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2017, A Cor das Letras
A categorização do fantástico, como gênero, não tem sido inequívo- ca nos estudos literários. Para Tzvetan Todorov o fantástico surge como um efeito decorrente da ocorrência de acontecimentos estranhos e insólitos em meio à narrativa, bem como da possibilidade de se fornecer duas explicações para esses acontecimentos. Diante da ambiguidade expressa pelo insólito, “alguém” deve optar por uma saída: o personagem ou o próprio leitor (Cf. TODOROV, 2007). A identificação do leitor com o personagem, apesar de considerada por Todorov, é vista por ele como fator dispensável. A hesitação entre uma explicação e outra, sim, seria o ponto central para a concretização do gênero. Filipe Furtado (1980), por sua vez, não admite a intervenção de um leitor empírico nesse tipo de narrativa. A dúvida e a hesitação patentes ao gênero seriam somente da narrativa e não do leitor. Diante desse impas- se, o trabalho visa considerar algumas teorias relacionadas ao leitor e à leitu- ra, a fim de avaliar a pe...
Matizes na Literatura Contemporânea, 2019
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Resumo O presente trabalho analisa a importância e a contribuição da literatura fantástica na formação de leitores brasileiros e traz, como problemática, a falta de interesse pela leitura. Como suporte teórico, baseamo-nos em autores como: Jaqueline Oliveira Leão, Thaís Carvalho, Rosana Rios, dentre outros, sem deixarmos de mencionar um dos nomes mais importantes desta literatura: Tzvetan Todorov. A condução deste estudo, se dará pelo viés do sobrenatural, do fantástico, da magia e do paranormal. Pois, estes elementos juntos, são capazes de induzir os leitores a um mundo onírico, despertando-lhes a imaginação, e, atraídos por isso, são capazes de ler infindáveis histórias, levando-nos a crer que essa prática de leitura possa ocorrer em outras literaturas também significativas. Resumen El presente trabajo analiza la importancia y la contribución de la literatura fantástica en la formación de lectores brasileños trayendo como problemática, la falta de interés por la lectura. Nos basamos en autores como: Jaqueline Oliveira Leão, Thaís Carvalho, Rosana Rios, sin dejarmos de mencionar uno de los nombres más importantes de esta literatura: Tzvetan Todorov. La condución de este estudio se dará por el camino de lo sobrenatural, de lo fantástico, de la magia y de lo paranormal. Pués estos elementos juntos, son capaces de inducir a los lectores al mundo onírico, atrayendo a la imaginación, y atraídos por eso, son capaces de leer infindables historias, llevándonos a creer que esa práctica de lectura pueda repetirse en otras literaturas también significativas.
Revista Memento, 2014
Resumo: Este artigo apresenta análise de três contos fantásticos de Machado de Assis publicados no Jornal das Famílias, "A vida eterna", "Os óculos de Pedro Antão" e "Sem olhos". Machado opta, nestes contos, por saídas racionais ao sobrenatural (o uso do espaço onírico, da imaginação ou da loucura) e dilui o gênero ao utilizar-se do humor, da reflexão sobre o fazer literário e da ambiguidade proposital-marca da ficção machadiana-, distinguindo-se do fantástico tradicional do século XIX. Além do deslocamento aos expedientes comuns ao gênero, Machado de Assis recheia suas histórias com cenas de casamento e de amores irrealizados, tópicas comuns à literatura romântica, como uma espécie de adequação ao programa editorial do Jornal das Famílias e a um público formado essencialmente por mulheres. As narrativas fantásticas de Machado, a considerar os contos examinados, revelam sua associação ao gênero ao mesmo tempo em que apresenta contornos particulares, deslocando-se dessa mesma tradição. Palavras-chave: Machado de Assis. Fantástico. Jornal das Famílias. Introdução A carreira literária de Machado de Assis começou na imprensa brasileira, na qual ele atuava não só como crítico teatral e jornalista, mas também, a partir de 1964, como ficcionista regular. Sua participação nas páginas do Jornal das Famílias, na seção "Romances e Novelas", iniciou-se em junho de 1864 com a publicação da história de "Frei Simão", terminando em dezembro de 1878, com a publicação do conto "Dívida extinta" e o com fim do periódico. Durante os quatorze anos de colaboração, Machado publicou dezenas de histórias que tinham como objetivo entreter a "gentil leitora" do Jornal das Famílias. Nesse sentido, destacavam-se histórias que giravam em torno do tema amoroso e das complicações do binômio (quase inconciliável) amor e casamento, demonstrando a preocupação 1 Este texto apresenta algumas ideias discutidas na dissertação de Mestrado A construção do fantástico na narrativa machadiana, defendida em agosto de 2014, no Programa de Mestrado em Letras da Universidade Vale do Rio Verde, sob orientação da Professora Doutora Cilene Pereira.
