Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2021, Tese de doutorado
…
329 pages
1 file
A proposta desta tese é analisar os últimos anos da escravidão e o pós-abolição em Cachoeiro de Itapemirim, município com a maior concentração escrava do Espírito Santo naquele período. O foco do estudo voltou-se aos elementos constitutivos de uma comunidade negra, como a ocupação de terras, a perpetuação dos laços de interdependência, responsabilidade e solidariedade, forjados no tempo do cativeiro, bem como sua memória da escravidão e da abolição. As fontes compõem-se, principalmente, de dois conjuntos. O primeiro é formado pelos periódicos O Cachoeirano e O Constitucional, examinados segundo a análise de conteúdo. O segundo conjunto constitui-se de entrevistas de História Oral, realizadas com membros da Comunidade Remanescente de Quilombo de Monte Alegre, no ano de 2019. Outras fontes foram utilizadas de forma complementar, como inventários postmortem, censos e legislação. A análise dos periódicos na fase de desestruturação do sistema escravista demonstrou a força da escravidão na região, que manteve o controle da população escravizada até a abolição oficial, a despeito da crescente agitação. O apego à instituição revelou-se na tentativa de controle dos libertos e de seus descendentes no pós-abolição, ao mesmo tempo em que se criavam estereótipos negativos a partir de sua resistência. O discurso sobre a desorganização do trabalho, base para a defesa da imigração europeia, foi constante, embora contrariado pelas evidências do próprio jornal. A preocupação central com a defesa da grande lavoura proporcionou a disputa de narrativas sobre o 13 de Maio, prevalecendo, em um dos jornais, a associação da lei com um “golpe” na lavoura. Constatou-se que os laços familiares construídos durante a escravidão foram fundamentais para a inserção social dos ancestrais da Comunidade de Monte Alegre no mundo livre e para sua permanência e união até a atualidade. Também ficou evidenciado que a preservação da memória genealógica da escravidão e da abolição constitui a base para a afirmação da identidade quilombola (em construção) e para a celebração do 13 de Maio como acontecimento fundamental em sua história. O diálogo entre os dois conjuntos de fontes, ao iluminar versões diferentes dos mesmos objetos, ampliou o conhecimento sobre a escravidão, a abolição e o pós-abolição no Espírito Santo. Palavras-chaves: Escravidão; Abolição; Pós-abolição; História Oral; quilombola.
RESUMO Essa tese investiga a possibilidade de utilização de parâmetros de preservação de acervos museológicos em ferramentas de análise de arquitetura bioclimática e passiva, como forma de direcionar soluções de projeto de arquitetura de museus brasileiros adaptados em edifícios históricos e em clima quente e úmido. Busca interligar as áreas de conservação preventiva de coleções, de arquitetura patrimonial e de arquitetura sustentável, através de análises que permitam tomada de decisões compartilhadas na arquitetura de museus, a partir de indicadores obtidos em cada área. Inclui no Diagrama Bioclimático de Givoni, uma Zona de Controle Ambiental criada a partir dos parâmetros definidos pelo campo da conservação em museus. Esta zona serve para verificação do comportamento ambiental do edifício de museu em relação à preservação dos objetos museológicos. Foi realizado monitoramento pelo período de um ano das condições de temperatura do ar, umidade relativa do ar e nível de iluminamento em dois museus adaptados em edifícios históricos e em ponto utilizado como referência fora dos museus, através de três data loggers. Plota os dados obtidos no diagrama bioclimático criado com a inclusão da zona de controle ambiental, para identificar as condições do microclima em relação ao conforto ambiental dos usuários e ao controle ambiental para objetos, e gerar indicadores. Verifica a viabilidade de utilização de ferramenta de avaliação de arquitetura bioclimática, para necessidades de conservação preventiva de coleções. Verifica também a viabilidade de identificar interfaces capazes de unir procedimentos utilizados em cada área, apresentada em um diagrama conceitual. Conclui ser possível a utilização de ferramentas do campo da arquitetura sustentável como forma de avaliação das condições do microclima criado pela arquitetura antiga para a preservação de coleções, e indicar possíveis alterações no edifício antigo. Conclui também que a interligação das áreas pesquisadas abre diversas possibilidades de pesquisas no campo dos museus adaptados, tendo o clima como fio condutor. Palavras chave: arquitetura sustentável, arquitetura de museus, patrimônio histórico sustentável, microclima, conservação preventiva. ABSTRACT This thesis investigates the possibility of using parameters for the preservation of museological collections in bioclimatic and passive architecture analysis tools, as a