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2020
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A pesquisa realizada com terreiros de candomble na regiao metropolitana de Vitoria / ES / Brasil (2015/2017) permitiu nao apenas o mapeamento, mas tambem uma analise sobre a (re) configuracao social e religiosa dessas comunidades tradicionais de matriz africana. Destacamos aqui as dimensoes da construcao da identidade etnico-racial baseada no pertencimento religioso e na heranca cultural e religiosa da familia-de-santo (as vezes secundaria), com a qual as conexoes sociais sao criadas e recriadas. Apontamos que, alem do crescimento do racismo religioso no estado do Espirito Santo, a mediacao do antropologo para promover a visibilidade dessas comunidades envolveu diferentes desafios e tensoes que surgiram no processo de reivindicacoes de identidades e espacos politicos. Nesse processo de ganhar visibilidade, reconhecimento cultural e simbolico interno e externo aos grupos, surgem desdobramentos que estimulam uma reflexao etico-politica na gestao da pesquisa e nas relacoes sociais nele...
A iniciação ritual no Candomblé é um processo de construção de uma identidade psicológica permanente entre o participante do culto e a entidade cultuada. Ao contrário do desenvolvimento mediúnico da concepção espírita-em que o médium renuncia temporariamente a sua própria subjetividade em favor da subjetividade de um desencarnado-o transe de incorporação no Candomblé tem por objetivo principal o auto-reconhecimento recíproco entre o 'santo' e seu 'filho', o reatamento simbólico e permanente do mundo dos homens (Ayé) com o mundo dos deuses (Orum). Este processo de identificação simbólica entre os participantes e os Orixás não existe apenas no momento privilegiado do transe ritual; a identidade entre o iniciado e seu santo corresponde a incorporação psicológica permanente das características do orixá na personalidade de seus filhos. Esta identidade instaura-se não só através da iniciação e se desenvolve lenta e gradualmente nos transes, mas também é reforçado periodicamente nas obrigações sucessivas e renovada nas festa públicas dos santos, quando toda a comunidade presente se torna testemunha e fiadora desta aliança e dela se beneficia. Os rituais do Candomblé consistem basicamente de um conjunto de temas arquetípicos-a representação\incorporação de forças naturais personificadas em comportamentos e estórias-que se sucedem durante a cerimônia. Cada entidade se manifesta através de um transe característico, produzido por imagens, sons, cheiros, gostos, danças, ritmos, cores, trajes e adereços específicos. Invocados através de danças extáticas e de três tambores cerimoniais (rum, rumpi e lé), os deuses africanos incorporam em seus 'filhos', fazendo-os re-dramatizar os grandes feitos míticos e lendas: a luta dos irmãos Ogum e Xangô pelo amor de Oxum, a viagem de Oxalufã ao encontro de seu filho Xangô, as aventuras amorosas de Yansã ... As entidades são, ao mesmo tempo, fundamentos psíquicos de comportamentos humanos e forças místicas da Natureza; e são representadas nos rituais como identidades sagradas que se manifestam dentro de uma estrutura mítico-litúrgica de interpretação do mundo.
O trabalho argumenta que a religiosidade do Candomblé apresenta uma alternativa à compreensão da identidade dos pontos de vistas individual e coletivo. Oferece uma síntese dos dilemas pós-modernos nos quais se coloca a ascensão ou o declínio do individualismo e de novas formas de tribalismo.
2021
Resumo A corporalidade dentro dos rituais da religião brasileira Candomblé possui papel fundamental na preservação de uma tradição e valorização étnica. Identificando como potente representante deste universo cosmológico, usouse como objeto de estudo as obras do pintor português Neves e Sousa, para fins de análise sócio-cultural. O corpo conta história, se faz presente. É por meio do corpo que o sagrado se manifesta no ambiente litúrgico. Buscando este espaço atemporal da arte ritual, com ênfase na expressão corporal do Candomblé, o presente artigo desenvolve um diálogo entre um olhar de fora do Candomblé com suas simbologias, meios de aprendizado e experiência mística.
A religião é necessária ao homem feliz para não abusar e ao infeliz, para não desesperar". (Marques de Maricá) RESUMO: O presente artigo objetiva, não somente a busca de uma visão histórica acerca do desenvolvimento das religiões de matrizes africanas, com ênfase principalmente nos modelos mais conhecidos no Brasil: o Candomblé e a Umbanda, mas abordar a presença e a manutenção dessas religiões afro-brasileiras inserida numa sociedade que sofreu fortemente a imposição de uma religiosidade Católica. Refletir a presença da religiosidade de matrizes africanas na sociedade brasileira é também visualizar a resistência do negro ou afro-descendente em manter vivas as bases religiosas de seus antepassados africanos, e assim fazer valer sua história e sua identidade. Palavras-Chave: Religiosidade Afro-Brasileira; Resistência; Identidade Negra. NASCIMENTO, Alessandra Amaral Soares. Candomblé e Umbanda: Práticas religiosas da identidade negra no Brasil. RBSE, 9 (27): 923 a 944. ISSN 1676-8965, dezembro de 2010.