Olhares Trilhas, 2015
A linguagem é o elemento fundamental da interação entre o ser humano e o meio no qual ele se insere. Cabe, assim, à escola, guiar o educando em busca do dialogismo e da construção do sentido, a fim de levá-lo a refletir e a conduzir suas ideias por meio da palavra. A partir dessa concepção, é objeto deste estudo analisar como as narrativas fantásticas são abordadas no contexto escolar, frente às mudanças de paradigmas sociais. Nota-se que a literatura fantástica tem perdido domínio, uma vez que os alunos mostram-se descrentes de pensar sobre o não acontecido e, a partir deste, investigar o seu próprio cotidiano e criar oportunidades de explicar determinados fatos através da verossimilhança. As características arroladas para a narração fantástica nos permitem repensar nossa realidade e, por meio da criatividade, transformar nossas experiências. Sendo assim, buscaremos elucidar a maneira como os alunos veem o estudo da narrativa fantástica no ensino fundamental. A partir desse diagnóstico, nossa proposta é desenvolver elementos que possam auxiliar o professor na aprendizagem escolar e, assim, realizar o trabalho com a linguagem de forma interativa e reflexiva, quebrando o paradigma criado no contexto escolar e transformando esse ensino mecanicista da narrativa fantástica em uma oportunidade de investigação sobre a realidade e a fantasia.
Memento, 2015
Com o intuito de mostrar o desenvolvimento do genero fantastico, o presente trabalho traca uma linha temporal historica, teorica e critica do genero apresentando, primeiramente, um panorama dos autores e das obras que se consolidaram como precursores do fantastico, alem de situar as principais teorias sobre a literatura fantastica passando por autores como Lovecraft, Todorov, Sartre, entre outros. Ademais, mostraremos como se desenvolveu a tendencia hispano-americana fantastica denominada criticamente como realismo magico e realismo maravilhoso. Essa tendencia tambem se manifestou no Brasil com autores como J. J. Veiga e Murilo Rubiao, entre outros.
Este trabalho situa-se na área do Ensino de Literatura e foi realizado em uma turma de sétimo ano do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual em uma cidade no interior de Minas Gerais. Nossa percepção inicial era de que a turma apresentava dificuldades de interação com narrativas de terror do universo fantástico. Com o diagnóstico formal realizado, pudemos não só confirmar essa percepção como também pontuar algumas questões mais precisas a serem trabalhadas com os alunos. Uma dessas questões foi uma tendência, por parte deles, em romper com os pactos de leitura estabelecidos nos momentos de hesitação e incerteza, característicos das narrativas do gênero fantástico. Outra foi a tendência de recorrer a seu repertório de narrativas do gênero maravilhoso para interagir como narrativas fantásticas. E também uma certa resistência em lidar com a hesitação característica do fantástico. A partir dessas constatações, formulamos a seguinte questão de pesquisa: seria possível realizar ...
