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2017, urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana
Resumo O patrimônio ferroviário é formado por estruturas complexas, em interações socioespaciais – implantadas como uma rede –, vinculadas à história do desenvolvimento científico-tecnológico e à memória social. Assim, elas carregam atributos valorativos portadores de interesse patrimonial. Entretanto, não é possível preservar tudo, é necessário fazer uma seleção criteriosa pautada em argumentos relevantes. Este artigo propõe um arranjo teórico – inspirado na abordagem sistêmica, associada às noções de rede, nodalidade e centralidade –, capaz de fornecer fundamentos analíticos imprescindíveis à identificação, em uma rede ferroviária, das estruturas espaciais e suas relações, caracterizadas como lugares centrais. Tais estruturas, por serem as mais importantes à dinâmica funcional dessa rede, são detentoras de potencial à preservação. É uma proposta, instigada pela iminente perda de estruturas ferroviárias, símbolos representativos de identidades coletivas. A discussão centra-se no pr...
Patrimônio Ferroviário: em busca dos seus lugares centrais Heritage Railway: in search of their central places Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil Resumo O patrimônio ferroviário é formado por estruturas complexas, em interações socioespaciais – implanta-das como uma rede –, vinculadas à história do desenvolvimento científico-tecnológico e à memória social. Assim, elas carregam atributos valorativos portadores de interesse patrimonial. Entretanto, não é possível preservar tudo, é necessário fazer uma seleção criteriosa pautada em argumentos relevantes. Este artigo propõe um arranjo teórico – inspirado na abordagem sistêmica, associada às noções de rede, nodalidade e centralidade –, capaz de fornecer fundamentos analíticos imprescindíveis à identificação, em uma rede fer-roviária, das estruturas espaciais e suas relações, caracterizadas como lugares centrais. Tais estruturas, por serem as mais importantes à dinâmica funcional dessa rede, são detentoras de potencial à preservação. É uma proposta, instigada pela iminente perda de estruturas ferroviárias, símbolos representativos de identi-dades coletivas. A discussão centra-se no primitivo sistema ferroviário implantado no Recife, como parte da Rede Ferroviária Nordeste (Brasil). Esse sistema polarizou funções essenciais, conformando centralidades, em relação aos demais pátios da Rede e nodalidades, ante as inter-relações estabelecidas com as demais redes que recobrem o território. Figuram, portanto, como Lugares Centrais. Palavras-chave: Patrimônio ferroviário. Rede. Abordagem sistêmica. Preservação. Lugares centrais. Abstract The railway heritage is formed by complex structures and socio-spatial interactions – built as a network-linked to the history of scientific and technological development and to social memory. Thus, these structures carry evaluative attributes, bearers of heritage's interest. However, it is not possible to preserve everything, it is necessary to make a careful selection guided by relevant arguments. This article proposes a theoretical arrangement-inspired by the systemic approach, associated with concepts of network, nodality and centrality-able to provide analytical foundations essential to identify, in a railway network, the spatial structures and
Labor e Engenho
Tendo em vista a importância do inventário para a preservação e gestão do patrimônio ferroviário, este artigo faz uma reflexão sobre o ato de inventariar e apresenta o inventário integrante da pesquisa de mestrado Habitar o Patrimônio Cultural: o caso do ramal ferroviário Anhumas – Jaguariúna, em desenvolvimento no Departamento de História da Universidade Estadual de Campinas. O seguinte texto aborda tanto questões de âmbito geral do patrimônio cultural relativas ao inventário quanto especificidades do patrimônio material ferroviário, tendo como objeto de estudo o trecho da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro entre as Estações Anhumas e Jaguariúna, localizado nos municípios de Campinas e Jaguariúna, Estado de São Paulo.
