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2014, Portugal-China: 500 Anos
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No tempo de Eça de Queirós, o Oriente estava na moda. E também na ordem do dia, do ponto de vista político, pois que por lá se decidiam questões relevantes de que dependiam poderes imperiais e interesses económicos. Mas nesse mesmo tempo, o Oriente era vastíssimo e incluía muitas terras, muitas gentes e muitas culturas. Do chamado Próximo Oriente ao Japão, dito do Sol Nascente para quem o considerava a partir de um lugar de observação eurocêntrico, iam distâncias consideráveis. Entre a Europa e o Japão estava o Império do Meio (entenda -se: no centro do planeta), ou seja, a China que resistia aos ventos da Revolução Industrial e que só pela força militar usada nas chamadas Guerras do Ópio se foi abrindo ao comércio com o Ocidente. A pouco e pouco, os estrangeiros deixaram de ser, como até então, bárbaros. Arrastam -se estas tensões e os derivados conflitos bélicos por várias décadas, ao longo do século , com consequências que o Eça da segunda metade de Oitocentos conhecia bem, sendo, como era, leitor atento da melhor imprensa de então.
2013
O presente estudo apresenta uma análise das representações do Extremo Oriente nas obras do escritor português Eça de Queirós (1845-1900). Através de um estudo amplo de obras de diversos momentos da carreira do escritor português, procuramos demonstrar que o Extremo Oriente queirosiano estabelece uma representação complexa das relações Ocidente-Oriente, não se limitando às imagens cristalizadas do Oriente na literatura portuguesa, em que se destacam o exotismo e o caráter imaginário. Como principais pilares teóricos, nos apoiamos nas teorias orientalistas, principalmente as de Raymond Schwab (1950) e Edward Said (1978), e da fortuna crítica queirosiana. Realizamos uma análise comparativa de textos ficcionais e não ficcionais do autor que, nomeadamente, compreende os romances O Mistério da Estrada de Sintra (1870), escrito juntamente com Ramalho Ortigão, O Mandarim (1880) e A Correspondência de Fradique Mendes (1900); os textos de imprensa “A Marinha e as Colônias” (1871), “A Pitoresca História da Revolta da Índia” (1871), “A França e o Sião” (1893), “Chineses e Japoneses” (1894), “A Propósito da Doutrina Monroe e do Nativismo” (1896), “França e Sião” (1897); e o relatório consular A Emigração como Força Civilizadora (1979).
Nesse tempo ainda vivia, na sua solidão nas montanhas da Umbria, o divino Francisco de Assis -e já por toda a Itália se louvava a santidade de Frei Genebro, seu amigo e discípulo.
ITINERÁRIOS – Revista de Literatura (UNESP- Araraquara), 2017
A partir de textos que Eça de Queirós escreveu para a Gazeta de Notícias do Brasil, analisaremos como o eurocentrismo é relativizado por Eça, desfazendo, por meio da ironia, a estereotipada oposição entre Ocidente e Oriente. Ao tratar de Portugal, Brasil e China e, sobretudo, das relações entre a mão-de-obra chinesa e as conquistas dos trabalhadores na Europa e nos Estados Unidos da América, veremos que sua análise vai muito além do contexto desses países, revelando um entendimento econômico e uma consciência política que contempla toda a ordem capitalista de seu tempo.
Este texto teve uma primeira versão lida no XXI Congresso da ABRAPLIP em 2007, sob o título "Eça de Queirós, chineses, japoneses e brasileiros". Depois sofreu algumas alterações e foi reapresentado no evento internacional II Crossings: Brasil, Portugal e Grande China, em 2015. A discussão e novas alterações geraram a presente versão, intitulada "Eça de Queirós, a China e o Brasil".
