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2021
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Este artigo analisa a prosa poética de Cruz e Sousa, à luz da Comédia de Dante. Nosso estudo se concentra especificamente no texto “Capro”, de Cruz e Sousa, com o intuito de examinar reminiscências dantescas ali presentes, compreendendo, afinal, como ambos os autores, nos textos analisados, veem a relação entre o poeta, o meio natural e a tarefa da escrita – aspectos explorados tanto na obra de Dante como na de Cruz e Sousa
Nau literária, 2020
Baseia-se este artigo no levantamento de notícias, resenhas e artigos publicados na imprensa carioca, nos anos de 1890 a 1893 e de 1898 a 1899, a respeito de Cruz e Sousa e sua obra literária. Pretende-se abordar especificamente: 1) alguns dos prováveis critérios de organização de Evocações, obra póstuma trazida à luz por esforços de Nestor Vítor e outros admiradores do chamado Dante Negro, 2) as circunstâncias peculiares em que foi produzida e distribuída para o público e 3) as primeiras manifestações críticas publicadas em periódicos. Este artigo almeja também examinar a hipótese de que as mencionadas circunstâncias teriam afetado singularmente a recepção inicial desse livro simbolista.
Revista Soletras, 2014
Resumo: O presente trabalho propõe uma análise que diferencia a poética em seu aspecto exteriorexógeno, e interiorendógeno, o que torna a poesia de Cruz e Sousa mais nítida à observação no que tange a uma continuidade com os poetas do Modernismo. Isto porque o enfoque exógeno privilegia as matrizes filosófico-ideológicas, as rupturas libertadoras, a quebra da forma parnasiante, o ufanismo nacionalista de raiz, do regionalismo artesanal, da temática citadina, urbana e das experiências do espírito novo. Entretanto, no enfoque endógeno, o verso se abre para revelar a lírica dos símbolos, a tensão sugestiva das metáforas, as sinestesias de elementos díspares, a musicalidade das aliterações e assonâncias, dos encontros consonantais, a projeção imagético-sensível das impressões, a amplitude evocativa das expressões, dos versos e das estrofes entre si e em conjunto. Por este referencial teórico, é justamente no enfoque endógeno que Cruz e Sousa demonstra o quanto inaugurou uma nova forma de conceber a poesia no Brasil, cujo uso virtuoso do símbolo foi tomado de préstimo, destruído e reconstruído, recomposto, transformado e recriado pelos modernistas. Entretanto, é sempre do símbolo que se está falando, o que, por si só, atesta sua relevância. Algumas poesias dos modernistas-ou neossimbolistas-Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Oswald de Andrade e Vinícius de Moraes serão confrontadas com outras de Cruz e Sousa. Longe de esgotar o tema, este artigo pretende apontar as possibilidades de um novo e amplo campo de pesquisa.
Polifonia, 2009
Resumo: Este artigo consiste em uma discussão da visão de transcendência particular à poética do Decadentismo, tomando como referência a lírica de Cruz e Sousa. Por transcendência poética entende-se a busca pelo ideal e por romper as barreiras da percepção comum por meio da prática poética. Entre os românticos, a transcendência era buscada de diversas formas; uma das mais comuns era o arrebatamento sublime. Com o simbolismo/decadentismo, o grotesco participa desse processo e o arrebatamento transcendente encontra uma analogia em seu oposto-a queda. A lírica de Cruz e Sousa ilustra esse novo leitmotiv, surgido no seio da Modernidade.
Literatura em Debate, 2011
Este artigo consiste em uma discussao acerca da poetica de Cruz e Sousa sob a perspectiva da estetica do grotesco, como meio de avaliar as marcas da modernidade em sua lirica e a singularidade de sua poesia no quadro oferecido pela poeisa brasileira do seculo XIX. Cruz e Sousa foi um poeta incompreendido por seus contemporâneos, provavelmente pelo fato de experiencias esteticas postas em pratica no cerne de sua obra distoarem das tendencias esteticas mais difundidas no Brasil do fim do seculo XIX. A despeito disso, hoje, sua obra e considerada um dos manifestos mais expressivos do potencial de originalidade que envolveu a poesia oitocentista brasileira. A categoria do grotesco e a maneira particular com que Cruz e Sousa a utiliza em sua obra – a saber, amalgamada ao sublime – oferece uma chave de leitura eficiente para se avaliar a modernidade em sua poetica. Isso, pois, o grotesco possui uma ligacao estreita com estabelecimento dos fundamentos da poetica da modernidade e com os nov...
