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2003, Cadernos de Literatura em Tradução
AI
Este artigo explora a tradução do conto "Um dia a menos" de Clarice Lispector, destacando a complexa relação entre linguagem e expressão emocional na obra da autora. Através de uma análise cuidadosa das traduções existentes e dos recursos linguísticos, o texto busca refletir sobre como a tradução pode capturar a essência da experiência humana, bem como os desafios que surgem quando se tenta traduzir a intimidade do pensamento e do sentimento. A autora argumenta que a tradução não é apenas um ato de conversão de palavras, mas um exercício de revelar as nuances da prosa de Lispector.
Repensando a Literatura Portuguesa Oitocentista: ensaios críticos, 2010
Um dos nomes mais importantes para a literatura oitocentista em língua portuguesa foi, sem dúvida, Camilo Castelo Branco. Tendo escrito uma vasta obra, de mais de uma centena de títulos, é um desafio talvez intransponível buscar uma unidade de sentido para a sua produção, que abrange diversos gêneros publicados ao longo das quatro décadas de sua vida dedicadas à profissão literária. Assim sendo, é nosso objetivo fazer aqui uma breve análise de apenas três romances do autor, selecionados a fim de aproximar obras aparentemente díspares, a partir do estudo de elementos comuns que possam nos auxiliar na compreensão de sua complexidade: Amor de Perdição (1862), a sua mais conhecida obra, de tendência passional; Coração, Cabeça e Estômago (1862), um de seus principais romances satíricos; e O Que Fazem Mulheres (1858), classificado ora como passional, ora como satírico, e considerado por Cleonice Berardinelli um “exemplário privilegiado, paradigma, espelho de aumento” (1994, p. 235) da ficção camiliana.
Revista Educacao Especial, 2007
A partir de um posicionamento conceitual em torno da questão da "diferença", tratada como categoria filosófica e como atitude frente ao outro, explora-se essa dimensão em sua riqueza, dificuldade e contradição, apresentando uma breve revisão de aspectos relacionados, tais como a incerteza, a complexidade, o estranho, o cuidado. Dando ênfase a este último, desenvolve-se o pressuposto do necessário diálogo com "o outro", com a alteridade e as relações com a verdade, as separações e as formas de exclusão. Busca-se-ao destacar a necessidade de tomar consciência da existência de outras formas de existir, modos de ver, atitudes e práticas diferenciadas, capacidades insuspeitas-a intensificação de práticas inclusivas que possam acolher o estranho e a transitoriedade, enfrentar o medo e a dor que se apresentam com a alteridade e, assim, potencializando o cuidado com a diferença, e adquirir possibilidades insuspeitadas de aprendizagens. Palavras-chave: Diferença. Cuidado. Incerteza. Complexidade. * Psicóloga, professora, pesquisadora, Doutora em Educação/UFRGS. I. Os desafios da diferença Vivemos os paradoxos e contradições de uma sociedade excludente que se propõe a uma educação inclusiva. O que fazer diante desse desafio? Como enfrentar a estranheza, o espanto, e mesmo o pânico, quando a escola se depara com o(s) sujeito(s) que se apresenta(m) fora da ordem? Quem define o sujeito da ordem? Qual é a ordem desse nosso tempo, de "líquida modernidade"? Como podemos pensar esse convívio com o estranho, com a alteridade, num mundo complexo, em que a universalidade supõe uma ruptura, um engajamento, uma aposta, um risco? Para pensá-lo, começarei examinando uma categoria filosófica que carrega em si a divisão e a alteridade: a diferença1. Sabemos que a diferença faz crescer, é uma oportunidade de sair dos limites, do conhecido, ultrapassar fronteiras, exercer outros olhares, experimentar novas experiências, mesmo quando essas possibilidades e esses impedimentos são constituintes de nossa humana natureza. Esse não é um exercício fascinante apenas, pois a vida com o outro é difícil, e sem o outro é impossível. Convívio