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2021, Pequenas Cidades no Tempo.
2.2. A observação de sistemas socio-ecológicos através dos testemunhos materiais Paisajes superpuestos. El impacto de la conquista islámica en Madīnat-Sālim, una pequeña ciudad de la Marca Media.
UbiMuseum - Revista online do Museu de Lanifícios da Inuversidade da Beira Interior, 2014
O tema geral deste texto aborda a relação entre cidade e montanha. Após uma contextualização sobre a importância dos Alpes na cultura ocidental, o enfoque é colocado na evolução da relação montanha/cidade, desde a descoberta da montanha como paisagem, destacando-se o papel paradigmático dos aglomerados alpinos no âmbito da história das cidades de montanha europeias. Segue-se uma breve aproximação às dinâmicas actualmente associadas às cidades alpinas, incidindo-se na relação urbano/natureza. Finalmente, com base nos temas abordados, esboça-se um comentário sobre um possível caminho para o desenvolvimento sustentável da Covilhã ancorado no potencial do meio natural e do património industrial.
O Municipalismo na Covilhã medieval Das Origens Romanas à Atribuição do Primeiro Senhorio, 2020
O estudo da Covilhã mereceu, no último quartel do século XX, um interesse especial por parte de inúmeros amantes da história. Nesta abordagem, embora bebendo nos ensinamentos dos anteriores monografistas, pretendo uma abordagem diferente da maioria dos historiadores, que reportam a origem da Covilhã a factos lendários como a lenda da Florinda e do Conde Julião ou à cidade fundada por Sílios em 41 a.C.
1 -Nos tempos medievais nem as cidades nem os seus habitantes constituíam estruturas estáticas. As cidades, primeiramente, porque espaços que se expandiam pela topografia do lugar, crescendo o seu casario, multiplicando-se os fiéis e as igrejas paroquiais, estendendo-se as suas muralhas a novos circuitos ou aumentando o espaço de habitação fora de muros, alargando-se os bairros de mesteirais pelas imediações da cidade encastelada, na procura dos veios de água ou de outras condições naturais que lhes permitissem a força motriz para movimentar azenhas e moinhos, pisões e engenhos, ou o escoamento dos resquícios poluentes provocados pelas respectivas actividades profissionais. Os homens, seguidamente, porque chamados ao dinamismo da vida social e económica do meio em que residiam, dedicados, uns, ao trabalho manual, ao comércio, mesmo a actividades de carácter mais agrário que faziam, naturalmente, parte da paisagem e do labor citadinos, outros, ainda, ao exercício e controle da administração pública local, garantindo privilégios, direitos e regalias, aplicando leis e fazendo justiça consoante os foros e costumes aplicáveis 1 . Cidades antigas ou urbes novas, fortificadas ou abertas, por todas elas circulavam pessoas, a todas se acolhiam viajantes e por todas passavam os senhores da guerra, cruzados ou mercenários, ou os homens vilãos, homens de paz dedicados ao trabalho manual, ao comércio ou mesmo a profissões de foro mais liberal. Nas cidades medievas, igualmente, se cruzavam numerosos peregrinos, lembrando que a vida religiosa, a espiritualidade, a Fé eram factores de importância maior no quotidiano do Homem. Na dinâmica que caracterizava as urbes peninsulares dos séculos medievais, as cidades de Coimbra, sede episcopal que se podia ufanar dos seus pergaminhos ancestrais como centro de enraizamento do Cristianismo no território centro-ocidental da Ibéria, e de Compostela, mais recente do que aquela, posto que rapidamente afirmada como pólo espiritual vocacionado para centralizar a Cristandade ocidental, desempenharam vocações diferenciadas, marcadas pela distância geográfica, como se sabe, mas aproximadas pelos homens e pelos contactos interrelacionais que estes souberam e necessitaram de desenvolver. Foi já assinalada a importância, por exemplo, que os modelos de edificação arquitectónica de aparato seguidos em ambiente compostolense adquiririam noutras cidades vizinhas, especialmente em urbes com a dignidade episcopal, onde se detectam opções de imitação (tanto quanto 1 A bibliografia sobre as cidades medievais portuguesas é já muito abundante. Remetemos, apenas, para a síntese proposta em Nova História de Portugal. (Dir. A. H. Oliveira Marques e Joel