da década de 1970 partiam do princípio de que a estrutura básica do sistema de Bretton Woods deveria ser preservada. Em qualquer das alternativas, a reforma implicaria não só na perda de poder na esfera internacional por parte dos EUA, como na necessidade da adoção de medidas de ajuste de sua economia.
Germinal: Marxismo e Educação em Debate, 2021
A Revista Germinal, no segundo número de 2021, abre o debate sobre o “Marxismo e a questão ambiental” com a entrevista de Ademar Bogo. Instigante e provocativo, o convidado discute as relações entre ser humano e natureza em Marx; as contradições estruturais do capital, suas imbricações com a crise ambiental e a organização da classe trabalhadora; as revoluções socialistas do século XX e os impasses ambientais impostos pelo capitalismo; a ofensiva do agronegócio, o negacionismo, a ciência e os desafios à reprodução da vida humana na atualidade.
Praia Vermelha: revista de política e teoria social do programa de pós-graduação em Serviço Social da UFRJ, 2019
A atualidade de Marx está, certamente, no método interpretativo que ele nos legou, que não é um método contemplativo, mas sim um método que tem como objetivo a ação transformadora da realidade. Temos de nos lembrar aqui, que Marx diferenciou-se dos s o c i a l i st a s u t ó p i c o s j u st a m e n t e p o r fundamentar sua proposta política, o programa político da Liga dos Comunistas, não numa sociedade ideal a ser alcançada, mas sim numa análise científica da realidade que permitia detectar a dinâmica contraditória dessa sociedade, e dessa forma, quais as metas deveriam ser estabelecidas não para apenas sanar as contradições, mas para realizá-las, fazer com que os germes destruidores da ordem brotem e se desenvolvam, para então superá-la.
Há um paradoxo fundamental na tradição marxista. Por um lado, debruça-se de maneira analiticamente minuciosa sobre o desenvolvimento, a dinâmica e as contradições dos capitalismo. Marx mesmo apresenta uma teoria da impossibilidade histórica a longo prazo do capitalismo. Para ele, o capitalismo tende a se autodestruir, na medida em que enfraquece seus mecanismos de reprodução e alimenta a capacidade das forças sociais que o antagonizam. Na teoria marxiana, portanto, a trajetória capitalista está estruturalmente determinada e se coloca para o futuro um modo de produção alternativo. Mas, por outro lado, Marx e a tradição que funda não se preocuparam geralmente em teorizar a alternativa a ser construída, as condições de sua viabilidade. Em "Glosas marginais ao 'Tratado de Economia Política' de Adolph Wagner", de 1881, Marx diz explicitamente que nunca se dispôs a teorizar um "sistema socialista": "Segundo o senhor Wagner, a teoria do valor de Marx é 'a pedra angular de seu sistema socialista" (p. 45). Como eu nunca construí nenhum 'sistema socialista', trata-se, evidentemente, de uma fantasia dos Wagner, Schäffle e tutti quanti" . ! 2 !
Periferia, 2009
Há, sob a luz dos infortúnios do último marxismo do século XX, alguma esperança ou futuro para uma análise marxista? Se, por um lado, o marxismo foi claramente afetado pelo declínio do socialismo real, por outro, a emergência de um terceiro tipo histórico de capitalismo renova a importância de Marx ao livrá-lo da política econômica do capitalismo industrial. Is there, in the light of Marxism's late 20th Century misfortunes, any hope or future a Marxian analysis? If on the one hand Marxism has clearly been affected by the failure of really existing socialism, on the other, the emergence of a third historical type of capitalism renews the relevance of Marx by ridding him of the old political economy of industrial capitalism.
Em pauta, 2018
Com muita frequência é possível encontrar análises sobre a história europeia do séc. XX que não passam de justificações ideológicas do tempo presente, seja a partir de pressupostos a orbitar Washington ou premissas irradiadas desde Moscou, isso para não mencionar as teses pós-modernas ou neoconservadoras. Argumentamos nesse artigo que, para retomar a iniciativa e a luta pela autodeterminação dos trabalhadores e povos europeus, é preciso, também, uma nova escrita da história eu-ropeia recente. Nada disso é possível sem levar em conta a tradição inte-lectual e o movimento político que tem lugar a partir do legado de Karl Marx. Palavras-chave: Marx; Europa; história social; autodeterminação.
