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Estudos Ibero-Americanos
Este texto foi pronunciado como Conferência de Encerramento do XIX Congresso Internacional da AHILA, realizado em Paris, em agosto de 2021, por via remota. Ele faz uma reflexão sobre a trajetória do conceito de populismo, tendo os debates historiográficos ocorridos no Brasil, especialmente a partir dos anos 1970, como base. A posição crítica da autora, assinalada em trabalhos anteriores, é retomada sob o estímulo de se pensar os chamados neopopulismos, no caso do Brasil, o do desgoverno Bolsonaro. Defende-se que, se como conceito, o populismo não é teórica ou empiricamente sustentável, como categoria de acusação tem e terá largo trânsito.
O objetivo deste artigo é traçar as origens do uso do termo “populismo” no interior do marxismo latino-americano. Para tanto, retomarei três polêmicas ocorridas no final da década de 1920: entre o cubano Julio Antonio Mella e o peruano Victor Raul Haya de La Torre; entre Haya e o também peruano José Carlos Mariátegui, e entre este último e os representantes da Internacional Comunista (IC) na região. Ao examinar os usos do “populismo” nessas contendas, procurarei demonstrar como, de modo análogo ao que ocorrera nas controvérsias entre os revolucionários russos em fins do século XIX, o vocábulo foi empregado para estigmatizar correntes políticas ou autores que propugnavam a necessidade de um caminho próprio para a revolução no subcontinente, escapando aos limites da ortodoxia da IC. Tal uso do termo ganha sentido no bojo da divisão entre comunistas e nacionalistas, de grande duração na esquerda latino-americana.
Resumo: Neste artigo iremos abordar, mesmo que de forma concisa, o fenômeno do populismo na perspectiva de alguns historiadores e cientistas sociais, uma vez que o debate sobre os usos e abusos do conceito de populismoseja para compreender e explicar a vida política brasileira ou latino-americanaainda parece ocupar um papel relevante na comunidade acadêmica. Portanto, nossa proposta será discutir a contribuição de alguns pesquisadores no trato da temática do populismo. À luz da literatura concernente ao tema, nosso ponto de partida reside numa pergunta aparentemente simples, embora não isenta de controvérsias teóricas: é possível trabalharmos o fenômeno "populismo" enquanto conceito e/ou categoria de análise?
2010
Este texto é fruto de um traba-lho conjunto de alunos e professor na disciplina monográfica sobre GRAMSCI, realizada por este curso de pós-graduação. Seu objeto imediato se resumiria na constatação da existên-cia ou não de um processo de constru-ção de um poder hegemônico a partir da sociedade civil brasileira, no pe-ríodo populista de 1945-64.
Media & jornalismo, 2022
Distintos na liderança política, Donald Trump e Jair Bolsonaro se aproximam em um discurso populista. Este, quase como senso comum, trata de lideranças que defendem os interesses do povo e com uma disputa político-discursiva, colocando pessoas contra elites ou instituições. A migração das demandas do governo para as esferas privadas envolve o processo de despolitização e os discursos populistas despolitizam o debate público, naturalizando problemas sociais e isentando a responsabilidade da esfera pública. Nessa discussão, investigamos o processo de despolitização na retórica populista e os valores acionados. Analisamos as comunicações de Trump e Bolsonaro no Twitter, durante os períodos eleitorais. Realizamos uma análise qualitativa interpretativa para aferir sobre como a retórica populista e nacionalista aparecem nos discursos de ambos e como isso influenciar a despolitização do debate público. Palavras-chave despolitização, populismo, Donald Trump, Jair Bolsonaro, análise qualitativa interpretativa
Revista Novos Rumos
Este artigo visa discutir o populismo sob o viés da afirmação e conquista de direitos da classe trabalhadora, em desacordo com determinados estudos que ressaltam a manipulação e as insuficiências das lutas sociais no período em que o populismo clássico esteve em cena. Para isso, desenvolvo uma reflexão centrada no caso argentino, objetivando entendê-lo na sua complexidade e nos seus desdobramentos posteriores. Interessa-me destacar o caráter orgânico popular dos movimentos que foram, e ainda são pensados em torno dessa chave conceitual. Quando possível, intento comparações com a realidade brasileira.
Exilium, 2021
Resumo: A deslegitimação é, sem dúvida, uma constante do conflito político. Essa categoria permite ler, de modo unitário, as múltiplas fisionomias assumidas pelo fenômeno do populismo. Não esgota, contudo, o complexo teórico da democracia. É verdade que o populismo representa hoje uma das almas da democracia-é o que o autor chama de "síndrome populista", mas não a identifica completamente (como sustentou, por exemplo, Ernesto Laclau). É por isso mesmo que a recuperação da democracia não passa pelo léxico da deslegitimação, mas pelo da autoridade. O renascimento do político não passa necessariamente pelo populismo.