Serrão),Vol. III. Portugal em Definição de Fronteiras. Do Condado Portucalense à Crise do Século XIV, (Coord. Maria Helena da Cruz Coelho c Armando Luís de Carvalho Homem), Lisboa, Presença, 1996, pp. 386-400. Saul António Gomes de eventual concorrência...) do modelo construtivo jacobeu 2 . Em Portugal, decerto, não poderiam as cidades episcopais deixar de se sentirem motivadas pelo exemplo e protagonismo compostolenses. De Braga, como se sabe, poderemos escrever que a política episcopal seguida em ordem a afirmá-la como um outro centro cristão possuidor de relíquias de exemplares mártires e bons santos, cedo sofreria rudes golpes pela oposição e acção depredatória do arcebispo compostelano. De Coimbra, no entanto, ainda que com maior discrição, poderemos escrever que os seus bispos (destacando-se, entre eles, D. Miguel Pais Salomão, no episcopado coimbrão nos anos de 1159 e 1162-1176) e demais colégio sacerdotal, especialmente depois da entronização de D. Afonso Henriques, não deixaram também de procurar enriquecer a sede catedralícia, como outros institutos religiosos, mormente os Mosteiros desta cidade, com interessantes espécimes de relíquias recolhidas em certamente aparatosos e impressivos relicários. De Lisboa, cumpre sublinhar a importância e a tradição local do culto dos santos mártires hispânicos, afirmando-se sobre todos o caso de S. Vicente 3 . Estas cidades episcopais, como outras no território português, contudo, manteriam, no fenómeno da devoção jacobeia, um papel transitório, mais de espaços de passagem e acolhimento de curta duração do que de pólos de recepção e permanência de peregrinos e devotos caminhantes. Não deixariam, contudo, de se afirmar, também elas, como espaços de oferta devocional merecedores das visitas, das orações e das esmolas dos fiés 4 . 2 Manuel Luís REAL, "O projecto da Catedral de Braga, nos finais do século XI, e as origens do românico português", Congresso Internacional: IX Centenário da Dedicação da Sé de Braga -Actas, Braga, 1990, Vol. I, pp. 435-489. 3 Cf. Aires A. NASCIMENTO e Saul António GOMES, 5. Vicente de Lisboa e seus milagres medievais, Lisboa, Didaskalia, 1988. 4 Seja-nos permitido remeter, sobre estes temas, para as páginas que publicámos com o título! "A Religião dos clérigos: vivências espirituais, elaboração doutrinal e transmissão cultural". História Religiosa de Portuga]. Vol. I, Formação e Limites da Coimbra e Santiago de Compostela Saul António Gomes 2 -As relações entre Coimbra e Santiago de Compostela remontam à mais recuada Idade Média. No estado actual dos conhecimentos históricos sobre este assunto, podemos escrever que, na região coimbrã, se venerou desde muito cedo o Apóstolo S. Tiago Maior. Na base dessa devoção, para além das próprias tradições cultuais hispano-cristãs conimbricenses 5 , poderá estar a política régia de D. Afonso III, de Oviedo, devidamente sintonizada, decerto, com objectivos religiosos caros à pastoral do episcopado norte-hispânico desse tempo, de promoção do Santuário Compostolense por toda a Hispania cristã. Deveremos considerar, também, o especial interesse que Afonso III, o Magno, colocou na edificação do grande Santuário galego, especialmente a partir de finais do século IX, prova, de forma inquestionável, a importância que o culto a S. Tiago Maior revestia no conspecto devocional desse mesmo monarca e de toda a sua corte. À intercessão de S. Tiago atribuía Afonso III as muitas vitórias que obtivera sobre o poderio sarraceno, nomeadamente as conquistas de cidades como Braga, Porto. Idanha, Viseu e Coimbra. Pela posse vitoriosa desta, aliás, combateria o conde Hermenegildo Mendes em nome deste monarca, em 878, permanecendo Coimbra sob domínio cristão até 987 6 . Aceitar-se-á, deste modo, que Afonso III tenha desejado propalar o culto jacobeu por terras mondeguinas, posto que nelas haja encontrado comunidades de moçára-Cristandade (Dir. Carlos Moreira Azevedo), Lisboa, Círculo de Leitores, 2000, pp. 339--421, maxime 388-391. 5
Iº Colóquio da Rede In_Scit: "Pequenas Cidades: um objeto de estudo coerente?", 2021
2.2. A observação de sistemas socio-ecológicos através dos testemunhos materiais Paisajes superpuestos. El impacto de la conquista islámica en Madīnat-Sālim, una pequeña ciudad de la Marca Media.
