Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2012, Viso: Cadernos de estética aplicada
…
12 pages
1 file
Como o tema proposto para nosso encontro deste ano foi “Brasil”, proponho discutirmos a possibilidade (e também seu contrário) de pensarmos uma filosofia brasileira. Assim como existe um modo bastante próprio de abordar as questões filosóficas em alguns países, o que nos leva a conceber – através das diferenças evidentes – a existência de uma filosofia francesa, de uma filosofia alemã, inglesa, italiana, e, depois da globalização, de uma filosofia japonesa, árabe, e de outras nações cujas culturas são distintas da judaico-cristã; parece-me pertinente a questão: as singularidades de nosso pais podem produzir um pensamento original ao ponto de configurar um pensamento filosófico brasileiro? E ainda, encontramo-nos capazes, com nossa formação filosófica, de sermos intérpretes do Brasil?
I Mas o que é filosofar hoje em dia -quero dizer, a atividade filosófica -senão o trabalho crítico do pensamento sobre o próprio pensamento? Se não consistir em tentar saber de que maneira e até onde seria possível pensar diferentemente em vez de legitimar o que já se sabe? (Michel Foucault) Falar de filosofia no Brasil pressupõe um imenso desafio. O primeiro de todos é responder a questão colocada logo no título e que trabalharemos ao longo deste trabalho: há filosofia no Brasil? Em que medida é possível falar em pensamento filosófico Brasileiro?
Sem sombra de dúvidas a característica mais marcante no que se refere ao pensamento latino-americano de inspiração orteguiana é a busca pela originalidade. Em um primeiro momento, os pensadores da chamada "geração dos patriarcas" foram os responsáveis por notar a necessidade de forjar uma filosofia genuinamente latinoamericana. A seguinte, chamada "geração dos forjadores", chegou a possuir grande domínio sobre a filosofia européia e trabalhou para fazer desaparecer o desnível técnico em relação a esta. Só então, partindo da grande contribuição das gerações anteriores, é que o grupo generacional formado por pensadores nascidos entre 1915 e 1920 se viu confrontado com a árdua missão de produzir um pensamento original que respondesse aos problemas do homem latino-americano. Diante deste grande desafio, os filósofos latino-americanos assumiram posturas distintas, denominadas pelo filósofo peruano Francisco Miró Quesada de assumptiva e afirmativa (1974 apud BEORLEGUI, 2004, p. 557). A grande diferença entre essas duas posturas se dava na maneira como enxergavam a função do filósofo: enquanto os pensadores da linha assumptiva acreditavam que este deve assumir a filosofia universal como o fizeram seus autores mais importantes, como Platão, Aristóteles e Kant, e que ainda não eram capazes disto (denotando íntima tensão vivida pelos seguidores desta perspectiva, entre querer e pensar que não poderiam, como bem destaca Miró Quesada), os seguidores da linha afirmativa entendiam que o filosofar autônomo deveria partir da própria circunstância e, considerando que estavam preparados para esta atividade, se lançaram a ela. Entretanto, mesmo entre os que acreditavam ser possível o desenvolvimento de um pensamento original que não deveria tentar imitar a Europa, maioria dentre os líderes deste grupo geracional, existiram divergências. Para Leopoldo Zea, esta postura levava implicitamente o empenho pelo diálogo com o passado, enquanto Salazar Bondy pensava que era necessário romper com este passado, já que em nenhum momento anterior se refletiu com as condições adequadas para se fazer uma filosofia autenticamente americana. Neste pequeno artigo, por questões metodológicas, irei focar na apresentação do Grupo Hiperión, como ficou conhecido o grupo de pensadores formado sob a influência pedagógica de José Gaos, filósofo espanhol discípulo de Ortega y Gasset, exilado de seu país durante a guerra civil espanhola (1936-39) e que encontrou no México o lugar ideal
A filosofia brasileira é considerada inexistente ou desimportante pela comunidade filosófica brasileira. A maioria dos graduados em filosofia passam pelo curso sem ler um texto de um filó-sofo brasileiro ou sequer ouvir o nome de um filósofo nativo. O desprestígio do tema é de chamar atenção. O presente texto busca defender a possibilidade de uma filosofia brasileira. Apresentamos as objeções mais comuns ao tema e tentamos refutá-las, posteriormente apre-sentamos a historiografia consagrada sobre o assunto e por fim expomos o que consideramos que poderia ser uma filosofia brasileira. A pesquisa é de caráter bibliográfico e de cunho ensaístico.
