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UID/PAM/00417/2013 PTDC/CPC-HAT/4703/2012O “cordeamento” constituía um procedimento administrativo camarário corrente na gestão de Lisboa nos séculos XVII e XVIII1, que designava o auto de medição das fachadas e das vias públicas realizada pelo mestre ou medidor das obras da cidade utilizando por instrumento a vara de medir da marca da cidade2. Desta forma se garantia que as obras não tomavam nada do “público”, ou seja, procurava-se manter a largura das vias e fazer cumprir a regulamentação das fachadas. Todas as obras em edifícios ou muramentos de propriedades, desde que voltadas para o espaço público, ficavam, assim, sujeitas à submissão de uma petição a aprovar pelo Senado da Câmara, após a realização do cordeamento. Este procedimento aplicava-se, também, às casas religiosas. O conjunto de Livros de Cordeamentos, conservado no Arquivo Municipal de Lisboa, é constituído por 39 volumes que registam as petições de privados, os despachos do Senado da Câmara e os autos de vistoria (ou...
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…) hira sempre Cordeando pellos seus alicerses uelhos sem thomar nada do publico e nos portais que de nouo se fiserem se não porão degraos na estrada e as sacadas ficarão em Altura de quatorze palmos pera sima não pondo grades bayxas de aranha que saquem da parede pera fora o qual Cordeamento foy feito por joão freire medidor das (f. 307v.) obras da Cidade e por uara de medir de sinco palmos da marca da Cidade do que passey esta Certidão em Lisboa aos uinte e seis de Agosto de mil e settecentos e dous anos. Cordeamento da obra do novo convento de Santa Joana, 1702 Arquivo Municipal de Lisboa, Livro de Cordeamentos 1700-1704, f. 307-307v.
Este artigo objetiva discutir inicialmente um gênero literário específico cuja maior singularidade é apresentar-se como uma forma literária híbrida -os chamados livros de linhagens, fontes genealógicas e narrativas da Idade Média portuguesa (séculos XIII-XIV). A ênfase da análise dirige-se ao Livro de linhagens do Conde Dom Pedro, compilado durante o reinado de Dom Afonso IV (W 1325-1357). O texto linhagístico é examinado como um espaço de poder, dentro do qual os grupos da nobreza são colocados diante de situações de inclusão e exclusão social, e o hibridismo textual -alternando a descrição genealógica com narrativas de diversos tipos -é visto como um recurso eficaz para o exercício destes poderes e micropoderes. Por fim, na parte final do artigo, busca-se discutir, a partir destas fontes históricas específicas que são os livros de linhagens, uma das mais importantes questões do período: as relações entre a Nobreza e a Realeza. O problema específico que permitirá examinar estas relações é o da construção discursiva de um certo imaginário cavalheiresco que encontra sua projeção em algumas das narrativas incluídas nos livros de linhagens.
IV Congresso de Pesquisa e Ensino em História da Educação, 2007
Os inventários se apresentam como uma das melhores (e poucas) fontes para a pesquisa a respeito da circulação de livros e a possível leitura dos mesmos durante o século XVIII, sobretudo nos arquivos brasileiros. A prática de feitura dos inventários era necessária, visto que era o primeiro passo no longo processo de partilha dos bens que ficavam dos indivíduos que haviam morrido. Nesses documentos podem ser encontradas informações diversas e descrições detalhadas sobre a ocupação do indivíduo, se deixava herdeiros e os bens que possuía. É, especificamente, nessa parte dos inventários que se encontram, para nós, as informações mais relevantes, já que em meio a peças de metais preciosos, ferramentas, roupas e outros materiais, se encontravam -às vezes em separado, às vezes mesclados a outros artefatos -os livros, a biblioteca em posse daquele indivíduo. É justamente nesses livros, na sua descrição e detalhamento, que investiremos nosso olhar. Na tentativa de estabelecer alguns parâmetros, buscaremos compreender o que a posse desses livros parece representar, a existência de determinados livros como reflexo de seus possuidores e também uma possível leitura de alguns deles. Porém, se faz extremamente necessário salientar que a posse dos livros não significa de forma alguma a sua leitura. Como reflete Silvio Gabriel Diniz, "para se avaliar o grau de expansão cultural na Capitania, no século XVIII, nada mais positivo do que descobrir as bibliotecas existentes então. Elas informarão o que as pessoas cultas liam, ou melhor, o que havia para ser lido". (1959a, p.338) Nesse sentido, acrescentaríamos ao "circuito do livro", apresentado por Robert Darnton 2 , mais um elemento. Para além do autor, editor, impressor, distribuidor e vendedor, acrescentaríamos o possuidor, antes de chegar ao leitor propriamente dito. É claro que na maioria das vezes existe a sobreposição desses dois últimos agentes do circuito num mesmo indivíduo, mas não se pode afirmar diretamente que a posse de uma determinada obra implica na sua leitura e vice-versa. O que veremos, em muitos casos, é uma posse de livros que reflete um estatuto social, não 1 Graduando no curso de História -FAFICH -UFMG. Bolsista de Iniciação Científica FAPEMIG. 2 Ver Robert DARNTON. O que é a história dos livros? . In.: O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. p. 112-131.
