Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2014, Ensaios Fee
O livro Regional-Global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea, de Rogério Haesbaert (2010), professor de Geografia da Universidade Federal Fluminense, trata de um tema que é caro ao autor desde os tempos de mestrado. Conjuntamente com o conceito de região, Haesbaert tem analisado as questões sobre redes e (des)territorialização. Seu grande conhecimento nessas áreas fica evidenciado pelas amplas referências bibliográficas que constam no livro. Por uma questão de praticidade, esta resenha versará sobre os cinco capítulos da obra: a Introdução, A Trajetória do Debate Sobre Região e Regionalização, A Região Como Artefato, A Região Numa Constelação de Conceitosem que são abordados espaço e território -, e as Considerações Finais. O autor apresenta a discussão no sentido de referendar, ou não, a importância do regional no mundo contemporâneo, tão fortemente dotado de processos globalizadores. Respondendo ao próprio questionamento, * Resenha do livro HAESBAERT, R. Regional-global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010. Artigo recebido e aceito para publicação em maio 2014.
No presente ensaio, efetuamos uma reflexão sobre região e regionalidade tomando como fio condutor elementos concretos da paisagem urbana berlinense, especialmente o seu diversificado universo gastronômico. Exposto o mote culinário inicial, procuramos avançar na discussão sobre as categorias mencionadas, de forma a contribuir teórica e metodologicamente para os estudos sobre as regiões culturais desenvolvidos nas diferentes áreas do conhecimento humano. O amparo bibliográfico, de caráter transdisciplinar, é buscado na Geografia, na Sociologia, na Culinarística e nos Estudos Literários.
Revista Criação & Crítica
No conto de Tutaméia “Reminisção”, Romão demonstra amor incondicional por sua mulher. No final, ela transfigura-se abraçada ao marido que “morre”. O conto oferece uma alegoria parodística da função de Rosa, o autor que supera a sobredeterminação da literatura brasileira ao regionalismo e às cópias falsas de modas estrangeiras. O índice de Tutaméia assinala alguns contos que metaforizam o ponto de vista de João Guimarães Rosa sobre a ordem na qual participa e intervém. Parece-me que o conto “Reminisção” oferece o ponto de vista de Rosa a respeito da função de seu nome de autor regional-universal, na evolução da história da literatura brasileira. Para estudar o modo como essa função se constituiu, considero a contribuição decisiva de Antonio Candido, a partir da estreia do ficcionista nos anos de 1940 e também no ensaio dos anos de 1970 que o consagra escritor superregionalista latino-americano. Para analisar “Reminisção” como alegoria parodística da função de autor regional-universal...
Cadernos De Estudos Municipais, 1997
Felizmente os debates cientfficos e os debates polfticos nao sao nada parecidos. 0 exito de urn debate cientffico nao depende da concordancia da totalidade ou da maioria dos seus participantes. Em debates cientfficos nao usamos vetos nem procedemos a vota<;oes. Acontece mesmo que 0 desacordo na discussao cientffica e, geralrilente, mais estimulante que 0 acordo. A discordancia revela dificuldades e tensoes no campo em discussao e exige novas abordagens, novos desenvolvimentos, novas explora<;oes. Vern estas considera<;oes iniciais a proposito do tema escolhido para este artigo. A regionaliza<;ao faz boa parte da agenda da nossa actua lidade polftica e tern suscitado grande controversia, onde se misturam argumentos da mais diversa natureza: argulTlentos de polftica partidaria com argumentos de ciencia polftica e administrativa, e outros argumentos ainda, de matriz geografica, h istorica, etnografica, econom ica, sociologica. Ao decidir expor neste artigo os meus argumentos sobre assunto tao disputado, nao procuro estabelecer as zonas de urn hipotetico consenso. Apenas vou aprofundar as razoes do meu dissentimento. Eu poderia ter intitulado este artigo de uma outra forma. Poderia ter-Ihe dado 0 seguinte tftulo: 0 discurso da regionaliza~ao. Tinha todo 0 sentido, alias, que 0 tivesse feito, uma vez que a regiao e 0 objecto de um modo de produ<;ao de enunciados, 0 objecto de urn modo de produ<;ao de discursos que definem a realidade social, e que definem especificamente a