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1994, Trans/Form/Ação
Neste artigo, duas cartas de Descartes sobre Maquiavel são analisadas. Primeiro, é apresentado, com base no que o próprio filósofo sugere nas cartas, um contraste entre os dois pensadores, do qual emerge uma distinção entre moral e política em Descartes. Uma leitura da moral cartesiana é feita, em seguida, a fim de localizar as raízes desta distinção.
Rafael Salatini; Marcos Del Roio, 2014
Este livro reúne textos que foram apresentados no “Seminário Maquiavel – 500 Anos de O príncipe (1513-2013)”, realizado entre os dias 06 e 08 de maio de 2013, na Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp-Marília, e outros autores convidados. O evento foi organizado pelos grupos “PACTO – Paz, Cultura e Tolerância” e “Cultura e Política do Mundo do Trabalho”, DCPE e PPGCS da Unesp-Marília, com apoio financeiro da Fapesp e da CAPES.
O tema da república é um eixo fundamental em torno do qual Nicolau Maquiavel e Jean-Jacques Rousseau desenvolveram suas respectivas reflexões sobre a política, sendo que as obras do escritor florentino serviram de referência para o filósofo de Genebra em diversos momentos. Assim, pretendo abordar algumas das questões chaves que justificam o título de pensadores republicanos atribuído a ambos os autores, enfocando o elo que eles estabeleceram entre a liberdade política e vida cívica possíveis de serem experimentadas somente pelos homens que são membros de uma república bem ordenada. Nesse regime, os indivíduos encontrariam as condições sociais apropriadas para moldar suas identidades de forma a adquirirem a virtude cívica necessária a levá-los a desejarem o bem comum em vez de apenas almejarem seus interesses particulares. Para que isso seja possível, Maquiavel e Rousseau destacaram a importância do trabalho realizado pelos legisladores, sobretudo na fundação dos Estados, quando o estabelecimento de boas instituições políticas requer o recurso à religião para obter o consentimento do povo às leis.
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Resumo O texto investiga determinados aspectos do pensamento e da trajetória do pensador florentino Nicolau Maquiavel, especialmente na obra O príncipe, a partir da leitura sociológica da ambivalência na obra Modernidade e Ambivalência do sociólogo Zigmunt Bauman. O interesse da relação está em indicar como é possível detectar um caráter ambivalente em Maquiavel, considerando as ambiguidades de sua postura política e intelectual por meio de fatos de sua vida e de excertos do discurso contido na obra dedicada a Lorenzo de Médici. Para isso, são explicitadas passagens da vida e da obra de Maquiavel, procurando incorrer o mínimo em anacronismos e outros vícios da crítica textual e contextual e, no mais, cumprindo o objetivo de indicar algumas aproximações críticas preliminares que aludem à ambivalência existente nas formulações de um dos pais do pensamento político moderno. Foi possível constatar que a ambivalência se apresenta já nas raízes do pensamento político moderno, desde Maquiavel, que, no entanto, prefere jogar com sua contingência em vez de tentar suprimi-la definitivamente.
Anais do IV Encontro Internacional Evoliano, 2014
Resumo: Kauṭilya (ca. 370 – 283 a.C.) foi um pensador político da Índia Antiga. Apesar de ter escrito sua obra principal, o Arthaśāstra, acredita-se por volta de 300 a.C., ela ficou desconhecida até cerca de 1905, quando seus manuscritos foram redescobertos por R. Shamasastry, que também o traduziu pela primeira vez para o inglês dez anos depois. O achado permitiu aos estudiosos compreenderem mais sobre a cultura e vida política do passado indiano. Assim que os primeiros estudos eram feitos, começaram comparações entre a filosofia política de Kauṭilya e a de Maquiavel (1469 – 1527). Devido a elementos de autoritarismo e uso da violência comuns a ambos, Kauṭilya logo ganhou a alcunha de ‘Maquiavel da Índia’, e foi classificado na mesma tradição da escola realista de pensamento político. Mas até que ponto a comparação é permitida? Através do estudo do contexto histórico que cada autor estava inserido, das medidas políticas que defendiam a adoção, e do ideário moral de cada um, este artigo pretende elucidar as semelhanças e diferenças entre o brâmane e o florentino.
