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2020, Revista ECO-Pós
Publicado em 2017, a obra de Djamila Ribeiro tem sua centralidade no conceito de “lugar de fala”, bastante citado nos últimos anos, especialmente em debates pela internet. Erroneamente confundido com representatividade, não diz respeito a quem pode ou não falar sobre quais assuntos, mas quais localizações sociais autorizam ou desautorizam à voz, promovendo, assim, a propagação ou o silenciamento de conhecimentos. Pela perspectiva do feminismo negro, a autora aponta a necessidade de pensar outros saberes para além das epistemologias hegemônicas, sendo a identidade um marcador fundamental para lembrar da inexistência de discursos neutros e universais, construídos nas relações de poder.Palavras-chave: Djamila Ribeiro; lugar de fala; feminismo negro; identidade; poder;
Discussão sobre os potenciais e os limites do conceito de "lugares de fala" na renovação da militância no campo dos direitos humanos em nossos tempos.
Falas, percursos, práticas e modos de (r)ex(s)istir, 2023
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The issue of gender identifi cations allows to debate the constitu-tive contradiction of the processes of meaning and subjectivation, which both reinforce the social imaginary and burst it, by means of a discursive event that opens social and discursive gaps for the emergency of new forms of subjectivity. This paper develops a discursive approach to the issue of gender identifi cations and its relation to social and political practices. We aim to discuss discursive processes that lead to the construction of iden-tifi cation procedures, whether of gender, or of other modalities of iden-tifi cation. We understand gender as a discursive construction, effect of a complex and contradictory process of interpellation. However, it is not our goal to point out the dominance of normative sense, but mostly to describe the gaps where this normalization breaks down, when voices / bodies historically silenced or banned enter the picture. We investigate here the rise of discourses in which individuals are taken as the target of a subjectivation process, generating simultaneously a modality of knowledge and of enun-ciation about themselves. In this way, we discuss the role of the enunciation as constitutive of subjectivation, analyzing the materiality of the voice, the body and a saying of oneself in the construction of a " place of speech " that stands as an ethically and politically legitimated voice in the struggle against hegemonic identifi cations. Resumo: A problemática das identifi cações de gênero permite refl etir so-bre a contradição constitutiva dos processos de produção de sentido e do sujeito, que tanto reforçam o imaginário social quanto irrompem como acontecimento, abrindo brechas sociais e discursivas para o deslocamento de sentidos e a emergência de novas modalidades de subjetivação. Nosso trabalho desenvolve uma abordagem discursiva desta questão, consideran-do sua relação com práticas de militância. Objetivamos refl etir sobre os processos discursivos que conduzem à construção de modalidades de iden-tifi cação, seja de gênero, seja de outras modalidades que a esta se articulam em descontínuos movimentos da história. Compreendemos o gênero como uma construção discursiva, efeito de um processo de interpelação comple-xo e contraditório. Não se trata, portanto, de apontar para a dominância de sentidos normativos, mas principalmente de descrever os pontos onde eles entram em crise, quando vozes/corpos historicamente silenciados ou inter-ditados entram em cena. Pensamos aqui na emergência de discursos nos quais os indivíduos são tomados como alvo de um processo de subjetivação gerando, ao mesmo tempo, um saber e um modo de falar sobre si. Neste 1 Uma versão deste trabalho foi apresentada no Simpósio Temático 59 do 13° Women's Worlds & Fazendo Gênero 11, realizado na Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis-SC, Brasil, em agosto de 2017 e será publicada nos anais do evento. 2 Docente do Departamento de Linguística/UNICAMP e pesquisadora do CNPQ, Campinas–SP, Brasil.