na<;ao e as comunidades locais. Acabei por falar nao de enuncia<;ao, nao no acto de per em discurso, mas de encena<;ao, ou seja, acabei por falar no acto de colocar em cena. E 0 que eu digo no tftulo e que a regiao e 0 objecto de um teatro que encena 0 tema das rela<;oes entre a na<;ao e as comunidades locais. Posso no entanto falar de enuncia<;ao e de encena<;ao indistintamente, porque enunciar, per em discurso, e sempre colocar em cena; e encenar, colocar em cena, e sempre tam bern, de algum modo, per em discurso. Mas aten<;ao, equivocamo-nos se porventura pensamos que a regiao da credito apenas a urn regime de formas-de formas verbais e de formas visuais. Como bern se entende, nem a enuncia<;ao e urn simples regime de vocabulario, nem a encena<;ao e urn simples regime de guarda-roupa. Na<;ao, regiao, comunidade local. Estas palavras exprimem objectivos, exprimem lutas, polemicas, tentativas apaixonadas para delimitar ter
Redes, 2007
O positivismo é especificamente uma doutrina do fechamento da ciência à qual quer delimitar fronteiras definitivas, enquanto que para os cientistas não positivistas, a ciência é indefinidamente aberta e pode abordar qualquer problema desde que se encontre o método que realize o acordo dos pesquisadores. Jean Piaget Sabedorias e Ilusões da Filosofia O objetivo deste trabalho é apresentar algumas particularidades dos estudos regionais, usualmente subestimadas pelos estudiosos da área. Em primeiro lugar, procuramos demonstrar o quanto o recorte regional pode influenciar e distorcer os resultados da análise. Na seqüência, procuramos demonstrar o equívoco inerente à aplicação às regiões de medidas de desempenho econômico constituídos com vistas à mensuração do desempenho nacional. Por fim, chamamos a atenção para os equívocos inerentes ao resgate acrítico de regionalizações que partem de divisões político-institucionais contingentes (municípios, estados federados, etc.). E isso porque, dada a inexistência de regras universais para a criação dessas estruturas, a diversidade qualitativa de dados (e das médias obtidas com os mesmos) viesa os resultados da pesquisa regional. Palavras-chave: Região, regionalização, interpretação de informações regionalizadas. Todos os estudos socioeconômicos empíricos são, de alguma forma, estudos regionais. Afinal, os agentes, os mercados, as comunidades e as sociedades ocupam espaço, realizam suas funções em territórios determinados. Mas há que se diferenciar dois planos de regionalização dos estudos socioeconômicos. Num plano mais geral, o território é apenas um delimitador do externo e do interno ao objeto. É isso que fazemos quando nos propomos a estudar -por exemplo -o processo de desenvolvimento capitalista brasileiro ou gaúcho. Diferentemente, no plano
Cadernos de Saúde Pública
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado.
TEXTURA - ULBRA, 2019
Este artigo analisa a produção não-literária “Um romancista apresenta sua terra” – ensaio publicado originalmente em Rio Grande do Sul: terra e povo, pela Editora Globo, em 1964 – de autoria de Erico Verissimo. Tendo por base a definição de autores como Pozenato (2003), Cuche (2002), Woodward (2000), Oliven (2006) e outros, o objetivo consiste em verificar em que medida se encontram presentes, na fala de Verissimo, elementos que dizem respeito à região, à regionalidade e à identidade regional, discutindo o modo como o autor os dimensiona em seu texto.
Litterata: Revista do Centro de Estudos Hélio Simões
O presente artigo investiga a construção do estereótipo do colono italiano nashistórias em quadrinhos Radicci, de Carlos Henrique Iotti, com vistas a contribuir para osestudos sobre a identidade regional da Serra Gaúcha. A análise é feita a partir da seleção detrês categorias na série de histórias em quadrinhos: a construção do personagem Radicci, arepresentação do espaço rural em que se situam as narrativas e o conflito identitárioexistente entre o protagonista e seu filho Guilhermino. Para tanto, busca-se estabelecerrelações com o contexto histórico, social e cultural da Região de Colonização Italiana noRio Grande do Sul, a fim de averiguar a forma com que é feita a estereotipação dos traçosculturais do imigrante italiano. O aporte teórico é multidisciplinar, contemplando EstudosLiterários, História, Sociologia, Comunicação Social e Artes Visuais.
