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O objetivo de FOUCAULT, em Vigiar e Punir, é descrever a história do poder de punir como história da prisão, cuja instituição muda o estilo penal, do suplício do corpo da época medieval para a utilização do tempo no arquipélago carcerário do capitalismo moderno. 1 Assim, demonstrando a natureza política do poder de punir, o suplício do corpo do estilo medieval (roda, fogueira etc.) é um ritual público de dominação pelo terror: o objeto da pena criminal é o corpo do condenado, mas o objetivo da pena criminal é a massa do povo, convocado para testemunhar a vitória do soberano sobre o criminoso, o rebelde que ousou desafiar o poder. 2 O processo medieval é inquisitorial e secreto: uma sucessão de interrogatórios dirigidos para a confissão, sob juramento ou sob tortura, em completa ignorância da acusação e das provas; mas a execução penal é pública, porque o sofrimento do condenado, mensurado para reproduzir a atrocidade do crime, é um ritual político de controle social pelo medo. 3 No estudo da prisão, a originalidade de FOUCAULT consiste em abandonar o critério tradicional dos efeitos negativos de repressão da criminalidade, definido pelas formas jurídicas e delimitado pelas conseqüências da aplicação da lei penal, para pesquisar os efeitos positivos da prisão, como tática política de dominação orientada pelo saber científico, que define a moderna tecnologia do poder de punir, caracterizada pelo investimento do corpo por relações de poder, a matriz comum das ciências sociais contemporâneas. 4 * Trabalho apresentado no 11 o Seminário Internacional do IBCCRIM (4 a 7 de outubro de 2005), São Paulo, SP.
O objetivo de FOUCAULT, em Vigiar e Punir, é descrever a história do poder de punir como história da prisão, cuja instituição muda o estilo penal, do suplício do corpo da época medieval para a utilização do tempo no arquipélago carcerário do capitalismo moderno. 1 Assim, demonstrando a natureza política do poder de punir, o suplício do corpo do estilo medieval (roda, fogueira etc.) é um ritual público de dominação pelo terror: o objeto da pena criminal é o corpo do condenado, mas o objetivo da pena criminal é a massa do povo, convocado para testemunhar a vitória do soberano sobre o criminoso, o rebelde que ousou desafiar o poder. 2 O processo medieval é inquisitorial e secreto: uma sucessão de interrogatórios dirigidos para a confissão, sob juramento ou sob tortura, em completa ignorância da acusação e das provas; mas a execução penal é pública, porque o sofrimento do condenado, mensurado para reproduzir a atrocidade do crime, é um ritual político de controle social pelo medo. 3 No estudo da prisão, a originalidade de FOUCAULT consiste em abandonar o critério tradicional dos efeitos negativos de repressão da criminalidade, definido pelas formas jurídicas e delimitado pelas conseqüências da aplicação da lei penal, para pesquisar os efeitos positivos da prisão, como tática política de dominação orientada pelo saber científico, que define a moderna tecnologia do poder de punir, caracterizada pelo investimento do corpo por relações de poder, a matriz comum das ciências sociais contemporâneas. 4 * Trabalho apresentado no 11 o Seminário Internacional do IBCCRIM (4 a 7 de outubro de 2005), São Paulo, SP.
2003
Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei no 5.988
No final dos anos 1960, havia a análise de Conteúdo como prática norteadora de interpretação de textos. Era papel do analista “decifrar” o texto e extrair dele o sentido oculto, atingindo sua “real” profundidade. Havia a certeza de uma verdade a ser desvendada, desarmando um projeto de significação do texto, revelando aquilo que estava escondido em matéria de significação. Foucault combate esta naturalização de saberes, se opondo às interpretações “evidentes” e contra os essencialismos possibilitados pelo método interpretativo da Análise de Conteúdo. Seus estudos tornaram-se frutíferos com o passar do tempo para a análise dos discursos partindo dos textos para os discursos que constituem textos e sujeitos no decorrer da história, revelada enquanto terreno de descontinuidades.
Tecnologias, Sociedade e Conhecimento
Em sua primeira edição, a revista tem um caráter especial, uma vez que surge no ano em que o NIED completa 30 anos de atuação intensa na área de Informática na Educação. Este lançamento, portanto, consolida as contribuições do NIED no âmbito da difusão de conhecimento sobre as relações entre a educação, a sociedade e a tecnologia, por meio de pesquisas e desenvolvimento de tecnologias e metodologias de forma integrada às demandas da sociedade.