Safeguarding Railroad Heritage in the State of São Paulo (Brazil)
Currently, railroad heritage is an important issue that figures in discussions regarding cultural heritage preservation in Brazil. However, a question begs to be answered: exactly what is railroad heritage? In this article we are not examining the larger concept – which is being debated internationally- but rather specific protected heritage sites. In other words, we are examining the practices involved in this protection. Our object of study is the Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) (Council for the Defense of Historical, Archaeological, Artistic, and Tourism Heritage). In this way, we propose to problematize the selection of the elements that are currently recognized as railroad heritage. Forming part of a dissertation on the same subject, this article is based on exploratory research. Documentary sources were the primary focus, and 19 heritage declaration processes, primarily from 1969 to 1984, were consulted. In this manner, we were able to identify that the State of São Paulo has 37 railroad heritage sites. In the conclusion, we highlight the prevalence of railroad passenger depots among the sites protected within the first decades of these initiatives. In spite of recent inclusion of other railroad structures, passenger depots continue to be the most common sites declared as cultural heritage. Resumo: O patrimônio ferroviário é, atualmente, um tema em destaque dentro das discussões sobre a preservação do patrimônio cultural brasileiro. Contudo, o que é patrimônio ferroviário? Neste momento, não nos referimos propriamente ao conceito – internacionalmente debatido – mas sim aos bens protegidos. Em outras palavras, tratamos sobre as práticas de proteção. Para este estudo teremos como objeto o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). Desta forma, nossa proposta é problematizar a seleção dos bens que atualmente reconhecemos como patrimônio ferroviário. Parte da dissertação sobre o mesmo tema, este artigo está baseado em pesquisa exploratória. As fontes documentais ocuparam lugar de destaque, foram consultado 19 processos de tombamento, em sua maioria proteções efetivadas entre 1969 e 1984. Assim, identificamos que o Estado de São Paulo conta com 37 bens ferroviários. Nas conclusões destacamos a prevalência da estação de passageiros entre os bens protegidos desde as primeiras décadas de atuação. Apesar das recentes ampliações, passando a abranger os conjuntos ferroviários, a estação segue como objeto em destaque nos tombamentos.
Periódico Técnico e Científico Cidades Verdes, 2020
Apesar dos esforços contínuos no entendimento das operações e das avaliações de edifícios ferroviários paulistas, verificamos poucos exemplos produzidos na área da arquitetura que, efetivamente, do ponto de vista metodológico, contribuam com recomendações sobre seus problemas físicos, construtivos e funcionais, visando diretrizes para futuros projetos de reabilitação. Este artigo tem como objetivo apresentar uma pesquisa que avaliou a condição de reabilitação de edifícios paulistas do patrimônio ferroviário, identificando os principais problemas físicos-construtivos e apresentando uma proposta de roteiro de avaliação para projetos de reabilitação. A pesquisa baseou-se em analisar edifícios ferroviários já reabilitados e localizados em duas tipologias de cidades do Estado de São Paulo que abrigavam as operações mais significativas, a partir de perspectivas teórico-metodológicas e multidisciplinares.
História e Cultura
O Patrimônio Cultural Ferroviário é tratado neste artigo a partir das edificações residenciais localizadas na Linha 01 da antiga Estrada de Ferro do Piauí, estado do Nordeste do Brasil, onde se observou que grande parte das casas de vila identificadas no Inventário de Bens Imóveis realizado pela instituição de preservação federal manteve sua função de moradia. Uma permanência que chegou ao século XXI e que estimula a reflexão sobre o habitar no patrimônio, entendendo esse fenômeno sociocultural como caminho para valorização das edificações, da função de moradia e seus habitantes. A abordagem parte da caracterização dessas edificações e da análise de relação que entre si estabelecem as políticas de preservação e habitação conexas ao patrimônio ferroviário.
Temporalidades, 2020
Este trabalho tem como objetivo analisar a situação atual do Complexo Ferroviário de Corinto (MG), o estado de conservação dos seus bens bem e os encaminhamentos que vem sendo feitos para a preservação desse território. Foi feito um levantamento geral do complexo, delimitação da área, registro das instalações remanescentes, análise do significado, relevância e grau de integridade dos bens e do conjunto. Entre os meios buscados para o cuidado com esse patrimônio, estão o Plano de Gestão e projetos para restauro e musealização do Complexo, integrando atividades socioculturais e de geração de renda.
Neste trabalho discute-se a preservação do patrimônio ferroviário em Curitiba, não a partir da restauração de bens edificados isolados, mas sob a abordagem sistêmica do conceito de itinerário cultural. Tem como objetivo interpretar o patrimônio ferroviário curitibano como um itinerário cultural, compreendendo as ferramentas metodológicas de análise deste tipo de paisagem cultural para possibilitar sua preservação. A partir de revisão bibliográfica sobre a preservação do patrimônio e da análise do estado da arte de intervenções em áreas ferroviárias, foram propostos princípios para nortear a elaboração do itinerário cultural. Em seguida, o patrimônio ferroviário curitibano foi analisado de forma unitária e setorizada dentro de seu contexto de desenvolvimento histórico. Na análise setorizada, foram propostas vinte unidades de paisagem, elaboradas a partir de parâmetros de permanência do uso ferroviário, localização e interação com a malha urbana do entorno, percepção simbólica, sobreposição de processos históricos de ocupação da área, cruzamentos significativos, hidrografia e relevo. Posteriormente, foram identificados seis aspectos imateriais, ou valores, para se preservar no patrimônio ferroviário a partir de intervenções sobre seus substratos materiais. Por fim, com base nas particularidades dos desdobramentos dos valores de preservação nas diferentes unidades de paisagem, foram estabelecidas diretrizes para as futuras intervenções nas áreas ferroviárias, considerando questões ambientais, urbanísticas, paisagísticas, sociais, de preservação da memória e de desenvolvimento integrado. Estas diretrizes aplicam-se a diferentes escalas espaciais de modo a fundamentar intervenções consistentes e coerentes com as dimensões urbana e local, promovendo a requalificação do conjunto de espaços que compõem o itinerário ferroviário.
