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Em 1995, Lygia Fagundes Telles publicou o seu último livro de contos, A noite escura e mais eu -os volumes de textos curtos publicados em seguida são de natureza híbrida (invenção e memória), crônicas ou compilação de contos dispersos. O último conto desse livro, "Anão de jardim", por sua natureza grotesca e alegórica, pode ser considerado um conto súmula, uma síntese da contística lygiana. Neste artigo, valendo-se principalmente da teorização de Kayser sobre "o grotesco", dos estudos de Kappler (1994) sobre "os monstros" e, ainda, das interpretações simbólicas de Chevalier e Gheerbrant , defende-se "Anão de jardim" como um "conto total", sendo Kobold (o narrador desse texto) um ser diabólico/cindido, no qual se condensam as personagens lygianas e seus dramas. Considera-se, ainda, o jardim -cenário em que se passa a narrativa -uma representação encapsulada do mundo ficcional da autora.
Resenhas "Esses oito contos, de curta ou maior dimensão, apresentam entre si uma unidade perfeita. Têm idades diferentes, é certo. Contudo, em todos pulsa com idêntica intensidade o fluxo patológico do real e do irreal-fluxo que imprime às ficções da escritora uma instigante pungência, com seu grão de acaso, de loucura e de imprevisto. Com naturalidade fascinante, Lygia Fagundes Telles exibe sua capacidade extraordinária de mudar de pele-o changer de peau que tanto impressionou a crítica francesa. Agora é uma adolescente da preconceituosa burguesia em plena Segunda Guerra. Passa em seguida para a pele do homem de sobretudo e chapéu, a conduzir seu amigo e testemunha pela cidade até atirá-lo tranquilamente nas águas do rio. Chega a vez da jovem abraçada a um gato, travando com a mãe o diálogo perverso no qual há uma frase decisiva, que marca uma sociedade aparentemente liberal: "Mas ele é inocente, mãezinha. Ele é preto." Mudam as personagens, mudam as situações e sempre numa linguagem de extrema flexibilidade. E misterioso fascínio. O humor leve. A ironia que pode ser feroz nessa pesquisadora de almas que vai fundo. Um régio presente é esta coletânea de contos que revelam uma época cuja perplexidade poucos escritores souberam transpor com igual lucidez. E incontestável arte." NOGUEIRA MOUTINHO "Consegue com prodigiosa força e sutileza exprimir a diversidade e os contrastes por meio de uma linguagem extremamente flexível e que se ajusta a todas as metamorfoses, seja de forma apenas alusiva, seca ou com envolvimento e fascínio.," MICHEL NURIDSANY-Le Figaro, Paris "... A escritora revela singular gosto pelo detalhe aparentemente inocente mas denunciador da crueldade e da violência nas relações humanas." JOSYANE SAVIGNEAU-Le Monde, Paris "Uma obra construída com imaginação e ciência, com uma atitude de luta no âmbito das palavras sempre exatas pela renovação sempre alcançada. Ela está entre os que sabem e buscam seriamente."
Antes Do Baile Verde, 1999
Uma jovem se prepara para ir a um baile carnavalesco onde as fantasias devem ser todas verdes. Enquanto ela se maquia para o baile, colocando lantejoulas no saiote verde que cobre o biquíni, seu pai agoniza no quarto ao lado. Esse ambiente teatral e angustiante do conto "Antes do baile verde" dá a tônica do livro homônimo. Esse é um dos livros mais marcantes da carreira de Lygia Fagundes Telles. Os contos, escritos entre 1949 e 1969, deixam claro para o leitor por que a autora é uma das mais representativas e premiadas escritoras brasileiras em atividade.
O aumento da presença e relevância do Bildungsroman no Brasil em finais dos anos 40 do século XX; o lugar de Lygia Fagundes Telles nesse processo. Indicação de características da versão do subgênero então predominante; para descrevê-las, dada a importância de Telles para a história do subgênero no Brasil, a sua obra é tomada como referência principal do artigo: assim como a narração da história do subgênero ilumina as especificidades da sua obra individual, propõe-se que a análise da sua obra ilumina a história do subgênero no país. A seção inicial oferece uma definição operatória do Bildungsroman, descrevendo as suas características e motivações principais desde a sua aparição na Europa em finais do século XVIII. Uma seção seguinte discute a sua presença na história do romance brasileiro antes do período analisado, com foco comparativo no -romance de 30‖. Duas seções seguintes caracterizam o Bildungsroman brasileiro dos anos 50 mediante comparações entre obras de Telles e de Clarice Lispector e Carlos Heitor Cony. Ao final, faz-se uma nota sobre a importância do subgênero para o romance brasileiro posterior.