Revista Olho d’Água, 2022
O cronista quinhentista Diogo do Couto (1542-1616) é recordado na história lusitana como um denunciador da corrupção e dos problemas político-administrativos na Índia portuguesa. Camilo Castelo Branco (1825-1890) também é conhecido por seu tom crítico e desconstrutivo de mitos históricos, tanto em seus romances, quanto em seus textos historiográficos. Assim, encontramos na crítica camiliana sugestões de aproximação de seus posicionamentos às denúncias de Couto, mais de dois séculos anterior. Este trabalho tem por objetivo refletir sobre o quanto dos posicionamentos camilianos expressos em seus textos são coincidentes com as críticas encontradas em Couto. Para tanto, nosso foco analítico estará mormente nas obras O Soldado Prático, de Couto, e O Senhor do Paço de Ninães, de Camilo.
2016
UID/SOC/04647/2013Estado de Santa Catarina no Brasil, com área geográfica equivalente a Portugal, implementou em 2003 um novo modelo governamental adotando a descentralização do poder, a regionalização do desenvolvimento e a municipalização das ações. Após dez anos da sua implementação vem ocorrendo a fragilização da democracia participativa em função dos recortes territoriais adotados serem fragmentados e não coincidentes. Este artigo se propõe demonstrar a descentralização espacial da administração pública na região Oeste do Estado a partir da implementação das Secretarias de Estado de Desenvolvimento Regional, em número de dezasseis na área de abrangência da pesquisa, fazendo um comparativo com as políticas públicas adotadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, verificando os desencontros regionais e os conflitos decorrentes no processo de desenvolvimento regional. A área de abrangência da pesquisa é a correspondente a Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul, situada no oeste do ...
2008
No século XXI ser literato implica estar formado para ser consumidor crítico e produtor reflexivo de mensagens média. Todos os que não desenvolverem estas competências podem tornar-se info-excluídos e/ou socio-excluídos. A Educação para os Média é por isso uma parte fundamental da Educação para a Cidadania. Esta comunicação apresenta um projecto aprovado pela Fundação Portuguesa para a Ciência e a Tecnologia, de Portugal, sobre a Educação para os Média na região de Castelo Branco, região fronteiriça, interior e desfavorecida de Portugal. O seu objectivo é contribuir para o desenvolvimento de competências a nível da recepção e da produção de mensagens média, pelos jovens do 2º e 3º Ciclos, tendo como base jornais escolares em formato papel e online.
Monumentos, 2010
Conjugando uma série de genealogias ideológicas, formais e metodológicas Vila Real de Santo António foi a concretização de uma cidade ideal, utópica. Tem assim excepcional valor e vasta inserção culturais, que potenciam o accionamento de redes vocacionadas para a salvaguarda, divulgação e desenvolvimento integrados e racionais dos seus património e comunidades. Neste texto pretendo estimular e contribuir para a reflexão sobre essas potencialidades. (Também publicado na coletânea Fomos condenados à cidade: uma década de estudos sobre património urbanístico. Coimbra: Imprensa da Universidade. 2015)
Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, 2008
O artigo relata pesquisa empírica sobre a ocupação territorial de municípios do Vale do Paraíba Sul-fluminense, nos séculos XVIII e XIX, inferindo que houve um ordenamento territorial, disciplinado pela doação de sesmarias, que deram origem à abertura de estradas e instalação de freguesias e de estruturas de posse e ordenamento da vida social. Essas ocupações formaram um processo de urbanização na província fluminense pelo elo entre região e projetos de colonização.
Seminario Internacional de Investigación en Urbanismo
O presente artigo visa compreender a relação entre a cidade e o porto de Capuaba, localizado no bairro de Paul, cidade de Vila Velha, Espírito Santo, partindo da observação de como o processo de globalização e modernização do sistema portuário transformou essa integração. Dessa forma, para alcançar o entendimento vislumbrado, foi realizada uma pesquisa bibliográfica através de artigos referentes ao tema Cidade Portuária, assim como, uma visita técnica ao bairro em questão, no período vespertino, na data de 18 de Outubro do ano de 2019, onde, buscou-se observar o perímetro urbano ao entorno do complexo portuário de Capuaba. Como resultado, a presente pesquisa conclui que apesar do desenvolvimento das tecnologias e do processo de globalização que impactou o crescimento e modificações no sistema portuário, o Porto de Capuaba não pode ser considerado integrado ao seu entorno urbano local.