O objeto de estudo desse artigo científico se resume ao uso que as campanhas publicitárias veiculadas na televisão aberta do estado de Mato Grosso fazem dos regionalismos, para explicar de que maneira os elementos regionais podem se tornar artifícios midiáticos. Intencionando descrever como eles são inseridos nas propagandas, qual o real papel que desempenham nelas e que conseqüências isso pode trazer para o processo de recepção das mensagens, quando são destinadas a um público específico, usaremos elementos de estudo do campo da semiótica, da psicologia e os fundamentos das mídias através dos quais exemplificaremos esse uso dos regionalismos e em seguida os justificaremos.
Sociedade e Cultura, 2008
This essay studies the notion of "sertão" in the Brazilian literary regionalism. It establishes a general view of how this notion configures different regionalisms and how it seems to work thematically nowadays, in a more and more fluid and circumstantialized way, always in relation to its spatial and cultural meaning.
Aula 1: Introdução à Disciplina "A origem de algo é a proveniência da sua essência. A pergunta pela origem da obra de arte indaga a sua proveniência essencial. Segundo a compreensão normal, a obra surge a partir e através da atividade do artista. Mas e por meio de quê é que o artista é o que é? Através da obra; pois é pela obra que se conhece o artista, ou seja: a obra é que primeiro faz aparecer o artista como um mestre da arte. O artista é a origem da obra. A obra é a origem do artista. Nenhum é sem o outro." (HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Lisboa: Edições 70, 2007, p. 11) O objetivo desta Aula Ao final desta aula, o aluno será capaz de: 1. Compreender a importância do estudo da arte na formação do educando; 2. apresentar os conceitos de arte, artista e objeto artístico;
Letras Escreve, 2019
O ensaio "Literatura e subdesenvolvimento", de Antonio Candido, estabelece a narrativa de João Guimarães Rosa como um ponto de mudança no paradigma de representação da ficção regionalista brasileira ao caracterizá-la como "super-regionalismo", gerando a proposição de que a produção do autor superaria o dado local. Diante dessa constatação, o objetivo deste artigo é problematizar a ideia de superação do regionalismo em João Guimarães Rosa, observando o modo como o conto "Sequência" articula o sertão geográfico e material a um percurso de amadurecimento do personagem.
Anais do XXXV ENANPOLL, 2020
Este trabalho propõe uma análise das modulações do Regionalismo literário na ficção de Antônio Torres e Ronaldo Correia de Brito, com especial atenção aos pontos de aderência e de distanciamento entre suas obras e a corrente regionalista. A partir das análises, pode-se afirmar que ambos escritores recuperam temas, imagens e espaços basilares para a ficção brasileira, mas em novas perspectivas. Visto pelas lentes contemporâneas, o sertão agora apresenta personagens com conflitos identitários, quase desterrados em sua própria pátria, que de variadas maneiras precisam lidar com o peso de migrar e retornar, sabendo que não são mais os mesmos que partiram. Apesar disso, os dois escritores frequentemente negam vinculação ao Regionalismo. Ao que tudo indica a visão negativa consolidada acerca dessa tradição literária, vista liminarmente como um tipo de literatura restrita e de pouco valor, contribui para explicar a postura dos autores.
Pretende-se, com este artigo, acompanhar a divisão administrativa da Beira, relacionando a origem do topónimo com o território, dando conta das mudanças que, ao longo da história, as várias reformas administrativas lhe foram introduzindo, privilegiando neste enfoque a querela aberta pela imposição do modelo político-administrativo liberal, nomeadamente entre os defensores da divisão distrital e os partidários da divisão provincial.
Revista de História Regional, 2017
No presente artigo, exploro algumas questões referentes ao paternalismo e às alforrias em uma perspectiva étnica em Minas Gerais, entre 1753 e 1888. Para tanto, analiso nas cartas de alforrias determinados padrões a serem seguidos nas relações senhor-escravo que, não raro, pautaram-se por um processo de crioulização. As manumissões por parte dos cativos foram pautadas por suas etnicidades, ao passo que as estratégias de dependência criadas pelos senhores não levaram em consideração as origens dos cativos. Esses escravos carregavam bagagens e heranças culturais que influenciaram as formas como galgavam suas liberdades, assim como, no caso dos nascidos localmente, os estratagemas senhoriais para submeterem mais seus plantéis à dependência.