Um dos objetivos da Academia de Ciências de Lisboa, criada em 1779, foi fomentar a indústria no Reino e em seus domínios, assim como contribuir para o aumento da agricultura, e perfeição das artes. As viagens filosóficas propostas pelo italiano Domenico Vandelli, um de seus membros e fundador, tiveram contribuição importantíssima neste processo. Este artigo pretende contextualizar historicamente estas viagens, assim como explicar brevemente o porquê do interesse em produzir materiais dantes ignorados ou desconhecidos, principalmente as matérias corantes. A análise molecular dos materiais da pintura de dois códices de capitanias distintas (MG e BA) foi realizada por μ-EDXRF (micro-fluorescência de raios-X dispersiva de energia) e μFTIR (micro-espectroscopia de infravermelho por transformada de Fourier). Os resultados obtidos mostram-nos o uso de corantes e pigmentos de origem européia. Outros, entretanto, poderão ter origem brasileira.
Revista Letras, 1975
Conforme se depreende do titulo, INTRODUÇÃO À LITERATURA DE CORDEL, procuramos dar ao público um conhecimento básico do assunto, numa exposição que pretendemos clara e objetiva:…
90 100 3. 1 O comércio e a impressão 3.2 A literatura de cordel no Rio de Janeiro e em São Paulo 3.3 o público PARTE II-ESTUDO HISTÓRICO DO CORDEL BRASILEIRO CAPÍTULO 4-TRADIÇÃO ORAL 4.1 As cantorias 4.2 Os desafios 4.3 Os poemas orais CAPÍTULO 5-A HISTÓRIA DA PUBLICAÇÃO DE FOLHETOS 5.1 o escrito em uma cultura oral 5.2 o sistema editorial 5.3 Os autores e o público
Educação e Pesquisa, 2004
Este artigo apresenta reflexões sobre o problema da autoria do livro didático. O papel do autor do livro didático tem sido um tema polêmico por sua ambigüidade em relação a seus direitos e suas responsabilidades. O livro didático oferece retornos financeiros consideráveis para editores e autores, e esta condição implica envolvimentos mais complexos e tensos. O artigo procura, nessa perspectiva, traçar o perfil dos primeiros autores de livros didáticos brasileiros, no período de 1810 a 1910, com o objetivo de caracterizar o processo de intervenções de diferentes sujeitos nessa produção. As características da produção do livro didático como texto submetido aos programas curriculares, dependente das autorizações do poder educacional e das formas de comercialização e circulação, são indicadas para mostrar quem foram os autores que aceitaram essas imposições. Apresenta as imposições para a confecção dos livros diante das mudanças do público ao qual é destinado. Inicialmente produzido para professores, o livro didático vai se tornando livro do aluno. Nesse processo os referenciais pedagógicos e o público escolar passaram a exigir cuidados com a linguagem e exige-se a constituição de novos "gêneros didáticos" para o nível elementar. O perfil do autor do livro didático transforma-se, assim como sua autonomia, acentuando as relações entre editor e autor. Palavras-chave Livro didático-Autoria-Editoras-Função-autor.