way of directing architecture project solutions from Brazilian museums adapted in historical buildings and in hot and humid climates. It seeks to link the areas of preventive conservation of collections, heritage architecture and sustainable architecture, through analyzes that allow shared decision making in museum architecture, based on indicators obtained in each area. It includes in the Bioclimático Diagram of Givoni, an Environmental Control Zone created from the parameters defined by the conservation field in museums. This area serves to verify the environmental behavior of the museum building in relation to the preservation of museum objects. One-year monitoring of air temperature, relative air humidity and lighting level was carried out in two museums adapted in historical buildings and in point used as reference outside the museums, through three data loggers. Plot the data obtained in the bioclimatic diagram created with the inclusion of the environmental control zone, to identify the conditions of the microclimate in relation to the environmental comfort of the users and the environmental control for objects, and generate indicators. Checks the feasibility of using a bioclimatic architecture assessment tool, for preventive conservation needs of collections. It also verifies the feasibility of identifying interfaces capable of joining procedures used in each area, presented in a conceptual diagram. It concludes that it is possible to use tools from the field of sustainable architecture as a way of assessing the conditions of the microclimate created by the ancient architecture for the preservation of collections, and to indicate possible changes in the old building. It also concludes that the interconnection of the researched areas opens several possibilities for research in the field of adapted museums, with the climate as the guiding line. Key words: sustainable architecture, museums architecture, sustainable heritage, microclimate, preventive conservation.
Primeiramente a Deus, Nossa Senhora e Jesus, que estiveram sempre presentes em toda minha vida, iluminando e mostrando os melhores caminhos que eu deveria seguir, ensinando a ter esperança, paciência e amor na vida, sempre me erguendo de cada derrota.
A toda minha família, especialmente ao meu companheiro de caminhada, Sibres, e ao meu filho, Eduardo, por todo o tempo que deixamos de estar juntos. Aos meus falecidos pais, José e Matildes, que me ajudaram a ser quem eu sou hoje, a eles todos os créditos. AGRADECIMENTOS A todos que me acompanharam e me auxiliaram na realização desta tarefa, em especial à minha família, Sibres e Eduardo, que entenderam a minha ausência, especialmente nesses momentos de pandemia, para que eu pudesse finalizar a escrita do trabalho. A todos os meus irmãos e sobrinhos, por todo apoio e compreensão. À Profa. Dra. Neuda Lago, pela dedicação nas correções, orientações e pelas palavras gentis e motivadoras nesse período árduo de aprendizagem. Aos professores que compõem a Banca de defesa, Profa. Dra.
Um boxeur na arena: Oswald de Andrade e as artes visuais no Brasil (1915-1945), 2018
O presente estudo investiga a posição das artes visuais na experiência intelectual e criativa do poeta e escritor modernista Oswald de Andrade (1890-1954). São analisados não apenas seus textos sobre arte, mas também a presença das artes visuais nos livros de poesia Pau Brasil (1925) e Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald de Andrade (1927), assim como nos romances Os Condenados (1922-1934) e Marco Zero (1943-1945). Também são discutidas as relações que o escritor manteve com artistas brasileiros e estrangeiros, além de sua participação em situações importantes envolvendo as artes visuais no país, como a Semana de Arte Moderna; a primeira exposição de Tarsila do Amaral no Brasil; o Clube dos Artistas Modernos; os Salões de Maio. A proposta é averiguar como Oswald de Andrade atuou em um período importante para a história da arte moderna no Brasil, especialmente na cidade de São Paulo, compreendendo as décadas de 1910 a 1940, que são as balizas cronológicas adotadas, tomando-se como referências o texto “Em prol de uma pintura nacional”, publicado em 1915, e o romance Marco Zero II: Chão, publicado em 1945. Singulares do ponto de vista da escrita e das estratégias discursivas que mobilizam, os textos de Oswald de Andrade que discutem as artes visuais revelam um pensamento em constante movimento e atento ao que entendia serem as demandas de uma época de transformações e de luta pela construção de uma sociedade menos opressora, na qual as artes ocupavam posição estratégica. Com base na investigação desse material, defende-se aqui que as artes visuais foram um elemento constitutivo de sua experiência intelectual e criativa, não ocupando uma posição secundária em relação à sua atuação como escritor, poeta e jornalista polemista.