No contexto actual, caracterizado pela crescente globalização e pela evolução contínua das necessidades e dos desejos dos indivíduos, as cidades enfrentam novos desafios, tornando-se crucial assegurar a promoção e valorização das cidades. Neste âmbito o marketing desempenha um papel chave na identificação das necessidades, desejos e interesses dos diferentes públicos da cidade, bem como, na procura efectiva da sua satisfação e preservação do seu bem estar, em particular e da sociedade em geral. Para o efeito utilizam-se conceitos e ferramentas de marketing com um enfoque similar ao das empresas. Este artigo visa o estudo da identidade das cidades apresentando uma proposta de modelo conceptual e aplicando o modelo de estudo da identidade das cidades ao caso concreto da cidade da Covilhã. Este estudo evidencia as contribuições que o marketing poderá aportar no que diz respeito ao desenvolvimento das cidades, dando especial ênfase à identidade das cidades.
O ensaio apresenta os desdobramentos de uma pesquisa de investigação de ocupações de espaços públicos no subúrbio do Rio de Janeiro, com o objetivo de refletir sobre o papel do arquiteto urbanista no processo de transformação das cidades. Apresenta uma análise do espaço através da experiência cotidiana daqueles que o vivenciam a fim de discutir novas perspectivas de proposição ao fazer urbano. Publicado na Revista de Administração Municipal (RAM) nº 290/2017
História e Memórias de Calvelhe, 2019
Breve súmula histórico-arqueológica sobre os povoados fortificados existentes no atual território da Freguesia de Calvelhe, Bragança.
Terra Brasilis, 2013
Historiografia da história da geografia As cidades do Prata Apontamentos para análise de Formação Territorial e Urbana do Extremo Sul do Brasil Las ciudades del Plata: notas para el análisis de la formación territorial y urbana del extremo sur de Brasil Les villes du Prata: notes pour l'analyse de la formation territoriale et urbaine du extrême sud du Brésil The cities of the Plata: notes for analysis of territorial and urban formation of the far southern Brazil
Cidade Ocupada, 2014
Este trabalho discute as ocupações urbanas Dandara, Eliana Silva e Emanuel Guarani Kaiowá ocorridas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) entre os anos de 2009 e 2013. Serão apresentados os movimentos sociais envolvidos com essas ações políticas, os moradores das ocupações, as instituições, a sociedade, as questões da desigualdade social e a atuação dos profissionais da arquitetura e urbanismo. As ocupações a serem analisadas e comparadas não são frutos de ações espontâneas da população, mas sim atos organizados por movimentos sociais que trabalham com perspectivas políticas vinculadas às teorias marxistas. Os moradores dessas ocupações são representantes da ralé estrutural e durante as ocupações manifestam disposições advindas de sua trajetória social. Existe no Brasil o ideário de ser esta uma sociedade desigual e sem conflitos, as instituições e a sociedade brasileira tem como prática criminalizar e neutralizar as manifestações contrárias a esse ideário sendo as ocupações urbanas uma dentre essas manifestações sociais. Nesta dissertação serão analisados como os meios institucionalizados e a sociedade da RMBH se comportam frente a um conflito como são as ocupações urbanas. Finalmente será apresentada e analisada a atuação dos profissionais de arquitetura e urbanismo dentro dos contexto das ocupações urbanas demonstrando as sua contradições enquanto um campo do comhecimento marcado por práticas heterônomas.
GeoInova, 10, 2004
Os grandes eventos internacionais como as Expos, os Jogos Olímpicos e, agora também os Fóruns, afirmam-se cada vez mais como importantes catalisadores de renovação urbana. Na oportunidade da sua realização surgem grandes projectos infraestruturais e urbanísticos, que ambicionam converter ter-ritórios marginais à cidade em novas centralidades multifuncionais e com eleva-dos padrões de qualidade de vida e ambiental. Este artigo explora a oportunidade de renovação que as cidades de Barce-lona e Lisboa tiveram para que, através de três eventos internacionais como os Jogos Olímpicos (Barcelona92), a Expo98 (Lisboa) e o Fórum Barcelona 2004, recuperassem espaços tidos como marginais até então. A comparação de três eventos internacionais de natureza tão diferente per-mite confirmar que, independentemente dos seus objectivos mais imediatos, eles são a ocasião ideal para acrescentar novos fragmentos de cidade ao território das metrópoles, de acordo com um novo conceito de conceber, construir e habitar o espaço. Assiste-se então à fragmentação das cidades e das sociedades, à valo-rização da dimensão estética e simbólica dos espaços, à composição de identida-des com base em estilos de vida e padrões de consumo cultural. Os três projectos urbanos aqui em análise permitem estabelecer importantes correspondências nesta nova forma de fazer cidade, num tempo dito de pós-modernidade.
