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2022, O nobel português: reflexões sobre a obra de José Saramago
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Abstract: A religious theme and intertextual relations with the Bible are unmarked gives literature by José Saramago, mainly not that it touches on the various novels produced by the writer. Understanding the Bible as a literary text, based on the field of study of Theopoetics and anchored in theoretical assumptions About intertextuality and parody, this study aims to present a critical reading of Cain (2009), against the background of the discussion about The gospel According to Jesus Christ (1991). Establishing a series of parodic relationships with Biblical narrative, these fictions by Saramago can be considered as an «anti-bible», a «Bible» narrated in reverse, profane and heretical. Keywords: José Saramago, theopoetics, Cain, Bible, anti-bible Resumo: A temática religiosa e as relações intertextuais com a Bíblia são marcas da literatura de José Saramago, principalmente no que toca aos diversos romances produzidos pelo escritor. Ao compreender a Bíblia como um texto literário, partindo do campo de estudo da Teopoética e ancorado em pressuposições teóricas sobre a intertextualidade e a paródia, este estudo visa apresentar uma leitura crítica de Caim (2009), tendo como pano de fundo discussões acerca de O evangelho segundo Jesus Cristo (1991). Estabelecendo uma série de relações paródicas com a narrativa bíblica, essas ficções de Saramago podem ser tidas como uma «antibíblia», uma «Bíblia» narrada às avessas, profana e herética. Palavras-chave: José Saramago, teopoética, Caim, Bíblia, antibíblia.
Cadernos Cespuc De Pesquisa Serie Ensaios, 2013
José Saramago firma-se como um dos mais representativos escritores da ficção portuguesa contemporânea, através de sua narrativa densa, em que nascem contínuas e múltiplas possibilidades de leitura. Num trabalho ficcional de grande ousadia, Saramago se propõe a fazer uma releitura da Bíblia, criando, desse modo, um novo evangelho, no qual, através da voz onisciente de um narrador, mantém como autor Jesus Cristo. Evangelho significa boa nova: O espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos, e a por em liberdade os algemados.
Teoliteraria, 2015
Resumo: O presente trabalho pretende compreender como a crítica saramaguiana contida em Caim pode contribuir para o diálogo entre cristianismo e ateísmo. Para tal intento é necessário seguir alguns passos. Sendo o primeiro percorrer mostrar a possível aproxi-mação entre teologia e literatura. No entanto, como a literatura do autor escolhido está marcada por seu ateísmo, também se impõe a tarefa de compreender como a teologia pode acolher as críticas ateístas. Já posteriormente à luz de um breve perfil biográfico percebe-se a sua paixão por questões concernentes a religião e que essa paixão transpassa seus textos. Contudo, não de maneira apaziguada, mas através de um questionamento de imagens de Deus cristalizadas e que ele põe abaixo através de uma reescritura do texto bíblico. Nesse sentido, pode-se dizer que Saramago faz uma a-teologia ou teologia às avessas, questionando certas imagens de Deus também no seu último romance escrito, a saber, Caim.
Confluenze. Rivista Di Studi Iberoamericani, 13 (1), 2021, 2021
Abstract: In this article, I propose to demonstrate a thesis that is both widely believed and yet unproven, namely that José Saramago was not optimistic about human nature(s) and the future. To prove this we have both his remarks on the subject as well as his literary writings. For the author of Folhas Políticas (Political Pages) (1999), contrary to what both the Marxist-Leninists and the more orthodox liberals and neoliberals advocate, the future will not necessarily bring good, neither the good that some say will arise from the inflexible laws of history, nor that which others claim will result from Providence (from God’s will) and / or from markets without state and international regulation. I will show that Saramago never defended the existence of predetermined and immutable laws of history, nor was he seduced by the so often announced definitive victory of good. Keywords: José Saramago; Marxism; socialism; neoliberalism; capitalism. Resumo: Neste artigo, proponho-me fundamentar uma tese tão divulgada quanto ainda não devidamente esclarecida: José Saramago não era otimista em relação à(s) natureza(s) humana(s) e ao devir da História, e a prová-lo temos tanto os seus depoimentos como a sua escrita literária. Para o autor de Folhas Políticas (1999), ao contrário do que preconizam tanto os marxistas-leninistas como os liberais e os neoliberais mais ortodoxos, algures no futuro não está necessariamente o bem: nem aquele bem que uns dizem decorrer das leis inflexíveis da História, nem aquele que outros afirmam resultar da Providência (da vontade de Deus) e/ou dos mercados sem regulação estatal e internacional. Pretendo evidenciar que Saramago nunca defendeu a existência de leis da História predeterminadas e imutáveis, nem se deixou seduzir pela vitória tantas vezes anunciada e definitiva do bem.