estudo comparativo do pensamento politico de Aristotels e Maquiavel. a comparative study of the political ideias of Machiavelli and Aristotle
Controvérsia, 2019
STRAUSS, Leo. Reflexões sobre Maquiavel. Tradução de Élcio Verçosa. São Paulo: É Realizações, 2015, 363p. Os leitores interessados pela teoria política de Nicolau Maquiavel e pelo pensamento de Leo Strauss encontram, desde 2015, à disposição, uma versão em língua portuguesa da obra lançada em 1958, Reflexões sobre Maquiavel, na qual o filósofo teuto-americano apresenta uma genuína e singular interpretação acerca das teses do Secretário florentino. Nesse livro, de notória importância, testemunhamos Strauss operar não somente como um exegeta de Maquiavel, discutindo pormenores críticos, mas, também, como filósofo em sentido próprio, extrapolando a teoria maquiaveliana, levando-a à exaustão e conduzindo-a por caminhos inexplorados. Logo nas primeiras linhas da Introdução, nas quais o intuito do autor é apresentado de forma sistemática, podemos notar o incisivo distanciamento operado por ele em relação às demais tradições interpretativas que foram construídas em torno do pensamento de Maquiavel. Sua premissa norteadora situa-se na contracorrente do esforço de inúmeros intérpretes: o Secretário florentino não somente foi um professor do mal, mas, ele próprio, foi um homem mau. O estudo normativo conduzido por Maquiavel acerca da sociedade teria sido fundado tanto na imoralidade quanto na irreligiosidade. Nesse caso, o problema dos leitores maquiavelianos seria justamente o fato de que os discípulos de Maquiavel foram corrompidos pelo próprio Maquiavel. Todavia, afirma Strauss, consciente de seu movimento de insurgência,
O que é poder? A pergunta não é nada nova. A questão do poder é colocada desde que o ser humano começou a pensar sobre si mesmo: com o poder, os fatos básicos da coexistência humana estão submetidos a exame. Muitas são as respostas que foram dadas à questão do poder na história. Entre elas, vale a pena destacar a famosa definição de Max Weber -uma referência para toda e qualquer investigação sobre o poder: o poder "como cada chance de impor, dentro de uma relação social, a vontade própria mesmo contra relutância, não importando em que essa chance se baseia" (Weber, 1922, cap. 1, §16). 1 A definição é clássica e quase atemporal. Quase, pois na verdade o poder nunca permaneceu o mesmo. No decorrer do tempo ele trocou permanentemente sua imagem, seu nome e também seu lugar. Quem se perguntar sobre o poder depois da modernidade o encontrará com outras representações, outro nomes e outro lugares. O que nós hoje denominamos poder era designado pelos gregos por meio de diversas palavras: arché, dynamis, kratos, tyranos e despoteia. O
Discurso, 2018
Resumo O objetivo desse texto é identificar alguns dos aspectos mais salientes da interpretação de Maquiavel apresentada por Claude Lefort, sobretudo em Le tra-vail de l'oeuvre Machiavel, dando especial atenção ao tema do conflito entre os humores. A partir daí, o trabalho visa mostrar que a original leitura lefortiana implica algumas importantes diferenças no que concerne à concepção do políti-co e da escrita política, às quais podem ser melhor apreendidas quando referidas às noções de ontologia e história. PalavRas-chave
Comunicação & Política (Rio de Janeiro) vol.32, 2014
This paper aims to discuss particular features of the culture and epistemol- ogy of history during the dawn of modern times, specifically studying The Prince and The Discourses by Niccolò Machiavelli. The hypothesis is that since the crisis of some ancient-medieval epistemological and cultural frameworks, possibilities were opened for the rise of a new concept of world and reality, which, progressively rationalized, begun to occupy some of the roles of religion as well as of classic political life, giving origin to the reign of science and also of history understood as a scientific discipline, from the second half of 18th century onwards. Regarding this process, we suggest some ideas on whether and how at the referred period the political thought could be thought of as a special form of technology of human action.
Discurso, 2018
A primeira empreitada assumida por Maquiavel em seus Discorsi é depreender a utilidade das coisas antigas e modernas. Essa via, que constitui parte de seu método, prevê a recorrência aos historiadores antigos e, ao mesmo tempo, à experiência das coisas modernas. As dificuldades dessa estratégia são perceptíveis já no proêmio dessa obra. Trata-se de investigar a complexidade desse método e procurar identificar seus limites a partir da perspectiva de Claude Lefort em Le travail de l’œuvre: Machiavel.