Alea: Estudos Neolatinos, 2017
This essay presents a philosophical reflection about the circularity of Lygia Fagundes Telles' writing from the impersonality of the literary text postulated by the French post-structuralists Michel Foucault, Roland Barthes and Jacques Derrida. As a model, an analysis is carried out of the metanarrativity in the short-story "Senhor Diretor", from the compilation Seminário dos ratos (1977). This text reveals the dissimulation game in which what is said is erased by the murmur of the unsaid. With this, the ambiguous writing processes are recognized that hide references to the outside world, while talking about itself.
Primeiramente, agradeço a Deus, por minha vida, por cada fardo carregado junto a mim e pela permissão de cada vitória que conquistei, não somente em minha trajetória acadêmica, mas em toda a minha vida, como maior mestre que alguém pode ter. Aos meus queridos pais, Flávio Tadeu Ramos Calado e Maria das Graças Silva Calado, por me colocarem sempre em posição de prevalência em detrimento de qualquer coisa. Qualquer agradecimento aos senhores é pouco. Ao meu, pra sempre, professor de Português preferido, Guilherme Ornellas, por ter feito brilhar em mim o desejo pelo Curso de Letras e o amor à Literatura. À minha professora orientadora, Dra. Cíntia Carla Moreira Schwantes, pela paciência, dedicação, excelência em orientação e pelo apoio. Ao meu namorado, Fábio Soares, pelo amor, pelo companheirismo e pela confiança em minha capacidade, que me motivou cada vez mais e não me deixou desistir. Às minhas queridas amigas de Curso, Sulian Luisi e Sthefani Silva, por cada incentivo, por trilharem esse caminho, tão importante para mim, ao meu lado e pelo apoio mútuo. Que nossa amizade permaneça para além da universidade.
Amor, humor y terror en la ficción de Lygia Fagundes Telles Ettore Finazzi-Agrò
Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, 2007
Apesar de pouco explorada pela crítica literária quanto às questões sociais, a ficção de Lygia Fagundes Telles apresenta algumas particularidades quando focaliza a voz do excluído. Isso porque seu narrador apresenta a culpa como um elemento do próprio ato de narrar. Essa culpa faz parte, por exemplo, do enredo de As meninas (1973), quando Lia abandona o projeto do romance por ele ter ficado muito subjetivo em oposição a sua atuação engajada diante da opressão militar. A culpa também pode ser encontrada no elaborado enredo de As horas nuas (1989), no qual a atriz alcoólatra, Rosa, em meio a uma crise profissional, identifica as sujeiras sociais, mas opta por seu isolamento estéril no universo da arte. Como uma herança cultural, esses conflitos, que parecem pessoais para essas personagens, têm um valor estético coletivo, pois "a culpa, em todo caso, por definição, se repete, ela é herdada, é preciso prestar atenção a isso" 1. Outro aspecto que chama à atenção é o fato de que, em alguns contos, há uma consciência negativa que atravessa a narrativa quando o silêncio do subalterno esteticamente se opõe ao sentimento de culpa da protagonista. Neste artigo, analiso o impasse causado por esse desassossego da protagonista diante dos excluídos socialmente como uma forma estética de questionar os problemas sociais, nos contos "Natal da barca", de Antes do baile verde (1970), e "Dia de dizer não", de Invenção e memória (2000). Eles privilegiam o desconforto de personagens burguesas diante das dificuldades sociais por que passam os excluídos. Esses textos apresentam a culpa como tema central da narrativa. Nesse sentido, entendo a culpa como matéria-prima da própria narrativa, por isso ressalto o conflito entre a culpa da arte e o silêncio dos marginalizados como um importante viés para se analisar a função soci-Recebido em setembro de 2007. Aprovado para publicação em dezembro de 2007.
2017
Autora maior da literatura brasileira, galardoada com diversos prémios (entre os quais o Camões, em 2005), Lygia Fagundes Telles não tem tido em Portugal uma atenção à altura dos seus méritos. Isso é visível antes de mais no plano editorial: dos 12 livros de contos que publicou até hoje, só quatro saíram em terras lusas:
Acta Scientiarum. Language and Culture, 2008
Passages de Paris, 2017
bdtd.bce.unb.br
Cadernos de Literatura Comparada, 2018
NOS SUBTERRÂNEOS DO GÓTICO FEMININO MODERNO: UM OLHAR EM "O JARDIM SELVAGEM", DE LYGIA FAGUNDES TELLES, 2017
Cadernos De Pesquisa, 2010
Revista Poeisis, 2019
Revista Légua & Meia, 2018
Revista Cerrados, 2011
Fórum de Literatura Brasileira Contemporânea, 2021
FRANCO JUNIOR, Arnaldo; OLIANI, Nara Gonçalves, 2012
Criação & Crítica, 2013
Projeto de rede sem fio de dados e voz para shoppings