O Eixo e a Roda: Revista de Literatura Brasileira, 2013
A produção poética de Cruz e Sousa apresenta, com frequência, elementos litúrgicos, ritualísticos, por meio de metáforas sinestésicas e de vocabulário “celestial”, o que amplia e intensifica a atmosfera simbolista dos seus textos. Em muitos de seus poemas, a mulher é descrita associada a esses elementos religiosos e místicos; no entanto, essas construções não devem ser entendidas essencialmente como manifestações da religião católica. Este trabalho pretende discutir as representações do feminino e a simbologia ritualística e litúrgica a partir da dimensão mística e naturalista em poemas de Cruz e Sousa, a fim de comprovar que a presença de imagens e símbolos religiosos reflete a busca do transcendental e não se vincula a uma religião, especificamente.
1. O paradoxal e oximórico significado do título «A Sábia Ignorância» 2. Do “intertexto” que fecunda e alumia o “genotexto poiésico” para o “fenotexto aisthésico” que inspira e desencadeia transtextualmente a “metamorfose politeica”, a nível pessoal e comunitário... 3. A relação “tema <> rema” (“given <> new”) cartografia e estatística dos nucleares macro-signos noético-eidéticos, que funcionam como pólos ou pilares temáticos (“tópoi”) da tessitura neuro-sináptico-sémica urdida no processo texto-génico da “rhêsis poiésica”: sua frequência e distribuição no corpus textual 4. «A multidão dos sábios é a salvação do mundo». Mensagem final «Para a construção da “Catedral da Humanidade”».
Literatura Em Debate, 2013
RESUMO: Este texto discute um tema praticamente ignorado pela crítica literária ao longo do século passado, que é o processo através do qual a obra de Cruz e Sousa chega, nos anos 1890, à complexidade expressa por livros como Missal, Broquéis e Faróis. Essa complexidade tem precedente na própria obra do poeta que ficou dispersa, em textos publicados em periódicos catarinenses e cariocas hoje constantes, em grande parte, da Obra completa sob a tarja de "O livro derradeiro". Em dois desses textos -o poema "Grito de guerra" e o poema em prosa "O mar" -, percebe-se a transformação da escrita em sintonia com um fato histórico, de ordem biográfica: a mudança do poeta da periferia, a então Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, para o centro, o Rio de Janeiro. Cruz e Sousa. Poesia inicial. Escrita. Retórica. Poética Ao se transferir da periferia para o centro em dezembro de 1890, trocando definitivamente a então Nossa Senhora do Desterro, hoje Florianópolis, pelo Rio de Janeiro, Cruz e Sousa depara com a necessidade de alterar sua relação com a escrita, de romper, sobretudo, com a inocência que caracterizava essa relação. Vê-se na contingência de perceber que não pode ser mais o mero emissor de uma mensagem porque não há receptor conhecido e interessado, não há lugar para uma tal cena amistosa, para a vida social nos moldes da província. O que há, no novo lugar, é vida literária em configuração, agitada por banalidades, pelos cafés da Rua do Ouvidor, mas referendada, evidentemente, por esses elementos básicos, sistêmicos, que são o autor, o texto e o leitor. A princípio, ali haveria leitor para o texto produzido por qualquer autor; logo, era imperativo produzir o texto, uma outra escrita, diferente daquela de outrora. O que Cruz e Sousa (2000) publica no jornal "Cidade do Rio" no início de 1891, na coluna "Formas e coloridos", revela uma noção de texto como algo que se diferencia daquilo que ele havia feito anteriormente, marcado pela referencialidade que caracteriza uma mensagem em sentido corriqueiro, um enunciado funcional. Essa diferenciação, por sua vez, tinha início no estímulo: enquanto a mensagem era estimulada, sobretudo, por fatosa
2020
O catarinense Cruz e Sousa não é um poeta de vanguarda, formado sob a ruidosa ruptura com o passado. Ao contrário: sua formação é a Modernidade contraditória do século XIX, cuja pluralidade estética é perceptível em seu projeto ético-poético, sobretudo no que concerne ao Simbolismo e ao Decadentismo, que em suas mãos tingem-se de desconcertante originalidade. Este ensaio, partindo da poesia madura de Cruz e Sousa, leitor de Baudelaire & outros, almeja estudar o modo como nosso poeta foi lido por alguns de seus pares, em termos de crítica, narrativa, teatro etc.