inquietante e perturbador com a alteridade, com nossa própria divisão, com o mal-estar da estranheza, o horror e a angústia de nos enfrentarmos com o que está escondido, o secreto, a sombra. Estranhos em nós mesmos, duplos e secretos, tão bem analisados por Freud em O estranho (unheimlich)2 , em que propõe uma forma para explicar a experiência de desorientação, a inquietante estranheza frente ao que somos, ao que acreditamos ser, ao que nos ameaça desde o mais secreto e escondido de nós mesmos. Nas palavras de Kristeva3 : Estranha, também, essa experiência do abismo entre mim e o outro que me choca-nem mesmo o percebo, ele me anula porque talvez o nego. Diante do estrangeiro que recuso e ao qual me identifico ao mesmo tempo, perco os meus limites, não tenho mais continente, as lembranças das experiências em que me haviam deixado cair me submergem, descontrolo-me. Sinto-me "perdida", "vaga", "enevoada". Múltiplas são as variantes do sobrenatural encontro com o outro): todas reiteram a minha dificuldade em me colocar em relação ao outro e refazem o trajeto de identificação-projeção que jaz no fundamento de meu acesso à autonomia. Uma das rupturas mais importantes que balança nosso mundo contemporâneo se refere à revolta em relação ao desejo de universal, aos universais englobantes, deterministas, reducionistas, instalados e fechados. Vivemos a complexidade do singular. Vivemos o desafio da diferença, que provoca desarranjos, rupturas, desordens, deslocamentos, revoluções. Revoluções são atos de movimento que não se dão no vazio, nem acontecem sem luta, sem resistência, sem jogo de oposições.4 É importante definir o conceito de desordem, que não é uma noção simétrica da ordem. Compreende a idéias de álea, contendo também, as idéias de agitação ou de dispersão e quando se Recebido em 02 de setembro de 2007 Aprovado em 06 de novembro de 2007 Edição anterior Página inicial Próxima edição
Irmandade de Nossa senhora das Dores e Santa Ana dos Congregados, 2021
Braga é uma cidade famosa do reino de Portugal na Província de Entre Douro e Minho; corte dos Senhores Arcebispos Bracarenses, que o são Primazes de toda a Espanha e Senhores também da mesma cidade do temporal. É esta cidade bem célebre (…) A esta famosa cidade faltava, para complemento das suas grandezas, e muito mais para o bem espiritual dos seus habitadores, o ter entre eles a Congregação do Oratório… Nesta freguesia [S. Vítor] está fundada a Congregação de S. Filipe de Neri em que se acham vinte e nove Congregados fundada pelo Padre José do Valle e seu companheiro o Padre Manoel Vasconcelos. (…) Continua-se o edifício da Casa e da sua Igreja que se acha ainda imperfeita (…) Fazem os Padres prática todos os Domingos e dias Santos e Oração Mental e Orações Contínuas…
O presente estudo visa questionar a actualidade da participação do historiador enquanto cidadão e profissional de um ramo do saber que requer condições particulares de exercício, ou seja, que deve praticar uma determinada disciplina e dever profissional. Neste contexto, reportar-nos-emos aos actuais pomos de discussão filosófica sobre a natureza e validade do conhecimento do passado assentes em factores epistemológicos, metodológicos e ideológicos e que são sobretudo colocados pelos teóricos e filósofos post-modernos. Pretendemos igualmente salientar algumas das vantagens da introdução e conquista de «novos» territórios de pesquisa e das actuais perspectivas metodológicas da prática da História como disciplina académica e séria. O nosso intuito é trilhar o caminho da interpelação na busca de uma leitura do valor ético do trabalho dos sacerdotes de Clio e, obviamente, da respectiva dimensão cívica. De facto, o que se deseja é repensar o valor e o impacto do estudo do passado humano na sociedade do século XXI, interpelando-nos sobre: o que é (e para que serve) a História Hoje? (isto para adoptar como mote o cabeçalho de um livro recentemente dado à estampa entre nós). Publicado em: Revista da Faculdade de Letras [UP]. História, Porto, III Série, vol. 9, 2008, pp. 357-375. Disponível em: http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/6744.pdf