A problemática das identificações de gênero permite refletir sobre a contradição constitutiva dos processos de produção de sentido e do sujeito, que tanto reforçam o imaginário social quanto irrompem como acontecimento, abrindo brechas sociais e discursivas para o deslocamento de sentidos e a emergência de novas modalidades de subjetivação. Nosso trabalho desenvolve uma abordagem discursiva desta questão, considerando sua relação com práticas de militância. Objetivamos refletir sobre os processos discursivos que conduzem à construção de modalidades de identificação, seja de gênero, seja de outras modalidades que a esta se articulam em descontínuos movimentos da história. Compreendemos o gênero como uma construção discursiva, efeito de um processo de interpelação complexo e contraditório. Não se trata, portanto, de apontar para a dominância de sentidos normativos, mas principalmente de descrever os pontos onde eles entram em crise, quando vozes/corpos historicamente silenciados ou interditados entram em cena. Pensamos aqui na emergência de discursos nos quais os indivíduos são tomados como alvo de um processo de subjetivação gerando, ao mesmo tempo, um saber e um modo de falar sobre si. Neste sentido, debatemos o funcionamento da enunciação como constitutivo da subjetivação, analisando a materialidade da voz, do corpo e de um dizer de si na construção de um “lugar de fala” que se apresenta como eticamente e politicamente legítimo na luta contra identificações hegemônicas.
DOAJ (DOAJ: Directory of Open Access Journals), 2021
Lócus de enunciação e lugar de fala parecem conceitos primos, mas são produtos de tendências de pensamento distintas, como é o caso dos estudos subalternos (SPIVAK, 1987), a Teoria Racial Crítica (LADSON-BILLINGS e TATE, 1995), os estudos de feministas negras norte-americanas (DAVIS, 1983; CRENSHAW, 1989; HILL COLLINS, 1990), os estudos chicanos (ANZALDUA, 1987), decoloniais (MIGNOLO, 2000), entre outros. Neste trabalho vamos navegar entre os sentidos de lócus de enunciação (MIGNOLO, 2000) e lugar de fala (RIBEIRO, 2017) para compreender como a linguagem constrói a racialização e naturaliza marcado e não-marcado por meio dela. Para isso, vou examinar ambos os conceitos, lugar de fala e lócus de enunciação, a partir de suas delimitações históricas, as similaridades e diferenças entre si, bem como pontos de encontro teórico. Para finalizar, vou propor dispositivos como trazer o corpo de volta, roubado pela colonialidade, e marcar o não-marcado, como forma de ligar o lugar de fala ao lócus de enunciação.
Coisas do Gênero: Revista de Estudos Feministas em Teologia e Religião, 2019
Quando eu morder a palavra, por favor, não me apressem, quero mascar, rasgar entre os dentes, a pele, os ossos, o tutano do verbo, para assim versejar o âmago das coisas. Conceição Evaristo Antes de escrever sobre o próprio livro, não posso deixar de mencionar sobre a audácia do projeto idealizado por Djamila Ribeiro, que é a coleção Feminismos Plurais 1 , da Editora Letramento 2 , a qual tem como trincheira levar de forma acessível conteúdos tão densos em uma linguagem didática, tentando dialogar com um público que não seja acadêmico, sem perder o rigor teórico e conceitual. Nesta mesma direção, a coleção se propõe a oferecer ao público obras com preço acessível. Com essas dobradiças: linguagem e preço fazem-se uma das melhores formas
TCC, 2009
Essa pesquisa busca por meio da análise, discussão e leitura de alguns trabalhos de arte contemporânea e filosofia da arte, entender procedimentos que levam à uma perspectiva flutuante da paisagem. Esse tema é visto e usado constantemente em obras de arte nos últimos anos, dando a entender que há sim, uma preocupação e afetividade dos artistas para com as questões entre paisagem/cidade, natureza/meio-ambiente e homem/espaço.
Artemis, 2021
Para a leitura dramática de um texto publicado na Artemis, 2021.