2021
Agradecimentos À CAPES, que me concedeu bolsa para o desenvolvimento dessa pesquisa. À Profa.Dra. Yara Frateschi, pela orientação paciente, por ter caminhado junto comigo desde o começo e com quem pude aprender que os dois pilares fundamentais da pesquisa em filosofia consiste, de um lado, no rigor analítico da leitura dos textos e, de outro, no pensamento vivo e orientado para os nossos dilemas contemporâneos. Certamente, sem suas conversas e estímulo intelectual este trabalho não teria sido possível. Aos Profs. Drs. Marcos Nobre e Rúrion Soares Melo que compuseram a banca de qualificação e cujas críticas e sugestões foram de grande valia para uma melhor formulação das ideias e elaboração final da dissertação. Devo um agradecimento especial ao Prof. Marcos Nobre, cujos cursos me iniciaram no estudo da Teoria Crítica e no pensamento de Jürgen Habermas. Minha dívida intelectual para com ele vai além dos limites do presente trabalho. Ao Prof. Dr. Alessandro Pinzani, pela imensa generosidade e pelas valiosas sugestões. O seu encorajamento foi extremamente importante para a conclusão deste trabalho. Aos Profs. Drs. Jean-François Kérvegan, Florian Nicodème e Stéphane Haber, pelo acolhimento intelectual em terras parisienses e pela orientação sembre aberta a um frutífero espaço de debate. Ao pessoal do Grupo de Filosofia Política do Departamento de Filosofia da Unicamp, coordenado pela Profa. Dra. Yara Frateschi, cujo espaço de interlocução foi bastante rico para a minha formação. A meus amigos, que de diferentes formas, me ajudaram e me estimularam a realizar este trabalho, agradeço, em especial, a
2021
Compilação comentada de menções à metáfora do vampiro capitalista na obra de Karl Marx e Friedrich Engels.
É inescapável: as formalidades convencionais aviltam as frases e automatizam os gestos, que ficam assim purgados dos conteúdos que deveriam animá-los. E se a experiência se expressa sob um padrão prédefinido, revela-se mero simulacro, sem significado substantivo. No entanto, nem sempre a vitória da forma é plena e definitiva, e por esse motivo é com sinceridade que agradeço ao meu orientador, o professor Ricardo Musse, cujas observações e sugestões, sempre perspicazes, foram decisivos para dar rumo à pesquisa e corpo ao texto. E uma menção especial deve ser feita à enorme paciência que demonstrou diante de minha desorganização, dos meus atrasos e dos meus "desaparecimentos". Não pretendo culpar ninguém pela falta de qualidade do trabalho ora apresentado, porém aproveito essas linhas para mencionar o papel decisivo que, além do Ricardo Musse, outros professores-como o professor Jorge Grespan, e particularmente o professor Eleutério Prado-, e diversos colegas desempenharam ao longo de minha trajetória universitária, particularmente no que tange aos meus estudos sobre o capitalismo, de uma perspectiva marxista. Seria impossível mencionar a todos e todas, que animaram conversas, cursos, seminários, e principalmente grupos de estudos, os quais, fora do "claustro", foram de longe os espaços mais importantes para minha formação teórica. Em relação aos agradecimentos, extrapolar esses limites, mencionando minha família, meus amigos e meus companheiros seria descabido e mesmo hipócrita, pois eles bem sabem que esta tese não é uma manifestação cabalística de minha existência, ou o ponto culminante de toda a minha trajetória de vida, como a "sessão de agradecimentos" normalmente dá a entender. O lugar que eles ocupam em minha vida é de outra ordem, escala e natureza, diante do qual esse trabalho se torna menos do que insignificante. Carol, as obras que me inspiram teórica e politicamente talvez fossem dignas de homenageá-la, mas não um texto como este. É por esse motivo que me resumo a registrar a alegria de tê-la como minha amada e companheira. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) financiou a presente investigação.
Este artigo tem por objetivos: 1) demonstrar como o lucro é formado no capitalismo; 2) demonstrar a tendência inexorável de queda da taxa de lucro do sistema capitalista mundial; 3) demonstrar que o sistema capitalista mundial chegará ao fim em meados do século XXI; 4) apresentar as ações neutralizadoras da tendência de queda da taxa de lucro no sistema capitalista mundial; 5) apresentar as consequências benéficas e maléficas da automação industrial sobre a taxa de lucro no capitalismo e sobre a sociedade; 6) apresentar o desempenho do sistema capitalista mundial no período recente; e, 7) analisar a financeirização do capital e de risco de debacle do sistema capitalista mundial.