Projeto História (PUCSP), 2010
O objetivo deste artigo é apresentar os resultados de um levantamento sobre os processos de tombamentos efetuados pelo CONDEPHAAT e relativos ao patrimônio ferroviário (identificação, estado de conservação e políticas públicas de uso). Se, por um lado, desde a década de 1960 tem sido formulado o conceito de patrimônio industrial, o que demandaria considerar a pertinência desse conceito para o patrimônio ferroviário; por outro, é também preciso entender as concepções que têm orientado os processos de tombamento no órgão nas últimas décadas. Enfim, trata-se de avaliar em que medida as novas concepções de patrimônio tem orientado as ações de preservação do órgão paulista.
Pesquisa em arquitetura e urbanismo : fundamentação teórica e métodos, 2016
The preservation of railway heritage in the State of São Paulo started at the end of 1960s with the beginning of the process of Bananal Rail Station. Between 1969 and 1984, part of this study, the Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT), defense council of heritage, recognized 10 (ten) railway heritages. Most of these protections consists only the departure and arrival buildings for passengers. The high number of recognized stations in the State is pointed as a nostalgic tendency and unitary treatment of the parts (RODRIGUES, 1994). For the authoress, there is no doubt that are relevant elements in memory compositions, however, little illustrative for technologic and economic importance of the railways. From these considerations, is our interest: what argument justified the protections of railway heritages in the period?
Dos Reusos do Património Ferroviário às Estratégias da sua Integração na Paisagem Urbana, ISBN: 978-84-945966-5-0, 2017
A expansão urbana, os novos traçados de mobilidade de entrada e saída das cidades, a desadequação da tecnologia e os novos usos que passaram a ser dados a certas linhas ferroviárias, levaram à desativação de algumas estações ferroviárias ou, noutros casos, à utilização de apenas uma parte dos seus espaços. Refira-se como exemplo do primeiro caso a antiga estação d’Orsay em França, hoje Museu d’Orsay, e como exemplo do segundo caso a Estação do Rossio em Lisboa. O património ferroviário enquadra-se nos campos disciplinares do urbanismo e da arquitetura paisagística, os quais exigem uma análise ampla sobre a relação edifício-ecossistema urbano para a definição de projetos específicos, tratando cada edifício como um caso único. A sistematização de referências no âmbito das infraestruturas ferroviárias convertidas para novos usos ilustra a capacidade, o interesse ou a intenção de conciliar estas estratégias de regeneração urbana com a preservação do património ferroviário. Este artigo centra-se na análise de algumas estratégias, planos e projetos de regeneração da paisagem industrial ferroviária e da sua integração na paisagem urbana em função dos reusos mais recorrentes.
Labor e Engenho
O objetivo é apresentar uma forma de uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) para documentar e analisar redes ferroviárias, tomando como exemplo o caso de Ribeirão Preto (SP). Há quatro ferrovias de valor histórico relacionadas ao café: Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, Ramal Dumont, Ramal Santa Thereza e Estrada de Ferro São Paulo e Minas. Dentre elas, o artigo trata da Companhia Mogiana, especificamente da Linha do Rio Grande e do Ramal do Sertãozinho, no trecho interno ao antigo Núcleo Colonial Antônio Prado. O método é baseado em pesquisas bibliográfica, documental e de campo. Os dados foram sistematizados em SIG, que serviu como suporte para reconstituir a rede ferroviária do município ao longo dos anos, a partir de documentação cartográfica, bibliográfica, iconográfica e de vestígios materiais. Como resultados, tem-se um banco de dados espacializados, referentes a diferentes escalas e tempos, que viabilizam a compreensão sistêmica do patrimônio ferroviário. Como c...
