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2021
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O regime de Sidónio Pais promoveu uma encenação pública do poder centrada no chefe. Ao tempo, o fotojornalismo era já uma prática consolidada, ganhando expressão na Ilustração Portuguesa, única revista ilustrada de informação geral que circulava em Portugal. De que maneira o discurso fotográfico refletiu, cro- nologicamente, a marcha do tempo e a coreografia do poder orquestrada pelo Sidonismo e como é que isto se entrelaçou com, ou afetou, os princípios da noticiabilidade e os critérios de valor-notícia? Esta investigação procura responder à questão, recorrendo a uma análise do discurso qualitativa das manifestações fotográficas do Sidonismo na referida revista. Concluiu-se que o discurso fotográfico da Ilustração Portuguesa alimentou o mito de Sidónio Pais, afetando o imaginário e a memória histórica, e que os critérios de noticiabilidade foram influenciados de maneira a acomodar o discurso mediático à situação política. A notoriedade da personagem sobrepôs-se a outros valores-not...
Media & Jornalismo
O regime de Sidónio Pais promoveu uma encenação pública do poder centrada no chefe. Ao tempo, o fotojornalismo era já uma prática consolidada, ganhando expressão na Ilustração Portuguesa, única revista ilustrada de informação geral que circulava em Portugal. De que maneira o discurso fotográfico refletiu, cronologicamente, a marcha do tempo e a coreografia do poder orquestrada pelo Sidonismo e como é que isto se entrelaçou com, ou afetou, os princípios da noticiabilidade e os critérios de valor-notícia? Esta investigação procura responder à questão, recorrendo a uma análise do discurso qualitativa das manifestações fotográficas do Sidonismo na referida revista. Concluiu-se que o discurso fotográfico da Ilustração Portuguesa alimentou o mito de Sidónio Pais, afetando o imaginário e a memória histórica, e que os critérios de noticiabilidade foram influenciados de maneira a acomodar o discurso mediático à situação política. A notoriedade da personagem sobrepôs-se a outros valores-notícia.
O presente trabalho compreende um estudo, deflagrado por uma inquietação em relação aos conceitos e regras que definem o fotojornalismo, sobre o livro de fotografias Canudos 100 anos, de Evandro Teixeira. Metodologicamente, a pesquisa foi dividida em quatro capítulos. O primeiro faz, a partir da observação de questões históricas e conceituais, uma reflexão sobre a origem dos padrões e convenções que delineiam o gênero fotojornalismo, para, em seguida, realizar a desmontagem desses padrões. No capítulo dois, longe da classificação a qual o livro estava enquadrado, são empreendidas aproximações das fotografias de Canudos 100 anos com a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, e com os trabalhos fotográficos de Pierre Verger e Maurren Bisilliat, que também retrataram o tema. No capítulo três, as análises são levadas para o campo da memória e do imaginário e se debruçam especialmente sobre as imagens das figuras humanas. No quarto e último, apresenta-se um ensaio que mescla as fotografias de Canudos 100 anos rearranjadas de outra forma com trechos do texto retirados do livro e de fontes diversas.
Conceiving the visual text as an utterance constituted of a plan of expression and a plan of contents, we will do a semiotic analysis of a picture of the translator and concret poet Haroldo de Campos, to understand its signification process.
Neste trabalho a autora produz narrativas em imagens e analisa as narrativas verbais de pessoas idosas que vivem em situação asilar, suas memórias, objetos de memória e a relação que se estabelece entre fotografia e narrativa. Para tanto, foram ouvidos e fotografados 13 moradores do Asylo de Mendigos de Pelotas, instituição que abriga idosos de baixa renda, ao longo de doze meses de convívio. Resultado de uma pesquisa interventiva, este trabalho se insere no campo da memória e da identidade e utiliza como aporte a Antropologia visual, não apenas como método, mas como proposta de narrativa, fruto de apropriações por parte dos próprios narradores. Percebeu-se que a fotografia contribuiu para o trabalho de memória e para a fluência das narrativas, e que, ao valorizar a imagem do idoso, funciona como um convite para pensar as categorias velhice, asilamento, solidão, saúde, casa, entre outras. Além disso, a partir das imagens geradas é possível apresentar ou reapresentar cenas de um contexto que talvez não povoe o imaginário da sociedade de maneira ampla, o da velhice institucionalizada. Essas imagens, produzidas em conjunto com os narradores, serviram para comunicar aspectos extremamente valorizados nessa etapa de vida. A partir desses enunciados de valor, identificou-se: a fotografia como relicário da memória, a morte como uma categoria presente, a saúde e a vida como patrimônio, o exercício narrativo como processo benéfico de identificação e autovalorização da identidade do idoso e a atribuição de valor excepcional às memórias do passado.
