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2003
TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias ISSN 2236-993, 2016
O conceito de identidade narrativa foi elaborado por Paul Ricoeur para apresentar aquela configuração de si que é definida pelas narrativas que se fazem sobre o personagem. O presente estudo procura conhecer a identidade narrativa de Jesus a partir da percepção de que os textos evangélicos não apresentam simplesmente a história de Jesus ou um tratado doutrinal definido sobre ele, mas sim contam histórias a seu respeito. Tais histórias articulam os elementos de historicidade, de teologia e de literatura e apontam para uma identidade definida a partir da ideia de Messias.
2014
O livro X das Confissoes tem como chave de leitura a memoria para a constituicao do si. E examinada a relacao que existe, no texto narrativo de Agostinho, entre a interpretacao da Escritura e a constituicao do si, em que ha aspectos do discurso interior e abordagem no quadro da teoria narrativa que e dada a partir do conceito de identidade narrativa. A constituicao do si e desenvolvida na dialetica interna do personagem entre a afirmacao de si e a negacao de si, que apresenta a imanencia do homem como caracteristica pessoal e, ao mesmo tempo, o desejo de transcendencia daquilo que o ser humano tem de mais intimo em relacao a Deus.
Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2016
RESUMO-Subjetividade é um fenômeno amplamente debatido por perspectivas narrativistas em Psicologia. Uma questão importante nessa direção é como analisar as construções narrativas em situações de pesquisa. Neste estudo, temos o objetivo de apresentar e discutir uma proposta analítica para estudo do fenômeno da identidade, à luz de perspectivas narrativistas e da psicologia discursiva. A proposta se fundamenta em uma forma específica de análise narrativa: a análise de posicionamento. Apresentamos um estudo de caso realizado com o objetivo de investigar a construção de sentidos de identidade por pessoas que tinham realizado cirurgia bariátrica. Espera-se ampliar a discussão sobre ferramentas analíticas, vinculando-as a referenciais teórico-metodológicos específicos no chamado "turno interpretativo", e ofertar uma proposta investigativa plausível para narrativas e subjetividade em Psicologia.
Em meados do século XIX o Brasil havia se tornado a pouco livre politicamente do julgo colonial português e buscava agora as razões para construção de sua identidade. As várias teorias cientificistas em voga naquele momento marcaram profundamente as discussões de intelectuais e artistas na busca dessa identidade. O que éramos, como havíamos nos formado, quais as razões de nosso atraso em comparação com as outras nações desenvolvidas, o que impedia o nosso desenvolvimento, eram apenas algumas das perguntas que inquietavam escritores, críticos e historiadores. Entre esses se destaca a figura do polemista sergipano Sílvio Romero. O presente artigo parte da análise crítica de sua obra capital História da Literatura Brasileira de 1888, para entender o seu pensamento sociológico-literário -marcado por várias contradições -no processo de desenvolvimento de uma consciência de identidade nacional capaz de solucionar os problemas brasileiros a partir das análises que esse fez da literatura de seu tempo.
Ricoeur em Coimbra: receção filosófica da sua obra, 2000
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2020
Este estudo teve como objetivo investigar a constituição identitária de uma professora, na narrativa de sua história de vida, considerando a imaginação no processo narrativo. Realizamos uma abordagem do self dialógico, por meio de entrevista narrativa e episódica, com uma professora de Biologia, do 6º ao 9º ano, de uma escola particular do Distrito Federal. Na pesquisa, utilizamos a análise temática dialógica da conversação com tabela e mapa semiótico. Reconhecemos que a identidade docente se constitui como processo dialógico do self com a participação da imaginação na elaboração da imagem que o indivíduo tem de si como herói de sua história. Os resultados sugerem uma diferença entre o posicionamento docente da professora e o seu contexto profissional, consequente da relação dialógica entre seus posicionamentos e o valor da afetividade na relação com os alunos.
REVISTA EIXO, 2013
RESUMO: O presente texto relata três situações de ensino, cuja realização se deu em momentos distintos, na década de 80, durante as aulas de Literatura e Redação de Cursos Técnicos. Essas experiências foram planejadas com o intuito de oportunizar o estudo do contexto histórico, de compor e de observar uma personagem, de exercitar o autoconhecimento, de favorecer estudo teórico e prático da narração, de desmistificar o ato de escrever e, também, de conhecer melhor os alunos. De forma comum, as atividades tiveram como fio condutor a história de vida, observada em três vertentes: de escritores, de personagens e dos próprios alunos. Sob um olhar a posteriori, este relato propõe reflexões que considerem o pressuposto de que a história de vida responde, de maneira acentuada, pela estrutura basilar da identidade e pela direção de escolhas.