Em Tese, 2021
Resenha do livro do Fascismo ao Populismo na História de Federico Finchelstein
Media & jornalismo, 2022
Resumo O uso das redes digitais para a profusão de mensagens populistas tem repercutido de forma importante na comunicação política e a argumentação tem um papel central nesta estratégia. A partir de 2015, o Movimento Brasil Livre se estabeleceu como um dos principais representantes da nova direita do país, sobretudo, pelo sucesso das publicações nas redes sociais. Para investigar como o movimento se comunica na internet, o trabalho faz uma análise argumentativa dos vídeos do MBL no YouTube que tratam sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal que impedia a prisão após decisão judicial em segunda instância e a reforma da previdência. A análise classifica os elementos argumentativos em populistas ou tecnocratas de acordo com o conceito de estilo político proposto por Benjamin Moffitt e identifica que o MBL compõe os elementos argumentativos como forma de dramatizar e polarizar a performance comunicativa para envolver e convencer a audiência.
Media & Jornalismo
Partidos populistas têm obtido sucesso eleitoral na Europa ultrapassando parti- dos que dominaram o sistema partidário nas últimas décadas. As explicações para o sucesso destes partidos têm-se centrado essencialmente nas desigualdades eco- nómicas entre países, na insegurança e no aumento da imigração e do número de refugiados. A importância do populismo não pode ser hoje ignorada. Em Portugal, o sistema partidário tem-se mantido estável com dois partidos hegemónicos ao centro (Partido Socialista e Partido Social Democrata) alternando entre si no poder, com ou sem coligações com partidos mais pequenos à direita ou com acordos à es- querda, estes últimos na legislatura de 2016-2019. As eleições legislativas de 2019 vieram contudo provocar um “abanão” na estabilidade do sistema com a entrada no Parlamento de três novas formações políticas e o enfraquecimento dos dois parti- dos situados à direita do espectro parlamentar. Com base nas abordagens conceptua...
Revista de Ciências do Estado, 2022
O presente artigo analisa o avanço do populismo nas democracias ocidentais na perspectiva de Rosanvallon, Urbinati e Przeworski. O objetivo deste estudo ainda é compreender como atuam instrumentos de participação popular em um contexto de populismo e inserir a gestão do presidente da República do Brasil, Jair Bolsonaro, nesse cenário. Por meio da revisão bibliográfica dos autores citados, foi possível perceber que o populismo, principalmente aquele que se identifica com o viés político de direita, explora intensamente a suposta participação popular na gestão pública, notadamente via mecanismos possibilitados pela internet, como Instagram, Whatsapp, Telegram e Twitter. Inflamado pelo descontentamento dos cidadãos com instituições representativas, principalmente com os partidos políticos, esse fenômeno se utilizaria de instrumentos de democracia direta para construir legitimidade, ao mesmo tempo em que explora as formas não institucionalizadas de participação, como a internet, para buscar adesão do cidadão em torno da figura de um líder. O problema analisado é se essa inovação na relação entre governantes e governados é benéfica ou danosa à renovação democrática que alguns teóricos buscam defender. Cientistas explorados neste artigo indicam que a participação popular, via instrumentos não formais, pode aprofundar uma crise de representatividade que já é identificada nas democracias modernas há alguns anos. A democracia representativa, na visão desses estudiosos, possui poucas chances de sobrevivência em um cenário no qual cada vez mais o papel dos partidos é relegado ao segundo plano.
Jornal da USP / ISSN 2525-6009 13/07/2018
Áskesis - Revista des discentes do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, 2021
Contemporaneamente, o conceito de populismo tem sido resgatado e retrabalhado como chave explicativa para abordar dinâmicas políticas em curso. Com foco na dimensão de conteúdos oficiais de campanha, parte-se da análise empírica do discurso político de Jair Messias Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva em suas páginas oficiais de Facebook enquanto candidatos à presidência nas eleições nacionais de 2018, com o objetivo de discutir quais atributos podem ser identificados e explicados a partir desse conceito. Com recurso às incipientes discussões sobre populismo digital, verificaram-se pontos de associação e fortalecimento entre esses atributos e a linguagem favorecida pelas mídias sociais e pelo sistema midiático em rede. Com diferenças entre si, observou-se a presença de elementos populistas em ambas as páginas e, no caso de Bolsonaro, uma articulação entre mensagens populistas e recursos disponíveis no ambiente digital.