Trabalhos em Linguística Aplicada, 2021
RESUMO Lócus de enunciação e lugar de fala parecem conceitos primos, mas são produtos de tendências de pensamento distintas, como é o caso dos estudos subalternos (SPIVAK, 1987), a Teoria Racial Crítica (LADSON-BILLINGS e TATE, 1995), os estudos de feministas negras norte-americanas (DAVIS, 1983; CRENSHAW, 1989; HILL COLLINS, 1990), os estudos chicanos (ANZALDUA, 1987), decoloniais (MIGNOLO, 2000), entre outros. Neste trabalho vamos navegar entre os sentidos de lócus de enunciação (MIGNOLO, 2000) e lugar de fala (RIBEIRO, 2017) para compreender como a linguagem constrói a racialização e naturaliza marcado e não-marcado por meio dela. Para isso, vou examinar ambos os conceitos, lugar de fala e lócus de enunciação, a partir de suas delimitações históricas, as similaridades e diferenças entre si, bem como pontos de encontro teórico. Para finalizar, vou propor dispositivos como trazer o corpo de volta, roubado pela colonialidade, e marcar o não-marcado, como forma de ligar o lugar de fa...
Este artigo analisa de que forma o espaço periférico – o espaço que escapa à organização – é construído nos discursos do saber urbano especializado, entendido aqui no jogo de (ex)tensões entre a fala da ciência e a fala jurídico-administrativa. Tomando o espaço periférico nessas condições, enquanto espaço silenciado, interessa-nos compreender o funcionamento dos dizeres sobre esse espaço nos discursos do planejamento, da organização, do ordenamento.
2015
Neste artigo, buscamos refletir como as praticas performaticas, nas instâncias de criacao e (re)apresentacao, usam, (re)inventam, articulam, transformam, deslocam, ignoram e/ou omitem elementos dos lugares em suas formas de interacao em contextos especificos. Tal reflexao se fundamenta em duas atividades propostas pelas autoras durante a I Semana Academica do Curso de Teatro da UFSJ: a performance coletiva Entre lugares - Memorias da agua, experimento realizado com o grupo Urbanidades e a reflexao conceitual sobre espacos cenicos praticados no microsseminario Espacos e lugares da cena . Nas duas propostas,discutimos potencialidades, possibilidades e impossibilidades de apropriacao dos lugares e seus contextos, em criacoes cenicas e/ou dramaturgias de ocupacao de espacos alternativos. As interacoes da cena com as carateristicas historicas, simbolicas, culturais, economicas, politicas, geograficas, arquitetonicas, ecologicas, sociologicas, pre-existentes dos espacos, colocam em jogo o...
Revista Leitura, 1999
Gostaria de começar este ti'abalho' fazendo uma referência autobiográfica. O titulo de um trabalho publicado na Argentina (1992) incluia como subtítulo EL PODER DE ENUNCIAR. Observando a distância (temporal e teórica) esse subtítulo, percebo e faço ti"abalhar a ambigüidade do sintagma O poder de enunciar^ na sua dupla leitura como possibilidade de dizer/eficácia do dizer. Em um texto mais recente (o livro Cidadãos modernos. Discurso e representação política, 1997), volto a encontrar essa antiga inquietação, agora já nomeada como lugar de eminciação na análise que desenvolvo sobre o discurso da transição na Argentina e, mais especificamente, sobie o funcionamento da figura do porta-voz. Nesse texto, cujo objetivo e trabalhar o fundamento discursivo da representação política, considero a figura do poila-voz como um lugar de enunciação e, enquanto tal, como uma das formas históricas do sujeito de enunciação (Guilhaumou, 1989). Na análise apresentada nesse meu livro, gostaria de destacai, cm primeiro lugar, a relação estabelecida entre certos funcionamentos dessas situações) (Pêcheux, 1969:82). Por isso, quero fazer pública minha divida e citar seu nomes como interdiscurso dessa minha prática de escrita. Sou grata a Neuza Zattar,
Letrônica
De acordo com Zolin (2019), a ficção de autora feminina recente vive um momento de intensa produção, no qual as questões de gênero ainda aparecem mescladas a outras demandas das mulheres pós-modernas. Nesse sentido, o romance Meu marido, publicado em 2006, pela psicanalista carioca Lívia Garcia-Roza, traz como protagonista-narradora Bela, uma jovem de 30 anos, casada e mãe, que sofre com o esfacelamento de seu cotidiano familiar. Mesmo com uma personagem feminina sujeita à opressão, à tirania, ao silenciamento e aos constantes abusos físicos e psicológicos, infligidos pelo marido, o delegado Eduardo, a autora consegue dar visibilidade aos conflitos que permeiam o cotidiano de mulheres silenciadas pelas relações amorosas opressivas. Com efeito, esse artigo, que tem como objetivo uma reflexão sobre a representação da voz subalterna da personagem feminina no romance citado, respalda-se nos aportes teóricos dos estudos culturais e da crítica feminista, com estudos de, entre outros, Coel...