Argumentação e Linguagem, 2019
Revisão: Os Autores O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Conselho Editorial Ciências Humanas e Sociais Aplicadas APRESENTAÇÃO Ai Palavras! ... Todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois audácia, calúnia, fúria, derrota… A liberdade das almas, ai! com letras se elabora… E dos venenos humanos sois a mais fina retorta: frágil como o vidro e mais que o são poderosa! Reis, impérios, povos, tempos, pelo vosso impulso rodam… Cecília Meireles ... Porque a verdadeira caverna, aquela que nos proíbe a relação com a realidade, aquela que nos obriga a viver no meio das sombras, é, para mim, a linguagem. Oswald Ducrot. Não há como pensar a argumentação na linguagem sem que se façam referências à retórica clássica, principalmente se o ato de argumentar for entendido como uma forma de gerenciar o discurso, de modo a se obterem resultados efetivos sobre as práticas sociais humanas. É justamente o funcionamento pragmático dos textos/ discursos que nos permitem dizer, hoje, que os mesmos se nos apresentam revestidos de caráter ideológico, somente para citar um dos efeitos das ações das práticas linguísticas sobre as sociais. Nesse sentido, presume-se que a instrumentalidade do discurso argumentativo retrata-se nas formas como os argumentos são apresentados nos textos, de modo a criar um sentido de identidade entre falante/escritor e ouvinte/leitor. As atividades cognitivas da leitura e da compreensão estão inter-relacionadas, ainda que não se tenha como garantia indicativos de entendimento textual, afirmam Löbler e Flôres (2010, p. 181). Flôres e Gabriel (2012) defendem que a leitura pode ser estudada a partir de diferentes perspectivas, sejam elas: com foco no autor, no texto ou no leitor. Abraçase, então, neste trabalho, a pesquisa sobre a leitura e foco no texto de diferentes formas. Coscarelli (2002, p. 01) afirma que a leitura pode ser vista como um todo sem divisões, uma visão genérica e compactada que dificulta o trabalho do professor em ajudar os alunos em desenvolver o processo de leitura. Segundo a autora: A leitura pode ser dividida em duas grandes partes, uma que lida com a forma linguística e outra que se relaciona com o significado. Essas partes, por sua vez, podem ser ainda subdivididas. O processamento da forma, também tratado como decodificação, será aqui subdividido em processamento lexical e processamento sintático. Faz parte da atividade leitora apresentar sentidos para a informação ali exposta, buscando a reflexão, os questionamentos e os possíveis diálogos entre ela e o leitor. Para tal, essa prática envolve o aspecto de reconhecer o código linguístico, assim como depreender os sentidos que esse código desenvolve a partir das relações semânticas, Löbler e Flôres (2010, p. 188). O leitor tem a função de decodificar o texto e identificar as pistas que o autor vai deixando ao longo desse texto, além de formular representações mentais sobre as informações contidas ali, Lôbler e Flôres (2010, 192). Ele suscita hipóteses, realiza inferências, ativa o seu conhecimento prévio, tudo isso objetivando compreendê-lo. Löbler e Flores explicam assim o processo de compreensão: A compreensão da língua escrita é uma atividade complexa e onerosa do ponto de vista cognitivo, pois consiste em relacionar, concomitantemente, o que é lido a conhecimentos preexistentes. Para fazer tal síntese, o cérebro do leitor mobiliza os conhecimentos que já possui, relacionando-os ao processamento em realização, ou seja, fazendo a articulação paralela entre o sabido e o desconhecido, no decorrer da própria leitura. Nesse processo de diálogo com o texto, o leitor tenta identificar as intenções do autor por este ou aquele vocabulário, as intenções de formalidades ou informalidades, ou ainda, identificar quem está falando naquele texto. Ducrot (1990, p.15) defende que o enunciado é polifônico e que, portanto, existem algumas pessoas envolvidas em sua existência. Dentre elas, declara a existência do locutor, sujeito discursivo responsável discurso, e enunciadores, responsáveis pelos pontos de vista ao longo do discurso. O enunciado, assim como o discurso, é único e sempre terá um autor, denominado sujeito empírico, Ducrot (1990) Os jornalistas, por exemplo, ao noticiarem ou reportarem determinada informação, fazem-na através das argumentações, que são entendidas por Ducrot como uma sequência de dois segmentos que compõem um discurso relacionados por um conector. Argumentar é apresentar um ponto de vista. Entretanto, cabe ao leitor, durante a atividade leitora, apreender os diferentes sentidos que vão sendo desenvolvidos ao longo do discurso destes profissionais. Acredita-se que, ao se analisar as palavras envolvidas nesses discursos jornalísticos, pode-se facilitar a compreensão dos sentidos ali inscritos. Diante disso, apresenta-se, como objetivo geral deste trabalho, a análise do papel que o léxico desempenha (palavras plenas e palavras instrumentais) na construção do sentido dos discursos desdobraram-se em múltiplas linguagens. A construção de sentidos nos diferentes e múltiplos discursos não é realizada da mesma maneira, não segue uma regra que se comportam diferentemente no momento de construção desses sentidos. Um conjunto de considerações pragmático-discursivas constitui o cerne da história da retórica. O retorno à retórica faz sentir que muitas das preocupações atuais dos estudiosos da linguagem, no que concerne à eficácia da palavra, assentam-se em preceitos advindos dos clássicos e dos teóricos contemporâneos da argumentação. Avulta das considerações tecidas um aspecto particular caracterizador do dinamismo da linguagem, que é o lugar ocupado pelos sujeitos que lançam mão de argumentos relativos aos seus objetivos comunicativos e objetos de discurso. Nesse sentido, defrontamo-nos com uma subjetividade enunciativa que extrapola os limites de uma consciência empírica do sujeito. Pela enunciação que o constitui, ele mobiliza um ou mais coenunciadores, fazendo-os aderir ou refutar o universo de significações ou sentidos atribuídos histórica e culturalmente aos objetos de predicação. O enunciador é, para mim, o grande tecelão do mundo representado nos eventos comunicativos de que participa. Nesse sentido é que cabe nos estudos da argumentação, ou da construção argumentativa dos textos, aproximar teorias de textos e discursos das teorias sociológicas, assumindo, portanto, um posicionamento multidisciplinar perante a investigação dos fenômenos linguísticos.