2021
Propõe-se neste trabalho detectar uma categoria do fotojornalismo, de rara circulação-o da "imagem-literária"-, capaz de oferecer ao jornalismo impresso substratos de novas contemporaneidades. Tais imagens se expandem para além dos valores-notícia tradicionais do fotojornalismo. Mesclam as categorias arcaicas do Jornalismo-informação, opinião e interpretação-, e produzem encenações que podem remeter o olhar a conteúdos mais complexos da estrutura de seus referentes. Dialogam, assim, com códigos próprios à fotografia não dirigida à mídia informativa. A validação dessas imagens emergentes está ligada à atribuição de significados ao mundo factual-símbolos que não apenas comparecem à imagem como desígnio peirciano, mas, sobretudo, como gêneses imagéticas que se encaminham a campos densos do imaginário onde, crê-se, habitam os sentidos mais fundamentais da experiência humana. A primeira parte do trabalho constitui diagnóstico das estruturas que definem padrões para a produção de fotojornalismo no Brasil: editores, fotógrafos e um ombudsman da imprensa escrita são confrontados e têm suas premissas encaminhadas para validar a teoria de uma crise na representação de factualidades. A observação é a de que ainda aceitamos um paradigma anacrônico de apego a realismos, com o qual os jornais institucionalizam promessas de desvelar o mundo a cada edição. Tal abordagem implica ainda em observações pessimistas acerca da formação acadêmica do fotojornalista. Ressalta-se a necessidade de discutir uma meta-ética, onde o fotógrafo compreenda-se ego-histórico de seu tempo e elabore hermenêuticas do cotidiano. Na segunda parte do trabalho são expostas e analisadas 27 imagens do proposto Fotojornalismo-literário, colecionadas a partir de investigação nos últimos anos em jornais estrangeiros e nacionais, notadamente a Folha de S.Paulo.
dissertação, 2016
Esta dissertação analisa a representação do proletariado na fotografia documental. O conceito referenciado na teoria marxista se refere ao grupo de indivíduos que representam a força de trabalho numa conjuntura econômica capitalista. Nossa ideia é estabelecer uma análise comparativa entre fotografias produzidas por August Sander (1876-1964), Sebastião Salgado (1944-), Gilles Sabrié (1964-) e Giulio Piscitelli (1981-), articulando o eixo temático e as disputas políticas, estéticas, institucionais e conceituais envolvidas nos debates que forjaram definições e caminhos para o próprio campo documental (mapeando constâncias e possíveis rupturas), e identificando ainda referências presentes nas imagens que estão associadas a paradigmas dos séculos XIX, XX e XXI. A partir disso, esperamos compreender as questões implicadas nas diferentes maneiras de construir representações do proletariado, e o que tais representações fotográficas nos dizem a respeito desse grupo social. A pesquisa também está disponível em livro, sob o título "O trabalhador na fotografia documental" (Editora Appris, 2018).
Estudos em Jornalismo e Mídia
O presente trabalho analisa duas imagens produzidas pelos coletivos Maruim e C.H.O.C Documental a partir do regime estético das artes identificado por Jacques Rancière. Seu objetivo é refletir sobre modos possíveis e potenciais de retratação do “real” no âmbito do fotojornalismo que atua de modo contra-hegemônico. A análise se desdobra em três eixos: no primeiro, são apresentados os três principais regimes da arte na tradição ocidental (ético, poético-representativo e estético), bem como a partilha do sensível; no segundo, discute-se as noções em torno do que o filósofo denomina eficácia estética e sua aplicabilidade; finalmente, no terceiro, são retomadas as imagens que compõem o corpus deste trabalho, as quais se relacionam com a potência do prosaico e do banal na construção de subjetividades estético-políticas outras.
Revista Extraprensa, 2017
O artigo aborda as contradiçõesdo uso social da fotografia. Fundamentado pelos estudos da escritora e fotógrafa GisèleFreund e da ensaísta Susan Sontag, o texto discute a questão da ética nos domínios da Comunicação Social, principalmente no Fotojornalismo. Há duas práticas fotojornalísticas: a fotorreportagem e a fotografia de imprensa. A primeira é desenvolvida pelo jornalismo narrativo (literário) e pela fotografia de autor (humanista). A segunda é praticada pelo impacto imediato da atualidade, em que o espetáculo de notícias superficiais (política, violência e amenidades) afasta a capacidade investigativa e a reflexão. Hoje, verifica-se a expansão do fotojornalismo para lugares híbridos, polifônicos e convergentes, trazendo ao fotojornalista o desafio de encontrar sustentabilidade e ética.
2022
Desde que o termo ‘fotojornalismo’ foi criado, no início do século XX, fotojornalistas sempre captaram fotografias, sendo eles praticamente os únicos profissionais a produzi-las no contexto da prática jornalística. Neste ambiente, fotos eram voltadas aos veículos impressos, vídeo à TV e áudio ao rádio e à televisão, e em todas as empresas de mídia cada jornalista tinha uma função específica. Mas já desde o fim do século XX, e principalmente a partir do início do século XXI, repórteres passam a fotografar; fotojornalistas começam a gravar vídeos e entrevistar; fotografias são obtidas de vídeos; redações são enxugadas; redes sociais passam a ser fonte de informação sonora, escrita e imagética; veículos jornalísticos se valem de fotos e vídeos feitos por amadores e câmeras de segurança; não é mais possível dizer, a olho nu, se uma imagem foi manipulada; fotografias e vídeos extrapolam os limites do quadro e podem ser vistos omnidirecionalmente… Tudo isso vem sendo impulsionado a partir de mudanças sociais, tecnológicas e culturais mais profundas, que vêm provocando alterações nas práticas e funções de diversas profissões, incluindo o jornalismo.
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Comunicação & Informação, 2013
Discursos Fotograficos, 2009
Intercom: Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, 2016
Alex Ramirez, 2021
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, 2019
Sociedade e Cultura, 2007
AG - PRATA Reflexões Periódicas Sobre Fotografia, 2009
Pontos de Interrogação Revista de Crítica Cultural, 2020
Anais do 18º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo, 2020
Brazilian Journalism Research, 2011
Entre Tempos - 30 anos do curso de Jornalismo da UFMS, 2020