II Congresso Internacional sobre Património Industrial: património, museus e turismo industrial, uma oportunidade para o século XXI, 2017
Patrimônio e Território: os museus ferroviários do Estado de São Paulo, Brasil. In: Anais do II Congresso Internacional sobre Património Industrial (22-24 maio 2014). Porto: Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes, Universidade Católica Portuguesa, Associação Portuguesa para o Património Industrial, 2017.
3º Colóquio Iberoamericano: paisagem Cultural, Patrimônio e Projeto, 2014
Os complexos ferroviários apresentam-se como elementos de grande importância para a história brasileira e constituição de seu patrimônio cultural. Desde o desenvolvimento econômico, a partir dele realizado, desde o século XIX até meados do século XX, à constituição de elementos sociais-culturais e urbanísticos tem-se uma relação direta com a realidade histórico-social das cidades brasileiras. O patrimônio ferroviário nacional permitiu o desenvolvimento de sistemas sociais e de infraestruturas urbanas que se somam à economia brasileira. Dentre as estruturas ferroviárias, muitas encontram-se listadas e reconhecidas como patrimônio cultural, mas a grande maioria está em diferentes estágios de decomposição: desde abandonadas e arruinadas ao completo desaparecimento. Nesse sentido, o patrimônio ferroviário apresenta uma importância singular para o entendimento da vida social, das estruturas e do desenvolvimento urbano das cidades e da sociedade, não podendo ser visto de maneira independente e desconectada. Assim, as diferentes relações estabelecidas entre indivíduos e sociedade e a estrutura ferroviária determinam perspectivas próprias para se entender a diversidade de dimensões que o patrimônio cultural possui. Os conceitos de patrimônio e de cultura tomam, dessa maneira, um caráter pluralista cujos aspectos abordados no âmbito cultural envolvem a memória social e cultural que incluem as relações entre grupos e sociedades e, no caso específico, os elementos do patrimônio ferroviário. Como patrimônio cultural, se apresenta por meio de um coletivo imaginário social, muitas vezes compreendido segundo a percepção de diferentes grupos sociais e de indivíduos e se presenta como parte importante da identidade e memória, pessoal e coletiva. Assim, o trabalho objetiva interpretar a relação patrimônio ferroviário e sociedade por meio do reconhecimento, lembrança e inclusão como patrimônio e paisagem cultural, mas também com a preocupação em observar que, invariavelmente, se torna foco de descaso, abandono, degradação e mesmo extinção. Mesmo algumas expressões de preservação do patrimônio ferroviário encontram-se desconectadas, cuja relação entre presente e passado não se preocupa em um resgate da história e da memória. A reflexão se faz necessária a partir da importância do complexo ferroviário, sua arquitetura e estrutura, para compreendê-lo como paisagem cultural e social cuja interpretação constitui importante elemento patrimonial.
[...] Esta declaração foi feita por Irineu Evangelista de Souza perante o Imperador D. Pedro II ao inaugurar, no dia 30 de abril de 1854, o primeiro trecho de linha férrea no país. Chamada inicialmente de Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, contava com uma extensão de 14 Km e sua chegada a Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886. As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitas. Procu- rando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do então Império. Entre o final do século XIX e início do século XX foram efetuados investimentos significativos para a construção de linhas férreas, oriundos, entre outros, de investidores britânicos. [...]
3.º CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE PATRIMÓNIO INDUSTRIAL, 2016
O presente trabalho trata de três estações ferroviárias componentes da Estrada de Ferro Central do Piauí, região Nordeste do Brasil: Piracuruca, Parnaíba e Floriópolis, que foram desativadas, reconhecidas como patrimônio cultural e sofreram intervenções na década de 2000. Através de pesquisa bibliográfica e iconográfica em trabalhos acadêmicos e junto aos órgãos oficiais competentes, analisou-se a arquitetura e discutiu-se a pertinência das medidas tomadas para sua preservação, concluindo-se que intervenções e instrumentos legais de proteção têm alcance reduzido para sua preservação, quando não há reutilização.
