Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
Resumo: a reflexão nos possibilitou apresentar que os fios condutores da história do povo de Deus foram: a profecia e o movimento apocalíptico. O primeiro, por meio da restauração da estrutura e o segundo a partir da revelação, da iluminação e da restauração do povo. Ambos são permeados pela prática da justiça, da solidariedade e da mística.
Revista Caminhos, 2022
O presente ensaio contém uma proposta de leitura crítica de O Riso Redentor de Peter Berger, obra na qual nos dedicamos a entender a abordagem que o autor faz do material do Novo Testamento para construir sua teoria sobre a relação entre a transcendência e a comicidade. Em seguida, realiza-se no artigo uma avaliação crítica dessa leitura que Berger fez dos evangelhos e de textos do apóstolo Paulo. Para que essa avaliação fosse realizada, utilizamos a obra Humor escrita recentemente por Terry Eagleton, que chega a conclusões significativamente semelhantes ao conteúdo proposto por Berger em seu livro, sobretudo, no que diz respeito à relação entre transcendência e comicidade
RESUMO: o fenômeno atual das pessoas que se autodenominam crentes sem religião se apresenta bastante complexo, ambíguo, instigante e provoca pesquisadores e pesquisadoras de diversas áreas do saber a lançarem continuamente novo olhar sobre essa realidade em marcha. No intuito de oferecer contribuição original acerca do tema em voga foram realizadas entrevistas com discentes (doutorandos e doutorandas) e com docentes de dois programas de pós-graduação em Ciências da Religião no Brasil. As transcrições das entrevistas realizadas trouxeram à tona material ímpar, o qual provoca o pensar e estimula tanto a divulgação dos resultados para o público em geral, quanto a produção científica no intuito de entretecer diálogo constante com os pares. Assim sendo, importa apresentar o cenário descortinado pelos operadores diretos das Ciências da Religião, ao narrarem, delimitarem, circunscreverem e apontarem a compreensão dos sem religião nos dias de hoje. A partir daí, compete lançar luzes acerca do material obtido e estabelecer conexões que possibilitem emergir intertextualidades e horizontes novos de aproximação ao universo dos crentes sem religião em sintonia com os eixos interpretativos configurados pelo ateísmo hermenêutico. Palavras-chave: Crentes sem religião. Ateísmo hermenêutico. Novas espiritualidades. ABSTRACT: the current phenomenon of people who call themselves believers without religion is quite complex, ambiguous, thought-provoking and provokes researchers from different areas of knowledge to continually take a new look at this ongoing reality. In order to offer an original contribution on the topic in vogue, interviews were carried out with students (doctoral students and doctoral students) and with professors from two postgraduate programs in Religious Sciences in Brazil. The transcriptions of the interviews carried out brought to light unique material, which provokes thinking and stimulates both the dissemination of results to the general public, and scientific production with the aim of intertwining constant dialogue with peers. Therefore, it is important to present the scenario revealed by the direct operators of the Sciences of Religion, when they narrate, delimit, circumscribe and point out the understanding of those without religion today. From there, it is necessary to shed light on the material obtained and establish connections that allow intertextualities to emerge and new horizons of approach to the universe of believers without religion in line with the interpretative axes configured by hermeneutic atheism.
A fé pode ser mostrada de diversas formas pelas pessoas, mas os Carreiros, gostam de mostrar sua fé com a tradição do carro de boi. De uma forma que remete a tempos passados, esses romeiros mostram sua fé e devoção ao Divino Pai eterno.
Meus sinceros agradecimentos aos autores deste livro, que atenderam generosamente ao convite do Ministério para produzir essas reflexões. Essa é uma parceria que muito nos anima.