Agradeço à professora Lílian Lopondo pela paciência em todos esses anos de orientação que começou no mestrado em 1996.
família tradicionalmente ilustre, mas decaída do antigo esplendor. A mãe, Ana Maria Massari, descendia igualmente de nobre linhagem. Sua terra natal foi Rivarolo, na república de Gênova, mas desde a infância vivia com a família em Ovada. Aqui também se estabelecera Lucas, ainda jovem, em casa de um tio sacerdote, pe. João André Dánei. Realizou-se o enlace matrimonial do virtuoso par a 6 de janeiro de 1692. Modelo perfeito de união conjugal, mais cobiçosos dos bens imorredouros do Céu que das efêmeras riquezas da terra, buscavam em honrado comércio o necessário para o sustento da numerosa prole. Homem virtuoso e pio, Lucas encontrava suas delicias na prece, na leitura de livros edificantes, nomeadamente nas biografias dos santos. Oh! se todos os pais lhe seguissem o exemplo! Nessas fontes hauria virtudes tão sólidas, que por Deus houvera sacrificado, os mais caros interesses, as mais puras afeições, a própria vida, enfim. Apesar dos compromissos de esposo e pai, aspirava ao martírio. Para com o próximo era justo, bom e indulgente; no leito de morte coroa sua vida com um ato da caridade mais heróica. Igual fisionomia espiritual, realçada com os suaves atrativos de esposa e mãe, se nos depara na incomparável figura de Ana Maria. Humilde, recatada e piedosa, vivia para o lar e para a igreja, repartindo seu tempo entre Deus e a família. Dedicava-se às lides domésticas e à educação dos filhos como a dever sagrado. De paciência inalterável, reprimia qualquer sentimento de revolta e, ao invés de irromper em palavras de censura, seus lábios tão meigos só sabiam proferir esta expressão de bênção: " Que Deus vos torne santos! " Doçura tão constante granjeou-lhe o afeto de quantos dela se acercavam. Foi a mulher forte, de que falam as Letras Sagradas. Ao falecer-lhe o esposo, em agosto de 1727, suportou sozinha e sem queixa, apesar das contínuas enfermidades, o peso da numerosa família. Modelo de perfeição, entregou a alma ao Criador em idade avançada, indo Falava-lhe da Paixão e Morte de Nosso Senhor, e nos olhos puros do pequeno borbulhavam lágrimas. Se, ao penteá-lo, Paulo se punha a chorar, como fazem geralmente as crianças, narrava-lhe algum fato da vida dos santos, e era de ver o pequeno passar do pranto à mais viva atenção, ainda conservando nos olhos as últimas lágrimas. Colocava-lhe outras vezes nas mãos o crucifixo, dizendo: " Vê, meu filho, quanto Jesus sofreu por nosso amor! ". E ele, fitando a devota imagem, como por encanto deixava de chorar. A santa mãe consagrara-o à Rainha das Virgens. Dizia lhe também repetidas vezes da obediência e docilidade do Menino Jesus e da ternura de Maria Santíssima, o que lhe despertava singularíssima devoção para com Eles. E Paulo, de joelhos, mãozinhas postas ante suas imagens, comprazia-se em dirigir-lhes breves orações. Essa esmerada educação materna foi corroborada pelos exemplos do virtuoso pai. A lembrança de mãe tão santa permanecerá indelével na alma agradecida de Paulo Francisco, até o final de sua longa existência. Dela discorria freqüentemente em público, comovido, propondo-a como exemplo. Mais tarde dirá: " Se me salvar, como espero, devo-o a educação que recebi de minha mãe ". Felizes os pais que assim educam para Deus os seus filhos! Crescendo Paulo em idade crescia outrossim na virtude. Desenvolvia-se-lhe natural tendência à solidão, à prece e à penitência, enquanto começava a revelar caráter brando e afável, talhado para a conquista dos corações. Fugia dos divertimentos infantis e, com seu irmãozinho João Batista que, como veremos lhe foi companheiro fiel nos labores apostólicos entretinha-se em construir altarezinhos adornando-os com flores e imagens do Menino Jesus e da ss. Virgem. Ali passava horas e horas recitar o terço, devoção que conservou até a morte. Certa vez, enquanto oferecia esta prova de amor à Rainha