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2018, Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia
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Da proposta freudiana de Além do Princípio do Prazer (1920), este artigo põe à prova a “teoria do choque” desenvolvida por Walter Benjamin como chave da crítica à modernidade, e cuja problemática visa distinguir Erfahrung e Erlebnis. Primeiramente, veremos como a segunda tópica freudiana nos põe diante daquilo que está subscrito ao aparato psíquico. Numa segunda instância, compreenderemos 1) como, da vivência dos choques, Benjamin encontra em Baudelaire um caminho à lírica da modernidade e 2) como, lendo Freud, a vida nas cidades nos despe da memória das experiências passadas, forçando-nos a estar atentos aos perigos imediatos e, sob o preço de uma irreflexividade, criar modos de defesa capazes de proteger-nos dos múltiplos choques. Veremos como estas vivências afetam as distintas esferas da vida cotidiana à ponto de habitar todos os seus domínios. Todavia, se aqui a “estética dos choques” leva à atrofia da experiência histórica, veremos, à luz de Freud, como o ensaísta jamais disti...
Resumo: Da proposta freudiana de Além do Princípio do Prazer (1920), este artigo põe à prova a "teoria do choque" desenvolvida por Walter Benjamin como chave da crítica à modernidade, e cuja problemática visa distinguir Erfahrung e Erlebnis. Primeiramente, veremos como a segunda tópica freudiana nos põe diante daquilo que está subscrito ao aparato psíquico. Numa segunda instância, compreenderemos 1) como, da vivência dos choques, Benjamin encontra em Baudelaire um caminho à lírica da modernidade e 2) como, lendo Freud, a vida nas cidades nos despe da memória das experiências passadas, forçando-nos a estar atentos aos perigos imediatos e, sob o preço de uma irreflexividade, criar modos de defesa capazes de proteger-nos dos múltiplos choques. Veremos como estas vivências afetam as distintas esferas da vida cotidiana à ponto de habitar todos os seus domínios. Todavia, se aqui a "estética dos choques" leva à atrofia da experiência histórica, veremos, à luz de Freud, ...
O artigo trabalha a ideia freudiana de Nachträglichkeit, resgatada recentemente pelo psicanalista francês Jacques André, e a aproxima da visão benjaminiana de história. Tanto a leitura de Freud, feita por André, como a de Walter Benjamin subvertem a linearidade positivista do tempo e destacam o trauma – ou choque – como possibilidade de promover um curto-circuito na lógica temporal que prepondera no discurso oficial da história ou no conteúdo manifesto da vida anímica.
Detalhes da formatação: foram mudadas as numerações das páginas, assim como a exclusão das notas (que são um saco de escanear/ler).
Une capitale n'est pas absolument nécessaire à l'homme.
Projeto Historia Revista Do Programa De Estudos Pos Graduados De Historia E Issn 2176 2767 Issn 0102 4442, 2007
"Paris, meados do século XIX: cidade revolucionária, palco e memória das revoluções de 1789, 1830 e 1848; cidade burguesa, de afirmação de uma nova ordem espacial, de redefinição dos espaços públicos e privados, de expressão da modernidade trazida pelas novas tecnologias – panoramas, estradas de ferro, fotografia; cidade proletária e industrial, na qual as classes sociais se misturavam por meio de um tecido urbano favorável às trocas interpessoais; cidade múltipla, rica de experiências históricas e dotada de uma forte identidade urbana. Entretanto, essa identidade, construída ao longo dos séculos, punha em risco a nova ordem político-econômico-social do Segundo Império (1852-1870),sustentado pela burguesia industrial e financeira. Era urgente e imprescindível “modernizar” Paris, de forma a domesticá-la, evitando que novas insurreições, simbolizadas pelas barricadas, colocassem em risco os ganhos obtidos pelo capital industrial e financeiro. Georges Eugène Haussmann (1809-1891, administrador de Paris2 de 1853 a 1870), perpetuado na história como barão Haussmann, foi chamado, e seu projeto de embelezamento estratégico atendeu, de certa forma, aos anseios de uma alta burguesia interessada em se preservar dos riscos de uma nova Revolução, cujo alvo não seria mais o Antigo Regime, mas a ordem burguesa que o substituíra. Uma nova imagem seria construída para a cidade, a partir de então caracterizada como a “cidade-luz”. Luz proveniente da nova iluminação pública, das amplas vitrines, dos novos tecidos, dos interiores pertencentes aos ricos burgueses, dos grandes teatros, enfim, de uma cidade que se ilumina para o mundo ver a sua modernidade."