Recordações de um escritor no país dos Bruzundangas: memória e história em Lima Barreto Clóvis Gruner Professor de História Contemporânea Universidade Tuiuti do Paraná Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido. Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota. Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados. Até a vida só desejada me farta -até essa vida... Álvaro de Campos Em diferentes textos, principalmente ao longo de sua trajetória como cronista, mas também em passagens de seu diário, Lima faz menção à data de seu nascimento, exatamente sete anos antes de a Princesa Isabel assinar a "Lei Áurea", que abolia definitiva e formalmente a escravidão no país. Naquele ano de 1911, em que completaria 30 anos de vida, o escritor faz publicar no jornal Gazeta da Tarde a crônica "Maio"; nela, recorda emocionado passagens de sua meninice, com o pai a chegar em casa e anunciar: "a lei da abolição vai passar no dia de teus anos". Da festa no Largo do Paço, no 13 de maio de 1888, lembra da multidão, da princesa vindo à janela, da "ovação, palmas, acenos com lenço, vivas... (...) Fazia sol e o dia estava claro. Jamais, na minha vida, vi tanta alegria." 1 Pouco mais de duas décadas depois, as recordações daquele dia parecem, por um instante, provocar no cronista o mesmo contentamento pueril. Esta impressão é desfeita, significativamente, com a lembrança de um verso, um único verso, que Lima memorizara desde a infância, extraído de um poema em homenagem à princesa Isabel: "Houve um tempo, senhora, há muito já passado." A pequena estrofe é como que a senha para que o escritor passe da memória do passado à contemplação do presente; neste deslocamento, tece sobre o tempo, o "inflexível tempo", uma reflexão desencantada e 1 BARRETO, Lima. Toda crônica.
2020
Pretende mostrar-se, num corpus ad hoc de textos dos media centrados na crise dos refugiados, de que forma alguns mecanismos linguisticos e, mais especificamente, enunciativo-pragmaticos contribuem para a construcao de um discurso empatico, usado para fins argumentativos. Esses textos jornalisticos estao entre a cronica e a reportagem. Tomam partido, embora nao o facam explicitamente, atraves de um conjunto de argumentos logicos, objetivamente arrumados e assumidos pelo locutor, mas antes atraves de narrativas que tem os refugiados como fonte de informacao e como protagonistas e, as vezes, como narradores primeiros. Por meio dessas narrativas, o locutor procura aproximar-se da vivencia tragica relatada pelos refugiados e traze-la para perto do leitor, cuja empatia (Lencastre, 2011) visa conquistar. A empatia linguistica (Rabatel, 2017) traduz-se em mecanismos enunciativos como por-se no lugar do outro, assumindo a sua voz, para compreender o seu ponto de vista. As sequencias narrati...
Desde El Jardin De Freud Revista De Psicoanalisis, 2003
2019
Agradeço. Aos meus pais, Marco e Thelma, por me amarem incondicionalmente, eàs minhas avós, Maria Izabel e Maria do Socorro, pela torcida e estímulo constantes. A Deus por estar sempre comigo. Ao meu orientador, Prof. Giovani Vasconcelos, pela confiança que sempre depositou em mim, pela disponibilidade constante em me ajudar, pela liberdade que me concedeu e que fez com que esse trabalho fosse o produto final de um cotidiano amistoso e agradável. Aos meus amigos da faculdade e da vida, em especial a Erton, Walter, Saulo, Rafael e Ceará (vulgo Tiago), por tudo de excelente que vivemos juntos nessesúltimos seis(!) anos. A Moacyr, pela amizade sincera, pelo café, pelas discussões, pela literatura e pelo sonho (ainda não realizado) de construir um laboratório de dinâmica de fluidos no terceiro andar! Pela utopia, sobretudo. Ao CNPq pelo apoio financeiro.