C arolina Passos, a Carol, é pesquisadora, mãe de duas filhas, Manu e Nina, com o seu companheiro, Otto, médico. Perto das festividades de final de ano, na casa de seus pais, Carol percebeu "uma bolinha" no seio esquerdo que até então não estava ali. Após alguns dias mantendo a esperança de que aquele achado desapareceria, ela constatou novamente sua presença e decidiu consultar o médico da família. Dessa primeira consulta, Carol inicia um percurso de exames que a leva ao diagnóstico de um câncer de mama em estágio inicial. Esse diagnóstico, demorado, ritualizado e marcado por tensões e ecos nos diálogos com os profissionais de saúde, conduziram Carol até a "cirurgia conservadora" para a retirada do nódulo. Ao término da operação, com a reavaliação do material, novas questões e diagnósticos apareceram, bastantes relacionadas aos acompanhamentos e procedimentos do pós-cirúrgicos como: radioterapia, hormonioterapia, debates sobre quimioterapia, testes genéticos de predisposição, sexualidade e expectativas sobre o futuro pós-câncer. Felizmente, parte de suas dúvidas e questões foram acompanhadas de perto pelos membros de associações de mulheres que experienciaram o adoecimento pelo câncer, pelas pessoas das associações de apoio aos pacientes com câncer, por seus familiares e amigos, formando redes de apoio e cuidados que ajudaram em suas escolhas. Talvez a história de Carol pareça bastante familiar para quem vivenciou ou presenciou de alguma forma o adoecimento pelo câncer. Justamente por isso a personagem desta HQ (ou Graphic novel) de Medicina Gráfica, a Carol, inspirada na experiência da autora principal, Dulce Ferraz, é tão profunda e potente. Assim como a Carol tem uma rede essencial de suporte, a HQ também é fruto de colaborações e trabalho coletivo. A autora principal, Dulce Ferraz, é doutora em Saúde Coletiva, pesquisadora da Fiocruz e atualmente pós-doutoranda na Université Lumière Lyon II. Foi a partir de suas anotações e da autoetnografia que boa parte das experiências e personagens que ilustram a trama surgiram, ganhando contornos precisos por meio dos debates com profissionais da área da saúde, mas especialmente com as colegas que compõem essa obra: Fabiene Gama, antropóloga e professora da URFGS, especialista em antropologia visual, da saúde e
Primeiro Teishō (提唱, palestra de Dharma) conferido pelo monge Kōmyō na ocasião de sua defesa na cerimonia Hossenshiki, em 10 de dezembro, 2017. O caso apresentado é o 19, do Mumonkan. Trata de considerações sobre a Mente Simples, despojada, livre de impedimentos, que conduz o praticante sem impedimentos ao Caminho.
DADos téCniCos DA rEvistA: Formato: 21x28 cm Capa: Couche 150 g/m2 Miolo: Couche 115 g/m2 Impressão: Laborgraf 0 6 [Boletim] 0 8 o coração sente o que os olhos não veem! 0 9 Dia Mundial de Limpeza de rios e praias 2012 1 0 [Entrevista] Dra. Marta Cremer, pesquisadora que se dedica ao estudo das Toninhas, conta um pouco sobre uma das menores espécies de golfinho do planeta. 1 2 Mar Grande. Nas praias banhadas pelo mar aberto, animais encalhados revelam muitas informações. 2 0 Aves Migratórias. Milhares de aves sobrevoam periodicamente os céus de todo o planeta, conectando culturas e ecossistemas de lugares muitos distantes. 2 1 Encalhes de animais marinhos: Como ajudar? 2 2 [projeto temáticos -Carnívoros] Gatos: vilões ou vítimas? 2 8 [Cultura] Cerco-fixo: história de uma tradição artesanal 2 9 [zoom] Gambás: marsupiais das florestas? 3 0 [Dicas de Leitura] Errata Na edição nº 2, a matéria sobre os Pinguins-de-Magalhães (Pág. 20) menciona o consumo de anchovas quando o consumo na costa sul do Brasil deve ser sobre anchoas ou anchoítas (Engraulidae). Na mesma edição, a matéria sobre manguezal (pág. 26) se refere a tainhas e neste caso, deve ser mantido somente o gênero Mugil dado à inexistência de consenso sobre a espécie de nossa costa; há referência a Centropomus parallelus como peixe-agulha, mas no Brasil os nomes atribuídos a este peixe são robalo ou camorim (NE); ao mencionarmos as espécies de moluscos que se fixam nas raízes dos mangues, as cracas foram incluídas entre os exemplos, embora estes invertebrados sejam crustáceos. Somos gratos ao Prof. Dr. Paulo de Tarso da Cunha Chaves do Departamento de Zoologia da UFPR pela cuidadosa leitura e pela gentileza em nos enviar estas correções.
2021
Publicação do CEM-Centro de Estudos Migratórios (Federação Internacional dos CEMs J. B. Scalabrini), de natureza interdisciplinar, que visa contribuir para o intercâmbio entre a ampla e diversificada produção do conhecimento e aqueles que atuam em movimentos sociais e pastorais junto aos migrantes.