2018
A língua portuguesa configura um sistema linguístico em que ocorrem gramáticas distintas que concorrem para o conjunto de variantes registadas no interior da língua. A existência de variantes decorre de diversos fatores, nomeadamente socioculturais e geográficos. No âmbito das variedades geográficas da língua portuguesa, verificam-se as variedades dialetais, que integram as variedades nacionais da língua portuguesa. Todas essas variedades linguísticas representam um enriquecimento para a língua portuguesa, que possui uma dimensão pluricontinental. No campo de ação de uma variedade nacional da língua portuguesa, o português de Portugal, também designado por português europeu, encontra-se, a comprovar a riqueza e diversidade da língua portuguesa, uma quantidade incalculável de palavras de significado e uso específico de Trás-os-Montes e Alto Douro. Parte desse acervo encontra-se na obra lexicográfica “Língua Charra Regionalismos de Trás-os-Montes e Alto Douro”, de A. M. Pires Cabral. ...
Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, 2020
This article analyzes traces of Regionalism in contemporary Brazilian fiction. Regarded as outdated by literary critics and disavowed by writers, Regionalism, within the history of Brazilian Literature, has long been considered to be of low aesthetic value. Nevertheless, regional themes have never ceased to appear in Brazilian fictional narrative, from Guimarães Rosa, Erico Verissimo, and Josué Guimarães, to Luiz Antonio de Assis Brasil, Antônio Torres, and Milton Hatoum. The difference between the past and present Regionalism resides in the emphasis writers assign to regional context and space: when it first appeared there was a nationalist preoccupation with regional particularities, and, in its contemporary manifestation, there appears a concern for problematizing cultural contrasts. Thus, one can conclude that contemporary Brazilian literature is indebted to the regionalist tradition, though this should not question its aesthetic value, and that literary criticism is responsible for treating theme and narrative form as interpretative keys of persisting historical problems. Este artigo analisa a permanência de marcas do Regionalismo na prosa da literatura brasileira contemporânea. Considerado ultrapassado pela crítica literária e renegado pelos escritores, o Regionalismo entrou para a história da literatura brasileira como sinônimo de arte de baixa qualidade estética. No entanto, percebe-se que os temas regionais nunca deixaram de ser matéria para a narrativa ficcional brasileira, desde Guimarães Rosa, Erico Verissimo e Josué Guimarães, até Luiz Antonio de Assis Brasil, Antônio Torres e Milton Hatoum. Observa-se que a diferença entre o presente e o passado reside na ênfase dada pelos escritores ao contexto e ao espaço regionais, em um primeiro momento ufanistas em relação às particularidades da terra, e na contemporaneidade preocupados com a problematização dos contrastes culturais. Conclui-se que a literatura brasileira contemporânea deve muito à tradição regionalista, sem que isso implique questionamentos de qualidade estética, e que cabe à crítica investigar os temas e as formas da narrativa como chaves de interpretação para problemas históricos que perduram.
Rumores, 2014
Minisséries de televisão no Brasil tendem a ser espaços mais abertos à experimentação. Ainda assim, tanto sua produção quanto suas temáticas focam preferencialmente no sudeste e nos espaços urbanos, expondo um lado conservador. A raiz desse problema é a dificuldade em regionalizar a produção, algo que é essencial para pensar uma televisão de qualidade no Brasil. A partir das singularidades das minisséries O canto da sereia, Natália e A pedra do reino, pretende-se discutir, neste artigo, como pano de fundo, a necessidade de se regionalizar a produção de minisséries brasileiras para que haja uma reconstituição identitária real, que reflita a pluralidade brasileira e não apenas a da região sudeste, e para que seja possível uma produção e recepção multilateral.
Este artigo tem como objetivo discutir a forma como o “Jornal Hoje”, telejornal da Rede Globo abordou a temática da diversidade linguística brasileira através da série de reportagens “Sotaques do Brasil”. Foram quatro reportagens, que foram ao ar de 12 a 15 de agosto de 2014. Os repórteres tomaram por base o “Atlas Linguístico do Brasil” e desenvolveram as reportagens a partir desse mapeamento da língua brasileira, que foi criado por pesquisadores de doze universidades do Brasil. O artigo vai abordar o jornalismo cultural desenvolvido por essa série de reportagens, discutindo o que é identidade e como é representada na televisão.
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.