2015
A peregrinacao tem sido apontada por diversos autores como uma jornada do individuo moderno em busca do contato com o sagrado ou ainda de um sujeito que parte imbuido de um sentimento de encontro com o sagrado. No entanto, ao longo da peregrinacao podemos observar tambem isso que desde Mauss (1925) chamamos da dimensao das tecnicas corporais e cujo aprendizado, transmissao e aperfeicoamento ocorre antes, durante e depois do caminho. Acao tradicional eficaz, como define Mauss (1925) e que depende de um aprendizado, as tecnicas corporais ganham na obra de Bourdieu (1994) a propriedade de serem incorporadas sob a forma de disposicoes duraveis. A peregrinacao vista desse ângulo pode ser pensada como um espaco de troca, de aprendizado e de transmissao do habitus corporal, chamada por Bourdieu de razao pratica, que nada deve ao intelecto ou a razao discursiva. Transmitidas ou introjetadas sem que passem necessariamente pela dimensao da linguagem, mas sim da pratica, o habitus corporal env...
Escolho uma imagem para me abrigar e parto dela como de um feixe de energia irradiante. Esta imagem é a do Angelus Novus, o "Anjo da História" de que fala Benjamin, na sua célebre tese IX, do texto "Sobre o Conceito de História": Há um quadro de Klee que se chama "Angelus Novus". Nele está apresentado um anjo, que parece como se estivesse prestes a afastar-se de algo no qual crava os olhos. Os seus olhos estão muito abertos, a sua boca está aberta e as suas asas estiradas. O anjo da história deve ter este apecto. Quando, diante de nós, surge uma cadeia de acontecimentos, nesse momento vê ele uma única catástrofe, que incansavelmente acumula destroços sobre destroços e estes arrojam-se aos seus pés. Ele bem gostaria de se demorar, de erguer os mortos e de juntar os destroçados. Do paraíso, porém, sopra uma tempestade, que se prende nas suas asas e que é tão forte que o anjo já não as pode fechar. Esta tempestade arrasta-o irresistivelmente para o futuro, ao qual ele volta as costas, enquanto à sua frente cresce o monte de destroços. Isso a que chamamos progresso é esta tempestade. (Benjamin, 1974: 697-698) Esta é a visão que me assalta quando penso em escritores e poetas paradigmáticos da modernidade. Uma visão desencantada e impotente do mundo, sob a catástrofe e os escombros da sua época. Razões particulares, como se sabe, a Guerra e as suas consequências terríveis: a perseguição, o extermínio e o exílio de um povo. É um mesmo lamento aquele que percorre os textos de Hermann Broch, de Franz Kafka, de Walter Benjamin, de Paul Celan, entre tantos outros, que sentiram essa catástrofe na pele. Não é por acaso que escolho esta imagem, tão paradigmática na forma como o seu autor anteviu a catástrofe e a tentou representar. Não a vejo apenas à luz dos textos benjaminianos da história, mas estendo-a à própria compreensão alegórica desse tempo em que eles viveram, à mercê de uma barbárie ainda hoje incompreensível (e que formas de barbárie serão compreensíveis?). A questão essencial que aqui se coloca é absolutamente central e transcende os próprios limites da poesia ou da arte, trata-se do problema da linguagem enquanto forma de expressão do real. No seu lúcido ensaio "O Narrador", Benjamin fala na experiência de uma mudez, quando os homens regressam das trincheiras. Como ele explica e é um facto comum, os soldados regressavam mudos do campo de batalha -não "mais ricos, mas mais pobres em experiência comunicável"
2021
Braga é uma cidade famosa do reino de Portugal na Província de Entre Douro e Minho; corte dos Senhores Arcebispos Bracarenses, que o são Primazes de toda a Espanha e Senhores também da mesma cidade do temporal. É esta cidade bem célebre (…) A esta famosa cidade faltava, para complemento das suas grandezas, e muito mais para o bem espiritual dos seus habitadores, o ter entre eles a Congregação do Oratório… Nesta freguesia [S. Vítor] está fundada a Congregação de S. Filipe de Neri em que se acham vinte e nove Congregados fundada pelo Padre José do Valle e seu companheiro o Padre Manoel Vasconcelos. (…) Continua-se o edifício da Casa e da sua Igreja que se acha ainda imperfeita (…) Fazem os Padres prática todos os Domingos e dias Santos e Oração Mental e Orações Contínuas…
Revista Letras Raras, 2019
O objetivo principal deste trabalho é analisar o livro O Fazedor de Velhos, de Rodrigo Lacerda, a partir das nuances da formação do leitor/narrador por meio de suas experiências, para isso, será necessário verificar como o personagem principal, no decorrer da narração, se constrói e identificar a que processos de leitura ele recorre para sua formação enquanto leitor. Destacaremos o papel formador da literatura através de mediações da família e da vida social, atentando para aspectos, como a relação deste sujeito com o texto, efetivada pelo diálogo de ambas as partes. Voltaremos também para a construção desse narrador, observando como se dão suas experiências literárias envolvidas pelo prazer do texto, o que culmina na solução de seu dilema. Para respaldar tais argumentos recorreremos, primeiramente, a Benjamin (1994a; 1994b) para tratar da experiência desse sujeito; a Santiago (1989) para se pensar a construção desse narrador, que narra a partir das próprias experiências; ao atentar...
