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há uma espécie de personagem que domina a narrativa completamente, atravessando cerca de mil anos de história de Portugal. Trata-se da cidade de Lisboa, que assume na narrativa um papel central, onipresente. Mais do que uma referência geográfica, o autor transforma essa cidade em um espaço polifônico, com um protagonismo diferenciado no enredo, já que através dele é discutida e problematizada a ideia de uma identidade portuguesa. Essa importância de Lisboa na obra transcende a condição de lócus para se constituir em uma tessitura de referências, que, entretanto, foram esquecidas no tempo. Resgatadas pela escrita literária de Saramago, elas rememoram especialmente as raízes mouras soterradas pela ação dos reis católicos portugueses e suas lutas por expansão e ocupação de territórios. Apesar das marcas da presença árabe não serem mais visíveis, elas foram recuperadas em História do cerco de Lisboa, quando o autor reconta à sua maneira a expulsão dos mouros da capital portuguesa e a conecta com a Lisboa do presente. Nossa abordagem parte dos estudos de paisagem desenvolvidos por Michel Collot, elaborando uma análise em que considera a escrita dessa cidade como uma construção cultural, na medida em que se articulam história, memória e identidade.
Li o 'Ensaio sobre a Cegueira ' (1995) na cama, altas horas da noite, quase sem respirar. Terminei talvez pelas quatro horas da manhã. Não consegui mais dormir. Passei as horas seguintes a tentar vislumbrar uma qualquer réstea de luz no quarto escuro. Amedrontado. Aqui e ali, acendia o candeeiro da mesinha de cabeceira para ter a certeza de que não estava cego. Descobri a genialidade de
Historiografia, Cultura e Política na Época do Visconde de Santarém (1791-1856), 2019
Neste artigo, procuramos entender como a modernização conceitual afeta e é afetada por mudanças na narrativa histórica. Estamos bem familiarizados coma tese de Koselleck sobre o surgimento de uma nova experiência de história entre 1750 e 1850, particularmente a noção de realidade como uma totalidade progressiva, mas ainda precisamos de uma melhor compreensão de como as narrativas históricas concretas foram transformadas durante este processo complexo. Em outras palavras, categorias como democratização, politização, ideologização e temporalização podem ser utilizadas como ferramentas heurísticas para o estudo da nacionalização das narrativas no período do Sattelzeit. Como pretendo demonstrar, no contexto brasileiro, as novas narrativas nacionais reagem e produzem a experiência histórica moderna que dá sentido ao processo de independência.
FONTES, João Luís Inglês (dir.); GOUVEIA, António Camões; ANDRADE, Maria Filomena e FARELO, Mário (coords.), Bispos e Arcebispos de Lisboa, Lisboa, Livros Horizonte, 2018, pp. 691-701, 2018
Uma obra sobre os bispos e arcebispos de Lisboa e as suas formas de representa-ção não ficaria completa sem abranger os usos heráldicos desses prelados. Porque, a partir de certa época, a seleção de um emblema heráldico passou a ser inerente ao múnus episcopal, nem que fosse para a abertura de cunhos dos respetivos selos de autenticação. Ainda hoje em dia, aqueles que ascendem à condição episcopal são instados a escolher um emblema, que geralmente se coaduna com as normas vigentes da heráldica eclesiástica. Mas nem sempre foi assim.
Pensando em todos os conceitos de ideologia que nos foram passados ao longo de nossa vida, se torna difícil imaginar como algo seria contraideológico, pois até esta postura também é carregada de ideologia, ou seja, se algo ou alguém de posiciona de maneira contrária a uma ideia estabelecida é certo que a mesma contém outros ideias que não sejam esses impostos.
Paper apresentado no Encontro Regional de História da ANPUH-RJ (2004)
Revista Desassossego, 2013
As personagens femininas constituem elementos decisivos na obra do romancista luso José Saramago . Notadamente em Caim (2009), seu derradeiro romance, despontam figuras que encarnam o feminino ativo e contestador, quais sejam as de Eva e Lilith. Partindo do conceito bakhtiniano de cronotopo, o presente estudo visa delimitar quais espaços-tempo identificam o universo actancial das referidas personagens, elegendo a dicotomia natureza/cidade como fio condutor de duas vozes que se complementam na expressão de uma polifonia feminina. Essa responde por grande parte do caráter transgressor de um protagonista que consolida sua rebeldia a partir dos encontros com mulheres fortes e questionadoras.
