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2009, PRINCIPIA
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Intertexto, 2021
Porque é uma criação do homem e para o homem, o mito representa uma realidade sagrada e verdadeira que reflete, segundo o Roland Barthes de Mitologias (1989), as características sócio-históricas da sociedade em que ele tem existência e, uma vez estabelecido como prática religiosa e cultural, tem também a capacidade de adquirir novos significados que se renovam a cada uso sem esgotar seu discurso primeiro. Por isso, o presente trabalho tem como objetivo contextualizar o processo da reatualização mítica, com base nos estudos de Mircea Eliade, de Mito e Realidade (1986), observando como tal fenômeno ocorre desde a Antiguidade Clássica, a partir da delimitação do campo de observação na esfera das obras clássicas grecolatinas, uma vez que o mito na Antiguidade tinha valor sacro e, embora tenha tido variados graus de adesão, também era experimentado como instância viva e concreta. Assim sendo, a presente investigação toma em estudo o mito de Medeia, a fim de compreender os aspectos que o constroem e constituem tanto em uma epístola de Ovídio contida n'As Heroides, como nas tragédias homônimas de Eurípides e Sêneca, levando em consideração como o contexto sócio-histórico desencadeia o processo de reatualização mítica, e o modo com que o gênero literário concretiza esse movimento.
Letras Clássicas, 2013
This article argues that much recent Homeric scholarship seems to be moving away from an appreciation of the oral tradition behind the Iliad and Odyssey, and tries to show the difficulties in some attempts to deal with the poems without this kind of knowledge, attempts which substitute instead unrealistic stemmatological models applied to pre-Homeric Greek and / or Ancient Near Eastern Literature.
Resumo: Com o presente artigo, pretendemos realizar um estudo sobre a narrativa do mito de Eneias em algumas obras da Antiguidade e compará-las à Eneida, com o intuito de encontrar tanto semelhanças quanto características particulares do herói troiano em cada uma das obras, de forma a ter um retrato seu o mais completo possível. O trabalho inicia com a Ilíada de Homero, em que tecemos algumas considerações sobre o papel de Eneias dentro do povo troiano e da obra como um todo. Continuamos com descrições e números das Fabulae de Higino, com seus significados latentes e, por último, perceberemos nas Heroides de Ovídio que, diferente dos outros autores que estão focados na guerra propriamente, o poeta lhe traça, indiretamente, certas características de sua relação com Dido, a partir da visão da própria rainha de Cartago. Abstract: With this article, we intend to present the myth of Aeneas in some works of Antiquity and compare them to Virgil's Aeneid, in order to find both similarities and particular characteristics of the Trojan hero in each of the works. The work begins with Homer's Iliad, weaving some considerations about the role of Aeneas within the Trojan people and the poem as a whole, goes through the descriptions and numbers of Hyginus' Fabulae, with their latent meanings, and ends in Ovid's Heroides in which, unlike the other authors who are focused on the war itself, Ovid, indirectly, traces some characteristics of his relationship with Dido from the view of the queen of Carthage. INTRODUÇÃO Por meio deste artigo, quisemos fazer um recorrido literário sobre o mito de Eneias em alguns literatos greco-romanos. Interessa-nos saber as diversas formas em que o herói troiano foi retratado, destacando semelhanças e divergências entre os autores, a começar por Homero, na Ilíada, passando por Higino e Ovídio. O desejo que nos motivou a levar a cabo esta pesquisa foi o de apreciar Eneias em outras obras além da Eneida, tanto anteriores como posteriores. Levados por certa curiosidade, quisemos ver como este herói é retratado, sobretudo buscando passagens que
Resumo: Em contextos diversos tem-se discutido o percurso epistemológico da oralidade dentro da História. Orienta o presente artigo a busca por apresentar os usos e o tratamento necessários a conformação desse processo na construção da disciplina histórica. Existem ainda hoje grupos que, apesar de inseridos na lógica moderna ocidental, tem resistido para preservar as tradições herdadas de seus antepassados. Fundamental para o trabalho a definição do papel dos mais velhos em um sistema simbólico identitário, ao compreender a função da circunscrição do mito no espaço da transmissão oral. O artigo contribui com as discussões, ainda, ao propor uma abordagem que contemple as particularidades de que essas narrativas são dotadas, através de um diálogo interdisciplinar. Palavras-chave: Comunidades Tradicionais; História Oral; Mito, Memória. Abstract: The concept of orality has been discussed on many occasions in History. The current paper is oriented by the attempt of presenting the uses and treatments of such process as History’s means of conformation as a discipline. Nowadays, there are still groups which, although part of the modern occidental logic, have resisted by preserving inherited traditions. The definition of the role played by elders in a symbolical-identitary system is fundamental to the paper, because it helps to comprehend myth’s function of circumscription within oral transmission’s space. The article it also contributes to the discussions by proposing an approach that takes these narratives’ particularities into account, through an interdisciplinary dialogue. Keyword: Traditional Communities; Oral History; Myth; Memory.