Confluenze: Rivista di Studi Iberoamericani, 2023
GRÜNHAGEN, Sara. “Sou também o Deus e o Diabo que lá estão”: a querela autor-narrador de Saramago. Confluenze: Rivista di Studi Iberoamericani, v. 15, n. 1, 2023. Dossier "Saramago: scrittore universale? 25 anni del premio Nobel per la letteratura di José Saramago", éd. Carlos Nogueira, Vincenzo Russo, Elisa Alberani. URL: https://confluenze.unibo.it/article/view/16566
Metamorfoses, 2021
O trabalho busca apresentar a formação do mito em O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago, a partir da figura do pastor/mendigo/Diabo. Para tanto, é desenvolvido o argumento de que os objetivos do narrador da obra literária divergem daqueles dos escritores dos evangelhos bíblicos, nos quais Saramago se inspira. Assim, propõe-se que as mensagens dos textos são antagônicas e que Saramago dissolve a dicotomia bíblica entre bem e mal, colocando o Diabo como uma figura mais presente e moderada do que Deus. Dessa forma, utilizam-se formulações teóricas de pensadores como Mircea Eliade, Joseph Campbell e Eliezer Meletinsky para concluir que o mito de Jesus Cristo não surge por sua relação com Deus, mas pela misteriosa presença do Diabo ao longo de sua vida, da concepção até sua morte.
Santa Barbara Portuguese Studies (Second Serries), 2020
This volume of the Santa Barbara Portuguese Studies was prepared by Burghard Baltrusch, Chair of the Cátedra Internacional José Saramago, at the University of Vigo, Spain, with the collaboration of Antía Monteagudo Alonso, doctoral candidate at the same Institution. We would like to thank them for having brought together this volume, an impressive collection of articles, offering refreshing and pathbreaking reflections on the Nobel Prize winner, José Saramago (1922-2010). June 18, 2020 marks ten years of his death. This volume was put together in his remembrance. Élide Valarini Oliver
Encontro Nacional De Professores De Letras E Artes, 2004
Quero em primeiro lugar agradecer o honroso convite que a coordenação deste colóquio, que para mim se conforma na figura de minha amiga Rita Maria de Abreu Maia, me fez para estar novamente em Campos dos Goytacases a fim de falar sobre o tema que há muito me interessa: A Literatura e a narrativa da História. Quero, em seguida, parabenizar os seus organizadores pela eleição do tema central que é o entendimento do literário como um signo em rotação, o que implica não apenas suas relações com outros sistemas de significação mas, também, uma necessária inquietude interna do próprio sistema da língua quando investida de um projeto que ultrapassa as convenções e limites do código que a enforma. Lembro Roland Barthes que diz que é escritor aquele para quem a linguagem se torna um problema, que experimenta sua espessura e não apenas sua instrumentalidade ou sua beleza. Ora, que se congregue um grupo de pesquisadores, professores e estudantes, para tratar de literatura, é sempre uma prova de crença não no sentido, mas nos sentidos que a arte, o pensamento e a reflexão, tão desacreditados pela falácia dos modelos globalizadores, podem ainda fazer para o nosso mundo. Em espaços como este, é sempre com imenso gosto que nos reunimos para falar de Literatura e estar em Literatura.Este é um estado que os espíritos radicalmente lógicos definem possivelmente como não utilitário, e que exige, para a sua própria sobrevivência no mundo prático, uma estranha sensação de estar seguidamente se autojustificando. A esta estranha exigência, ao autoritarismo desta surda imposição, retrucaríamos por um lado, fazendo eco a Guimarães Rosa, que a lógica é a prudência convertida em ciência, iluminando, deste modo, a vertente de fragilidade e de pequenez que esse termo privilegiado a lógica pode também paradoxalmente admitir. Por outro, tenderíamos a salientar que fazer literatura, ou filosofia ou arte em geral é possivelmente a forma mais segura de criar o solo fértil do pensamento para que, então, as obras da ciência e da técnica, para que a política e a economia, enfim, para que as produções humanas visivelmente utilitárias se possam inscrever em modelos éticos, de modo a agirem em nome do bem comum. Vivemos, por isso mesmo, num mundo carente de literatura. Mas cá estamos nós outra vez a nos justificar. Pediram-me que elegesse eu própria um escritor que me permitisse tratar do tema que me caberia e quase sem hesitação escolhi, no riquíssimo espectro da literatura portuguesa contemporânea o nome de José Saramago, um escritor que, nos moldes de uma palavra quase
Tinta-da-China, 2022
https://tintadachina.pt/produto/jose-saramago-a-literatura-e-o-mal/. Este ensaio pretende contribuir para a compreensão da problemática do mal quer em José Saramago, quer, a partir da sua escrita e do seu pensamento, na ação individual e na prática social e política (na vida ética): o mal substantivado na História em instituições como a Inquisição, a monarquia e outras formas de governo, e em poderes económicos como o do latifúndio alentejano anterior à Revolução de Abril e o dos mercados neoliberais; e o mal como princípio não acidental do humano, tão inscrito na nossa natureza como o bem e sempre em vias de se manifestar em múltiplas e (im)previsíveis formas. José Saramago não aceitava o princípio segundo o qual somos impotentes perante um sistema mundial inumano que estimula a desigualdade, a diferença e a desumanidade. Para o autor de Ensaio sobre a Cegueira, cada um de nós pode e deve ser um fator de construção de uma nova Humanidade, em vez de acatar, ou promover, as circunstâncias (socioculturais, políticas e biológicas) que nos condicionam. A solução, sempre provisória, insuficiente e relativa, para o mal do mundo está na (re)construção de cada um de nós e das instituições; reside nos valores morais voltados para o bem comum que cada pessoa e o coletivo sejam capazes de convocar e aplicar dia a dia, a cada momento. Se, individualmente e como sociedade, perscrutarmos o passado em busca de memórias vivas para o presente e o futuro, estaremos menos propensos a viver num «universo maléfico, inimigo do homem» (Eduardo Lourenço).