Surgiu, pelos anos 40, na Europa, especialmente na França, um movimento de interesse voltado para os antigos escritores cristãos e suas obras conhecidos, tradicionalmente, como "Padres da Igreja", ou "santos Padres". Esse movimento, liderado por Henri de Lubac e Jean Daniélou, deu origem à coleção "Sources Chrétiennes", hoje com mais de 400 títulos, alguns dos quais com várias edições. Com o Concílio Vaticano II, ativou-se em toda a Igreja o desejo e a necessidade de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir das fontes primitivas. Surgiu a necessidade de "voltar às fontes" do cristianismo. No Brasil, em termos de publicação das obras destes autores antigos, pouco se fez. Paulus Editora procura, agora, preencher esse vazio existente em língua portuguesa. Nunca é tarde ou fora de época para rever as fontes da fé cristã, os fundamentos da doutrina da Igreja, especialmente no sentido de buscar nelas a inspiração atuante, transformadora do presente. Não se propõe uma volta ao passado através da leitura e estudo dos textos primitivos como remédio ao saudosismo. Ao contrário, procurase oferecer aquilo que constitui as "fontes" do cristianismo para que o leitor as examine, as avalie e colha o essencial, o espírito que as produziu. Cabe ao leitor, portanto, a tarefa do discernimento. Paulus Editora quer, assim, oferecer ao público de língua portuguesa, leigos, clérigos, religiosos, aos estudiosos do cristianismo primevo, uma série de títulos, não exaustiva, cuidadosamente traduzidos e preparados, dessa vasta literatura cristã do período patrístico. Para não sobrecarregar o texto e retardar a leitura, procurou-se evitar anotações excessivas, as longas introduções estabelecendo paralelismos de versões diferentes, com referências aos empréstimos da literatura pagã, filosófica, religiosa, jurídica, às infindas controvérsias sobre determinados textos e sua autenticidade. Procurou-se fazer com que o resultado desta pesquisa original se traduzisse numa edição despojada, porém, séria. Cada autor e cada obra terão uma introdução breve com os dados biográficos essenciais do autor e um comentário sucinto dos aspectos literários e do conteúdo da obra suficientes para uma boa compreensão do texto. O que interessa é colocar o leitor diretamente em contato com o texto. O leitor deverá ter em mente as enormes diferenças de gêneros literários, de estilos em que estas obras foram redigidas: cartas, sermões, comentários bíblicos, paráfrases, exortações, disputas com os heréticos, tratados teológicos vazados em esquemas e categorias filosóficas de tendências diversas, hinos litúrgicos. Tudo isso inclui, necessariamente, uma disparidade de tratamento e de esforço de compreensão a um mesmo tema. As constantes, e por vezes longas, citações bíblicas ou simples transcrições de textos escriturísticos, devem-se ao fato que os Padres escreviam suas reflexões sempre com a Bíblia numa das mãos. Julgamos necessário um esclarecimento a respeito dos termos patrologia, patrística e padres ou pais da Igreja. O termo patrologia designa, propriamente, o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina dos pais da Igreja. Ela se interessa mais pela história antiga, incluindo também obras de escritores leigos. Por patrística se entende o estudo da doutrina, as origens dessa doutrina, suas dependências e empréstimos do meio cultural, filosófico e pela evolução do pensamento teológico dos pais da Igreja. Foi no século XVII que se criou a expressão "teologia patrística" para indicar a doutrina dos padres da Igreja distinguindo-a da "teologia bíblica", da "teologia escolástica", da "teologia simbólica" e da "teologia especulativa". Finalmente, "Padre ou Pai da Igreja" se refere a escritor leigo, sacerdote ou bispo, da antiguidade cristã, considerado pela tradição posterior como testemunho particularmente autorizado da fé. Na tentativa de eliminar as ambiguidades em torno desta expressão, os estudiosos convencionaram em receber como "Pai da Igreja" quem tivesse estas qualificações: ortodoxia de doutrina, santidade de vida, aprovação eclesiástica e antiguidade. Mas, os próprios conceitos de ortodoxia, santidade e antiguidade são ambíguos. Não se espere encontrar neles doutrinas acabadas, buriladas, irrefutáveis. Tudo estava ainda em ebulição, fermentando. O conceito de ortodoxia é, portanto, bastante largo. O mesmo vale para o conceito de santidade. Para o conceito de antiguidade, podemos admitir, sem prejuízo para a compreensão, a opinião de muitos especialistas que estabelece, para o Ocidente, Igreja latina, o período que, a partir da geração apostólica, se estende até Isidoro de Sevilha (560-636). Para o Oriente, Igreja grega, a antiguidade se estende um pouco mais até a morte de S. João Damasceno (675-749). Os "Pais da Igreja" são, portanto, aqueles que, ao longo dos sete primeiros séculos, foram forjando, construindo e defendendo a fé, a liturgia, a disciplina, os costumes, e os dogmas cristãos, decidindo, assim, os rumos da Igreja. Seus textos se tornaram fontes de discussões, de inspirações, de referências obrigatórias ao longo de toda tradição posterior. O valor dessas obras que agora Paulus Editora oferece ao público pode ser avaliado neste texto: "Além de sua importância no ambiente eclesiástico, os Padres da Igreja ocupam lugar proeminente na literatura e, particularmente, na literatura greco-romana. São eles os últimos representantes da Antiguidade, cuja arte literária, não raras vezes, brilha nitidamente em suas obras, tendo influenciado todas as literaturas posteriores. Formados pelos melhores mestres da Antiguidade clássica, põem suas palavras e seus escritos a serviço do pensamento cristão. Se excetuarmos algumas obras retóricas de caráter apologético, oratório ou apuradamente epistolar, os Padres, por certo, não queriam ser, em primeira linha, literatos, e sim, arautos da doutrina e moral cristãs. A arte adquirida, não obstante, vem a ser para eles meio para alcançar este fim. (…) Há de se lhes aproximar o leitor com o coração aberto, cheio de boa vontade e bem disposto à verdade cristã.