Revista FACES DA HISTÓRIA, Assis-SP, ISSN: 2358-3878, 2017
Resumo: O objetivo deste artigo é relacionar duas diferentes políticas de valorização patrimonial, a aplicada na França e a aplicada no Brasil, e o reflexo das mesmas na preservação do patrimônio ferroviário. Entre as diferentes formas de análise do desenvolvimento do patrimônio ferroviário, existe um percurso vinculado com o desenvolvimento do conceito do patrimônio urbano. A criação de inventários tornou a França o país pioneiro no reconhecimento do legado ferroviário, entretanto, em um momento na história, a sua iniciativa encontrou-se com o desenvolvimento internacional das premissas estipuladas para a valorização do patrimônio urbano e passou a segui-lo paralelamente, como o Brasil fez desde o início da sua política de valorização. A adaptabilidade conceitual do patrimônio urbano mostrou-se fundamental para a
Labor e Engenho
Este trabalho apresenta os fundamentos históricos e teórico-metodológicos para a (re)construção da memória ferroviária no município de Valença, Rio de Janeiro a partir dos sujeitos da história e da memória. A partir da noção de lugar de memória propusemos analisar os processos de reconstrução da memória em espaços como o Museu Ferroviário, a Associação União Valenciana para Preservação Ferroviária (UVAFER) e os ex-alunos da Escola Profissional Mário de Castilhos. Para a construção desta pesquisa busca-se uma metodologia que dê conta do trabalho com dois tipos distintos de fontes documentais, as fontes documentais e orais. Discute-se a contribuição do Inventário Arquitetônico das Ferrovias de Valença como um documento fundamental na preservação dos bens culturais. Em relação ao Museu Ferroviário de Valença analisar-se-á a coleção formada ao longo da vida de um ex-funcionário da ferrovia, Sebastião Victor, compreendendo o acervo como documento histórico. Considerando o último evento e...
Paranoá: cadernos de arquitetura e urbanismo, 1969
4º Colóquio Ibero-Americano Paisagem cultural, patrimônio e projeto (Anais e Caderno de Resumos), 2016
A presente pesquisa propõe-se a analisar as estações de trem de Piracuruca, Parnaíba e Floriópolis, da Estrada de Ferro Central do Piauí (EFCP), discutindo a relação entre as intervenções e novos usos que receberam, a forma como a paisagem cultural envolvente foi trabalhada nesses projetos e seu atual estado de conservação. A primeira ferrovia brasileira foi construída no Rio de Janeiro, na década de 1850, pelo Visconde de Mauá. O Piauí, na Região Nordeste do Brasil, passava, a partir de então, por um novo ciclo econômico centrado na exportação de produtos do extrativismo vegetal pelo litoral, o que resultou no crescimento de cidades da região norte do estado. Como parte desse processo, os primeiros trechos de ferrovia piauienses foram inaugurados na década de 1920 nessa região, no município de Parnaíba, que contava com um porto fluvial importante desde o período colonial por onde os produtos eram escoados. A EFCP foi gradualmente ampliada para o sul, chegando à capital Teresina no final da década de 1960, e operou com baixa densidade no transporte de passageiros e cargas até a década de 1980, quando foi desativada. Ao longo de sua trajetória, a ferrovia foi protagonista de grandes transformações na paisagem das cidades piauienses que a receberam, impactou significativamente as relações sociais e os espaços das cidades por onde passou e teve consequências importantes que permanecem até o presente e formam parte de sua significação cultural. Os espaços edificados que compõem seu patrimônio (estações, armazéns, oficinas, pátios de manobras) são amplas áreas construídas geralmente em pontos centrais das cidades, símbolos daquele período de desenvolvimento do estado e das expectativas para o futuro que acabariam por não se concretizar, tornando-se testemunhos de ambas estas dimensões. Algumas de suas estações sofreram intervenções, como Parnaíba (cuja sede recebeu adaptação de uso para abrigar o Museu do Trem do Piauí e alguns outros edifícios foram cedidos para usos diversos), Floriópolis e Piracuruca (ambas foram restauradas, mas permanecem sem uso); as três buscaram trabalhar nas intervenções a paisagem envolvente de alguma forma. O trabalho pretende analisar os diferentes estados atuais dos conjuntos dessas três estações e a sua história de usos e intervenções, de modo a identificar e discutir as considerações feitas a respeito da paisagem que compõem e o tratamento dispensado a ela nas modificações empreendidas e a pertinência delas para sua preservação. Serão realizadas pesquisas histórica, arquitetônica, iconográfica e bibliográfica para conhecimento da trajetória dos bens ao longo do tempo, além de levantamentos e registros fotográficos do atual estado dos edifícios e do meio em que estão inseridos, para fundamentar a análise e discussão sobre eles. Espera-se discutir o tratamento dado ao patrimônio ferroviário piauiense e à paisagem cultural de que faz parte, promovendo a difusão do conhecimento e a apropriação desse importante patrimônio cultural do estado, na perspectiva da sua preservação. Palavras-chave: Patrimônio Ferroviário; Estrada de Ferro Central do Piauí; Parnaíba; Piracuruca; Floriópolis.
I Congresso Nacional para Salvaguarda do Patrimônio Cultural , 2017
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