Lima, Apolônio Alves dos Santos, entre outros. Todos nascidos no interior e estabelecidos, por força da necessidade, em grandes centros, onde conciliavam a atividade de criadores de versos populares com a luta pela sobrevivência. Uma exceção é Delarme Monteiro da Silva. Nascido em Recife, foi ajudante na tipografia de João Martins de Athayde. Frequentador dos cinemas da capital pernambucana, buscou nos filmes e nos livros inspiração para seus romances de enredo impactante e fluência notável. Vinculados às tipografias tradicionais, os autores de cordel, quase sempre, abriam mão de suas obras por preços irrisórios ou em troca de exemplares editados dos livrinhos cedidos definitivamente aos editores-proprietários. Na maioria dos folhetos sequer constava o nome do autor na capa. Quando muito, aparecia uma referência em acróstico, ficando para o leitor a tarefa de identificá-lo. Até hoje, em trabalhos acadêmicos, muitos títulos clássicos do cordel brasileiro são atribuídos ao editorproprietário. Paraíba e Pernambuco eram, até a primeira metade do século XX, os centros da produção cordelística no Nordeste. Os outros estados nordestinos eram a periferia. Isso começa a mudar com a chegada do alagoano Rodolfo Coelho Cavalcante à Bahia. Instalado em Salvador, esse poeta, que também foi uma grande liderança, fez do Mercado Modelo um centro difusor da lira popular. No interior do estado, percorrendo várias cidades, o poeta, xilógrafo e impressor Minelvino Francisco Silva semeava poesia desde Itabuna, no sudoeste baiano, até o norte de Minas Gerais. Essa geração, responsável pela consolidação do cordel, e a seguinte, que tem entre seus expoentes poetas do calibre de Cícero Vieira da Silva, José João dos Santos (Azulão), Eneias Tavares e João Firmino Cabral, sofreram com as sucessivas crises econômicas, cujas consequências não cabe aqui discutir, e com a falta de renovação, o que levou alguns estudiosos com tendências paternalistas a apregoarem, no fim dos anos 1980, a morte da literatura de cordel. Mas o cordel, felizmente, não morreu. E ressurgiu forte, na última década do século XX, graças a uma nova geração que soube preservar a temática tradicional, ao mesmo tempo que, aceitando novos desafios, incorporou a poesia popular à literatura infantil e juvenil, levando-a para a sala de aula. Dessa geração, a atual, fazem parte
Revista Z Cultural, 2019
Resumo: O artigo discute questões educacionais e suas implicações políticas, étnicas e sociais no Recife e suas cercanias, no século XIX. Tomando como base de análise os Censos produzidos em 1872 e 1890, procuramos compreender como era o acesso à instrução primária e os níveis de letramento da população naquele referido espaço. Documentos públicos, petições de populares, jornais e outros tipos de fontes nos ajudam a adensar as análises. Ao nal, demonstramos o recorte étnico-social que perpassou a escolarização básica na capital pernambucana e região. Palavras-chave: escolarização; censos; instrução primária; Recife. Abstract: This article discusses educational issues and their political, ethnic and social implications in Recife and its surroundings in the 19th century. Based on the analysis of the Censuses produced in 1872 and 1890, we sought to understand the access to primary education and the literacy levels of the population in that space. Public documents, popular petitions, newspapers and other types of sources help us thickening the analysis. In the end, we show the ethnic-social dimension that permeated primary schooling in Pernambuco's capital and region. O artigo que entregamos aos leitores é um ensaio que se ancora nos Censos de 1872 e 1890. O primeiro deles foi o mais amplo, geral e de caráter cientííco realizado no Império do Brasil. Apesar disso, o governo subestimou os problemas que enfrentaria para contabilizar uma população que habitava um território com dimensões continentais. Os prazos curtos, que foram estipulados para a difícil empreitada, ainda esbarraram na precariedade dos transportes e das comunicações. Foram tantos os problemas técnicos que precisavam ser superados, no registro das informações e na tabulação dos dados, que os resultados da missão estatística somente foram publicados em 1877. O Censo de 1890, por sua vez, que foi a segunda grande contagem da população brasileira, realizada no alvorecer do período republicano, também