Caminho tem um estilo direto, de diálogo sereno, no qual o leitor se encontra diante das exigências divinas num ambiente de confiança e amizade. Quando foi publicado na Itália, L'Osservatore Romano comentou: "Mons. Escrivá de Balaguer escreveu mais do que uma obra-prima; escreveu inspirando-se diretamente em seu coração, e ao coração chegam diretamente, um a um, os parágrafos que formam Caminho". Prólogo do autor Lê devagar estes conselhos. Medita pausadamente estas considerações. São coisas que te digo ao ouvido, em confidência de amigo, de irmão, de pai. E estas confidências as escuta Deus. Não te contarei nada de novo. Vou revolver as tuas recordações, para que aflore algum pensamento que te fira. E assim melhores a tua vida, e entres por caminhos de oração e de amor. E acabes por ser alma de critério. (Caminho, Prólogo do autor) CAPÍTULO 1 Caráter Que a tua vida não seja uma vida estéril.-Sê útil.-Deixa rasto.-Ilumina com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio.-E incendeia todos os caminhos da terra com o fogo de Cristo que levas no coração. Falta-te espírito de sacrifício. E sobra-te espírito de curiosidade e de exibição. Cala-te.-Não sejas "meninão", caricatura de criança, bisbilhoteiro, intriguista, linguarudo.-Com as tuas histórias e mexericos, esfriaste a caridade: fizeste a pior das obras. E... se por acaso abalaste-má língua!os muros fortes da perseverança de outros, a tua perseverança deixa de ser graça de Deus, porque é instrumento traiçoeiro do inimigo. És curioso e bisbilhoteiro, xereta e intrometido. Não tens vergonha de ser, até nos defeitos, tão pouco masculino?-Sê homem. E esses desejos de saber da vida dos outros, troca-os por desejos e realidades de conhecimento próprio. Teu espírito varonil, retilínio e simples, confrange-se ao sentir-se envolvido em enredos e mexericos, que não acaba de compreender e em que nunca se quis misturar.-Sofre a humilhação de andar assim em boca alheia e procura que essa dura experiência te dê mais discrição. Por que razão, ao julgares os outros, pões na tua crítica o amargor dos teus próprios fracassos? Esse espírito crítico (concedo-te que não é murmuração), não o deves exercer no teu apostolado, nem com teus irmãos.-Esse espírito crítico é, para o vosso empreendimento sobrenatural (perdoas-me que o diga?), um grande estorvo, porque, enquanto examinas-embora com elevada finalidade, acredito-o trabalho dos outros, sem teres nada a ver com isso, não fazes nenhuma obra positiva, e dificultas, com o teu exemplo de passividade, o bom andamento de todos. "Então..."-perguntas, inquieto-"...esse espírito crítico, que é como que a substância do meu caráter...?" Olha (vou tranqüilizar-te): apanha uma caneta e um papel, escreve simples e confiadamente-ah!, e com brevidade-os motivos que te torturam, entrega a nota ao superior e não penses mais nela.-Ele, que é quem vos dirige (tem graça de estado), guardará a nota... ou a jogará no cesto dos papéis.-Para ti, como o teu espírito crítico não é murmuração, e só o exerces para fins elevados, tanto faz. Contemporizar? É palavra que só se encontra ("é preciso contemporizar!") no léxico dos que não têm vontade de lutar-comodistas, manhosos ou covardes-, porque de antemão se sabem vencidos. 55 Olha, meu filho: sê um pouco menos ingênuo (ainda que sejas muito criança, e mesmo por o seres diante de Deus), e não "ponhas na berlinda", diante de estranhos, os teus irmãos. 1 Regente do trono de Espanha e confessor da Rainha Isabel, a Católica. Começou a reforma da Igreja na Espanha, antecipando-se à que seria iniciada, anos depois, pelo Concílio de Trento para toda a cristandade. Foram notórias a têmpera e a energia do seu caráter. (N. do T.). 2 "Queremos que Cristo reine!" (N. do T.).