RESUMO: Pretende-se, com este artigo, pensar como o fazer literário de José Saramago, autor de uma peculiaridade de escrita distinta do que normalmente se vê, configura seu leitor, ou seja, quais as competências que um leitor de Saramago precisa adquirir para adentrar no universo literário deste autor. Interessante notar que, mesmo não seguindo a forma padrão em sua escrita, cativou o público leitor e se tornou um dos maiores nomes da literatura da atualidade. Portanto, com o apoio de teóricos que discutem questões de letramento, leitura literária e da leitura em geral, bem como o papel e construção do leitor, se tentará averiguar se há a possibilidade de levantar algumas competências importantes para que o leitor atinja o grau de leitor literário e, como ocorre a construção do leitor literário de Saramago (se é possível afirmar que ocorra), com que aparatos este sujeito precisa estar preparado para concretizar a leitura, de fato, das obras de José Saramago, bem como de alcançar êxito na leitura de literatura em geral. Posteriormente, será feito um pequeno levantamento de questões importantes para que se possa realizar uma leitura literária mais completa da obra As Intermitências da Morte do mesmo autor.
Mouraria é um dos mais tradicionais bairros da cidade de Lisboa, que deve o seu nome ao facto de D. Afonso Henriques, após a conquista de Lisboa, ter confinado uma zona da cidade para os muçulmanos. Foi neste bairro que permaneceram os mouros após a Reconquista Cristã. Por sua vez, os judeus foram confinados aos bairros do Castelo. Neste e nos bairros circundantes, tiveram origem as primeiras produções de arte mudéjar portuguesa, que viriam a dar alas para o surgimento do Manuelino. A dolência e a melancolia dos seus cânticos estão na origem do Fado. Nasceu na Rua do Capelão, junto ao Beco dos Três Engenhos, Maria Severa Onofriana, primeira fadista portuguesa e expressão máxima do fado à época. Na casa em frente, nasceu já no século XX, aquele que foi considerado o "rei do fado da Mouraria", Fernando Maurício. A Rua do Capelão faz hoje parte da iconografia do Fado. Mais acima, numa casa cor-de-rosa da Travessa dos Lagares, cresceu Mariza, a mais internacional fadista portuguesa contemporânea. Junto à casa, agora fechado ao público, localizava-se o restaurante Zalala, onde Mariza aprendeu a cantar fado. Depois da abertura ao público do Centro Comercial da Mouraria no Martim Moniz, o bairro tornou-se num local bastante movimentado e acolhedor. Actualmente, a Mouraria é considerado um dos bairros mais seguros da capital; é um ponto de encontro de gentes de diferentes culturas e, simultaneamente, um local que mantém vivas as suas antigas tradições populares, como se pode confirmar pela existência de várias casas de fado, bares, tabernas e colectividades culturais e desportivas a par de estabelecimentos comerciais de origem chinesa e indiana, entre outros. ALFAMA
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O VIADUTO DE ODIVELAS DA LINHA AMARELA DO METROPOLITANO DE LISBOA, 2002
Revista Turismo e Desenvolvimento, 2017
Travessias Interativas, 2022
Signótica, 2013
Atas da Conferência Internacional A RECEÇÃO INTERNACIONAL DA OBRA LITERÁRIA DE JOSÉ SARAMAGO , Cátedra José Saramago e Departamento de Estudos Portugueses e Lusófonos Faculdade de Filologias Clássicas e Modernas da Universidade de Sófia Sveti Kliment Ohridski, 2023
ACTIO NOVA: REVISTA DE TEORÍA DE LA LITERATURA Y LITERATURA COMPARADA, , 2019
Lima Barreto na Sala de Aula: primeiros escritos, 2021