"Aqueles que viajam à procura de conhecimento estarão no caminho de Deus até o seu retorno."
Études Ricoeuriennes / Ricoeur Studies, 2011
O modelo relacional e intersubjectivo da subjectividade não nega o sujeito, nem o exercício auto-narrativo de síntese do heterógeneo ilude a questão da identidade. Compete à linguagem fundamentar o sentido da ipseidade, articular as necessidades e os desejos, organizar a dispersão vivida e vincular a acção a princípios morais de responsabilidade social. A reflexão e a auto-reflexão conferem à experiência do reconhecimento uma dimensão estruturante do humano. A correlação entre a ideia de liberdade de escolha individual e a ideia de responsabilidade colectiva é a oportunidade de afirmação de cada um e de reciprocidade entre todos. Neste contexto, o diálogo entre Ricoeur, Honneth e Sen é muito inspirador.
PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília
O núcleo desta pesquisa consiste em demonstrar quais são as condições de compreensão do conceito de identidade narrativa em Paul Ricoeur, a partir da obra: “O si-mesmo como um outro”. Inicialmente, num aspecto puramente descritivo, é apresentado um “si” que tem possibilidade de agir, sendo necessária a “identidade pessoal” para estabelecer a temporalidade da existência humana, por meio de duas noções de permanência no tempo: a identidade “idem” e a identidade “ipse”. Estas, respectivamente, equivalem ao “caráter” e à “promessa”. Cabe à “narrativa”, garantir a unidade da vida e apontar os limites entre o poder de agir e a imputabilidade inerente à ação.
Olhos d'África: Pós-colonialismo e literatura africana, 2019
REVELL - REVISTA DE ESTUDOS LITERÁRIOS DA UEMS, 2020
Num tempo em que a evolução tecnológica permitiu à deriva da escrita e a aproximação ao ideal de textualidade barthesiano, a metáfora da fabricação têxtil, que subjaz à etimologia da palavra 'texto', é hoje uma evidência: Neste texto ideal, abundam as redes que atuam entre si sem que nenhuma possa impor-se às demais; este texto é uma galáxia de significantes e não uma estrutura de significados; não tem princípio, mas antes diversas vias de acesso, sem que nenhuma delas possa qualificar-se de principal; os códigos que mobiliza estendem-se até onde a vista possa alcançar; são indetermináveis...; os sistemas de significados podem impor-se a este texto absolutamente plural, mas o seu número nunca é limitado, já que se baseia na pluralidade da linguagem (BARTHES, 1970, p. 11-12). Longe de o imaginar (ou talvez não), Barthes antevê, deste modo, um ideal de textualidade em que o enunciado esbate os seus limites, convida a múltiplos percursos de leitura, alimenta-se de uma pluralidade desafiante de linguagens, compõe-se polifonicamente de outros discursos, para recorrermos a um termo de Mikhail Bahktin (1984), transformando-se, em suma, no que Julia
2020
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Amazônia: Revista de Educação em Ciências e Matemáticas, 2006
Este artigo é relativo a um recorte de uma pesquisa mais ampla sobre a compreensão do desenvolvimento profissional de professores de Matemática, em especial, dos resultados da análise de uma das categorias selecionadas, as proJèssoras e as narrativas de crise. Tal análise apoiou-se teoricamente em Lanosa (2002). Para a realização da investigação, adotamos a pesquisa qualitativa, com enfoque narrativo, com base em entrevistas semi-estruturadas sobre a história de vida de uma professora que ensina matemática na Educação Básica. Alicerçada em um conceito de desenvolvimento profissional tomado numa perspectiva contínua, idealizado num contexto mais amplo do trabalho docente, permeando crises e conflitos, a análise evidencia que os relatos de crise da professora estão relacionados a fatores como: baixos salários, conflitos em sua atual instituição de trabalho, escasso prestigio social e insegurança. Seus relatos revelam que a formação inicial em nada contribuiu para que enfrentasse as &q...