"Nem a matéria, nem o espaço, nem o tempo são, desde há vinte anos, o que eles eram desde sempre". É esta frase de Valéry, redigida em 1934, que Walter Benjamin escolhe como epígrafe para seu famoso texto A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica. Todos os escritos tardios de Benjamin são consagrados à descrição dessas mudanças no espaço e no tempo, cuja raiz deve ser situada já no Segundo Império e em particular em Charles Baudelaire como precursor da modernidade.
Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, 2010
As categorias erfahrung (experiência autêntica) e erlebnis (experiência inautêntica) são fundamentais na abordagem da Modernidade realizada por Walter Benjamin, centrada na análise dos modos de perceber e sentir o mundo, que se alteraram a partir de transformações sociais profundas-urbanização, mercantilização, difusão da técnica, tecnologização crescente da palavra. Walter Benjamin analisou, em diversas obras, o fenômeno do declínio da erhfarung (experiência autêntica) num crescendo que pondera os efeitos psicossociais do surgimento da escrita (com a queda da linguagem adâmica, apta à transmissão do ser das coisas), da imprensa, da indústria cultural, da vivência anônima e desenraizada nas grandes cidades. O resultado deste longo processo de instauração da Modernidade foi a entronização de uma percepção fragmentada, descontínua e irrefletidaa erlebnis (experiência inautêntica).
Cadernos Benjaminianos, 2011
Resumo: O pensamento de Walter Benjamin é marcado por pares de opostos, tais como proximidade/distância, concentração/dispersão, singularidade/multiplicação, dinamismo/inércia etc. O presente ensaio procura mostrar que essas polarizações fazem parte de uma dialética fecunda, porém não sintetizante. A "dialética em suspensão" de Benjamin não costura as rupturas existentes na modernidade, mas evidencia suas tendências antagônicas.
Revista Limiar, 2019
Este artigo pretende apresentar pontos de contato entre Walter Benjamin e o Expressionismo. Para isso, buscar estabelecer um trajeto que se inicia pelas “afinidades eletivas” entre Expressionismo e Barroco apontadas em seu estudo do Trauerspiel, passando pelo uso da alegoria presente tanto nas obras barrocas quanto das vanguardas históricas, até chegar ao recurso de imagem do pensamento em Benjamin. Nessa linha, sua alegoria do autômato, – em sentido mais amplo – representa uma imagem da perda da experiência na sociedade industrial. À vista disso, propomos uma aproximação dessa concepção com a tipologia e caracterização de personagens do cinema expressionista.
2015
Trata-se de reconstituir alguns aspectos centrais da figura do ocioso nos escritos de Walter Benjamin, cujos contornos sao delineados a partir de sua interpretacao alegorica do personagem do jogador na poesia de Charles Baudelaire. Tomando como parâmetro suas relacoes com os conceitos de vivencia do choque, automatismo e modernidade, busca-se compreender o lugar ocupado pelo ocioso em meio ao diagnostico critico benjaminiano e como ele e afetado, mesmo num âmbito para alem da fabrica, pela logica infernal capitalista.
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Cadernos Benjaminianos
CADERNOS WALTER BENJAMIN, 2019
CADERNOS WALTER BENJAMIN, 2013
CADERNOS WALTER BENJAMIN, 2012
V. 43, n.2: Comentário - Walter Benjamin, surrealismo e Zen, 2020
Cadernos Walter Benjamin, 2010
Práxis Comunal, 2020
Cadernos Benjaminianos, 2017