This paper deals with five points o f contemporary capitalism dynamics: I) the form and operation for the world financiai market that functions 24 hours a day; 2) transformations in monetary relations, specifically the relation between money and power; 3) the influence o f the operation o f capital blocks over territories; 4) the exhaustion o f the limits o f surplus extraction by means ofwage labour exploitation, increasing degradation o f the conditions o f social cohesion, and fracturing the accumulation regime; 5) the new references that sustain and regulate the general equivalent, i.e. the foundation o f the equivalencies nominated in money. It ends by demanding a new global social contract, at national and international leveis.
BIB. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais, 2010
The purpose of this essay is to identify some ideas outlined by Marx in his 18th Brumaire of Louis Bonaparte that became fundamental for the development and establishment of the Marxist theory of the State between the years 1960-80. Although the importance of this work for the improvement of Marxist theory of the state has been largely recognized by many authors, there are no, if we are not mistaken, studies dedicated to systematically identifying the thematic links between Marx’s analysis and the works of social scientists and economists published during the second decade of the last century whose intention was to define once for all the “Marxist theory of the capitalist state.”
Num momento determinado de seu ambicioso projeto intelectual, Marx declarou a intenção de redigir um livro que abordasse o tema do Estado (Marx, 1965, Prefácio). Esse livro nunca foi escrito e tudo o que se pode dizer acerca desse assunto deve sê-lo a partir de passagens esparsas e notas fragmentadas, retiradas de ensaios diversos e desiguais, tanto na forma como no conteúdo (Châtelet et al., 1977). Por isso mesmo, a escassez de referências explícitas sobre a questão do Estado em geral e sobre o Estado capitalista em particular gerou um conjunto de interpretações que, apesar de "autorizadas" por certos textos de Marx (sejam os escritos sobre economia, sejam os textos sobre política europeia), foram elaboradas sobretudo para atender às intenções críticas (por exemplo, ou meramente apologéticas dos analistas. O objetivo deste ensaio é, partindo dessa constatação, identificar em O 18 Brumário de Luís Bonaparte algumas proposições gerais sobre a política que mais tarde se tornaram fundamentais noutra direção: para o desenvolvimento e a elaboração de uma teoria marxista do Estado. Apesar das notáveis diferenças encontradas na bibliografia dos "neomarxistas" acerca do entre outros), esses autores circulam em um campo teórico comum que já podemos encontrar esboçado naquela obra. O nosso interesse pelo livro de Marx está em reconstruir esses esboços, esses esquemas e suas sugestões de análise sobre o Estado e os processos políticos. Não nos deteremos assim na infinidade de detalhes factuais presentes no texto marxiano, a não ser quando isso for importante para o propósito deste artigo. Da mesma forma, não desejamos discutir as interpretações de Marx sobre a política francesa, nem saber se as informações históricas fornecidas por ele sobre a II República (1848-1852), e as explicações dos acontecimentos construídas a partir daí, estão ou não factualmente corretas. Ou seja: se correspondem ou não ao que a historiografia francesa descobriu nos últimos trinta ou quarenta anos. Este artigo está organizado assim: na primeira parte, pretendemos demonstrar que O 18 Brumário é, do ponto de vista do problema do Estado, uma obra importante não apenas para o desenvolvimento do marxismo posterior a Marx. Ela representa também um avanço qualitativo nas considerações do próprio Marx sobre o Estado capitalista, mesmo no ciclo de obras da maturidade. O livro marca uma
Resumo. O presente artigo tem como objetivo fazer uma breve análise das relações laborais no âmbito do capitalismo global. Nesse sentido, acreditamos que os efeitos da globalização têm incidindo nas atuais metamorfoses do mundo do trabalho que estão na ordem do dia. Essas mudanças nas relações laborais têm colocado mesmo diversos cientistas sociais à refletir sobre elas. Por um lado, é notória a constante heterogeinização, fragmentação e com-plexificação das relações laborais. Por outro lado, ocorreu uma mudança na organização do trabalho nas empresas e no Estado com o incremento da seg-mentação e da flexibilidade do mercado de trabalho, através da expansão da precariedade e da precarização. Consecutivamente, ocorreu em larga escala, a perda de direitos laborais e sociais. Palavras-chaves: Trabalho. Capitalismo. Relações laborais. THE MORPHOSYNTACTIC BETWEEN WORK AND CAPITAL IN XXI CENTURY Abstract. The following article moves toward a brief analysis of labor relations in the context of global capitalism. Accordingly to this, we believe that the effects of globalization have been focusing on current metamorphosis from the labor market which is at the present world agenda. These changes in
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