do Céu, apareceu-lhe uma criança de encantadora formosura Era Jesus, que se dignava recompensar assim a ternura que Paulo lhe votava. Maria Santíssima também lhe patenteou de modo extraordinário, bem como a João Batista, sua materna proteção. Enquanto colhiam flores às margens do rio para ornamentar o altar da Virgem, ambos escorregaram e caíram no Olha. As águas eram profundam, rápida a corrente. Paulo e João Batista estavam prestes a perecer... quando de improviso vêm uma senhora de sobre-humana formosura e majestade que, caminhando sobre as águas, lhes estende a mão e os livra da morte. Graça tão assinalada inflamou mais e mais o coração de Paulo no amor e no reconhecimento para com a sua libertadora e para com aquele deifico Menino, cuja beleza o encantara. DEVOÇÃO À SAGRADA PAIXÃO Em idade tão tenra comunicou-lhe Deus grandes luzes, o dom das lágrimas e da oração. Embora desconhecesse o método de meditar, guiado pelo espírito de Deus, fazia freqüentes e longas reflexões sobre a Paixão de Nosso Senhor, em que tanto o exercitara a piedosa mãe. Ana Maria, talvez sem o saber, preparava o caminho para os desígnios de Deus em relação a Paulo, ao inspirar-lhe tal devoção. Este tinha sempre ante os olhos a imagem de Jesus Crucificado, considerando os cruéis padecimentos do Redentor, enquanto as lágrimas lhe corriam abundantes. Jesus em pessoa o ia preparando suavemente para missão providencial. Fazia com que seus padecimentos fossem atrativo irresistível para o coração de Paulo, começando, desde então, a recreá-lo com freqüentes visões sobre sua vida, suas dores e sua morte. Apareceu-lhe certa vez com a cabeça coroada de espinhos, o rosto ensanguentado, as carnes maceradas!... Tão forte foi a impressão causada no bem-aventurado menino, que, ao recordá-lo, experimentava extrema tristeza. Não é, portanto, para estranhar que começasse desde os mais verdes anos a amar os sofrimentos. Mortificava o gosto e martirizava o delicado corpo. De noite deixava a cama e deitava-se sobre uma tábua, para assemelhar-se ao Salvador, que na agonia teve por leito o madeiro da Cruz. Mui de freqüente, no silêncio da noite e sempre de joelhos, meditava os cruéis padecimentos de Jesus. Às sextas-feiras, principalmente, entregava-se a muitos rigores, absorto nos tormentos do Homem-Deus. Assentava-se à mesa, triste, pálido e com lágrimas nos olhos. Conseguia-se a custo induzi-lo a comer um pedaço de pão, que banhava com suas lágrimas. João Batista aprendera de Paulo a amar as austeridades e oração. Ve-los-emos sempre juntos na prática das mortificações mais rigorosas. A Paixão de Nosso Senhor era o pensamento quase continuo do nosso santo. Reunia muitas vezes os irmãozinhos e lhes falava da Paixão, com vigor e unção verdadeiramente singulares em tão tenra idade. Seus jovens ouvintes comoviam-se ao vê-lo chorar, chorando com ele. Assim, pela penitência e pela prece, aparelhava em seu coração um santuário ao Deus da Eucaristia, que em breve iria receber pela primeira vez, A mãe não se descuidava de enviá-lo ao catecismo paroquial, impondo-se o dever de repetir ao filho aquelas verdades da fé. Não se tem cabal certeza da época em que Paulo recebeu pela primeira vez a sagrada Comunhão. E' de crer, no entanto, que logo após ato tão solene, fosse enviado pelos pais a Cremolino para terminar os estudos, pois é certo que então se achegava amiúde à sagrada mesa, com fervor angélico. Embora nos faltem documentos, é fácil conjecturar ter Deus favorecido com graças assinaladas esta alma de escol em dia tão memorável, crescendo Paulo, desde então, de virtude em virtude, jamais cessando de marchar com passos agigantados pelo caminho da santidade. A Comunhão será sua felicidade e sua fôrça. Ela irá preservar este lírio de toda e qualquer mancha. O Tabernáculo será a torre inexpugnável onde Paulo resguardará a virtude. SEUS PRIMEIROS ESTUDOS Tinha o nosso santo cerca de dez anos. Lucas, notando no filho inteligência lúcida e