No Brasil apos a Constituicao Federal de 1988 a configuracao de uma esfera publica indigena em âmbito nacional ocorreu concomitantemente ao surgimento de uma extensa rede de associacoes civis conectando necessidades e demandas locais a circuitos politicos globais. O Rio Negro — situado no noroeste amazonico, no estado do Amazonas — e a regiao onde mais se desenvolveu o fenomeno associativo. No decorrer da ultima decada esta malha associativa cresceu aceleradamente apos a sua inclusao na agenda das preocupacoes ambientalistas do primeiro mundo com as mudancas climaticas do planeta e com a preservacao das florestas tropicais. A ultima zona alcancada na regiao pelo associativismo indigena e o Baixo Rio Negro, no municipio de Barcelos, cujo estudo demonstrou a coexistencia de um arranjo altamente democratico, participativo e eficiente de promocao de direitos, com uma acentuada dependencia das associacoes ao orgao federativo (a Federacao das Organizacoes Indigenas do Rio Negro, a FOIRN) para captar recursos e firmar parcerias seja no plano transnacional ou nacional. Por outro lado, as comunidades so adquirem visibilidade na esfera publica regional quando inseridas na estrutura associativa que culmina nas instâncias decisorias maximas da Federacao. Esta situacao evidenciou, portanto, um tipo de militância que remete aqui a figura do indio cidadao, isto e, a um ativismo etnopolitico estreitamente conectado a um desenho horizontal e descentralizado mas tambem hiper formalizado de acao coletiva e a uma sociedade civil transnacional em franco desenvolvimento. Abstract
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