Via Atlântica, 1999
Revista Eletrônica de Enfermagem, 2015
Objetivou-se resgatar histórias de mães que têm filhos com sofrimento mental, identificando quais são as dificuldades vivenciadas por elas, bem como as relações experimentadas no cuidado para com o filho. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e qualitativa, realizada no CAPSi no município de Campina Grande/PB/Brasil, com cinco mães de crianças com sofrimento mental. A produção do material ocorreu por meio de entrevista semiestruturada e da História Oral Temática. Os resultados foram expressos em quatro eixos temáticos: 1) As limitações e o isolamento da criança; 2) A anulação do “ser” mulher, para a permanência do “ser” mãe; 3) “Uma luta solitária”: a mulher como principal provedora de cuidados aos filhos; 4) Das dificuldades de aceitação na família ao preconceito da sociedade. Identificaram-se dificuldades de natureza fisiológica e outras de cunho social. Faz-se necessária a construção de redes sociais de apoio, maior acolhimento e amparo pela comunidade à essas mães.
Caderno De Resumos Da Jopelit, 2014
PEREIRA, José Paulo Cruz. «A pintura de Ana André: a memória como elegia». In VIDIGAL, Vasco (coord.). Um Certo Ponto de Vista - catálogo de exposições. Faro: Artadentro, 2018., 2018
1. O que primeiro se deveria observar, dessa extraordinária pintura que é a de Ana André, é que ela é uma pintura circunspecta, pensativasonhadora até. Diz-nos a pintora -a propósito da escolha da «praia de Faro» como espaço referencial do seu olhar: «o que me motiva são memórias de um tempo que lá vivi» 1 . Mas dos seus quadros -embora eles suponham, também, como veremos, uma certa dimensão do testemunho -nenhuma vocação memorialística, ou impulso arquivístico parecem, com efeito, desprender-se: «porquê pintar? Não basta fotografar ou filmar? Não, porque não interessa só a imagem do que lá está. É mais que isso. A pintura acrescenta um tempo que é outro» 2 . Em que consiste, então, esse tempo outro? Posto que são «memórias ligadas a emoções», o que a faz aí voltar... Ao que a pintora nos acrescenta: «para olhar melhor»... O que estará, então, aí em jogo? Uma discreta alusão a «Posesión del Ayer» -um dos poemas de Los Conjurados, do grande escritor argentino Jorge Luís Borges -oferece-nos já uma primeira indicação: «há uma frase de Jorge Luís
O casamento voltou à moda. É o que afirmam os especialistas. O período de liberdade sem compromisso parece fora de moda. A tradição do casamento vem em função dessa mudança de mentalidade. Dados apontam que são realizados cerca de 800 mil enlaces matrimoniais por ano no Brasil. Por isso, para que as pessoas realizem a cerimônia na sua igreja dos sonhos, pode não se tornar realidade, principalmente se a igreja escolhida for uma das mais populares ou tradicionais da sua cidade. Em Belo Horizonte, a fila de espera pelas igrejas mais tradicionais é de mais de um ano. A tradição do casamento é muito antiga. Na Grécia, em seus primórdios, as noivas ofereciam flores de laranjeira e ervas para os deuses. As primeiras seriam responsáveis pela alegria dos deuses e as últimas pelo fortalecimento do amor. Outra influência européia diz respeito ao uso do buquê. De origem francesa, essa palavra significa “aroma das flores”. Antigamente, a noiva ao se encaminhar para a igreja, recebia flores durante o trajeto, e ao chegar ao seu destino, já tinha em