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2020, Universidade Federal de São João Del-Rei
2018
RESUMO No século XXI, os modos de lidar com o corpo foram sendo alterados pela lógica neoliberal. Essas mudanças nas relações do poder econômico estabeleceram transformações socioculturais capazes de desenvolver diferentes estratégias ocidentais no cuidado de si, tornando possível o surgimento de uma figura social: o sujeito-empresa. Nesse ensaio, pretendemos apresentar a hipótese de que há uma lógica de governamentalidade, baseada na ideia de empreendedorismo de si, sendo articulada no fenômeno do culto ao corpo contemporâneo. PALAVRAS-CHAVE: poder; governamentalidade; culto ao corpo; neoliberalismo; empreendedorismo de si.
Resumo: Uma das principais polêmicas que atravessam o marxismo se dá em torno de sua posição frente à filosofia da consciência moderna e à soberania do sujeito. Neste artigo, defenderemos a crítica da economia política como superação do " Sujeito " – do conhecimento e imanente à história – embasando-nos no corte epistemológico realizado pelo Marx " tardio " e nas suas proposições anti-humanistas, ponto destacado e desenvolvido pela linhagem althusseriana. Num primeiro momento, esboçamos uma análise do problema do sujeito no pensamento moderno, e de como o jovem Marx se manteve nas problemáticas de sua época. Depois, avançamos na análise do corte epistemológico, suas características e efeitos teóricos e políticos. As concepções de causalidade estrutural ausente e de estrutura relacional serão fundamentais neste exercício. Por fim, constata-se a profunda desigualdade teórica entre o humanismo, enquanto defesa da imanência do sujeito, e o marxismo, enquanto ciência e prática política. Abstract: One of the main polemics that cross Marxism is around its position concerning the philosophy of modern consciousness and the sovereignty of the subject. In this article, we will defend the critique of political economy as an overcoming of the " subject " – of knowledge and immanent
Revista Mediações, 2020
Tendo como pressuposto a intuição marxista de vincular subjetivação e trabalho, tomamos a via foucaultiana para pensar o neoliberalismo enquanto uma razão governamental que produz sua própria subjetividade funcional, o empreendedor de si, que mobiliza a essência do mercado pela concorrência. Avançando pela via crítica de Lazzarato, levando em conta a financeirização e a sociedade de controle nos deparamos com o sujeito endividado como o principal produto subjetivo neoliberal. Desse modo, introduzimos o conceito de Doppelgänger para pensar o sujeito endividado como o duplo do empreendedor de si, formando uma relação constitutiva entre estes opostos-similares. A subjetivação se dá por esse processo que encarna os personagens conceituais da razão neoliberal em simultaneidade, formando uma síntese disjuntiva que escancara a natureza paradoxal do neoliberalismo e o limite de suas promessas. Por fim exploramos brevemente a hipótese de Lazzarato de que o aparecimento do sujeito endividado seria uma substituição do empreendedor de si (antes que simultâneo), o que acompanharia a tendência autoritária ou fascista do capitalismo atual; mas acabamos por argumentar que, com a noção de Doppelgänger e a duplicidade dos personagens, estamos diante de uma continuidade neoliberal, mesmo se "autoritária". Palavras-chave: Empreendedor de si. Sujeito endividado. Subjetivação. Doppelgänger. Neoliberalismo.
Psicologia & Sociedade
Resumo: O presente artigo visa a problematizar o lugar da categoria “sujeito criativo” na contemporaneidade, assim como suas vinculações com os padrões estabelecidos pelas práticas de mercado. Foram analisados dois discursos midiáticos proferidos no programa Saia Justa (GNT) e em um comercial do programa Shark Tank (ABC), ambos voltados à criatividade e ao empreendedorismo no contexto da pandemia de covid-19. A metodologia de análise teve como base a Análise de Discurso de linha francesa. Os resultados evidenciam um sujeito criativo construído a partir de um mecanismo neoliberal que (a) silencia discursivamente a contradição desigualdade-universalidade; (b) atribui valor à criatividade (e ao sujeito criativo) a partir da lógica de mercado (consumo e concorrência); e (c) induz, pelo processo de interpelação, o sujeito a identificar-se com este Outro neoliberal e regular suas volições criativas a partir desse.