História da Historiografia: International Journal of Theory and History of Historiography, 2018
Este artigo discute o tratamento que Heródoto dá aos mitos na obra Histórias. Tomando como ponto de partida o argumento de Robert Fowler sobre a controversa relação entre mythos e logos, sugiro que Heródoto aborda mito de uma forma coerente e sistematizada em sua narrativa. Para tanto, estabeleço uma definição de mito e analiso evidências de genealogias mitológicas nas Histórias a partir da focalização dos relatos do próprio autor ou de suas fontes.
Língua e literatura, 1991
R K S U M O : N c s lc breve n rlig o , reporiam-se algum as reflexões sobre n Maféia de Sêneca. En lrc la n lo , a o invés de se fo c a liza r a personalidade da protagonista em seus aspectos pessoais em sentido m ais restrito (o perfil p sico ló g ico , a co n diçã o fe m in in a , e tc .), prefere-se realçar a temática m ais geral da tra gé d ia , já em germ e n o m ito. Medéia retrataria o c o n flito entre duas instâncias inconciliáveis: a dos de sejos m ais viscerais d o in d iv íd u o e sua repressão autoritária, exacerbação de um antagonism o presente, afin al de contas, cm todo processo c iv iliza ló rio. Dc Eurípidcs a Sêneca, passando por Ovídio, de Corncillc a Anouilh, a Chico Buarquc dc Hollanda e Paulo Pontes, o mito dc Medeia conlinua a fascinar as imaginações c a receber, cm cada forma artística, uma gama dc significações mais ou menos sulilmcnlc diferenciadas. Aliás, o lema da mãe que, por extrema vingança, mata os próprios filhos, volta e meia c invocado sob a forma do mito para comentar, nos jornais modernos, a aterradora notícia (menos incomum do que se poderia pensar) de que um crime semelhante foi cometido cm nossos dias, na realidade brutal e banal, não estilizada pela estruturação da substância trágica em obra de arte. É nosso intuito, nestas breves considerações, apresentar uma leitura da Medeia de Sêneca sob enfoque diverso do que habitualmente se faz. Assim, não centraremos nossa atenção na figura da protagonista, ressaltando, por exemplo, a ideologia sobre a natureza e a condição da mulher tal como o revela o retrato de Medeia. Sabe-se que os romanos viam no "sexo frágil" um ser mais facilmente presa de seus afetós e instintos, naturalmente impulsivo, racionalmente falho, i/wpotens siti, e portanto passível de dar vazão ao irracional da alma humana, se não for devidamente governado c sofreado pela razão masculina... Certamente M e deia, cm Sêneca como em Eurípidcs, c a materialização desse potencial (visto com desconfiança quase paranóica), mas transcende essa temática ao inserir a si tuação concreta da protagonista numa reflexão mais profunda sobre o ser humano c seu destino-e c esse aspecto que deverá interessar-nos aqui, em especial. Vamos, digamo-lo desde o início, tecer uma rede de hipóteses bastante de licadas, tentativas de roçar a face oculta do mito encenado, pegunlando-nos pri
RUS (São Paulo), 2019
No presente artigo, Eleazar Meletínski discute a transformação do mito em conto maravilhoso. Para isso, ele apresenta diferentes pontos de vista sobre a distinção entre mitos e contos (skazka) primitivos. Como tentativa de síntese, ele propõe um sistema de traços distintivos capaz de distinguir os dois gêneros narrativos.
