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Sobre representações linguísticas

1997

Abstract

Podia fazer hoje os mesmos comentrios que fiz num artigo publicado no n.3 da Revista da Faculdade, em 1989, em que comecei citando um ttulo de Jackendoff (1988)-"Why are they saying these things about us?". Ento como agora a incompreenso manifestada por muitos sobre o trabalho desenvolvido em gramtica generativa resulta, creio eu, da impossibilidade de acompanhar os avanos teri cos que se tm vindo a processar a um ritmo acelerado. Os sucessivos modelos introduziram uma linguagem sofisticada s compreensvel para os que com ela trabalham. Nos ltimos anos, poucos meses de afastamento podem ser suficientes para que surjam srias dificuldades no entendimento de hipteses tericas novas. E ns, os que aqui esta mos interessados na teoria lingustica, com esforo que seguimos o que vai acontecendo l fora, dadas as muitas dificuldades que ainda temos nesta extremidade da Europa. Por curiosidade, recordo que, enquanto no incio do sculo XIII, em Inglaterra, Roger Bacon (Somerset, 1214?-Oxford, 1294) reflectia sobre gramtica considerando que "Grammar is substantially the same in ali languages, even though it may vary accidentally", aqui, pela mesma altura (1214?), algum escrevia o que se julga ser o mais anti go texto em portugusa Notcia de Torto-, um relato terrvel de acontecimentos violentos: "E ora in ista trgua furua Veraciama-zaru~li os omeess ermaru~li X casaes seu torto ai rec." Afinal, s decorridos seis sculos (no sculo XIX) surge em Por tugal, com Soares Barbosa, a primeira reflexo gramatical terica.