Revista Brasileira de História, 2002
A co l etânea or ga n i z ada por Jor ge Ferrei ra , profe s s or do Dep a rt a m en to de Hi s t ó ria da Un ivers i d ade Federal flu m i n en s e , se inscreve a meu ver em uma das mel h ores verten tes da ch a m ada "h i s t ó ria po l í tica ren ovad a", tra zendo preocupações con cei tuais como ei xo de articulação dos arti go s , con form e bem ex prime seu títu l o. Como os histori adores têm proc u rado mostra r, o s con cei to s , além de históri cos (como tu do que se refere ao hom em e sua cultu ra , i s to é, tu do que é hu m a n o) , qu a n do usados em po l í tica-em i n en tem en te uma disputa-nunca são neutro s. Também as em o ç õ e s , os sen ti m entos e insti n tos dos indiv í duos e das "m a s s a s" são hoj e , p a ra mu i to s h i s tori adore s , uma dimensão fundamental da vida po l í ti c a ; os analistas do s é c. XIX dela mu i to se oc u p a ra m , mas essa dimensão foi rel egada pelos cientistas sociais bra s i l ei ros das últimas décad a s. Ao começar seu tex to por uma bela epígrafe de Rachel de Queiroz, Jorge Ferreira indica sua intenção de lembrar a importância dessa qu e s t ã o, em bora isso só permaneça su bjacen te aos tex to s. Cita ele : "Não há povo amorfo. Não há massa bruta e indiferen te. A massa é form ada de hom ens e a natu reza de todos os hom ens é a mesma: dela é a paixão, a gratidão, a cólera, o instinto de luta e de defesa." Os autore s , em suas análises, f a zem-nos dar profícuas voltas e mais vo ltas em torno do con cei to ou categoria ex p l i c a tiva pop u l i s m o, ao qual se referem também como "n o ç ã o", "p a l avra", "ex pre s s ã o", " i m a gem", "s en ti do".. . Exploram também aqueles que são vistos como os sujeitos políticos dessa história: os líderes e seus proj eto s , as "m a s s a s" ou as classes e suas rel a ç õ e s. Na obra , o populismo su r ge absolut a m en te en red ado em outros con cei to s , como tra b al h i s m o, getu l i s m o, qu erem i s m o, sindicalismo ou pel eg u i s m o, a utori t a ri s m o, fascismo ou to t a l i t a rismo (como se fo s s em termos equ iva l en te s) , e ainda nacionalismo e estatismo. Esses são analisados em suas doutrinas e em suas práti c a s , con f i g u radas estas em noções como "m i s ti f i c a ç ã o, manipulação e demagogia".
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2014
C hega ao público brasileiro-e aos luso-brasileiros-a obra intitulada A razão populista, de Ernesto Laclau, publicada pela Editora Três Estrelas, de São Paulo. O livro tem quase quatrocentas páginas e apresenta excelente acabamento e sugestiva capa que traz a forte imagem neoimpressionista de Giuseppe Pellizza da Volpedo O quinto Estado, muito adequada a seu instigante conteúdo. Essa imagem também ilustrou a capa da edição originalmente publicada em inglês pela Verso, em 2005, sob o título On populista reason. A edição brasileira conta com a competente apresentação de dois grandes especialistas do nosso país sobre o pensamento
Dissonância , 2020
BENHABIB, Seyla. “Breves reflexões sobre o populismo (de esquerda ou de direita)”. Trad. Adriana P. Matos. Dissonância: Revista de Teoria Crítica, AOP (Advance Online Publication), Junho de 2020.
Insight Inteligência, 2017
Artigo publicado em Insight Inteligência No. 81, pp. 98-106. Rio de Janeiro, 2017. O termo populismo turvou, por décadas, a compreensão do período que vai da destituição de Getúlio Vargas, em 1945, ao golpe militar de 1964, o que certa literatura nomeou “República de 1946”, porque transcorrida sob a moldura da Constituição promulgada naquele ano . A noção está de tal maneira impregnada no inconsciente coletivo do país, que o que proponho aqui pode parecer iconoclastia infantil. O artigo apresenta dois argumentos a partir dos quais propõe o abandono puro e simples do termo.
Este artigo verifica em que medida as ações e reações do movimento e do governo Bolsonaro se aproximam das características do populismo. Para isso, primeiro identificamos esses eventos em matérias jornalísticas e vídeos com discursos e pronunciamentos de Jair Bolsonaro. Em seguida, averiguamos as características do populismo no movimento que leva Bolsonaro ao poder e no seu governo. Argumentamos que a comunicação política eficiente com fundamentos ideológicos permitiu a manutenção de importante base mobilizada e ativa. Verificamos que o governo Bolsonaro pode ser caracterizado como um "novo populismo" ou "neopopulismo" de direita, combinando populismo neoliberal com um viés mais abertamente autoritário.
UMinho Editora eBooks, 2022
Nos últimos anos temos vindo a assistir a uma intensificação do debate público em torno do populismo político e da sua interligação com a comunicação social. Provavelmente, de todos os acontecimentos que poderíamos aqui convocar para ilustrar esta intersecção, o mais significativo terá sido o mandato presidencial de Donald Trump. Durante o seu consulado, a relação com os media foi ela própria, em si mesma, notícia permanente, quer pela descredibilização constante do trabalho de jornalistas, acusados de produzir "fake news", quer ainda pelo ambiente de guerra aberta entre meios de comunicação pró-Trump e contra Trump.
Varia Historia, 2021
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2016
O populismo está na ordem do dia. Este artigo dá uma visão geral das discussões conceptuais do fenómeno, e as suas consequências para a teoria e prática democráticas. O artigo conclui com uma discussão sobre a direita radical contemporânea, o seu carácter populista, e o impacto do tema da imigração na sua ascensão na Europa.
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