Estudos e Pesquisas em Psicologia, 2023
Por meio da formalização lacaniana da teoria dos discursos e do discurso do capitalista, objetivamos localizar os modos de operação presentes na racionalidade neoliberal. Partimos da introdução de uma nova modalidade de laço social, que parece travar as possibilidades de funcionamento do quarto de giro e opera sob o psiquismo aos moldes de uma produção ilimitada, reduzindo o desejo à dimensão da demanda. Esse movimento realiza uma manobra de captura da subjetividade por meio do supereu e passa a se orientar por horizontes forjados pelo neoliberalismo. A empreitada do discurso do capitalista se assemelha a um "crime perfeito", a qual tem como meta o apagamento de qualquer rastro que sirva como uma orientação desejante. Apostamos na inscrição do desejo por meio do ato de escuta como estratégia de localização de representações possíveis. Assim evita-se a consumação de um crime perfeito e trata-se de uma operação com um resto inassimilável pela economia de mercado. É na medida em que esse resto pode ser acolhido por meio de uma escuta que se inscreve a possibilidade de produção não apenas de uma coordenada pautada no desejo bem como de uma estratégia política frente ao ilimitado dos mercados contemporâneos.
Revista da SEP, 2019
O artigo tem como objetivo destacar algumas das características fundamentais do que se convencionou denominar “neoliberalismo”, tendo como referência o modo como ele se distingue do “novo liberalismo” (ênfase na justiça social amparada em mecanismos redistributivos) e, simultaneamente, a sua ruptura com o liberalismo clássico. Neste sentido, o “neoliberalismo” é aqui pensado não como uma mera ideologia ou um tipo peculiar de política econômica, mas como uma nova cosmovisão, em vias de consolidação: por congregar um conjunto original de aparatos discursivos, princípios normativos, dispositivos de poder, orientações epistemológicas e práticas de conduta social, o neoliberalismo representa um complexo e multifacetado quadro de forças que tem como função prioritária difundir a lógica da concorrência para todas as dimensões da vida social. Uma tarefa desta envergadura só é exequível mediante a transformação e reforço do poder do Estado, que deve ser capaz de alicerçar um quadro institucional capaz de transformar e disciplinar o homem, adaptando-o a uma dinâmica social centrada na competição mediada por mercados autorreguláveis.
Revista Diadorim, 2017
Neste texto, são discutidos aspectos relativos ao ensino de gramática no âmbito da disciplina Gramática, Variação e Ensino, do Profletras. A partir de uma abordagem autoetonográfica, evidencia-se que o ensino produtivo de gramática parte inicialmente da desconstrução de dogmas acerca de fatos da língua que perpassam as práticas dos professores-mestrandos de Língua Portuguesa.
Introdução Ao decorrer dos anos todas as nações tramitaram sob seu plano econômico e os meios de produção para fabricação de objetos compráveis. Ao decorrer dos milênios pode-se identificar o sistema escravagista, principalmente, na história antiga com o Império Romano, onde, quanto maior o número de escravos, maior seu poder. Com a derrocada deste, erguem-se, por cerca de um milênio, as monarquias. Nesta, o modelo econômico representativo foi o feudalismo. Com a revolução industrial e a acumulação de capital nasce o capitalismo e suas inúmeras vertentes. Uma destas vertentes é o neoliberalismo que iremos estudar suas raízes e seus impactos aqui.
Revista de Criminologias e Politicas Criminais
Refletimos os processos de produção de sujeitos perigosos na governamentalidade neoliberal, onde o Estado pauta suas ações no regime de verdade do mercado. Questionamos a lógica do direito penal para pensar em que medida o encarceramento de indivíduos é definido em torno de utilidade ao mercado. A proliferação de rótulos sobre as subjetividades foi analisada paralelamente ao sucesso do neoliberalismo como prática governamental. Concluímos que a subjetividade moderna foi produto de agenciamentos de poder resultantes na categorização do sujeito perigoso. Adotamos como pano de fundo as implicações entre direito e norma que justificam enquadramentos punitivos específicos na contemporaneidade.
O termo Neoliberalismo engloba uma gama - vasta, mutante, contraditória - de práticas políticas e correntes legitimadoras de pensamento identificadas pelo denominador mínimo comum de ter ‘o mercado’ como mecanismo regulador principal da sociedade. Os efeitos negativos deste modelo de primazia econômica, gestado nos anos 1970 e hoje mundialmente implantado, fizeram surgir análises críticas quanto a sua natureza e suas origens, para poder melhor combate-lo e fomentar alternativas. Na sistematização das origens do Neoliberalismo destacam-se duas vertentes principais: o neoliberalismo austríaco-anglo-saxão e o neoliberalismo alemão, ou Ordoliberalismo. O Ordoliberalismo orientou a construção da República Federal da Alemanha pós 1945, como fundamento teórico do modelo da Economia Social de Mercado. Trata-se, portanto, de um projeto de (re-) construção da República Federal Alemã, baseado em princípios liberais e ancorado no livre mercado, enquanto o social entrou como elemento constitutivo na sua institucionalidade, definido como Estado Social. Este fato aponta para um compromisso entre dois projetos de construção social na formulação deste modelo. O artigo presente visa introduzir o Ordoliberalismo, contextualizando-o na discussão internacional atual acerca do neoliberalismo, além de discutir sua ligação com a economia social de mercado.