Revista Fantástika 451, 2019
Através da abordagem das teorias de Alazraki sobre o neofantástico, o artigo aborda as formas com que a realidade é vista pelo mundo atual e o quanto isto se reflete na construção de uma narrativa fantástica. Usando as ideias de David Roas sobre as noções de realidade, observa-se como elementos neofantásticos surgem nas narrativas contemporâneas com inserção de um elemento irreal, determinando o crescimento de narrativas neofantásticas ainda que consideradas como realistas.
Signo, 2010
Apresentando princípios básicos da fenomenologia husserliana, expõem-se as teorizações de Roman Ingarden sobre a cognição da obra de arte literária, exemplificando os processos fenomenológicos da leitura por meio de uma análise do poema Lunar de Mario Quintana.
Macabéa - Revista Eletrônica do Netlli, 2021
A literatura fantástica foi compreendida por muito tempo apenas como aquela que apresentava elementos sobrenaturais e despertava medo ou horror no leitor. A hesitação e a ambiguidade também foram marcas que caracterizaram fortemente o fantástico e ainda são recordadas hoje. Atualmente, contudo, estudos pautados mais na relação do fantástico com o real e/ou a realidade e a cultura se apresentam de modo relevante. Desse modo, já podemos diferenciar o fantástico tradicional do fantástico contemporâneo. Além disso, percebemos a possibilidade do exame do fantástico tanto em uma perspectiva ampla quanto restrita. Neste artigo procuramos apresentar um panorama histórico e teórico da literatura fantástica. Iniciamos indicando o(s) percurso(s) histórico(s) do fantástico e, de modo mais amplo, do insólito, a fim de compreender como o fantástico e o insólito se definem e de especular sobre quando e onde surgiu a literatura fantástica. Em seguida, expomos, discutimos e contrapomos as concepções sobre o fantástico dos teóricos David Roas (2014), Irène Bessière (2012), Jaime Alazraki (1990) e Tzvetan Todorov (2017).
Globalización, convergencia y segmentación • Los desafíos a los medios "tradicionales" confrontados a la globalización y la convergencia Da força atratora literatura e cinema, e vice-versa Diferentemente da literatura, que sempre explorou seus recursos expressivos, o cinema lança mão de novidades em termos de estratégias de expressão à medida que sente a perda de público. Em cinema, tal esforço almeja, por parte de artistas e técnicos, ampliar seu poder de expressão. Certos filmes se aproximam de imagens oníricas ou de sensações de esvaziamento, que quase superam os mais intensos sonhos ou as mais meditativas paisagens. Para tanto, lançou mão de tecnologias e técnicas variadas e de histórias incontornáveis. O cinema, o vídeo e a televisão imediatamente se apropriam de toda nova tecnologia que surge. E não seria diferente com as novas mídias. A rede mundial de comunicação on-line tem a seu favor, além de ligar milhares de pessoas simultaneamente, a característica de agregar meios de comunicação, integrando-os e ampliando-lhes o potencial comunicacional. Os meios audiovisuais já estão on-line e acessíveis em dispositivos fixos ou móveis, até mesmo para ver vídeos em longa-metragem. Com tanta oferta à disposição do espectador, o cinema se vê diante de múltipla concorrência. Os modelos de comunicação e mercado estão em transformação, principalmente porque os hábitos do público estão mudando. A estratégia comunicacional que vem ampliando sua presença na cultura em geral é a narrativa transmídia. O ato de conceituar narrativa transmídia teve, a partir do início da década de 2000, suas primeiras tentativas. Os projetos de artistas e empresários, bem como o foco de teóricos e analistas, seja no campo do entretenimento, ou do jornalismo, ou corporativo ou até mesmo