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2000, Mediações - Revista de Ciências Sociais
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E m um recente artigo publicado no caderno "Mais" da Folha de São Paulo, o antropólogo Hermano Vianna desafia os leitores a encontrar, em qualquer das páginas de Casa Grande & Senzala, a expressão mais discutida quando se fala de Gilberto Freyre: "democracia racial". Esta tal de "democracia racial" ganhou importância, tomou-se verdadeiramente um "mito" e acabou por obliterar todo o restante da vasta e importantíssima obra daquele que, deixando de lado preferências pessoais, deveria ser considerado, sem dúvida alguma, o maior antropólogo/sociólogo brasileiro. É bem verdade que Hermano Vianna propõe uma falsa questão, já que a simples ausência da expressão "democracia racial" de forma alguma invalida as críticas que são dirigidas a Gilberto Freyre, pois outras expressões aparecem no livro e acabam por levar à mesma imagem que se pretende negar. Em Casa Grande aparecem expressões como "paraíso tropical", "doçura das relações de senhores e escravos", "fusão harmoniosa de culturas" e outras tantas mais. Entre defensores e críticos de Gilberto Freyre, notamos opiniões dicotômicas e maniqueístas que acabam por impedir uma leitura crítica e enriquecedora da obra freyriana e, em conseqüência, da realidade brasileira. Desde os anos de minha graduação, quando passei vários dias lendo o Casa Grande com espanto e admiração, não deixo de ouvir as pessoas dizerem: "Ler Gilberto Freyre ? Não é ele que fala de 'democracia racial'?". Desde aqueles anos, inúmeras gerações de alunos de Ciências Sociais terminaram seus cursos sem terem lido uma única linha escrita por Gilberto Freyre. É uma pena. O objetivo deste trabalho é tentar situar a obra de Gilberto Freyre no contexto das discussões sobre esse tal de "brasileiro", este ser recém
Seção “Pacíficos? Cordiais? Conciliadores? Intérpretes sobre a identidade nacional, classe e raça”, 2022
O presente texto trata dos mitos acerca dos indígenas que se perpetuaram a partir do pensamento de Gilberto Freyre no clássico Casa-grande & Senzala publicado em 1933. A identidade brasileira é construída por Gilberto Freyre na perspectiva do atraso e do subdesenvolvimento dos povos originários, marcada pela falta de moral. O autor é criticado por outros autores em razão da suavização da brutalidade dos colonos portugueses. A análise do texto é feita com base na crítica especializada e na análise linguística.
Nos últimos anos, a obra de Gilberto Freyre (1900-1987) tem sido profundamente re-examinada, o que tem levado pesquisadores a explorar este legado intelectual a partir de novos ângulos. Como contribuição ao debate, neste artigo analisarei o modo como Freyre incorpora o Brasil Meridional em sua interpretação mais ampla da cultura brasileira, ao mesmo tempo em que desenvolve um diálogo com intelectuais do Sul do Brasil. Compreendo que este duplo movimento insere-se no projeto intelectual de Freyre de valorização da província, articulando a ideia de re-gião à de unidade nacional, de base cultural lusitana e católica. Palavras Chaves: Gilberto Freyre. Pensamento social brasileiro. Brasil Meridional. Interpretação do Brasil.
Global Editora, 2018
Este livro é o mais importante fruto de uma densa pesquisa, cujo maior objetivo foi entender o impacto do pensamento do sociólogo pernambucano, formado ao longo dos anos 1930 e 40, na construção da nação realizada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. O livro analisa o negócio entre o sociólogo e o regime em torno da união das tradições regionais com a modernidade nacional. Durante a graduação em História, Gustavo leu as biografias "Um vitoriano dos trópicos", de Maria Lúcia Pallares-Burke, e "Gilberto Freyre: uma biografia cultural", de Enrique Larreta e Guillermo Giucci, e captou uma das lições presentes em ambos os livros: o regionalismo nordestino ainda estava por ser entendido em suas relações com as mudanças urbano-industriais iniciadas em 1930. O historiador decidiu, então, levar adiante essa empreitada no mestrado, lendo as obras de outros especialistas no tema e investigando muitos acervos documentais. Trabalho vencedor da 6ª edição do Concurso Nacional de Ensaios/Prêmio Gilberto Freyre 2016-2017, "Gilberto Freyre e o Estado Novo" é uma reflexão vigorosa e inovadora que aborda com extrema propriedade o entrelaçamento existente entre memória, história e invenção da nação.
Casa Grande & Senzala é hoje apontado como obra fundadora do mito da democracia racial do Brasil. Frente à originalidade do autor pernambucano e à relevância de sua obra, quem se depara com tal afirmativa não deixa de ficar, no mínimo, surpreso. Para dar sustentação ao espantoe já relativamente acostumado à prosa dos autores que começaram seu trabalho intelectual na década de 1930 -, procurei refazer o debate intelectual daqueles anos, tendo sempre em mente as discussões acerca da mestiçagem e da herança do escravismo na sociedade brasileira. Que surpresa! De minha parte, nada encontrei, nem remotamente, que nos trouxesse a lembrança do famigerado mito. Na verdade, aspirava por encontrar indícios, uma materialidade qualquer que me levasse a compreender as raízes, pelos menos, da interpretação atual sobre o afamado livro.