encontrou grandes problemas em seu processamento. Entre eles, as desconnanças que foram suscitadas nos recenseados e a demorada publicação dos resultados nais, feita em 1898, por causa irregularidade no envio de dados (Rodarte e Santos Júnior, 2008, p. 3; Gouvêa e Xavier, 2013, p. 104-105). Por tudo isso, ambos os documentos possuem imperfeições, mas são excelentes bússolas para compreendermos o Brasil oitocentista. Ainda do ponto de vista empírico, para complementar o trabalho analítico que foi feito a partir dos Censos de 1872 e 1890, utilizamos as mais diversas fontes que podem ser encontradas em arquivos pernambucanos. Especial atenção mereceram as que foram produzidas pelos poderes públicos locais, como os relatórios da Instrução Pública, as correspondências trocadas entre os diretores desse órgão e os chefes do Poder Executivo e as leis que foram aprovadas para regular a escolarização. As petições de populares, que foram enviadas ao Poder Legislativo por meio de abaixo-assinados, solicitando a criação e/ou manutenção de aulas noturnas, também compõem com relevância o nosso corpus documental. Das entidades da sociedade civil recifense, compulsamos os estatutos e os manifestos de organizações voltadas para o fomento da instrução primária e os livros de matrículas dos alunos que estudaram no Liceu de Artes e Ofícios, estabelecimento de ensino criado por artesãos e professores pretos e pardos liados a Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais. Os jornais pernambucanos, sejam eles de grande ou pequena circulação, nalizam o material que fundamental nossas análises. Em todas as fontes que compulsamos, buscamos compreender as relações entre cor, condição jurídica, instrução e classe social na cidade do Recife e suas cercanias, tendo como recorte temporal os anos 1870 e 1880. Esse período é de vital importância não somente por causa dos censos de 1872 e 1890, que nos ajudam a aferi-lo, mas porque foi uma época em que se fortaleceu, no Império do Brasil, o debate sobre a escolarização popular em tempos de desagregação do escravismo e da criação de critérios educacionais para o exercício dos direitos políticos. Para apoiar nossas escolhas temática e temporal, a nova historiograaa da educação tem absoluta importância, pois há muito tempo seus pesquisadores desconstruíram o mito de que os escravos e seus descendentes, trabalhadores livres ou libertos, pretos ou mestiços, no século XIX, passaram ao largo dos bancos escolares, estivessem eles em estabelecimentos de ensino públicos ou particulares (Fonseca, 2002 e 2007; Barros, 2005; Silva, 2000; Veiga, 2008). Sem dúvida, tal contribuição, cujos textos mais seminais foram publicados na década de 2000, dialoga com a renovação das pesquisas em história social da escravidão, iniciada nos anos 1980. Apesar dos rigores e dos critérios acima descritos, há uma série de lacunas nesse artigo. Sem dúvida, elas são fruto da complexidade do período estudado, das análises mais panorâmicas que foram empreendidas e do fato de a pesquisa estar em processo de maturação. As limitações editoriais de um texto dessa natureza, que toca em tantos assuntos diacronicamente sensíveis, também nos impõem escolhas. Por exemplo, aqui não realizamos recortes de gênero, mas sabemos que a escolarização das mulheres é assunto de extrema importância epistemológica e política. Oportunamente, priorizaremos o debate da temática. Como último alerta, talvez o leitor sinta falta de algumas comparações entre os Censos de 1872 e 1890, mas, nem sempre isso é possível para o pesquisador. Apesar de ambas as contagens populacionais possuírem questionamentos comuns, outros são bastante especíícos. Por exemplo, a realizada no período
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SIRLEIA MARIA ARANTES, 2018
O Livro: conservação da encadernação, 2013
Caligrama: Revista de Estudos Românicos, 2011
In: Revista da Faculdade de Letras : História, 3.ª série, vol. 11, p. 277-292, 2010
Apenas Livros, 2006
Revista Eletrônica História em Reflexão, 2008
Anais do IV Encontro Internacional de História Colonial, 2014
Em Questao, 2007
Revista da ABRALIN
REVISTA TRABALHO, POLÍTICA E SOCIEDADE
Revista de Guimarães, 2022
Salvador da Bahia. Retratos de uma cidade atlântica, 2016
Salomão Rovedo - A literatura de Cordel, 2009
Língua-lugar : Literatura, História, Estudos Culturais, 2020