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2006, Revista Estudos Historicos
Revista de Comunicação Pública. Revista multidisciplinar de comunicação. Lisboa: ESCS Edições, 2005
Este texto procura compreender a predominância das práticas da auto-representação e da autobiografia na fotografia contemporânea, indagando-as a partir da história da fotografia, em particular do auto-retrato, e procurando caracterizar as principais questões que essas práticas actualmente dirigem ao medium. Assim, partindo das questões emergentes a propósito do estatuto do autor e da sua subjectividade, traça-se o percurso das principais definições do fotográfico, desde a de «registo imparcial de uma vista» até à constituição de uma «visão de autor» e ao repensar contemporâneo do seu estatuto indexical e automático. Palavras-chave: fotografia, autobiografia, índice, encenação, ficção. ABSTRACT This paper tries to understand the predominance of self representation and autobiographical practices in contemporary photography. It draws questions about the history of photography, particularly of self portraiture, in order to make clearer the present discussions of photography’s identity. Adressing the question of subjectivity and authorship, we present a brief sketch of the main arguments about the medium’s identity, from «an impartial vista» to the constitution of «an author’s view», up to contemporary rethinking of its indexical and automatic state. Keywords: photography, autobiography, index, staging, fiction.
2012
Autobiografias da infânciaum século e dois escritores na cidade luz 1 Childhood autobiographiesa century and two writers in the city of light Autobiographies de l'enfance-un siècle et deux écrivains dans la ville lumière Teresa Coelho Resumo A escrita do eu é um tema recorrente na literatura e na crítica literária actuais. Com ela problematiza-se o funcionamento da memória, a estetização do discurso subjectivo, entre outros aspetos da escrita literária na primeira pessoa. Propõe-se aqui a revisitação dos eus longínquos da infância de dois escritores que usaram o Francês como língua literária, e lembram, avançados na idade, as crianças que foram em Paris, há um século. Nathalie Sarraute e Jean-Paul Sartre recriaram-se meninos em Enfance e Les mots, autobiografias das infâncias de escritores, cujo compte rendu é publicado aos 59 anos de Sartre (1964) e aos 83 anos de Nathalie Sarraute (1984). Estes textos podem ser lidos como testemunhos de um desejo de compreensão dos indícios, na infância, daquilo que na vida adulta viriam a ser-escritores. Ao contar os seus mundos, distantes no tempo, reencontram-se e reinventam-se, a si próprios e à linguagem: às palavras, ao uso das palavras.
2007
O presente artigo e uma breve analise do livro Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. Atraves da leitura dessa obra, que em 2006 completa 60 anos de sua publicacao, o leitor tem acesso a uma narrativa repleta de historias onde o principal objetivo recai sobre a busca espiritual de um homem apaixonado por Deus, que desde a infância buscou atingir o seu proposito: alcancar a auto-realizacao atraves do yoga. Mais do que um simples relato de condutas e praticas espirituais, a Autobiografia e uma obra que seduz o leitor desde as primeiras linhas, devendo a isso dois fatores fundamentais: a posicao em que o autor se coloca frente a sua propria historia de vida, desnudado de qualquer manifestacao egolatra, e o modo como consegue tratar das diversas manifestacoes do fenomeno religioso, sempre com um profundo respeito a religiao e as praticas religiosas alheias. YOGANANDA, PARAMAHANSA. Autobiografia de um Iogue.Sao Paulo: Self-Realization Fellowship, 1999.
"Nuestra cultura -se podría decir sin ninguna exageraciónes la civilización que nació de cuatro biografías míticas, la civilización que hizo de la biografía un mito, o mejor dicho, la forma suprema del mito, el discurso sagrado par excellence" (Emanuele Coccia. "El mito de la biografía, o sobre la imposibilidad de toda teología política")
Neste ensaio, trato das imbricações de canções de cunho autobiográfico e da cultura autobiográfica do nosso tempo. Proponho que consideremos aquelas canções que têm como assunto a personalidade ou determinados episódios da vida de seu intérprete como uma declaração sobre si que se soma a muitas outras. Ao longo do artigo, percorro canções que descrevem ritos de passagem geográficos e simbólicos; canções que visam captar a essência de uma personagem; canções que, em conjunto, apontam para a coincidência de percepções acerca de um mesmo indivíduo.