Já que muitos empreenderam compor uma narração dos factos que entre nós se consumaram, como no-los transmitiram os que desde o princípio foram testemunhas oculares e se tornaram servidores da Palavra, resolvi eu também, depois de tudo ter investigado cuidadosamente desde a origem, expor-tos por escrito e pela sua ordem, ilustre Teófilo, a fim de que reconheças a solidez da doutrina em que foste instruído. LUCAS, 1, 1-4 Quod scripsi, scripsi. PILATOS O sol mostra-se num dos cantos superiores do rectângulo, o que se encontra à esquerda de quem olha, representando, o astro-rei, uma cabeça de homem donde jorram raios de aguda luz e sinuosas labaredas, tal uma rosa-dos-ventos indecisa sobre a direcção dos lugares para onde quer apontar, e essa cabeça tem um rosto que chora, crispado de uma dor que não remite, lançando pela boca aberta um grito que não poderemos ouvir, pois nenhuma destas coisas é real, o que temos diante de nós é papel e tinta, mais nada. Por baixo do sol vemos um homem nu atado a um tronco de árvore, cingidos os rins por um pano que lhe cobre as partes a que chamamos pudendas ou vergonhosas, e os pés tem-nos assentes no que resta de um ramo lateral cortado, porém, por maior firmeza, para que não resvalem desse suporte natural, dois pregos os mantêm, cravados fundo. Pela expressão da cara, que é de inspirado sofrimento, e pela direcção do olhar, erguido para o alto, deve de ser o Bom Ladrão. O cabelo, todo aos caracóis, é outro indício que não engana, sabendo-se que anjos e arcanjos assim o usam, e o criminoso arrependido, pelas mostras, já está no caminho de ascender ao mundo das celestiais criaturas. Não será possível averiguar se este tronco ainda é uma árvore, apenas adaptada, por mutilação selectiva,
O Apocalipse Siríaco de Daniel (Syr Apoc Dan), um apocalipse cristão do séc. VII E.C, é claramente tributário ao livro canônico de Daniel (Dn). Por sua vez, Dn forneceu a figura de um oponente escatológico que foi ressignificada no cristianismo: o Anticristo. As dimensões cósmicas do caráter malévolo do tirano opressor de Dn -a sua arrogância contra os deuses, a abominação da desolação, as conquistas militares e as perseguições aos santos, a mudança da ordem cósmica, o tempo do reinado e a morte do tirano -são consideradas neste trabalho em comparação ao Anticristo do Syr Apoc Dan.
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Indalécio Robson Paulo Pereira Alves da Rocha, 2013
Dicionário de personagens da ficção portuguesa, 2024
I Cátedra Internacional José Saramago da Universidade de Vigo, 2024
Deuses em poéticas: estudos de literatura e teologia, 2008
e-Letras com Vida — Revista de Estudos Globais: Humanidades, Ciências e Artes, 2022
History of Education & Children’s Literature, 2021
Diálogos com a Literatura Portuguesa III, 2024
Comunicação & Informação, 2016
Colóquio/Letras, 2022
Revista de Letras Norte@mentos
Universitat Autonoma de Barcelona, 2021
Travessias pela literatura portuguesa: estudos críticos de Saramago a Vieira, 2013
Confluenze: Rivista di Studi Iberoamericani , 2023