mãos, o seu buquê. E o mês de maio é chamado “mês das noivas” em função do grande número de casamentos que ocorriam em toda a Europa. Esse mês marca o fim do inverno – o período mais difícil para os seres humanos em razão das baixas temperaturas - e o início da primavera naquele continente. Contudo, no Brasil, além do mês de maio, os meses de setembro e outubro apresentam uma demanda que chega a ser 50% maior do que nos outros meses. Após 5 anos de namoro, Maria Ângela está extremamente ansiosa. Finalmente vai realizar um dos principais sonhos da sua vida: casar-se de véu e grinalda em uma das igrejas mais tradicionais da cidade. Além disso, irá usar o mesmo vestido de noiva que a sua mãe usou – no casamento dela - há 27 anos atrás. “Nossa! Os dias não passam. Quero que tudo saia perfeito. Estou me preparando há anos para esse momento. Será a realização de um sonho. Mas por outro lado tenho muito medo e ansiedade”. Por outro lado, Eugênia disse ter realizado o casamento dos seus sonhos. Casou-se em uma das igrejas mais tradicionais e disputadas de Belo Horizonte. Depois, ofereceu uma recepção para mil convidados em uma dos mais badalados buffets da cidade. Pagou cerca de 30 reais por convidado, mas não se arrepende: “Não queria correr riscos. È um buffet tradicional, conhecido e recomendado. Paguei mais caro, mas tudo saiu como eu havia sonhado”, diz emocionada. Cássia – que também irá se casar – tem outros temores. “Você é o centro das atenções. O noivo é parte importante do casamento e da relação, mas não dos preparativos. Em geral toda a responsabilidade é só e somente sua. Tenho preocupações em relação às obrigações sociais, financeiras, pessoais e até mesmo em relação ao cansaço físico. Qualquer falha pode ser notada pelas pessoas e a responsabilidade é toda sua, e isso é muito estressante”.
"Discussões sobre teorias da tradução muito frequentemente giram em torno das distinções entre textos literários e não literários, entre prosa e poesia, ou entre artigos técnicos sobre física, por exemplo, e correspondência comercial corriqueira. No entanto, para se entender a natureza da tradução, o foco deveria estar nos processos e procedimentos que estão presentes em todo tipo de comunicação interlingual, e não nos diferentes tipos de discurso (Bell, 1987). Ao invés de falar sobre teorias da tradução, talvez devêssemos falar mais sobre diferentes abordagens à tarefa da tradução, diferentes orientações que ofereçam uma visão útil, e diversos modos de falar sobre como uma mensagem pode ser transferida de uma língua para outra. Os diferentes modos em que as pessoas encaram a tarefa da comunicação interlingual talvez possam ser melhor descritos em termos de diferentes perspectivas: (1) o texto de partida, incluindo sua produção, transmissão e história de interpretação, (2) as línguas envolvidas na reestruturação da mensagem no idioma de origem para a língua do receptor (ou alvo), (3) os eventos de comunicação que constituem o cenário da mensagem original e o texto traduzido e (4) a variedade de códigos envolvidos nos respectivos eventos de comunicação. Essas quatro diferentes perspectivas poderiam ser consideradas como essencialmente filológica, linguística, comunicativa e sociossemiótica." Observe as considerações de Eugene Nida na tradução side-by-side do inglês para o português.
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