DOC online - Revista Digital de Cinema Documentário, 2016
Resumo: O documentário português E agora? Lembra-me (2013) registra, à maneira de um diário íntimo, o período em que o realizador Joaquim Pinto se submete a um tratamento contra o HIV, do qual é portador há duas décadas. A conversão dessa experiência em filme dá compleição a memórias que perecem diante da iminência da morte. Enunciada em primeira pessoa, a obra ultrapassa as eventuais limitações do dispositivo que a engendra para se lançar a uma reflexão sobre o tempo e a impermanência. Palavras-chave: documentário português contemporâneo; E agora? Lembra-me; primeira pessoa; diário; memória. Resumen: El documental portugués E agora? Lembra-me (2013) registra, en forma de diario íntimo, el período en el que el director Joaquim Pinto se somete a un tratamiento contra el VIH, del que es portador hace dos décadas. La conversión de esta experiencia en película da complexión a memorias que perecen ante la inminencia de la muerte. Enunciada en primera persona, la obra va más allá de las posibles limitaciones del dispositivo que la engendra para lanzarse en una reflexión sobre el tiempo y la impermanencia. Palabras clave: documental portugués contemporáneo; E agora? Lembra-me; primera persona; diario; memoria.
Este é um ensaio, sinteticamente focado (sem desvios) no trabalho de Damásio sobre o "si autobiográfico". Naturalmente, que, na abordagem de Damásio, são excluídos os processos e dinâmicas sistémicas cognitivas orgânicas reflexivas, nas quais estão incluídos os níveis quântico e sub-quântico que lhes subjazem, em termos de suporte cognitivo à unidade sistémica (e respectiva não-localidade) que determina a identidade do organismo, de cada organismo. Contudo, sinaliza-se, como relevante para o pensamento sistémico, o facto de Damásio dessubstancializar a consciência (a entidade é o organismo), abordando o organismo como uma totalidade integrada, em que se destaca a noção de fronteira. Importa, ainda, relevar o "fundo de permanência" referido por Damásio, pela aproximação que pode ser feita, em termos (onto)sistémicos, aos campos quânticos de sustentabilidade que acompanham os respectivos organismos durante todo o seu "tempo" de existência, enquanto presenças e permanências auto-sustentadas. -//-Damásio considera que "aquilo" a que chamamos identidade e pessoalidade e que inclui elementos da nossa história organísmica, disponível desde o nascimento, ou aquela adquirida posteriormente, em permanente interface com o meio, no qual crescemos e aprendemos, baseia-se na memória autobiográfica, construída por cada organismo, ao longo dos seus anos de vida, segundo os seus próprios parâmetros e desenho internos 1 . 1 Damásio, O Sentimento de Si, p.367. O si autobiográfico, descritivamente acoplado à consciência alargada, tem uma base neuroanatómica (configurada durante o processo evolutivo pelos mecanismos orgânicos) que inclui um espaço imagético, em que imagens de todo o tipo, construídas a partir de padrões neurais, ocorrem explicitamente; e um espaço disposicional que contém a base do conhecimento e os mecanismos, através dos quais: as imagens podem ser construídas durante o recordar, os movimentos podem ser gerados e o processamento de imagens facilitado 2 . Ao contrário do espaço imagético, os conteúdos do espaço disposicional são implícitos. Ambos os espaços são apoiados por distintas bases neurais que correspondem, no caso do espaço imagético, a áreas de padrões neurais, activadas nos córtices límbicos e em núcleos subcorticais, e, no caso do espaço disposicional, a zonas de convergência, localizadas nos córtices de ordem superior, e em, igualmente, núcleos subcorticais 3 . Os registos que constituem o si autobiográfico, encontram-se dispersos por várias regiões e circuitos do cérebro, eficazmente coordenados por ligações neurais de modo a que os seus conteúdos possam ser rapidamente recordados sob a forma de conjuntos 4 . Podemos dizer que o si autobiográfico não existe substancialmente, é, antes, uma propriedade organísmica dinâmica e processual de activação e exibição, coordenadas entre si, da história de cada indivíduo e das suas ocasiões de pessoalidade 5 . Os conteúdos que configuram