2016
O trabalho em questao tem como objetivo fazer uma analise da relacao existente entre lingua e nacao no candomble brasileiro, tendo como subsidio teorico-metodologico a pesquisa de Pares (2006), sobre a nacao Jeje Mahi na Bahia, e a discussao de Barth (2011), sobre fronteiras etnicas na formacao das identidades etnicas. Segundo o primeiro autor, as nacoes criadas no Brasil eram delimitadas por criterios subjetivos e que tinham como elemento definidor de fronteiras etnicas – estendendo-se tambem como elemento definidor de identidades etnicas – as linguas maternas dos negros africanos. A partir da delimitacao do conceito de nacao e de fronteiras/identidades etnicas, fizemos uma discussao sobre a origem das nacoes candomblecistas que se desenvolveram na cidade de Rio Branco, capital do estado Acre, e como lingua e nacao se inter-relacionam para marcar identidade(s) no candomble deste territorio.
Interacoes Cultura E Comunidade, 2009
O artigo discute a possibilidade de uma filosofia da religião a partir do candomblé. Explicita o que vem a ser a Filosofia da Religião como área do conhecimento e o que a distingue de outras áreas e esclarece como poderia se dar a reflexão filosófica sobre o candomblé, o que justificaria tê-lo como objeto de análise e crítica na área. Ao final discute-se outra articulação entre filosofia da religião e candomblé a partir da concepção da filosofia como construção de conceitos transdisciplinares a partir da relação interdisciplinar entre os vários campos de conhecimento. Não haveria propriamente filosofia da religião, mas diálogo interdisciplinar. A filosofia seria uma espécie de saber transdisciplinar e forneceria instrumentos de inter-relação e intercomunicação entre os vários saberes. PALAVRAS-CHAVE: Filosofia da Religião. Candomblé. Transdiciplinariedade. Religião. Filosofia.
RISCO, 2021
O ensaio busca discutir a relação entre o espaço arquitetônico, o humano e o sagrado no Candomblé, a fim de compreender o papel assumido pela arquitetura nesta tríade. O artigo é produto da pesquisa de doutorado do autor, ainda em curso, desenvolvida no âmbito interdisciplinar da arquitetura e antropologia afro-brasileira. Por ter sido elaborado antes da pesquisa de campo, baseia-se no marco teórico levantado, adotando, como perspectiva epistemológica, o diálogo entre a filosofia ocidental, a partir de uma leitura de Heidegger, e a filosofia nagô, sistematizada por Muniz Sodré. O ensaio intenta contribuir com os estudos afro-brasileiros na Arquitetura, discutindo o terreiro de candomblé enquanto objeto legítimo desta área do conhecimento, uma abertura para a alteridade, além do racionalismo ocidental. Palavras-chave: arquitetura, afro-brasileiro, religião.
1997
foi realizada no âmbito do Projeto Historiografia e pesquisa discente: as monografias dos graduandos em História da UFU, referente ao EDITAL Nº 001/2016 PROGRAD/DIREN/UFU (https://monografiashistoriaufu.wordpress.com). O projeto visa à digitalização, catalogação e disponibilização online das monografias dos discentes do Curso de História da UFU que fazem parte do acervo do
Revista Calundu, 2017
Resumo: As pesquisas sobre as comunidades de terreiro têm colocado uma série de desafios tanto para o contexto acadêmico da investigação, quanto para a apropriação que candomblecistas tem feito dos estudos produzidos nas academias. Este texto buscará traçar um plano desde o qual se possa verificar as interconexões entre a crítica ao sincretismo iniciada de maneira bastante particular por um conjunto de lideranças do Candomblé no final do século passado e estruturações de discursos acadêmicos e religiosos em torno da problemática da pureza e do fortalecimento, dando outros contornos para a as abordagens acadêmicas já colocadas nos estudos sobre os candomblés. Propõe-se, ainda, a distinção entre um sincretismo estratégico e um sincretismo interno, que sirva para situar as relações entre a crítica ao sincretismo e a busca por um fortalecimento da identidade calçado na pureza entendida como um retorno à África.
Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social
A identidade religiosa — assim como os saberes guardados, produzidos e atualizados no interior do Candomblé — tem sido convocada nos discursos e ações de ativistas e pesquisadoras. Há toda uma fundamentação ética e cosmogônica que orienta suas ações, agenciando toda uma rede de significados e reposicionamentos subjetivos e epistemológicos que informam a política e a produção de conhecimento de adeptas e iniciadas na religião dos Orixás. Utilizando revisão bibliográfica, consideramos, ao menos, cinco apontamentos que podem nos ajudar a compreender esse cenário: (ⅰ) Candomblés como exercício de decolonialidade; (ⅱ) Candomblés como exercício de outro modelo organizativo de família; (ⅲ) Candomblés como exercício de afetividades; (ⅳ) Candomblés como exercício de autoavaliação e autodefinição; e (ⅴ) fundamentos epistemológicos religiosos afro-brasileiros. Concluímos que os Candomblés, como espaços não formais de educação, bem como políticos, têm pressupostos que os constituem como vetores...
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Revista Da Spagesp, 2012
(In) Subordinações Contemporâneas: Linguística, Letras e Artes, 2019
Revista brasileira de história das religiões, 2011
Cadernos de Campo (São Paulo, 1991), 2006
Perspectivas Revista De Ciencias Sociais, 2013