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2018, Phoînix
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Apesar de ser um dos temas frequentemente citados pelos filólogos para abordar a questão da datação dos Poemas Homéricos, em particular a relação cronológica entre a Ilíada e a Odisseia, a realidade é que esta é uma problemática complexa e pouco consensual. Os problemas começam logo no fato de o(s) poeta(s) não utilizar(em) sempre a mesma fórmula ou vocábulo para traduzir a ideia do que por norma traduzimos por «destino». Este ensaio pretende tratar da questão, chamando a atenção para o que consideramos ser um erro metodológico comum: a adaptação forçada do que os Gregos entendiam por moira, e.g., com o que no século XXI se entende por Destino.
Lusitania Sacra, 2018
Apesar de ser um dos temas frequentemente citados pelos filólogos para abordar a problemática dos Poemas Homéricos, o facto é que esta é uma questão complexa e pouco consensual. Os problemas começam logo no facto de o(s) poeta(s) não utilizar sempre a mesma fórmula ou vocábulo para traduzir a ideia do que por norma traduzimos por «destino». Este ensaio pretende fazer um estado da questão, chamando a atenção para o que consideramos ser um erro metodológico comum: a adaptação forçada do que os Gregos entendiam por moira, e.g., com o que no século XXI se entende por Destino. Despite being one of the issues often cited by philologists to discuss topics within the Homeric poems, the fact is this is a complex and non-consensual issue. Discussions begin on the fact that (the) poet(s) do not always use the same formula or word to translate the idea we usually translate as «destiny». This essay aims to make a state of the art, drawing attention to what we consider to be a common methodological error: the forced adaptation of what Greeks understood by moira, e.g., and what in the XXI century is meant by Destiny.
RESUMO: O ser humano, conforme descrito nos poemas homéricos, Ilíada e Odisseia, não consiste em uma unidade orgânica integrada, mas em um aglomerado de elementos fragmentados em decorrência da distribuição das variadas funções corporais e psicológicas entre centros diversos do corpo e da sujeição da pessoa à influência de elementos ambientais que atuam diretamente sobre seu corpo e sua ação, tanto de forma benéfica quanto prejudicial. Este artigo promove uma recapitulação do vocabulário concernente àqueles centros corporais e fatores de intrusão. A análise do problema a partir do plano lexicográfico e tradutológico traz a necessidade colateral de enquadrar adequadamente o próprio método lexical utilizado. PALAVRAS-CHAVE: HOMERO; ÉPICA GREGA; LEXICOGRAFIA GREGA; ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA. Por conseguinte, a abordagem do problema consistirá primordialmente em uma análise lexical. Dentre os autores que se valeram desse método para o tratamento do presente tema, cabe destaque a Bruno Snell, que dedica ao problema da fragmentação do homem em Homero o primeiro capítulo de sua obra, Die Entdeckung des Geistes. O método lexical é um instrumento poderoso de análise, mas deve-se ter em mente os excessos aos quais se arrisca em seu manejo, nos quais o próprio estudioso alemão incorreu. A crítica a este método é suscitada por Trajano Vieira no prefácio à edição brasileira da obra de Snell (2001, p. xv), ao identificar como ponto de partida do tipo de análise lexical praticada por este autor o argumento ex silentio, isto é, a ideia de que "[...] uma noção determinada só existe se existe o termo que a designa", credo sustentado pelo autor logo na introdução (SNELL, 2001, p. xxii): "Se em Homero não se encontraram muitas coisas que, segundo nossa concepção moderna, deveriam absolutamente ali se encontrar, cumpre-nos pensar que ele ainda não as conhecesse [...]". Giovanni Reale, que em muitos aspectos ecoa os escritos de Snell, também defende a concepção segundo a qual o surgimento de um termo apenas pode se dar com o amadurecimento da ideia que se quer expressar pelo uso daquela palavra em seu respectivo contexto cultural, que por sua vez se apoia estruturalmente em outras ideias previamente estabelecidas. (REALE, 2002, pp. 30, 42-46). O italiano assevera que o problema não deve ser entendido à maneira heideggeriana, pois esta implicaria uma relação ontogônica da linguagem, pela qual o próprio ser da coisa designada é criado pela linguagem, ressalva que serve para delimitar e esclarecer que o objeto designado não tem sua gênese na linguagem, mas é por ela trazido à consciência do ser humano, o que já constitui uma das premissas da abordagem de Snell. O problema da fragmentação da personalidade também é enfrentado por Jean-Pierre Vernant, em seu texto L'individu dans la cité, que encerra o volume L'individu, la mort, l'amour. Nesta obra, o autor francês estabelece a diferenciação entre as categorias do indivíduo, do sujeito e do eu. O indivíduo se destaca por seu papel no grupo social, pelo valor que lhe é reconhecido e pela relativa autonomia que lhe é atribuída. No âmbito do mundo homérico, o indivíduo é representado pelo ideal de singularidade do herói guerreiro. Por seu turno, o sujeito fala em nome próprio, conferindo tratamento objetivo à sua realidade íntima. Por fim, há a experiência do eu enquanto um conjunto de práticas e de atitudes psicológicas que denotam a realidade, originalidade e unicidade da vida interior como natureza autêntica de si, Bibliografia 5.1 Fontes primárias MURRAY, A. T. (trad.); WYATT, William F. (rev.). Iliad. 2 th . ed. Cambridge: Harvard University. 1999. Loeb classical library, vols. 170-171. __________; DIMOCK, George. (rev.). The odyssey. 2 th . ed. Cambridge: Harvard University. 1995. Loeb classical library, vols.