a identidade e pessoalidade de cada um de nós e que nos permitem afirmar que somos estes organismos e que estas são as nossas histórias, resultam de um processo físico, químico e eléctrico, trabalhado no e do ponto de vista de cada organismo que inclui as sombras do si nuclear, profundamente biológico, que acompanha a consciência nuclear, a qual corresponde a uma capacidade de apreensão pouco eficaz, por parte do organismo, no sentido em que o mesmo, apenas, consegue mapear o que ocorre no instante mais próximo do agora 6 , e que inclui, igualmente, o si autobiográfico, bastante mais complexo, acompanhado por uma capacidade de apreensão, igualmente mais complexa, a que Damásio chama consciência alargada, descrita com vários níveis de organização, tais como: a memória 2 op. cit. p. 253. 3 op. cit. pp. 254, 377. 4 op. cit. pp. 255, 256. 5 op. cit. pp. 259, 268. 6 op. cit. p. 139. convencional do espaço e tempo em que nos situamos, como referência ao que ocorre dentro e fora de nós 7 e a memória de trabalho, na qual são incluídos elementos como a atenção, a aprendizagem e a linguagem, e relacionados acontecimentos, factos, situações, escolhas e decisões 8 . Ao contrário da consciência nuclear, a consciência alargada permite o acesso a superfícies de interacção temporalmente mais expandidas, que relacionam, vantajosamente, em termos de decisão estratégica, o passado longínquo com o presente e o futuro distante, antecipado. Segundo Damásio, não é possível obter um rigor descritivo dos padrões neurais, nem das imagens mentais que lhes correspondem, no sentido em que os mesmos são baseados em modificações do organismo, quando este interage com objectos que lhe são exteriores. Cada objecto, em si mesmo, não é captado pelo cérebro, não existe tal coisa como uma percepção pura do objecto 9 . O que o cérebro capta e cartografa é a interacção organismo/objecto, as reacções e os ajustamentos que ocorrem durante o processo, e isto é tudo aquilo que é registado, em conjunto, no mecanismo memória 10 . O si autobiográfico tem, pois, uma base neural que remete, permanentemente, para o que acontece dentro e fora do organismo e que com este se relaciona, do seu ponto de vista. A produção de subjectividade é mapeada e reactivada momento a momento, o que significa que a identidade e pessoalidade é reconstruída, repetidamente, a partir da base neural. A ideia de uma autobiografia, localmente substancializada, não é descritivamente verificável, o que temos é uma sucessão de momentos em constante reelaboração. O fundo de permanência que acompanha a identidade e a pessoalidade envolve o trabalho das múltiplas regiões do cérebro, topograficamente organizadas. Este fundo torna possível ao organismo apreender-se como uma unidade, ou seja, uma coincidência permanente consigo mesmo a qual lhe permite responder com maior eficácia a problemas, postos pelo meio ambiente, que 7 op. cit. p. 175. 8 Damásio, O Erro de Descartes, pp. 201-211. 9 Damásio, O Sentimento de Si, p. 177. 10 op. cit. p. 365.
Um currículo expandido em uma narrativa sobre minha trajetória nas artes e na cultura. Esta revisão de 2023 reorganizou o material visual e acrescentou várias obras.
Deleted Journal, 2019
2020
Este trabalho tem como intuito refletir sobre uma modalidade narrativa amplamente difundida na contemporaneidade, a autobiografia. Contudo, nem todos os tipos de textos desta categoria sao relevantes para nosso estudo, interessa-nos sua vertente literaria, as autobiografias que galgam o status de arte. Claro esta que nao se trata de um genero estanque ou limitado as formas convencionais, sendo um de nossos propositos verificar as solucoes esteticas de renovacao deste objeto. Como corpus de analise, elegemos o romance A favor do vento (2014), de Duca Leindecker, musico com larga e bem-sucedida carreira, principalmente como lider da banda Cidadao Quem, e escritor de tres livros, com boa aceitacao do publico leitor, sendo seu primeiro livro, A casa da esquina, um bestseller, com mais de doze edicoes. Julgamos que A favor do vento configura-se como uma autobiografia nao convencional, pelo uso de artificios que manejam constantemente a acao de cifrar e decifrar, dando ao leitor relevante...