Em , na França, Maquiavel recebeu uma carta oficial de seus superiores da chancelaria de Florença. O documento reafirmava o quão obediente deveria ser o secretário aos mandos da mais alta instância da cidade, o Conselho dos Dez (I Dieci). Diziam claramente que ele deveria "fazer toda diligência e trabalhos que este Conselho [...] não faz" (MACHIAVELLI, 1999, p. 1341)[1]. O texto expressa não uma necessária subserviência do secretário aos Dieci, mas uma relação de comprometimento mútuo no exato instante de uma deliberação que ambos os lados não estavam de plenos acordos. De fato, a discordância entre o Conselho de Florença e seu legítimo representante não os tornaram menos unidos por conta disso. Embora o prenúncio de uma desgraça tenha chegado à Florença com a resposta de Maquiavel -"il futuro era la guerra" (MACHIAVELLI, 1999, p. 1346)permaneciam unidos. Esta república contava com a tenaz assiduidade de Nicolau Maquiavel e o firme pulso dos Dieci. Ainda que destoassem em suas avaliações políticas, permaneciam ambos sob a insigne da mesma república. Nos quatorze anos de serviço austero, Maquiavel aprendeu tudo aquilo que a experiência pode ensinar e, depois da derrota da república de Florença em 1512, foi banido da cidade, não antes sem ser interrogado, preso e torturado pela família principesca invasora.
Revista Filosófica de Coimbra, 2014
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This paper aims to bring together Hume and Machiavelli by taking both of them as exponents of a certain nonjusnaturalistic current, formed at the beginning of the modern age, which had its own way of thinking the nature of the law and, in a broad sense, legal-political normativity. Despite being influenced by the modern school of natural law, Hume breaks with it in a fundamental point - in the refusal of the notion of person as a starting point to think the social genesis of the legal-political order. Instead, he thought of this genesis from the game of social forces and the circulation of opinions in society, for which Machiavelli was an indispensable reference.
Revista Portuguesa de Ciência Política, 2017
Figurando entre os principais pensadores do chamado realismo político, Nicolau Maquiavel ocupa um lugar cimeiro na história do pensamento político ocidental, sendo classificado por Jaime Nogueira Pinto como um dos antecedentes do pensamento contra-revolucionário. Esta corrente de pensamento é marcada, entre outros factores, pela consciência da necessidade de decisão e esta consciência está patente no contexto que rodeia a redacção das obras de Maquiavel. Na medida em que este sugere um conjunto de recomendações quanto à actuação política assentes numa determinada concepção do político que é radicalmente diferente da que está na base da filosofia política clássica e atendendo à influência que os seus escritos tiveram e têm sobre a teoria e a praxis políticas, torna-se particularmente relevante para a teoria da decisão. O nosso objectivo geral é o de caracterizar a teoria da decisão decorrente dos contributos de Maquiavel, procedendo a uma análise da sua concepção do político e das principais componentes do seu pensamento, como sejam o pessimismo antropológico, a rejeição da tradição da filosofia política clássica, o legado da razão de Estado, a rejeição da moralidade cristã, a separação entre a moral e a política – que, ainda que seja uma interpretação generalizada da obra de Maquiavel, é alvo de uma contestação assaz pertinente por parte de Isaiah Berlin –, e o patriotismo.
Profanações
O artigo objetiva refletir sobre alguns aspectos do pensamento de Maquiavel, em particular seus posicionamentos em relação à célebre virtù (como faceta primordial da ragion di Stato), entendidos a partir da perspectiva categórica da filosofia prática. Para isso, por um lado, serão revisadas as opiniões expressadas pelo florentino contra a ideia de virtude como forma universal e abstrata e a favor de um ajustamento permanente com as contingencias do mundo. De outro lado, a análise de um trabalho pouco considerado pela maioria dos comentadores de Maquiavel, como A vida de Castruccio Castracani (lido em concomitância com os clássicos O Príncipe e Discursos), ajudará a sustentar tal interpretação, em relação à conceição maquiaveliana da virtù e sua colocação sobre a necessidade de estabelecer o Estado nacional. Palavras-Chave: Maquiavel. Virtù. Castruccio Castracani.
Sapere Aude, 2017
Helton Adverse RESUMO O presente artigo visa examinar as relações entre poder, força e retórica no pensamento de Maquiavel. A obra do secretário florentino nos liberta da ilusão segundo a qual o poder é idêntico à força, nos mostrando que seu exercício é impossível sem a dimensão discursiva. Apenas levando esse fato em consideração, podemos apreender a realidade política em sua complexidade.
Direito Izabela Hendrix, 2012
Este trabalho visa discutir a contradição que cerca o nome do pensador florentino Nicolau Maquiavel, relacionando ao alcance de seu pensamento, sobretudo à luz do mito do maquiavelismo, associado inadequadamente a juízos de valor do que deveria ser o exercício do poder, bem como o caráter exagerado daqueles que chegaram a ver em Maquiavel um defensor da liberdade.
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