BioNanoÉtica: perspectivas jurídicas / Organização: Wilson Engelmann, Haide Maria Hupffer. – São Leopoldo: Trajetos Editorial, 2017., 2017
Sumário Apresentação............................................................... 13 Reflexões acerca da bioética pela perspectiva do cuidado existencial.................................................. 17 Henrique Alexander Grazzi Keske Desvendando o universo da nanotecnologia: dialogando sobre riscos, benefício e uma nova ética para a civilização tecnológica................................ 45 Roberta Verdi; Haide Maria Hupffer; Vanusca Dalosto Jahno As nanotecnologias e o futuro do que se conhece por humanos: uma reflexão a partir do Princípio Responsabilidade de H. Jonas..................... 75 Haide Maria Hupffer; Wilson Engelmann; Maicon Altmann As nanotecnologias e o meio ambiente: alternativa jurídica fundada na bioética e nos princípios éticos, legais e sociais (ELSA)........................101 Raquel Von Hohendorff; Eleonora Jotz; Cristine Machado As nanotecnologias e o papel do Direito frente aos riscos..........................................................127 André Rafael Weyermüller; Bruno de Lima Silva; Lucas Medeiros Schilling Nanoética e sociedade de risco: a emergência do princípio responsabilidade frente ao avanço das nanotecnologias.........................................153 Haide Maria Hupffer; Carla da Luz; Jéferson Alexandre Rodrigues Boas práticas na gestão corporativa dos nanoalimentos: há possibilidade de dever-ser para o sistema jurídico brasileiro?.................................177 Daniela Pellin; Ângella Morandi Bartelle; Rafael Lima Índice Remissivo.........................................................205
Surgiu, pelos anos 40, na Europa, especialmente na França, um movimento de interesse voltado para os antigos escritores cristãos e suas obras conhecidos, tradicionalmente, como "Padres da Igreja", ou "Santos Padres". Esse movimento, liderado por Henri de LUBAC e Jean DANIÉLOU, deu origem à coleção "Sources Chrétiennes", hoje com mais de 300 títulos, alguns dos quais com várias edições. Com o Concílio Vaticano II, ativou-se em toda a Igreja o desejo e a necessidade de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir das fontes primitivas. Surgiu a necessidade de "voltar às fontes" do cristianismo. No Brasil, em termos de publicação das obras destes autores antigos, pouco se fez. Paulus Editora procura, agora, preencher este vazio existente em língua portuguesa. Nunca é tarde ou fora de época para se rever as fontes da fé cristã, os fundamentos da doutrina da Igreja, especialmente no sentido de buscar nelas a inspiração atuante, transformadora do presente. Não se propõe uma volta ao passado através da leitura e estudo dos textos primitivos como remédio ao saudosismo. Ao contrário, procura-se oferecer aquilo que constitui as "fontes" do cristianismo para que o leitor as examine, as avalie e colha o essencial, o espírito que as produziu. Cabe ao leitor, portanto, a tarefa do discernimento. Paulus Editora quer, assim, oferecer ao público de língua portuguesa, leigos, clérigos, religiosos, aos estudiosos do cristianismo primevo, uma série de títulos, não exaustiva, cuidadosamente traduzidos e preparados, dessa vasta literatura cristã do período patrístico. Para não sobrecarregar o texto e retardar a leitura, procurou-se evitar anotações excessivas, as longas introduções estabelecendo paralelismos de versões diferentes, com referências aos empréstimos da literatura pagã, filosófica, religiosa, jurídica, às infindas controvérsias sobre determinados textos e sua autenticidade. Procurou-se fazer com que o resultado desta pesquisa original se traduzisse numa edição despojada, porém, séria. Cada autor e cada obra terão uma introdução breve com os dados biográficos essenciais do autor e um comentário sucinto dos aspectos literários e do conteúdo da obra suficientes para uma boa compreensão do texto. O que interessa é colocar o leitor diretamente em contato com o texto. O leitor deverá ter em mente as enormes diferenças de gêneros literários, de estilos em que estas obras foram redigidas: cartas, sermões, comentários bíblicos, paráfrases, exortações, disputas com os heréticos, tratados teológicos vazados em esquemas e categorias filosóficas de tendências diversas, hinos litúrgicos. Tudo isso inclui, necessariamente, uma disparidade de tratamento e de esforço na compreensão de um mesmo tema. As constantes, e por vezes longas, citações bíblicas ou simples transcrições de textos escriturísticos, devem-se ao fato que os Padres escreviam suas reflexões sempre com a Bíblia numa das mãos. Julgamos