2016
Resumo: Habermas, em seu projecto emancipatório -que transita entre Freud e Marx -dedicase em criar uma teoria da sociedade que aponte para as patologias da sociedade contemporânea e que proporcione a emancipação humana através de uma racionalidade alternativa à racionalidade instrumental, a comunicativa. Tal racionalidade, para o filósofo, manifesta-se pelo discurso, ou seja, pela argumentação acerca de teorias ou normas práticas através do qual abrese aos envolvidos um entendimento e compreensão intersubjectivo. Em sua configuração de uma teoria social crítica, Habermas se apropria da teoria evolutiva da consciência moral individual, proposta por Kolberg, e à partir dela desenvolve seu conceito de sociedade pósconvencional. O actual artigo propõe-se, num primeiro momento, apresentar o conceito habermasiano de sociedade pós-convencional e sua relação fundamental com a concepção de identidade, destacando as fragilidades dessa articulação e, num segundo momento tentar um diálogo entre Habermas e Ricoeur acerca das concepções: consciência moral e sabedoria prática.
Psicologia: Reflexão e Crítica, 2014
Este artigo tem como objetivo apresentar a perspectiva da construção narrativa do self e da identidade a partir da Psicologia Socio-histórica de L. S. Vygotsky, mostrando seu desenvolvimento na Psicologia Cultural, particularmente nos escritos de Jerome Bruner até autores contemporâneos, com destaque para os trabalhos de Hubert Hermans, Dan McAdams, Tilmann Habermas e Robyn Fivush. O conceito de self narrativo aparece como desenvolvimento do paradigma narrativo e como uma importante contribuição ao estudo da internalização das funções psicológicas superiores e à compreensão da construção do sujeito sócio-histórico. A identidade, como espaço de construção do sujeito psicológico parece ser um lócus privilegiado onde podemos observar o funcionamento do paradigma narrativo em termos de negociação de signifi cados entre os acontecimentos biográfi cos e o indivíduo.
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica, 2016
Revista Latino Americana de Estudos em Cultura e Sociedade, 2022
A dinâmica da abordagem evidencia as matrizes da Umbanda, uma tradição brasileira caracterizada por um intenso movimento de junção, performances e hibridismos, que configura alvo constante de intolerância religiosa. Numa aproximação com os agenciamentos de sentidos acerca da problemática, narrativas de um sacerdote umbandista notabilizam vivências e resiliências de afirmação e valorização do pertencimento religioso. Em meio aos desafios de uma sociedade excludente e discriminatória, suas palavras corroboram a fundamentação teórica articulada sugerindo reflexões sobre as cosmologias de matriz africana. Palavras-chave: Umbanda; Narrativas; Intolerância religiosa; Performances O universo da Umbanda, em sua face performática, denota redes de troca e escuta, nas quais as cosmologias só fazem sentido através dos gestos, das coreografias, dos cultos, do ressoar dos instrumentos sonoros, dos cânticos e danças que constituem os pontos ou as toadas executadas nos rituais. Umbanda mistura estética, som e luz, corpo e alma. Todos esses elementos, como elucida Rocha (2015), conferem a identidade dos terreiros, espaços em que se vive, fala-se e se escuta com o coração, e que parecem "abrigar uma verdadeira multidão de personagens; na resistência e na força expressas na história de cada um de seus integrantes, que abraçou uma religião discriminada e ignorada por tantos" (ROCHA, 2015, p. 20). A autora discorre que, na cosmologia umbandista, tudo comunica a fé e as emoções construindo uma rede de atores e de simbologias, cujos traços conferem a identidade primordial dos orixás nos espaços dos terreiros: são as falas que se misturam, os sorrisos, as oferendas, as festas e celebrações, a estética das vestimentas, as cores, os sons dos atabaques, a alegria, os gritos e gargalhadas das entidades que se convertem em pulsações de vozes de modo a manter as tradições vivas entre as gerações presentes e futuras: "Nessa dinâmica espiritual, os sabores e cheiros das comidas e dos incensos, as saudações e os cantos, os instrumentos e suas magias, até o som do incensário, que balança de um lado para o outro, enquanto o pai de santo acolhe a todos e circula pelo terreiro, mostram a força de seus ecos e suas performances" (ROCHA, 2015, p. 21).
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