2018
Revista Colóquio. Vol. 08, n. 14, 2018
Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica
Reflexão sobre duas obras de memórias do escritor Carlos heitor Cony: Quase memória: quase-romance (1995) e Eu, aos pedaços: memórias (2010), escritas sob o signo de um eu que busca uma forma de ordenação do mundo por meio da divulgação de uma visão autorizada de si mesmo, ainda que, por motivos diversos, o narrador autodiegético apareça desfocado em ambas as obras. Apontar, pela leitura, as marcas e deslocamentos dos textos em relação às características do gênero memórias, descritas por Maciel (2013), é o objetivo. Ao propor uma aproximação entre as duas obras, utilizam-se, também, os conceitos de substituição e de descarte, apresentados por Assmann (2011), para refletir sobre a necessidade autoral de publicar novas memórias, numa era afeita ao descartável. Como resultado, indicamos que os deslocamentos não desconfiguram o gênero e que mesmo as negações, recorrentes nas obras em questão, acabam por fortalecer a dupla retomada do passado pelo viés confessional. Além disso, conferimos que a segunda publicação de memórias de Cony não reescreve nem substitui a primeira, mas produz versão de si que acrescenta sentido à experiência assumida do narrar-se.
2015
This paper, by means of the Sartrian autobiographic project, whose literary production proposes us several manners of “self-writing”, highlights debates on singularity and alterity, the self and the other, the “bio” and the “graph”, to exam how the scriptural trajectory of this project allows us to revisit the nuances that mark out the problematic identity of the writer.
Práxis Educativa , 2018
Ensaio sobre a relação entre o pensamento de Walter Benjamin e de Michel Foucault sobre a convergência entre escrita, biografia e autobiografia.
Revista de História, 2019
O artigo tem como foco textos de caráter autobiográfico publicados em Moçambique a partir de 2001, nos quais as relações entre memória e poder projetamse como uma aliança determinante na condução da história recente do país. Compreendendo a escrita como uma arena, os autores recolhem/selecionam/ produzem as lembranças do período da luta armada de libertação e propõem uma leitura em que a história é delineada por vozes que, mesmo procurando incorporar uma carga de subjetividade aos discursos que registram, confluem no esforço de consolidação da macronarrativa oficial.
Faces da História, 2019
As discussões a respeito das relações entre identidades e narrativas são recorrentes nas Ciências Humanas e Sociais. Desde a virada linguística no século XX, os estudos em diferentes áreas do conhecimento como a história, a crítica literária, a psicanálise e a antropologia têm procurado compreender estruturas, práticas e processos que envolvem o ato narrativo, destacando constantemente sua relação com a formação de identidades/identificações e representações. Publicada em 2019, a obra Vivendo autobiograficamente: A construção de nossa identidade narrativa, do pesquisador estadunidense Paul John Eakin, contribui para o aperfeiçoamento das discussões sobre identidades e narrativas em áreas de estudos como práticas biográficas, cultura escrita e narrações contemporâneas. Paul John Eakin é graduado em História e Literatura pela Universidade de Harvard, onde também cursou seu mestrado e doutorado. Especialista na área de autobiografias, é professor emérito da Indiana University, onde ocu...
Belas Infiéis
A proposta do presente artigo é problematizar a tradução do pronome pessoal eu, e do consequente eu subjetivo, no romance autobiográfico Une Année Studieuse, de Anne Wiazemsky. Baseando-se na noção de “pacto autobiográfico” de Philippe Lejeune, alguns fatores que podem influenciar a construção desse eu são abordados.
2018
A circulacao de textos em primeira pessoa que tematizam a escrita de si em tons (auto) biograficos e presenca cada vez mais marcante no âmbito da vida contemporânea, nao somente em generos tradicionais da esfera literaria (biografia, autobiografias, diarios, etc), mas tambem sob outras formas que tem se proliferado cada vez mais numa sociedade altamente midiatizada. Porem, em tempos ja posteriores a morte do autor, como podemos pensar a escrita de si e sua relacao com uma suposta instância autoral no âmbito do texto autobiografico? Por meio de pesquisa bibliografica embasamos nossas respostas a esses questionamentos nas reflexoes teoricas de Foucault (2001), Barthes(2004), Compagnon (1999), Bakhtin e seu circulo (2000;2011), Lejeune(2014), Arfuch (2010), entre outros. Rediscutindo concepcoes acerca da atividade autobiografica, percebemos no conceito de espaco biografico o despontar de novas possibilidades no estudo de (auto) biografias e demais textos que apresentam matizes (auto) ...
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