necessário um esclarecimento a respeito dos termos patrologia, patrística e padres ou pais da Igreja. O termo patrologia designa, propriamente, o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina dos pais da Igreja. Ela se interessa mais pela história antiga incluindo também obras de escritores leigos. Por patrística se entende o estudo da doutrina, as origens dessa doutrina, suas dependências e empréstimos do meio cultural, filosófico e pela evolução do pensamento teológico dos Pais da Igreja. Foi no século XVII que se criou a expressão "teologia patrística" para indicar a doutrina dos Padres da Igreja, distinguindo-a da "teologia bíblica", da "teologia escolástica", da "teologia simbólica" e da "teologia especulativa". Finalmente, "Padre ou Pai da Igreja" se refere a um escritor leigo, sacerdote ou bispo, da antiguidade cristã, considerado pela tradição posterior como testemunho particularmente autorizado da fé. Na tentativa de eliminar as ambiguidades em torno desta expressão, os estudiosos convencionaram em receber como "Pai da Igreja" quem tivesse estas qualificações: ortodoxia de doutrina, santidade de vida, aprovação eclesiástica e antiguidade. Mas, os próprios conceitos de ortodoxia, santidade e antiguidade são ambíguos. Não espere o leitor encontrar neles doutrinas acabadas, buriladas, irrefutáveis. Tudo estava ainda em ebulição, fermentando. O conceito de ortodoxia é, portanto, bastante largo. O mesmo vale para o conceito de santidade. Para o conceito de antiguidade, podemos admitir, sem prejuízo para a compreensão, a opinião de muitos especialistas que estabelece, para o Ocidente, a Igreja Latina, o período que, a partir da geração apostólica, se estende até Isidoro de Sevilha (560-636). Para o Oriente, a Igreja grega, a antiguidade se estende um pouco mais até a morte de s. João Damasceno (675-749). Os "Pais da Igreja" são, portanto, aqueles que, ao longo dos sete primeiros séculos, foram forjando, construindo e defendendo a fé, a liturgia, a disciplina, os costumes, e os dogmas cristãos, decidindo, assim, os rumos da Igreja. Seus textos se tornaram fontes de discussões, de inspirações, de referências obrigatórias ao longo de toda tradição posterior. O valor dessas obras que agora Paulus Editora oferece ao público pode ser avaliado neste texto: "Além de sua importância no ambiente eclesiástico, os Padres da Igreja ocupam lugar proeminente na literatura e, particularmente, na literatura greco-romana. São eles os últimos representantes da Antiguidade, cuja arte literária, não raras vezes, brilha nitidamente em suas obras, tendo influenciado todas as literaturas posteriores. Formados pelos melhores mestres da Antiguidade clássica, põem suas palavras e seus escritos a serviço do pensamento cristão. Se excetuarmos algumas obras retóricas de caráter apologético, oratório ou apuradamente epistolar, os Padres, por certo, não queriam ser, em primeira linha, literatos, e sim, arautos da doutrina e moral cristãs. A arte adquirida, não obstante, vem a ser para eles meio para alcançar este fim. (…) Há de se lhes aproximar o leitor com o coração aberto, cheio de boa vontade e bem disposto à verdade cristã. As obras dos Padres se lhe reverterão, assim, em fonte de luz, alegria e edificação espiritual" (B. Altaner; A. Stuiber, Patrologia, S. Paulo, Paulus, 1988, pp. 21-22). A Editora salmos, o seu sentido espiritual, o que não estava ao alcance de todos. Por isso os fiéis instavam para que ele lhes apresentasse o Comentário aos Salmos. 4. O Comentário aos Salmos Ao inciar seu Comentário aos Salmos, Agostinho se colocava dentro de uma sólida tradição patrística, pois grande parte dos Padres da Igreja e escritores eclesiásticos haviam elaborado comentários totais ou parciais aos salmos. Orígenes,
Caminho tem um estilo direto, de diálogo sereno, no qual o leitor se encontra diante das exigências divinas num ambiente de confiança e amizade. Quando foi publicado na Itália, L'Osservatore Romano comentou: "Mons. Escrivá de Balaguer escreveu mais do que uma obra-prima; escreveu inspirando-se diretamente em seu coração, e ao coração chegam diretamente, um a um, os parágrafos que formam Caminho". Prólogo do autor Lê devagar estes conselhos. Medita pausadamente estas considerações. São coisas que te digo ao ouvido, em confidência de amigo, de irmão, de pai. E estas confidências as escuta Deus. Não te contarei nada de novo. Vou revolver as tuas recordações, para que aflore algum pensamento que te fira. E assim melhores a tua vida, e entres por caminhos de oração e de amor. E acabes por ser alma de critério. (Caminho, Prólogo do autor) CAPÍTULO 1 Caráter Que a tua vida não seja uma vida estéril.