na área da educação, voltam o seu foco para essa, digamos, modalidade de comunicação. Obter uma conceituação definitiva sobre narrativa transmídia é um esforço longo e contínuo que demanda muitos estudos entre diversos teóricos. Nesse texto pretendemos abordar uma parcela desse universo, e de maneira introdutória, a começar pelos aspectos históricos que prenunciam a prática da narrativa transmídia. Vale lembrar que a comunicação midiática tem um movimento de transformação contínuo e ininterrupto, mas uma ocorrência frequente nesse fluxo é que sempre que há uma obsolescência em termos
2019
Este artigo apresenta uma proposta de plano de aula para ensino de leitura literaria na educacao basica a partir de um conto e com o uso das Estrategias de Leitura. Aqui esta divulgada parte dos resultados do projeto de pesquisa “As Estrategias de Leitura para a Compreensao do Conto”, desenvolvido junto ao curso de Letras da UNOESTE, entre os anos de 2018 e 2019, o qual se sustentou na perspectiva dialogica da linguagem como forma ou processo de interacao e que objetivou a elaboracao de atividades de compreensao leitora ancoradas nas Estrategias de Leitura de Girotto e Souza (2010): conhecimentos previos; conexoes; visualizacao; questionamento; inferencia; sumarizacao e sintese. Com base no conto “A cartomante”, de Machado de Assis, o projeto, por meio da metodologia de analise documental, permitiu a construcao de uma proposta de atividades para o desenvolvimento de leitores no Ensino Medio que dialoguem com o texto, favorecendo, portanto, o Letramento dos alunos da escola basica, b...
2012
RESUMO : Neste artigo objetivamos refletir sobre a importância da literatura infantojuvenil para a formação de leitores. Para que tenhamos leitores assíduos, devemos incentivar, desde a infância, o gosto pela leitura, e como as crianças têm, geralmente, contato com os livros no ambiente escolar, cabe ao educador incentivar e estimular os alunos para que entendam sobre a importância do ato de ler na sua formação intelectual. Para comprovar como esses textos literários são significativos para desenvolver no leitor o gosto pela leitura, analisamos dois contos: "Quem me deu foi a manhã" e " São os cabelos das mulheres", de Marina Colasanti, sobre os quais fizemos análises teóricas, e verificamos por que o jovem leitor se familiariza com esse tipo de leitura. A pesquisa de campo foi realizada com alunos da Escola Estadual Madre Tarcila, de Campo Novo do Parecis, MT no período matutino, quando propusemos aos alunos a leitura dos contos acima citados em cuja análise desenvolvemos uma reflexão sobre o processo de ensino de leitura e literatura no ambiente escolar.
Revista Abusões - UERJ, 2018
O presente trabalho se ocupa de fazer uma releitura da obra do escritor goiano José J. Veiga com base nas diversas revisões que têm ocorrido no conceito de fantástico dentro da literatura e na noção de realidade nas obras de alguns filósofos. É uma revisão geral da obra de Veiga, inclusive retornando à leitura original que muitos críticos fizeram do autor no contexto da ditadura e destacando os principais elementos que aparecem na maior parte da obra do autor.
Abusões, 2017
Fábio Lucas Pierini é Doutor em Estudos linguísticos, literários e tradutológicos pela FFLCH-USP com pósdoutorado em Estudos Literários pela Unesp FCL/CAr. Professor na UEM (Maringá-PR), atuando nos cursos de Secretariado Executivo Trilíngue e Letras na área de Língua e Literatura Francesas, leciona e orienta a respeito de narrativa fantástica no Programa de Pós-Graduação em Letras e no Programa de Iniciação Científica. Participa do GT Anpoll Vertentes do Insólito Ficcional e do Grupo CNPq Estudos de literatura e cultura da Belle Époque: LABELLE.