Cadernos Pagu, 2023
A propósito de Pagu", escrito por Mariza Corrêa e publicado em 1993 como o primeiro artigo do primeiro número da cadernos pagu, apresenta-nos brevemente Patrícia Galvão (1910-1962) em suas controvérsias e seu pioneirismo nas artes, na literatura, no jornalismo e na política. Segundo Corrêa (1993), somente leitores sensíveis saberiam captar que bons autores precisariam ser retomados e suas ideias levadas adiante, ainda que isso não implicasse, necessariamente, em um verdadeiro reconhecimento destes. Como fica claro ao final do artigo, Pagu é uma dessas autoras. Suas ideias ainda hoje circulam, mas o seu lugar nos cânones das artes e literatura não está completamente consolidado. Nomear como Pagu o núcleo de estudos de gênero e o periódico científico surgido desse mesmo núcleo é, a um só tempo, uma espécie de "resgate", tal como afirma Corrêa (1993), das ideias e um reconhecimento do pioneirismo e das lutas empreendidas por Patrícia Galvão. Além disso, e não menos importante, diz muito das relações e trocas na produção de conhecimento, mas também da constituição das redes de apoio e afeto inerentes ao pensamento e a prática feminista. Dessa maneira, afirma Corrêa (1993:17) "escolhemos o nome Pagu para o nosso Centro de Estudos de Gênero por sugestão de Beth Lobo, prima de Mara Lobo por muitas e boas razões" 1. Nesse mesmo número de 1993, ficou a cargo de Adriana Piscitelli elaborar a apresentação do periódico. Nas breves, porém instigantes palavras, a pesquisadora afirma: Apresentamos De trajetórias e Sentimentos, o primeiro número da Cadernos Pagu. Esta atividade é uma publicação intimamente ligada aos interesses e atividades de um grupo: um coletivo acadêmico interdisciplinar que pretende, através do trabalho conjunto, aprofundar-se no conhecimento em torno das categorias de gênero (1993:5, marcações da autora).
A partir da idéia que o indivíduo não nos é dado, acho que há apenas uma conseqüência prática: temos que criar a nós mesmos como uma obra de arte."
O presente texto é um resumo de outros textos do mesmo autor sobre o filósofo Michel Foucault. O texto tem por objetivo transmitir de forma didática as principais ideias das diferentes fases de Foucault, introduzindo e orientando assim seu leitor à leitura dos originais dentro de uma perspectiva mais ampla.
This article has as objective relating the foucauldian notion of the care about yourself, considering ethical factors and its own building of a subject in the world. The exercise of recognize yourself and care about yourself is demonstrated by Michel Foucault as necessary for the development of individuals in a practical dimension and in a relation to the knowledge. The care about yourself can be associated to the improvement and/or in repair of a problematic education.
A investigação dos vínculos entre liberdade e verdade nas práticas de governo segundo o estudo do filósofo francês Michel Foucault da noção de parresía, um estudo efetuado por meio de duas séries de análises de três cartas do filósofo grego Platão. A primeira série é a análise da atividade de conselheiro político de Platão, e seu objetivo é detectar o aparecimento de três condições de realidade que a filosofia tira de sua relação com a política. A segunda série é a análise dos conselhos políticos de Platão, e cujo objetivo é detectar a parresía na raiz do conselho político de Platão. Tal investigação firma o estabelecimento de três pontos principais que se podem depreender da relação entre filosofia e política nas Cartas de Platão e que culminam na afirmação do caráter totalmente prático da filosofia antiga, uma filosofia cuja realidade e tarefa é a definição do modo de ser do homem político.
Sistema Único de Saúde (SUS) aos 30 anos Thirty years of the Unified Health System (SUS) Resumo Com o objetivo de dialogar com alguns estudos e perguntas acerca do SUS, ao completar 30 anos, o artigo apresenta um balanço de veto-res positivos, obstáculos e ameaças, sublinhando a falta de prioridade pelos governos, o subfinancia-mento e os ataques perpetrados pelas políticas do capital. Ressalta a financeirização da saúde vin-culada à dominância financeira como uma das maiores ameaças ao SUS. Conclui que o SUS não está consolidado, justificando alianças entre forças democráticas, populares e socialistas, com novas estratégias, táticas e formas organizativas para enfrentar o poder do capital e de seus representan-tes na sociedade e no Estado. Palavras-chave Sistema Único de Saúde, Políti-cas de saúde, Reforma sanitária brasileira Abstract This article, which aims to explore questions relating to SUS at 30 and to dialogue with other studies, presents an overview of the positive drivers, the obstacles and the threats to Brazil's Unified Health System. It points to a lack of prioritizing the SUS on the part of the government , underfunding and attacks on the system made by capital's policies. The article also suggests that one of the most significant threats to SUS is the financialization of health, linked to the financial dominance. It concludes by arguing that the SUS is not consolidated, justifying alliances between democratic, popular and socialist forces, with new strategies, tactics and forms of organization to face up to the power of capital and its representatives in society and in the State.
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Políticas da performatividade: levantes e a biopolítica, 2019