Revista Opinião Filosófica
O presente artigo apresenta o conceito de campo político-cultural como ferramenta epistemológica de formação de uma agenda contextualizada para a filosofia política, discutindo a importância de reconhecer no trajeto histórico-territorial do Brasil os elementos estruturantes que delimitam e ao mesmo tempo incubam as condições de possibilidade de formação de um movimento de amplo espectro de pesquisa vocacionada à investigar os mais diversos segmentos, tais como relações de poder, raça, classe, gênero, entre outras plataformas. Na esteira dos debates de formação de um campo político-cultural brasileiro, propõe-se uma retomada das reflexões de escala no processo de pesquisa, no qual o cotidiano e suas peculiaridades não sejam excluídos dos processos de investigação e reflexão político filosófico. De forma geral, trata-se da defesa de uma orientação epistemológica que seja capaz de transitar entre os diversos territórios da sociedade brasileira.
Univervidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2021
O complexo de vira-lata é frequentemente evocado no imaginário brasileiro há anos, porém seu proveito no campo da filosofia é quase nulo. Portanto, objetivando entendê-lo enquanto um conceito filosófico e a partir disso analisar o modo de fazer filosofia da comunidade filosófica brasileira, propõe-se aqui um questionamento sobre esta maneira de interpretação. Observa-se um comportamento recorrente na intelectualidade nacional: a postura de se rebaixar diante das tendências e modelos intelectuais estrangeiros. Recortamos passagens de vários autores de diversas áreas visando compreender as nuances presentes em tais condutas entendidas como vira-latas. Percebe-se que esta atitude de “inferioridade” diante do cânone ocidental tem estreita relação com a colonialidade ainda presente em sociedades que passaram pelos processos de assujeitamento de tipo colonial. Após problematizar os vícios decorrentes do método de produção de filosofia atual, transforma-se este trabalho em um alerta para estudantes de Filosofia que almejem ser filósofos e filósofas.
Síntese: Revista de Filosofia, 2016
Resumo: É comum no meio filosófico brasileiro o constrangimento provocado pela expressão “filosofia brasileira”. Os vários motivos para esse constrangimento são analisados nesse artigo. Essa análise revela que a forma prioritária pela qual a filosofia é praticada entre nós ocorre a despeito do próprio Brasil. O que é típico da filosofia feita aqui é que ela é praticada em um ambiente culturalmente artificial. Entretanto, ao contrário de se constituir como prova de sua inexistência, esse isolamento é justamente aquilo que caracteriza a filosofia brasileira. Ela revela-se como uma manifestação cultural adaptada ao “espírito de inconsistência” ou à “cultura literária” – uma marca do nosso modo de vida identificada por vários autores. Portanto, não apenas há filosofia brasileira como ela é brasileiríssima ao ser praticada de costas para o Brasil.: The embarrassment caused by the expression “Brazilian philosophy” is common in the Brazilian philosophical milieu. This article analyzes the ...
Mundos em Movimento: Orientalismos, 2021
Já tratei deste tema antes [Bueno, 2004a e 2004b], mas infelizmente ele continua recorrente: há uma Filosofia Chinesa? Podemos doravante utilizar o termo "Filosofia" para os sistemas de pensamento chinês? A insistência na pergunta tem sua razão de ser: o público acadêmico brasileiro já notou a clara partição, no campo da Filosofia, entre uma pretensa genealogia do saber ocidentalista, que exclui toda e qualquer forma de pensar classificada como ‘Não Ocidental’, ou seja, africanas, asiáticas, indígenas, entre outras; doutro lado, aqueles que postulam a abertura do campo filosófico a novas formas de pensar, e da construção de epistemologias alternativas. Não é preciso se aprofundar muito para notar que, por trás desse conflito, persiste a oposição entre imperialismo e uma visão pós-colonial, em suas várias vertentes [descolonial e decolonial]. O caso da China deixa mais que evidente o problema, pois não se pode mais ignorá-la como uma grande nação, cujas contribuições materiais e intelectuais para a história mundial estão em questão.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Ensaios de Filosofia Brasileira, 2021
Revista Dialectus - Revista de Filosofia, 2018
Filosofia e Educação
Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação (RESAFE)
Le Monde diplomatique Brasil, 2019
Sapere Aude, 2016
Revista Semiárido De Visu, 2020
Revista Sul Americana De Filosofia E Educacao, 2014
O que nos faz pensar
Diálogos Filosóficos, 2022
Vº Colóquio Pensadores Brasileiros, 2021