2020
Resumo: Este artigo pretende discutir a construcao do fantastico contemporâneo ou neofantastico na perspectiva da narradora nos contos “A friagem” e “Check-up”, de Augusta Faro, integrantes da obra A friagem (1999). Para tanto, realiza-se uma breve abordagem de teoricos do fantastico como Todorov (2004), Roas (2014) e do neofantastico como Alazraki (1991). Objetiva-se, tambem, examinar a questao do sujeito da enunciacao de acordo com Furtado (1980) e do narrador a partir de Fernandes (1996). Os contos de Faro focalizam o sujeito feminino em situacoes limite. Em “A friagem” a personagem central esta prestes a congelar-se, baldados todos os esforcos para debelar o problema. A solucao surge com a aparicao de Raimundo que reverte a situacao. Em “Check-up” a narradora protagonista esta viva, entretanto seu coracao esta clinicamente seco. Apos configurar-se a presenca de narradoras, verifica-se, tambem, que os contos possibilitam uma leitura alegorica, o que confirma a presenca do neofant...
2023
O objetivo fundamental deste artigo é ressaltar a dinâmica de percepção de lugar narrativo considerando três instâncias de experiência perceptiva: a da metodologia de análise e de interpretação do texto literário baseada na fenomenologia da percepção e da geografia humanista; a da noção de livro enquanto suporte do texto literário e a da linguagem literária. A partir de Merleau Ponty e Yi-Fu Tuan, adota-se a noção de lugar como fenômeno de situação e de temporalidade, reiterando, assim, a compreensão de que o lugar imediatamente percebido se trata de fenômeno de condensação e difusão de outros lugares que o precedem, constituem e caracterizam, e que desvela as dinâmicas de intersecção e de perpassagem, bem como as lógicas da precedência e da obviedade.
Flavio García -UERJ (orientador PIBIC) Rodrigo de Moura Santos -UERJ (bolsista PIBIC-UERJ) Angélica Maria Santana Batista -UERJ (bolsista PIBIC-CNPq) I. Há gêneros literários que apresentam, como marca distintiva de maior importância, a presença do insólito no universo ficcional. O Maravilhoso, incidente e próspero tanto na literatura da Antigüidade Clássica quanto na do Medievo, seria a matriz dessa esteira de gêneros narrativos, com fartos exemplos na tradição épica, desde as epopéias gregas até as canções de gestas e os romances do ciclo arturiano. O século XIX, no bojo das discussões cientificistas e racionalistas, alimentadas desde Giordano Bruno (1548 -1600), Galileu Galilei (1564 -1642), Charles Darwin (1809 -1882), presenciou o apogeu do Fantástico, que eclodira nos séculos imediatamente anteriores. A primeira metade do século XX, sob as influências do pensamento de Karl Max (1818 -1883) e de Sigmund Freud (1856 -1939), as crises do capitalismo tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, os cenários pré e pós Grandes Guerras Mundiais e a consolidação de novas nações independentes e a formação do bloco comunista, fermentou um novo gênero, o Realismo Maravilhoso. A segunda metade do século XX, com as desilusões do pós-Segunda Grande Guerra Mundial, as novas ditaduras imperialistas apoiadas pelos mais fervorosos governos democratas, o desmoronamento do sonho social-comunista e, com uma única certeza, a de que, mais cedo ou mais tarde, "tudo que é sólido desmancha no ar", experimentou um novo gênero, alimentado por seus antecessores, mas até hoje ainda não nomenclaturado pela tradição crítico-teórica: o novo gênero seria uma amálgama das experiências multifacetadas e fugidias da contemporaneidade, coroando apoteoticamente a presença do insólito na arte, na literatura, na narrativa ficcional. Ainda que esses gêneros aqui apresentados, fora outros próximos como o Estranho e o Sobrenatural, marquem-se distintivamente pela presença de eventos insólitos em suas narrativas, há outras marcas internas, de cada um deles isoladamente, mesmo que, na maioria das vezes, em correlação com todo o conjunto. Maravilhoso, Fantástico, Realismo Maravilhoso e o novo gênero que se supõe no universo das experiências pós-modernas -ou