Anuário de Literatura
Broquéis, particularmente, teria sido escrita nos anos iniciais de chegada do poeta à capital (logo, de 1890 a 1893). Nasceu da convergência de tendências já fixadas no meio literário brasileiro, das importações culturais, principalmente as francesas, da formação estética do poeta (na qual o romantismo tardio teve grande relevância, como se pode ver nos poemas esparsos da década de 80) 3 , da necessidade de ascender socialmente por meio da carreira literária e, sem dúvida, da personalidade "exótica", "arrogante" e "orgulhosa" do poeta, como descreviam os seus contemporâneos 4. Por consequência, parto de um pressuposto que será reafirmado ao longo do texto: o livro de poesia Broquéis é etapa importante de um percurso intelectual, com as deficiências e os avanços que esse percurso objetivamente poderia produzir. Ver Broquéis dessa maneira pressupõe compreender como convergem experiências pessoais e históricas, demonstrando assim a singularidade da obra. Desse modo, tratarei, no primeiro capítulo, da experiência histórica em que o intelectual Cruz e Sousa esteve inserido e dos limites culturais que a Primeira República impunha. Dos primeiros poemas abolicionistas e de estética mais claramente romântica à aceitação de uma "nova" poesia, há um caminho marcado por escolhas pessoais, mas também e, sobretudo, por limitações de ordem sociocultural. No segundo capítulo, dedico-me a encarar a fortuna crítica que se estabeleceu em torno do livro do poeta simbolista, dando destaque aos autores e críticos que enxergaram em Broquéis também um ponto de chegada, um produto acabado e com qualidades suficientes para ser analisado mais detidamente. Refiro-me aos estudos de Nestor Vítor, Maria Helena 3 Andrade Murici em introdução à obra completa de Cruz e Sousa, a qual ele havia organizado, refere-se a essa produção dos anos 80 como "de manifesta origem retórica e condoreira, à maneira de Pedro Luís, Tobias Barreto e Castro Alves, principalmente deste último" (Murici, Andrade. "Atualidade de Cruz e Sousa" In CRUZ E SOUSA, João da. Obra Completa. p. 24) 4 Lembremos a carta em que o próprio poeta se descrevia como "pobre artista ariano, ariano sim porque adquiri, por adoção sistemática, as qualidades altas dessa grande raça, para mim que sonho com a torre de luar da graça e da ilusão" e que se dizia "fatigado de tudo: de ver e ouvir tanto burro, de escutar tanta sandice e bestialidade e de esperar sem fim por acessos na vida, que nunca chegam". Trechos da carta a Virgílio Várzea, de janeiro de 1889, publicada na Obra Completa (2000: 822). 11 Capítulo 1 Cruz e Sousa e a sociedade dos Oitocentos brasileiro 1.1 Cruz e Sousa e a atividade intelectual Retomo breve traços biográficos já conhecidos de Cruz e Sousa com base em estudos e ensaios como o de Magalhães Júnior (1972), o de Murici (2000) e o de Oliveira Neto (2010) 6. Cruz e Sousa nasceu em 24 de novembro de 1861, filho de Carolina Eva da Conceição, negra escrava liberta e Mestre Guilherme, escravo liberto apenas em 1865 por seu senhor Coronel Guilherme Xavier de Sousa, cuja esposa, Clarinda Fagundes de Sousa, ensinou o menino João da Cruz a ler e a escrever. Como mostrou ser prodigioso nos estudos, escrevendo seus primeiros poemas aos setes anos, foi cuidado pelo casal de senhores, sendo matriculado no Ateneu Provincial Catarinense em 1871, onde fica até fins de 1875. Com 16 anos, publica seus primeiros versos nos jornais da Província do Desterro, ganha notoriedade como um precoce talento. Em 1881, com o amigo Virgílio Várzea, funda um pequeno semanário denominado Colombo. Afeiçoado pelo Romantismo abolicionista de Castro Alves, dedica um dos números de seu jornal ao poeta condoreiro, por ocasião de 10 anos de sua morte. Por essa época, parece ter escrito um de seus poemas antiescravistas, reunido postumamente em O Livro Derradeiro, cuja inclinação estética faz lembrar a retórica condoreira do poeta baiano. Trata-se do poema "Escravocratas" 7 , no qual o poeta, de forma 6 Ver indicações completas nas Referências Bibliográficas. 7 Todos os poemas citados ao longo da dissertação podem ser encontrados na edição organizada por Andrade Murici. Cruz e Sousa. Obra Completa, publicada originalmente em 1961 e que teve duas reimpressões, a de 1995 e a de 2000. Utilizamos a de 2000, cujo poema citado encontra-se na página 234.
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