Classica - Revista Brasileira de Estudos Clássicos, 2019
RESUMO: Este artigo reexamina um dos casos mais famosos de interação, o chamado Mito de Sucessão encontrado nas tradições grega arcaica, acadiana e hurro-hitita. Ele sugere que a versão dessa narrativa na Teogonia de Hesíodo, em lugar de indicar um modelo simplista de derivação direta, toca em um processo de interação mais rico e complexo, e que, portanto, esse nexo de textos do Oriente Próximo-incluindo a Canção de Emergência hitita (que costumava ser chamada Canção de Kumarbi), mas acrescentando a Teogonia de Dunnu e o Enuma Elish acadianos e uma variedade de narrativas posteriores da tradição greco-fenícia-pode indicar algo de fundamental sobre cada cultura, especificamente o modo pelo qual os gregos da época arcaica percebiam o gênero como um elemento essencial na sua construção dessas narrativas: ou seja, a figura da esposa-mãe, que nas tradições próximo-orientais pode assumir, e de fato assume, uma variedade de papéis, é consistentemente reduzida a uma função desestabilizadora...
Um dos objetivos deste artigo é o de analisar os elementos do mito nos contos de fadas tradicionais do ponto de vista teórico, para mais tarde, da perspectiva prática, abordarmos alguns exemplos dos corpora português e sérvio. Pretendemos estudar alguns dos contos que se encontram apenas em cada uma das culturas, podendo ou não ter os seus "equivalentes" em outras literaturas universalmente mais conhecidas. Para contextualizar melhor estes contos, diremos que eles surgiram nos tempos remotos, talvez ainda anteriores à época medieval, tendo obtido a forma que hoje conhecemos durante a época do Romantismo, na qual havia um grande interesse pelo folclore, reivindicando-se através dele a especificidade da língua, da literatura, dos costumes e da cultura de cada uma das nações nascentes ou renascentes.
2019
O presente trabalho tem por objetivo apresentar o espetáculo “Síndrome de Medeia”, criado e encenado pelo Grupo de Diálogos e Práticas de Teatro Grego (Téspis). Pretendemos elucidar como se deu o processo de criação e concepção da montagem da representação. Isto, partindo desde a seleção da tragédia Euripidiana “Medeia”, a sua adaptação para a discussão de um tema premente na sociedade contemporânea, o aborto; perpassando pelas pesquisas efetuadas e pela experimentação de jogos teatrais até a encenação da produção, no Laboratório de Artes do Centro de Educação da UFRN, em agosto de 2018. A realização desse trabalho foi possível a partir das leituras bibliográficas sobre o teatro, encenação, feminismo e gênero no mundo antigo e na contemporaneidade. Além disso, cabe destacar as observações etnográficas e práticas teatrais executadas que serviram de base para criação dos corpos das mulheres em cena. Obtivemos como resultados a criação de um roteiro e o próprio espetáculo teatral. Por fim, concluímos que nossa pesquisa estabelece um diálogo pertinente entre a antiguidade e o hodierno. Visto que, por meio da relação entre a tragédia grega e as discussões atuais acerca do poder decisório da mulher sobre o seu próprio corpo e, mais especificamente, sobre a questão do aborto, conseguimos propor um diálogo que ultrapassou a quarta parede do teatro e reverberou na opinião pública.
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VIANA, Nildo. Mito e Ideologia. Cronos – Revista de Pós-Graduaçaõ em Ciências Sociais – UFRN, vol. 12, num. 01, jan./jun. 2011., 2011
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli, 2020
- Mytho e Tragédia na Grécia Antiga -, 2014
Revista Archai, 2024
letras.ufmg.br
A Mitologia na Eneida de Vergílio, 2005