Artigo para a edição de abril de 2018 da revista Mente & Cérebro sobre a psicanálise e a contemporaneidade.
O legado dos governos FHC, Lula e Dilma Roussef nos últimos 20 anos é de graves consequências para o Brasil. O baixo crescimento econômico do Brasil e a elevação desmesurada da dívida pública federal durante os governos FHC, Lula e Dilma Roussef demonstram a inviabilidade do modelo neoliberal implantado no País e a incompetência destes governantes na condução dos destinos da nação brasileira. Não apenas FHC deixou um legado econômico comprometedor do desenvolvimento do Brasil. Lula e Dilma Roussef são também responsáveis por esta situação porque não foram capazes de adotar um modelo econômico que contribuísse com efetividade para o progresso econômico e social do Brasil. O futuro do Brasil está a exigir não apenas a substituição de um presidente da República incompetente por outro mais capaz, mas principalmente a substituição do fracassado modelo neoliberal por outro, nacional desenvolvimentista, baseado na abertura seletiva da economia brasileira em relação ao exterior.
2011
Resumo-Este artigo apresenta um breve histórico sobre a Abordagem de Desequilíbrio na economia. Este episódio virtualmente esquecido na história da disciplina foi fruto da crise metodológica ocorrida em decorrência do fim do consenso em torno do método da Síntese Neoclássica. Essa abordagem almejava a estruturação de uma análise econômica baseada em primitivas distintas daquelas que se tornariam dominantes a partir do surgimento da escola Novo-Clássica. Trata-se de um episódio singular, de forma que discordamos daqueles que o consideram como o auge do esforço da Síntese Neoclássica, ou como os primeiros passos rumo ao Novo-Keynesianismo. Para tal apresentamos a teoria do ‗desequilíbrio' geralbaseada nesse novo conjunto de primitivase os principais modelos sobre o desemprego involuntárioquestão central na lógica de investigação Desequilibrista. Discutem-se também as causas para o definhamento dessa abordagem.
Brazilian Journal of Policy and Development, 2020
O presente artigo tem como objeto de estudo a educação vista enquanto portadora de valor mercadológico e sua qualidade como característica essencial de valor competitivo de mercado no modelo neoliberal de formação do status social. O texto surge como inquietação diante de políticas de educação e reformas propostas sob direcionamentos de organismos internacionais e nacionais, permeadas por medidas economicistas e mercantis, com características de privatização, sob o propósito de superar uma suposta crise em nome do progresso, do desenvolvimento econômico e do social, gerando, em contrapartida, um distanciamento da educação como formação humana, transformando-a em fetiche.
Revista Visão: Gestão Organizacional, 2021
A realidade da pandemia de COVID-19 impactou de maneiras diversas vários países. No Brasil, a suposta dicotomia saúde-economia pautou decisões dos governos, que não obtiveram sucesso em conter casos do novo coronavírus, tampouco em garantir os menores impactos econômicos possíveis. A desigualdade que assola historicamente o país é acompanhada de discursos que se propõem a interpretar a realidade. No âmbito do discurso neoliberal, a partir de conceitos como os de meritocracia e de responsabilidade individual, os indivíduos se identificam como os únicos responsáveis por seu sucesso ou fracasso. A pobreza, neste sentido, consistiria em um aglomerado de fracassos individuais que coincidem numa mesma condição socioeconômica. O objetivo deste trabalho de pesquisa concentra-se no questionamento desta concepção à luz da realidade da COVID-19. Busca-se demonstrar de que modo é construído o discurso neoliberal acerca da pobreza e indagar se este discurso pode ser questionado. O tra...
Transições
Resenha da obra: CHAMAYOU, Grégoire. A sociedade ingovernável: Uma genealogia do liberalismo autoritário. São Paulo: Ubu, 2020.
Brazilian Journal of Political Economy
RESUMO O capitalismo está vindo da fase moderna para a fase pós-moderna da indústria. Na indústria moderna, como foi dito no Capital, o principal conteúdo material da relação de capital eram os ativos físicos (sistemas de máquinas); na indústria pós-moderna, as principais formas de capital são impressas nos ativos intangíveis (conhecimento científico e tecnologias). Como Marx previu em Grundrisse, agora o capital se apropria não apenas do trabalho vivo, mas também do intelecto geral. Deste ponto de vista, o neoliberalismo e a globalização do capital não são vistos aqui, imediatamente, como resultados da dominação do capital financeiro, mas como expressões da contradição do capital e do trabalho na indústria pós-grande escala.
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