Intellèctus
O presente artigo propõe analisar as leituras e apropriações feitas por Oswald de Andrade da produção e do legado cultural de Gilberto Freyre e mostrar que, ao longo dos anos de 1930 e 1940, o escritor paulista, a princípio um crítico às pesquisas e obras de Freyre, tornou-se um admirador de seu trabalho. Nessa empreitada, encontramos Oswald inserido nos principais debates da década de 1940, acerca da identidade nacional brasileira, do lugar do Brasil na América Latina, da importância dos Estados Unidos, do ensaísmo, dentre outros. Utilizaremos, para tanto, as contribuições de Oswald de Andrade à imprensa brasileira presentes em suas Obras Completas. Embora sem um estudo aprofundado sobre a obra de Freyre, encontramos nelas uma ampla rede de referências que nos informam sobre uma viva cultura de trocas intelectuais entre os dois escritores. Este estudo, para tanto, apoia-se nas discussões, propostas e abordagens presentes nas pesquisas da História Intelectual.
Passagens Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, 2013
Este artigo discute algumas interfaces entre memória e história, a partir da contribuição de autores contemporâneos, a saber, Pierre Nora, Michael Pollak, Jacques Le Goff, Roger Chartier, entre outros. Num segundo momento, investigamos como o cientista social Gilberto Freyre construiu sua narrativa histórica em diálogo com as interfaces discutidas por esses autores. Essa investigação está orientada pela hipótese de que Freyre realizou seu projeto intelectual (entre 1922 e 1926) percorrendo as fronteiras da memória e da história. Demonstramos como nosso autor realizou uma "relação simbiótica" entre história, memória e tempo poético a partir da conciliação de áreas como ciência, literatura e cultura popular.
Diálogos, 2019
A recuperação da memória histórica em escritos biográficos e autobiográficos já não está mais restrita a um campo de pesquisa exclusivo. Autores como Georges Bataille, John Hersey e Beatriz Sarlo perscrutaram as correlações entre História e memória na literatura, avaliando questões éticas e de natureza social. A partir de tais estudos, este artigo comenta alguns excertos de Assombrações do Recife Velho (1955), do sociólogo Gilberto Freyre e Baú de ossos (1972), do memorialista Pedro Nava. O objetivo é expor como elementos ficcionais e históricos se articulam nessas duas obras. Palavras-chave: literatura, ficção, memória, história.
Sociedade e Estado, 2011
O artigo apresenta as diferentes leituras da obra de Gilberto Freyre dos anos 1930 até os dias atuais. Mostra a importância de suas experiências como viajante para a adoção de uma perspectiva endógena e exógena de olhar as cidades. Reforça o impacto de seu retorno a Pernambuco nos anos 1920 quando o autor se defronta com processo de urbanização que ameaçava descaracterizar o velho Recife. Sua visão patrimonialista ganha concretude na organização do Livro do Nordeste (1925), comemorativo dos 100 anos do jornal "Diário de…
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2005
E sta coletânea reúne 22 trabalhos originalmente apresentados na VII Jornada de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp-Marília, em novembro de 2000. Cobrindo diferentes áreas do conhecimento, o livro está organizado em cinco partes: Depoimentos, Fontes e afinidades do pensamento de Gilberto Freyre, Espaços e identidades, Aspectos da cultura e da sociedade brasileira e Regionalismo e modernismo. Em cada uma delas encontram-se trabalhos que, como estimam justamente as organizadoras, têm "como objetivo repensar a obra de Gilberto Freyre e, no caso de alguns, contribuir para o desenvolvimento dos temas por ele tratados" (p. 7). Isso, pode-se assinalar, a exemplo dos artigos de Edson Nery da Fonseca e Thomas Skidmore, sobre a recepção da obra de Freyre; dos de Maria Lúcia Pallares-Burke e Regina Aída Crespo, sobre as matrizes intelectuais de que é devedora; dos de Eni de Mesquita Samara e Claude Lépine, sobre alguns dos seus temas centrais, como, respectivamente, família e alimentação; do de Lúcia Lippi Oliveira, sobre livros menos freqüentados pelos analistas como Ordem e progresso (1959); ou ainda dos de Antonio Dimas e Guillermo Giucci, sobre os contextos modernista e regionalista de sua gestação. Por isso a leitura do conjunto de Gilberto Freyre em quatro tempos sugere a complexidade do pensamento do sociólogo pernambucano, e contribui para o entendimento das suas idéias, para a reavaliação da sua influência intelectual, social e política e para pensar a sociedade brasileira como um todo. Ganhamos particularmente os pesquisadores da área de pensamento social brasileiro, dada inclusive a multiplicidade de abordagens metodológicas presentes no livro, que vão da história das idéias à história intelectual, da esfera da produção à da recepção das idéias, passando, em alguns casos, por procedimentos tipicamente hermenêuticos, lingüísticos ou contextuais de análise das idéias. Destaco, para discussão, dois trabalhos representativos do que se está sugerindo: 'A atualidade de Gilberto Freyre', de Jessé Souza, e 'Casa grande e terra grande, sertões e senzala: a sedução das origens', de Glaucia Villas Bôas.
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Tempo Social, 1997
História, Ciências, Saúde-Manguinhos, 2014
História (São Paulo), 2010
Blogue de História lusófona, 2011
Revista de Estudios Brasileños, 2020
Consultor Juridico, 2020
Gilberto Freyre e Fidelino de Figueiredo, 2011
Tempo Social, 2005
Cadernos de Estudos Sociais, 2000
Leituras e releituras românticas: José de Espronceda e Álvares de Azevedo
Revista brasileira de literatura comparada, 2019
REVISTA LIVRE DE CINEMA, uma leitura digital sem medida (super 8, 16, 35, 70 mm, ...), 2017