memória feliz, resolveu confiar-lhe a educação a mestre virtuoso. Incumbiu, pois, de tão delicada missão a um seu amigo, religioso carmelita de Cremolino. A docilidade do discípulo, sua inteligência, a aplicação ao estudo e à piedade, conquistaram-lhe a simpatia do mestre. Esmerou-se este na instrução e educação do aluno, levado por suas qualidades e pela amizade que o unia a Lucas Dánei. Paulo Francisco correspondeu às solicitudes do mestre e às esperanças do pai, sobrepujando os progressos nos estudos o que se podia esperar de sua idade. " Não há dúvida, diz são Vicente Maria Strambi, que os dotes naturais foram causa desses progressos, mas a causa principal temo-Ia na aplicação ao estudo unida à serenidade de espírito e à tranquilidade do coração, isento de paixões, perturbadoras da inteligência. Aplicando-se Paulo mais tarde a estudos profundos e assíduos, aprendeu a raciocinar com solidez, a expressar-se com elegância, insinuação e eloquência. Sua palavra era grave, florida e comovente, o que muito agradava e comovia a seus ouvintes no decurso das pregações ". O estudo, que soube converter em oração, não lhe alterou a piedade, de maneira que os progressos na ciência dos santos não foram menos notáveis. Multiplicava os exercícios de piedade. Jamais deixou a meditação; diariamente assistia à santa Missa e o mais possível se alimentava do pão dos Anjos. O tempo que lhe deixavam o estudo e as aulas, empregava-o em piedosas leituras e visitas ao ss. Sacramento e à ss. Virgem. O trabalho e a oração foram como que o aroma a lhe preservar a alma da menor culpa. A modéstia, o candor e a piedade prognosticavam viria a ser um grande servo de Deus. Terminou seus estudos literários aos dezesseis ou dezessete anos.
RESUMO: Apanhando o mundo de surpresa, a pandemia COVID-19 veio obrigar a uma nova organização do mundo acadêmico, assumindo-se novas formas de trabalho. Foi necessário, por parte de investigadores por todo o mundo, uma rápida transformação e adaptação: o virtual rapidamente suplantou o presencial e novas formas de colaboração à distância surgiram, não sendo exceção a iconografia musical. A presente comunicação vem apresentar resultados desta colaboração. Visa, em primeiro lugar, apresentar o projeto desenvolvido entre Brasil e Portugal, focado na produção e recepção da obra caricatural de Rafael Bordalo Pinheiro durante a sua permanência no Brasil, com vista a mapear na obra do caricaturista aspectos de crítica de imprensa sobre o quotidiano musical brasileiro na segunda metade do século XIX. Em segundo lugar, pretende analisar questões de contexto histórico-musical sob o ponto de vista dos conceitos de "espaço da experiência" e "horizonte da expectativa" (Reinhart Koselleck), uma vez que Bordalo integrava uma geração de artistas que, quer em Portugal, quer no Brasil, lidava com tempos de crise e mudança: em Portugal, agitavam-se valores republicanos e no Brasil, configurava-se uma crise relativamente ao governo imperial. O que nos coloca como possibilidade analisar esse conjunto iconográfico também como um "ato de fala" (Quentin Skinner), a partir do qual se anunciam e se manifestam intenções, representações, valores e projetos intelectuais. Este fato conduz-nos ao terceiro ponto tratado nesta comunicação e aos conceitos de "política das sensibilidades" e "sensibilidade política" (Esteban Buch), demonstrando que a iconografia musical pode ser espaço para a sua aplicação em novos estudos. Projeto do investigador Gilberto Vieira (IFF, BR; CESEM/NOVA FCSH, PT) em colaboração com a Linha Temática em Iconografia Musical (CESEM/NOVA FCSH, PT), serão aqui apresentadas as ideias-chave do projeto, suas perspectivas de análise e ferramentas de trabalho à distância, bem como a análise de um exemplar.
Para as pessoas que, quando olho pra trás, sinto muitas saudades.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Atuação estratégica de recursos humanos, 2012
Valores em Tempos de Aula, 2018