Calíope, 2023
PERcursos Linguísticos
Esse trabalho resulta de nossa pesquisa realizada no doutoramento (RIBEIRO, 2022) e se deteve na prática de tradução de parte de Ayvu Rapyta que é uma série de narrativas em língua mbya-guarani e que foram trazidas a público pela gentileza de León Cadogan (1959). Na nossa prática, a questão do posicionamento do tradutor para a poética do traduzir é importante. É um desvio da interpretação e se apoia pelo ritmo. Como conjunto de teorias, a ideia de diverso (GLISSANT, [1990] 2011) para pensar uma linguística na Ameríndia no século XXI, para pensar sociedade, historicidade na língua da tradução e o sujeito do poema (MESCHONNIC, [1989] 2006, MARTINS, 2022). Como resultados, a língua de tradução, da poética do traduzir, traz por se tratar de narrativas cosmológicas (RIBEIRO, 2022), o surgimento como participativo. Na nossa poética do traduzir, o caráter sintático de uma articulação de ritmo, aspectos de repetições, fortalecem as imagens inéditas para uma ótica. Consideramos assim uma teo...
Resumo O tema deste artigo é a tradição poética da qual os poemas homéricos fazem parte. Em um primeiro momento, propus uma discussão teórica sobre o conceito de tradição. Enfatizei os aspectos da transmissão de determinados conteúdos pensados como relacionados ao passado de determinados grupos, bem como a valorização específica destes elementos por estes grupos. Em seguida, busquei apresentar um esquema de interação entre aspectos diferentes no interior de uma mesma tradição, ou entre tradições diferentes. Na parte principal do artigo, delimitei a tradição à qual os poemas homéricos pertencem e a posição que nela ocupam. A discussão aqui proposta abrange a apresentação de vários fenômenos que podem ser identificados com esta tradição, desde os poéticos, como a poesia hexamétrica grega, até os iconográficos, em especial na pintura de vasos a partir do século VIII 2. Por fim, o artigo se encerra com uma pequena discussão sobre como os poemas homéricos podem ser vistos como testemunhos desta tradição mais ampla.
Este pequeno estudo está inscrito na área da Língua Brasileira de Sinais (Libras), especificamente na área da literatura sinalizada, sendo viável somente por meio da Escrita de Sinais. Isto porque, normalmente, a produção de poemas em Libras, quando não é perpassada pela Língua Portuguesa para fins de registro, é registrado em vídeo, aspecto que não favorece, em nossa concepção, a análise da produção literária. Nosso estudo está sendo realizado por meio de análises de poemas produzidos em Libras e registrados em Escrita de Sinais VisoGrafia, aspecto que tem nos permitido perceber rimas visuais e métricas nos poemas analisados. Este trabalho tem como principal objetivo analisar o poema “Querer” (2017) de Cao Benassi, estabelecendo as principais formas de rimas que aparecem no mesmo, além de fazer uma breve abordagem do aspecto métrico do poema. Este estudo está inserido no projeto de tese do professor Claudio Alves Benassi e é por ele orientado, apresentando como principais resultados, a compreensão do que é rima e métrica em poemas em Libras e como as mesmas se efetivam na produção literária sinalizada.
Resumo: O presente trabalho trata da concepção de psykhé, um tema com o qual o ser humano se ocupa a milênios. Aborda-se essa questão nos poemas homéricos. Segundo Homero, a psykhé é uma sombra privada de suas características físicas. Ela ganha significação no momento de morte e revela o "não-estar-mais-vivo" do homem. Homero quando não valoriza a vida no além-morte, valoriza a ação do homem neste mundo: no fazer cotidiano e na peleja da guerra. Palavras-chave: Homero, psykhé, homem, vida.
Semina-ciencias Agrarias, 2015
The aim of this study is to show the presence of classical epic, Homer's Iliad, in the chronicle of Machado de Assis, analyzing the intertextual dialogue between Machado de Assis and the epic poem by Homer, considering the concept of intertextuality developed by Julia Kristeva from philosophical conceptions of Bakhtin. In the chronicle of March 18, 1894 for the newspaper Gazeta de Noticias on sunday column "A Semana", Machado de Assis crosses Homer's epic to his chronicle, rewrites the epic text for the daily issues of his weekly column. To Tiphaine Samoyault, writing is rewriting, "stand on the existing foundations and contribute to a continued creation" (2008, p. 77) one of the principles of intertextuality. It was observed that from the reading and assimilation of the classic poem, Machado de Assis can approach so far genres, bringing the verses to his prose, leaving it closer to poetry. In this sense, we can see the richness of Machado de Assis chroni...
2011
Comparing the importance of work in greek, babilonian and semitic mythologies, I examine the particularity of greek conception of human nature as presented in its most ancient texts. I propose that the surprising absence of a myth about the criation of human race in the homeric poems and in those of Hesiod must be considered a significant characteristic of greek mythology.
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Brasil Escola, 2022
Lettres Francaises, 1999
Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, 2011
Campos, Carlos Eduardo da Costa e Mota, Arlete José (org.) Sistemas de Crenças, Mitos e Rituais na Antiguidade, 2019
Os caminhos do eu poético na lírica romântica e na elegia erótica romana, 2018