Camões. Revista de Letras e Culturas Lusófonas, 9-10 , 2000
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R R Re e ev v v i i i s s st t t a a a D D Dh h hâ â âr r ra a an n nâ â â Dhâranâ nº 141 -Julho de 1950 -Ano XXV Redator : Dr. Ary Vasconcelos R R Re e ev v vi i is s st t ta a a D D Dh h hâ â âr r ra a an n nâ â â Dhâranâ nº 141 -Julho de 1950 -Ano XXV Redator : Dr. Ary Vasconcelos R R Re e ev v vi i is s st t ta a a D D Dh h hâ â âr r ra a an n nâ â â Dhâranâ nº 141 -Julho de 1950 -Ano XXV Redator : Dr. Ary Vasconcelos R R Re e ev v vi i is s st t ta a a D D Dh h hâ â âr r ra a an n nâ â â Dhâranâ nº 141 -Julho de 1950 -Ano XXV Redator : Dr. Ary Vasconcelos R R Re e ev v vi i is s st t ta a a D D Dh h hâ â âr r ra a an n nâ â â Dhâranâ nº 141 -Julho de 1950 -Ano XXV Redator : Dr. Ary Vasconcelos 6 "A concórdia é o movimento uniforme de muitas vontades. Nisto aparece que a unidade da vontade, que se induz pelo movimento uniforme, é a raiz da concórdia, ou a própria concórdia. Dizemos que um grupo de homens é concorde, quando todos se movem ao mesmo tempo e na mesma direção, o que depende formalmente de suas vontades. A virtude volitiva é uma potência, e a espécie de bem apreendi do é sua forma, á qual, como todas as formas, é una por si mesma, e se multiplica segundo a multiplicação da matéria que a recebe, como a alma, o número e as de mais formas que entram nos compostos. Toda concórdia depende da unidade que reside na vontade; quando o gênero humano vive melhor, ha uma certa concórdia. Assim como o homem se sente melhor quanto à alma e quanto ao corpo, se existe concórdia, o mesmo acontecendo na casa, na cidade e no reino, assim também acontecerá com todo o gênero humano. Por conseguinte, o melhor estado do gênero humano depende da unidade da vontade. Porém isto não pode ocorrer, se não houver urna vontade única, senhora e reguladora de todas as demais em uma, pois a.,, vontade dos mortais necessita direção, segundo ensina o Filósofo no último livro a Nicomaco (Nicomaco, X, 5). E esta não pode existir, se não houver um Príncipe de todos, cuja vontade possa ser senhora e reguladora de todas as demais."
Resumo: No presente trabalho pretendemos averiguar três artigos escritos por Eça de Queirós (1845-1900) para periódicos, durante a década de 1890, nos quais o escritor reflete sobre a política colonial que muitos países ocidentais ainda mantinham naquele contexto, com o objetivo de conquistar nações do Oriente. Trata-se dos artigos " O 14 de Julho. Festas Oficiais. O Sião " e " A França e o Sião " , ambos publicados no jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, nos dias 13 e 20 de agosto de 1893, respectivamente, e do artigo " França e Sião " , publicado na Revista Moderna, em 1897. O discurso literário presente nos textos é muito significativo, pois revela as concepções do escritor acerca do tema e expõe um pensamento dissonante dos princípios colonizadores que norteavam os projetos de muitas nações e de muitos europeus no contexto finissecular do Oitocentos. Os três textos centram-se na explicitação e na análise crítica sobre os verdadeiros interesses que países do ocidente – particularmente a França e a Inglaterra – tinham sobre o continente asiático, mais especificamente, sobre um dos reinos localizado no sudeste da região, o Reino de Sião, a atual Tailândia. Palavras-chave: Eça de Queirós; século XIX; colonização; Oriente. Abstract: At this present work we intend to investigate three articles written for journals by Eça de Queirós (1845-1900), during the 1890's decade, in which the writer reflects upon the colonial politics many Western countries still kept in that context, with the aim to conquer Eastern nations. These are " O 14 de Julho. Festas Oficiais. O Sião " and " A França e o Sião " articles, both published in Rio de Janeiro's Gazeta de Notícias newspaper on the 13 th and 20 th of August in 1893, respectively, and " França e Sião " article, published in Revista Moderna, in 1897. The literary discourse in the texts are quite significant because it reveals the writer's conceptions about the theme and exposes a dissonant thought of colonizing principles which guided projects of many nations and many Europeans at the end of the Eight hundredth century context. The three texts focus on the explanation and critical analysis about the real interest the Western countries – particularly France and England – had in the Asian continent, more specifically, in one the kingdoms situated in the Southeast region, the Kingdom of Siam, Thailand today. Keywords: Eça de Queirós; 19th century; colonization; East.
2019
Desde o século 19, as abordagens orientalistas sobre a literatura asiática criaram um paradigma literário marcante: os 'clássicos do Oriente' - ou, grosso modo, quais eram os livros 'orientais' mais importantes para serem lidos e que permitiram, por conseguinte, acessar e compreender a 'mentalidade oriental'. Obviamente, esse ponto de vista foi construído numa época em que pouco se conhecia as literaturas asiáticas, e o trabalho de tradução apenas iniciava. Atualmente, esse referencial deveria estar superado. Os 'clássicos do Oriente' já foram ultrapassados por um grande número de traduções de textos asiáticos, e hoje é possível ler a tradução de um romance chinês apenas um ou dois anos depois dele ser lançado. Todavia, gostaríamos nesse texto de discutir a noção de 'clássicos orientais' como um instrumento pedagógico de abertura para os estudos asiáticos - ao menos, no campo da história, literatura e filosofia.
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Anais Leirienses - Estudos e Documentos, 2020
Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura
Revista Letras, 2014
Forma Breve, 2017
Revista de Estudos Literários, 2016
Cadernos de literatura comparada, 2021
Relações Internacionais (ISSN 1645-9199), Nº 20 (Dez. 2008). pp. 165-168, 2008