Resumo Existe na cidade da Covilhã um vasto património industrial que após os anos áureos da indústria regional foi sendo desactivado. Muitos destes edifícios acabaram abandonados, tornando-se alvo de factores de deterioração externos que levaram a que exista hoje um enorme património edificado em avançado estado de degradação. Em caminho inverso surge a Universidade da Beira Interior, assumindo um importante papel na reabilitação e reconversão de uma vasta área destes edifícios, sendo simultaneamente responsável pela recuperação da identidade da cidade, numa política de preservação da memória colectiva. Atendendo à homogeneização que se tem vindo a verificar nas transformações sociais da cidade, apresenta-se um caso de estudo, elaborado com o objectivo de dar continuidade à metamorfose iniciada pela via académica, à qual se segue a materialização e o empreendedorismo pós-formação, proporcionando e incentivando novas vias para o desenvolvimento da economia local, ao mesmo tempo que se reabilitam os preceitos do desenho urbano.
Estudos Avançados, 2014
PERIFERIAS URBANAS O CHÃO DOS CATADORES NO URBANO PERIFÉRICO HUMANITAS, 2013 O livro PERIFERIAS URBANAS -O CHÃO DOS CATADORES NO URBANO PERIFÉRICO resulta da edição em livro da tese de doutorado de Rosalina Burgos -aprovada com distinção e louvor (2009), e premiada pela CAPES (2010) 1 .
No âmbito da unidade curricular Cidade e Centro Histórico do mestrado em Património Cultural da Universidade, decidimos abordar o centro histórico da cidade de Braga, quer por uma questão de proximidade geográfica e social, quer pela riqueza e diversidade histórica e arquitetónica da mesma devido ao longo período de ocupação urbana e ao facto de o seu desenvolvimento ter sido lento. Para tal, recorremos a fontes diversificadas, tais como as fontes arqueológicas que chegaram até nós nos dias de hoje, fontes iconográficas e cartográficas existentes, fontes escritas histórico- documentais (livros e publicações académicas) e o próprio edificado e ordenamento urbano atual. Tentámos abordar todas as áreas do saber que estão intrinsecamente ligadas à história das cidades, interligando a antropologia, a sociologia e a geografia com a arqueologia, a arquitetura, a história da arte, o urbanismo e até o direito e a economia. Como as variáveis que influenciam o desenvolvimento de uma cidade (ou a falta dele) são inúmeras, as cidades nunca são iguais. Mas há um fator em que são semelhantes: as cidades são lugares onde se concentram elites e onde aqueles que as servem também moram. No nosso caso de estudo, a Igreja, os arcebispos, os cónegos, influenciaram marcadamente o desenvolvimento da cidade. Por outro lado, praticamente todas as cidades históricas europeias, excetuando as de génese industrial, passaram por 4 períodos preponderantes no seu desenvolvimento: a cidade romana, a cidade medieval, a cidade moderna e a cidade contemporânea. Isto faz das cidades históricas, e também da cidade de Braga, um complexo «palimpsesto repleto de marcas físicas que foram sendo inscritas no plano da cidade ao longo da sua ancestral história ocupacional».2 Mas a noção de cidade foi-se alterando ao longo dos tempos. Na antiguidade grega, Aristóteles definiu a pólis como sendo o Estado e vice-versa. No período medieval, Afonso X, no século XIII, considera que uma cidade só o é se existerem muralhas a defendê-la. Na Europa renascentista começam a circular tratados de urbanismo, em busca de uma cidade racional, baseados essencialmente no de Vitrúvio, da Roma Clássica, que favoreciam uma cidade organizada segundo uma grelha ortogonal com uma praça central onde os edifícios mais importantes podiam ser encontrados (Portocarrero, 2010: 16). Cantillon, no século XVIII, definiu a cidade barroca como a residência senhorial, consumista e luxuosa (Chueca, Goitia, 1996). Os centros históricos são, ainda hoje, centros polarizadores de diferentes dinâmicas sociais e estão repletos de edifícios emblemáticos dos quais os seus habitantes se orgulham de preservar. A importância da preservação e revitalização dos centros históricos foi reconhecida em vários documentos internacionais, dos quais destacamos a Recomendação de Nairobi. Nela é determinado e aconselhado, que a conservação destes autênticos testemunhos culturais devem fazer parte das prioridades dos governos e cidadãos. Falar de Braga não é falar de uma cidade mas sim de várias, tantas foram elas que ocuparam esta geografia. Daí o título que escolhemos para este trabalho: Braga é uma polipólis, no sentido em que albergou várias cidades. Abordámos as fases que mais marcaram a história e o desenho urbano da cidade, começando pelos bracari, passando pela Bracara Augusta, a Braga medieval, a Braga Barroca e o surto demográfico do século XX.
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