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Capítulo: O sacrifício na Grécia durante a Idade do Bronze

2020, Um presente para os deuses

Abstract

Idade do Bronze no Egeu compreende a história do continente grego, de Creta e das ilhas gregas no período que vai da introdução do bronze na produção de ferramentas e armas até a difusão do uso do ferro, compreendendo, grosso modo, entre 3000 e 1100 a.C. Neste período observa-se o desenvolvimento de duas civilizações palacianas. Primeiro na ilha de Creta, a partir de 2300 a.C., denominada civilização minoica. Em seguida a civilização micênica no continente grego, por volta de 1600 a.C. Utilizamos o termo palácio para designar um complexo administrativo representado materialmente por um edifício de grandes proporções que desempenhava várias funções de caráter político, religioso e econômico, e que exercia algum tipo de controle sobre o território circunvizinho. Tal centralização administrativa é também comprovada pelo desenvolvimento de sistemas de escrita de caráter contábil: o Linear A em Creta e o Linear B no continente grego 1. Na ilha de Creta, podemos considerar como palácios os edifícios escavados em Cnossos, Mália, Festos, Zacros e Gálatas. Tal civilização palaciana estendeu-se

Key takeaways

  • Não é possível dizer quanto tempo os ossos ficaram na sala subterrânea antes do edifício se incendiar, nem se os ossos foram deliberadamente jogados no chão ou colocados cuidadosamente no local, se foram arrumados como corpos inteiros ou em partes (aparentemente não por muito tempo, visto que os corpos e muitos vasos pequenos estavam espalhados pelo chão no momento da destruição).
  • Em relação à plataforma, este tipo de dispositivo não é comum em templos, mas possui um arranjo similar aos suportes de blocos maiores, como visto no palácio de Mália, no setor VII, onde serve de base para uma pedra com cúpulas, dispositivo para controle de acesso restrito em áreas rituais.
  • Ainda que se possa considerar esse caso e o dos esqueletos encontrados ajoelhados em Kazarma como possível evidência de sacrifício ritual entre os micênicos, o que se atesta é a exceção de uma prática, não a regra.
  • A maioria dos pesquisadores, no entanto, reconhece que são seres humanos: não vítimas para um sacrifício, mas servidores do santuário.
  • Evidências excepcionais, como as do santuário de Anemospilia em Archanes, ou isoladas, como a da Casa Norte em Cnossos e o tablete PY Tn 316 de Pilos, não podem constituir prova absoluta do sacrifício de seres humanos.