-Sê útil.-Deixa rasto.-Ilumina com o resplendor da tua fé e do teu amor. Apaga, com a tua vida de apóstolo, o rasto viscoso e sujo que deixaram os semeadores impuros do ódio.-E incendeia todos os caminhos da terra com o fogo de Cristo que levas no coração. Falta-te espírito de sacrifício. E sobra-te espírito de curiosidade e de exibição. Cala-te.-Não sejas "meninão", caricatura de criança, bisbilhoteiro, intriguista, linguarudo.-Com as tuas histórias e mexericos, esfriaste a caridade: fizeste a pior das obras. E... se por acaso abalaste-má língua!os muros fortes da perseverança de outros, a tua perseverança deixa de ser graça de Deus, porque é instrumento traiçoeiro do inimigo. És curioso e bisbilhoteiro, xereta e intrometido. Não tens vergonha de ser, até nos defeitos, tão pouco masculino?-Sê homem. E esses desejos de saber da vida dos outros, troca-os por desejos e realidades de conhecimento próprio. Teu espírito varonil, retilínio e simples, confrange-se ao sentir-se envolvido em enredos e mexericos, que não acaba de compreender e em que nunca se quis misturar.-Sofre a humilhação de andar assim em boca alheia e procura que essa dura experiência te dê mais discrição. Por que razão, ao julgares os outros, pões na tua crítica o amargor dos teus próprios fracassos? Esse espírito crítico (concedo-te que não é murmuração), não o deves exercer no teu apostolado, nem com teus irmãos.-Esse espírito crítico é, para o vosso empreendimento sobrenatural (perdoas-me que o diga?), um grande estorvo, porque, enquanto examinas-embora com elevada finalidade, acredito-o trabalho dos outros, sem teres nada a ver com isso, não fazes nenhuma obra positiva, e dificultas, com o teu exemplo de passividade, o bom andamento de todos. "Então..."-perguntas, inquieto-"...esse espírito crítico, que é como que a substância do meu caráter...?" Olha (vou tranqüilizar-te): apanha uma caneta e um papel, escreve simples e confiadamente-ah!, e com brevidade-os motivos que te torturam, entrega a nota ao superior e não penses mais nela.-Ele, que é quem vos dirige (tem graça de estado), guardará a nota... ou a jogará no cesto dos papéis.-Para ti, como o teu espírito crítico não é murmuração, e só o exerces para fins elevados, tanto faz. Contemporizar? É palavra que só se encontra ("é preciso contemporizar!") no léxico dos que não têm vontade de lutar-comodistas, manhosos ou covardes-, porque de antemão se sabem vencidos. 55 Olha, meu filho: sê um pouco menos ingênuo (ainda que sejas muito criança, e mesmo por o seres diante de Deus), e não "ponhas na berlinda", diante de estranhos, os teus irmãos. 1 Regente do trono de Espanha e confessor da Rainha Isabel, a Católica. Começou a reforma da Igreja na Espanha, antecipando-se à que seria iniciada, anos depois, pelo Concílio de Trento para toda a cristandade. Foram notórias a têmpera e a energia do seu caráter. (N. do T.). 2 "Queremos que Cristo reine!" (N. do T.).
2021
Revista eletrônica de artes, literatura, ciência e filosofia, cujo propósito é, distribuindo fragmentos, promover a discussão, a divergência, a dúvida, a incerteza – e se for possível também algum conhecimento.
Surgiu, pelos anos 40, na Europa, especialmente na França, um movimento de interesse voltado para os antigos escritores cristãos, conhecidos tradicionalmente como "Padres da Igreja", ou "santos Padres", e suas obras. Esse movimento, liderado por Henri de Lubac e Jean Daniélou, deu origem à coleção "Sources Chrétiennes", hoje com centenas de títulos, alguns dos quais com várias edições. Com o Concílio Vaticano II, ativou-se em toda a Igreja o desejo e a necessidade de renovação da liturgia, da exegese, da espiritualidade e da teologia a partir das fontes primitivas. Surgiu a necessidade de "voltar às fontes" do cristianismo. No Brasil, em termos de publicação das obras destes autores antigos, pouco se fez. A Paulus Editora procura, agora, preencher esse vazio existente em língua portuguesa. Nunca é tarde ou fora de época para rever as fontes da fé cristã, os fundamentos da doutrina da Igreja, especialmente no sentido de buscar nelas a inspiração atuante, transformadora do presente. Não se propõe uma volta ao passado através da leitura e estudo dos textos primitivos como remédio ao saudosismo. Ao contrário, procura-se oferecer aquilo que constitui as "fontes" do cristianismo para que o leitor as examine, as avalie e colha o essencial, o espírito que as produziu. Cabe ao leitor, portanto, a tarefa do discernimento. Paulus Editora quer, assim, oferecer ao público de língua portuguesa, leigos, clérigos, religiosos, aos estudiosos do cristianismo primevo, uma