, 2014
A partir da observação de um evento esportivo corriqueiro como um jogo de futebol, este trabalho tem como objetivo lançar uma proposta de estudo no campo da comunicação, em que o “lugar” é colocado no epicentro da discussão. As definições deste termo variam de acordo com a área de conhecimento e vão desde o lugar onde ocorrem às práticas sociais até o lugar como espacialização (MASSEY, 2008; SHIELDS, 1998), fruto do fluxo de informação que transita por ele. Para localizar a discussão entro do campo da comunicação, estabelecemos três aspectos capaz de realizar este estudo: o tipo de interação, o meio técnico de transmissão e os contextos de produção, emissão e recepção de informação. A relação entre estes aspectos e o lugar geram quatro formas diferenciadas de comunicação como base neste estudo do lugar na comunicação: a Comunicação Local, a Comunicação Situada, a Comunicação Global e a Comunicação Locativa.
Estudo prévio-Revista do Centro de Estudos de Arquitectura, Cidade e Território da Universidade Autónoma de Lisboa, 2021
Enquanto equipa técnica que desenvolve a ação experimental da iniciativa Outros Bairros (IOB) procuramos construir, desde sempre, questionamentos sobre práticas arquitetónicas coletivas e participativas que possam gerar ações políticoarquitetónicas capazes de se intercetar ideologicamente com os lugares onde atuamos. Recentemente, pela possibilidade de se conceber e implementar, em São Vicente-Cabo Verde, esta ação pública responsável pela reabilitação urbana de três zonas autoconstruídas no Mindelo, pudemos participar de um conjunto de ações, entre as quais Amdjer na Obra e Kubaka, que, neste documento, são analisadas através de um conjunto de (im)possibilidades que questionam o atual modelo de cidade e recusam a herança colonial do contexto em que a Iniciativa se insere.
Psicanálise & Barroco em Revista, 2019
Este trabalho surge a partir da experiência do projeto de extensão da residência integrada em saúde (RIS-ESP/CE) chamado “Residência na Rua: Saúde, Cultura e Arte”, em que residentes realizam abordagens noturnas junto à população de rua do centro de Fortaleza/CE. Tendo em vista a escassez de trabalhos psicanalíticos que abordem esta população, nos perguntamos quais as implicações da Psicanálise extramuros para o trabalho com a população em situação de rua. Através de revisão bibliográfica de textos psicanalíticos atrelada ao relato de experiência do projeto, buscamos elucidar os modos de atuação do psicanalista junto à população em situação de rua e através de experiências artísticas. Salientamos a psicanálise enquanto atuação baseada em uma ética que lhe é própria.Palavras-Chave: Psicanálise Extramuros; População em Situação de Rua; Arte; Saúde Mental; Ética da Psicanálise.
Revista Portal de Divulgação, 2012
ABSTRACT: Many writers think their native land may be a language, a memory, an individual or general history, the body, the suffering one deeply feels, the removal of the past, and the emptiness resulting form this process. What kind of relationship do migrant poets and writers establish with the language and place in which they live? This essay is a reflection on these matters, based on a brief analysis of the experiences of three foreign authors who have chosen the Italian language as their literary language.
Considerações sobre o sintagma "lugar de fala": um operador de vozes empoderadas? ______________________________________________________________________
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