contemporâneas, como se têm preferido -apresentam traços próprios e específicos que os fazem singulares, ainda que pertencentes ao conjunto dos gêneros que se distinguem por terem como marca de maior e expressiva significação a presença do insólito. Essas marcas internas, esses traços distintivos, essas diferenças podem ser verificadas a partir da estruturação das narrativas, implicando a construção do narrador -hetero, homo ou autodiegético -, do narratário -explicitado ou não na própria narrativa, chamado ou não se posicionar -e das demais personagens -integradas pacificamente ou não com eventos narrativos. Enfim, um leque de estratégias narrativas, composto de marcas próprias, contribui para a delimitação de cada um dos gêneros em relação com os seus próximos, dando-lhes singularidade: exatamente por isso não são um mesmo gênero em momentos diferentes, senão que diferentes gêneros, cada qual em seu exato momento. II. Ao especular sobre o termo maravilha, encontra-se em sua raiz mir-, também presente em termos como mirar e milagre. No vocábulo latino mirabilìa, tem-se a idéia de admirável, prodígio, maravilha, espanto. O uso desse termo para designar um gênero literário cuja característica principal seja a naturalização do insólito na narrativa, por compreendê-lo como verdade indiscutível, é compreensível, considerando-se as relações entre os textos e o imaginário que lhes dá forma. É possível afirmar que, em especial na Idade Média, o Maravilhoso se constituiu como gênero literário que agregou os anseios e concepções de uma sociedade cuja existência era calcada na ordenação de um mundo dividido entre o natural e o sobrenatural, sendo a última instância superior, inacessível e formadora de uma realidade que não poderia ser questionada.
Revista Pandora Brasil 74, 2016
RESUMO: partindo da questão 'a Fantasia Fantástica é um escape realidade?' estabelecemos um breve esboço das investigações chamadas de 'ontologia', bem como dos princípios das reflexões cosmológicas no pensamento ocidental, a fim de fundamentarmos um dos princípios mais fundamentais da Fantasia Fantástica: o de instaurar uma realidade por meio de cosmologias própria. Nesse artigo, levamos a efeito uma reflexão sobre este fundamento da Fantasia Fantástica, com o objetivo de distinguir a finalidade desta forma de linguagem a partir de conceitos filosóficos de verdade, realidade e linguagem. Palavras-chave: Fantasia Fantástica, ontologia, realidade, linguagem ABSTRACT: starting with the question 'is Fantastic Fantasy an escape from reality?' we briefly outline the so-called 'ontology' researches, as well as the principles of the cosmological thinking in Eastern though, in order to ground one of the most essential principles of Fantastic Fantasy: to establish a reality by means of their own cosmologies. In this paper we reflect on such principle of Fantastic Fantasy with the goal of distinguishing the end of this form of language in relation to the philosophical concepts of truth, reality and language. Keywords: Fantastic Fantasy, ontology, reality, language
REVISTA DE LETRAS - JU�ARA, 2017
O presente artigo objetiva apresentar um relato do projeto intitulado Leitura no s�tio: cruzando caminhos entre fantasia e realidade, por meio da leitura liter�ria, cujas a��es foram desenvolvidas com crian�as, com idade entre 8 e 10 anos, moradoras da zona rural da comunidade Fazenda Nova, situada no munic�pio de Caxias-MA. O referido projeto que foi resultado de uma proposta apresentada � Pr�-Reitoria de Extens�o da Universidade Estadual do Maranh�o, atrav�s do Departamento de Letras, teve como objetivo desenvolver o h�bito e o gosto pela leitura, a partir da realiza��o de oficinas liter�rias ofertadas a crian�as com pouco acesso ao livro. Para tanto, partiu-se, primeiramente, do estudo de textos de fundamentos te�ricos e metodol�gicos que versam sobre a tem�tica, a fim de, atrav�s desses estudos, buscar estrat�gias que tivessem o texto liter�rio como eixo norteador do trabalho.
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