série de títulos, não exaustiva, cuidadosamente traduzida e preparada, dessa vasta literatura cristã do período patrístico. Para não sobrecarregar o texto e retardar a leitura, procurou-se evitar anotações excessivas, as longas introduções estabelecendo paralelismos de versões diferentes, com referências aos empréstimos da literatura pagã, filosófica, religiosa, jurídica, às infindas controvérsias sobre determinados textos e sua autenticidade. Procurou-se fazer com que o resultado desta pesquisa original se traduzisse numa edição despojada, porém séria. Cada obra tem uma introdução breve com os dados biográficos essenciais do autor e um comentário sucinto dos aspectos literários e do conteúdo da obra suficientes para uma boa compreensão do texto. O que interessa é colocar o leitor diretamente em contato com o texto. O leitor deverá ter em mente as enormes diferenças de gêneros literários, de estilos em que estas obras foram redigidas: cartas, sermões, comentários bíblicos, paráfrases, exortações, disputas com os heréticos, tratados teológicos vazados em esquemas e categorias filosóficas de tendências diversas, hinos litúrgicos. Tudo isso inclui, necessariamente, uma disparidade de tratamento e de esforço de compreensão a um mesmo tema. As constantes, e por vezes longas, citações bíblicas ou simples transcrições de textos escriturísticos devem-se ao fato de que os Padres escreviam suas reflexões sempre com a Bíblia numa das mãos. Julgamos necessário um esclarecimento a respeito dos termos patrologia, patrística e Padres ou Pais da Igreja. O termo patrologia designa, propriamente, o estudo sobre a vida, as obras e a doutrina dos Pais da Igreja. Ela se interessa mais pela história antiga, incluindo também obras de escritores leigos. Por patrística se entende o estudo da doutrina, das origens dela, suas dependências e empréstimos do meio cultural, filosófico, e da evolução do pensamento teológico dos pais da Igreja. Foi no século XVII que se criou a expressão "teologia patrística" para indicar a doutrina dos Padres da Igreja distinguindo-a da "teologia bíblica", da "teologia escolástica", da "teologia simbólica" e da "teologia especulativa". Finalmente, "Padre ou Pai da Igreja" se refere a escritor leigo, sacerdote ou bispo, da Antiguidade cristã, considerado pela tradição posterior como testemunho particularmente autorizado da fé. Na tentativa de eliminar as ambiguidades em torno desta expressão, os estudiosos convencionaram em receber como "Pai da Igreja" quem tivesse estas qualificações: ortodoxia de doutrina, santidade de vida, aprovação eclesiástica e antiguidade. Mas os próprios conceitos de ortodoxia, santidade e antiguidade são ambíguos. Não se espere encontrar neles doutrinas acabadas, buriladas, irrefutáveis. Tudo estava ainda em ebulição, fermentando. O conceito de ortodoxia é, portanto, bastante largo. O mesmo vale para o conceito de santidade. Para o conceito de antiguidade, podemos admitir, sem prejuízo para a compreensão, a opinião de muitos especialistas que estabelece, para o Ocidente, Igreja latina, o período que, a partir da geração apostólica, se estende até Isidoro de Sevilha (560-636). Para o Oriente, Igreja grega, a Antiguidade se estende um pouco mais, até a morte de s. João Damasceno (675-749). Os "Pais da Igreja" são, portanto, aqueles que, ao longo dos sete primeiros séculos, foram forjando, construindo e defendendo a fé, a liturgia, a disciplina, os costumes e os dogmas cristãos, decidindo, assim, os rumos da Igreja. Seus textos se tornaram fontes de discussões, de inspirações, de referências obrigatórias ao longo de toda a tradição posterior. O valor dessas obras que agora Paulus Editora oferece ao público pode ser avaliado neste texto: "Além de sua importância no ambiente eclesiástico, os Padres da Igreja ocupam lugar proeminente na literatura e, particularmente, na literatura greco-romana. São eles os últimos representantes da Antiguidade, cuja arte literária, não raras vezes, brilha nitidamente em suas obras, tendo influenciado todas as literaturas posteriores. Formados pelos melhores mestres da Antiguidade clássica, põem suas palavras e seus escritos a serviço do pensamento cristão. Se excetuarmos algumas obras retóricas de caráter apologético, oratório ou apuradamente epistolar, os Padres, por certo, não queriam ser, em primeira linha, literatos, e sim arautos da doutrina e moral cristãs. A arte adquirida, não obstante, vem a ser para eles meio para alcançar esse fim. (…) Há de se lhes aproximar o leitor com o coração aberto, cheio de boa vontade e bem-disposto à verdade cristã.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.