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2012, Revista Crioula
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Este artigo se propõe analisar como o contexto cultural e social é refletido na produção literária de Eça de Queirós, elevando-o à categoria de autor engajado, fazendo com que sua obra de arte possa ser localizada num tempo e num estilo específico, ou seja, essa obra, também engajada, passa a ser considerada um texto clássico nos meios acadêmicos.
Portugal-China: 500 Anos, 2014
No tempo de Eça de Queirós, o Oriente estava na moda. E também na ordem do dia, do ponto de vista político, pois que por lá se decidiam questões relevantes de que dependiam poderes imperiais e interesses económicos. Mas nesse mesmo tempo, o Oriente era vastíssimo e incluía muitas terras, muitas gentes e muitas culturas. Do chamado Próximo Oriente ao Japão, dito do Sol Nascente para quem o considerava a partir de um lugar de observação eurocêntrico, iam distâncias consideráveis. Entre a Europa e o Japão estava o Império do Meio (entenda -se: no centro do planeta), ou seja, a China que resistia aos ventos da Revolução Industrial e que só pela força militar usada nas chamadas Guerras do Ópio se foi abrindo ao comércio com o Ocidente. A pouco e pouco, os estrangeiros deixaram de ser, como até então, bárbaros. Arrastam -se estas tensões e os derivados conflitos bélicos por várias décadas, ao longo do século , com consequências que o Eça da segunda metade de Oitocentos conhecia bem, sendo, como era, leitor atento da melhor imprensa de então.
2013
O presente estudo apresenta uma análise das representações do Extremo Oriente nas obras do escritor português Eça de Queirós (1845-1900). Através de um estudo amplo de obras de diversos momentos da carreira do escritor português, procuramos demonstrar que o Extremo Oriente queirosiano estabelece uma representação complexa das relações Ocidente-Oriente, não se limitando às imagens cristalizadas do Oriente na literatura portuguesa, em que se destacam o exotismo e o caráter imaginário. Como principais pilares teóricos, nos apoiamos nas teorias orientalistas, principalmente as de Raymond Schwab (1950) e Edward Said (1978), e da fortuna crítica queirosiana. Realizamos uma análise comparativa de textos ficcionais e não ficcionais do autor que, nomeadamente, compreende os romances O Mistério da Estrada de Sintra (1870), escrito juntamente com Ramalho Ortigão, O Mandarim (1880) e A Correspondência de Fradique Mendes (1900); os textos de imprensa “A Marinha e as Colônias” (1871), “A Pitoresca História da Revolta da Índia” (1871), “A França e o Sião” (1893), “Chineses e Japoneses” (1894), “A Propósito da Doutrina Monroe e do Nativismo” (1896), “França e Sião” (1897); e o relatório consular A Emigração como Força Civilizadora (1979).
Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas, 2016
Este artigo tem por objetivo investigar a relação entre a escrita e classe social na vida de quatro personagens de três livros de Eça de Qeirós: Artur Corvelo, de "A Capital! (começos duma carreira)"; Carlos da Maia e João da Ega, de "Os Maias: episódios da vida romântica"; e Gonçalo Mendes Ramires, de "A ilustre casa de Ramires". Assim, faz-se necessário conhecer o “campo literário” (Bourdieu, 1996) português da segunda metade do século XiX para melhor entender as infuências condicionantes que pesavam sobre o escritor iniciante.
Revista de Estudos Literários, 2016
This study analyzes the presence in Eça de Queirós’s fiction of literary characters created by writers other than Eça. From this point of view, these characters become fiction, frequently entailing, through their presence, metafictional considerations. As such, the very concept of literary characters is the object of attention, through both the narrators in Eça’s texts and also their presence in the fictional discourse of some of Eça’s characters, sometimes explicitly referred to as writers. Furthermore, these borrowed fictional characters bring to Eça’s work possibilities for identification (such as the so-called Bovarism), determined by the circulation of these characters within the cultural imaginary represented in these novels. The same occurs, from a broader perspective, with mythological or Biblical figures, in a variety of iconographic representations. Generally speaking, the aspects analyzed in this study indicate the fictional afterlife of these characters and the function of metalepsis in the construction of fiction, including in this construction the refiguration of fictional characters.
Comunicação apresentada, em setembro de 2012, no âmbito das Jornadas Europeias do Património sob o lema «O Futuro da Memória». Homem de assíduas e longas viagens, EQ visitou dezenas de estações de comboio, observou-lhes o ambiente, as infraestruturas, as condições a bordo dos trens e serviu-se delas para encenar vários episódios da sua obra. Apesar do enquadramento ficcional, as cenas retratadas não têm significado apenas à luz dos enredos que compõem o romance. É possível lê-las também como testemunho do lugar do caminho de ferro na sociedade oitocentista ou, para se ser mais exato, da diferenciação social representada numa estação de comboios. Os contrastes são evidentes: enquanto a elite burguesa seguia confortavelmente em carruagens-salão e compartimentos reservados, apetrechada com numerosa bagagem, mantas, a necessária criadagem, e os animais de estimação, viajando em cestos ao lado dos donos, uma imensa e difusa massa popular compunha o recheio humano da gare ferroviária na segunda metade do século XIX. A começar pelos que não embarcavam. No intuito de representar a sociedade da época, retratar os aspetos dominantes e, sobretudo, denunciar os vícios de indivíduos de uma mesma classe ou instituição social, EQ criou personagens-tipo, todas elas possíveis transeuntes com quem se cruzou ao longo da vida e, em certas ocasiões, em estações de comboio. Importa, pois, referir que o historial e valor que estas personagens assumem ao longo das obras estão à partida inquinados pela experiência pessoal e opinião do escritor. Mas até que ponto o seu comportamento constituirá um testemunho da dinâmica e organização social oitocentista?
RESUMO: Os textos metaficcionais de Eça, das décadas de 80 e 90, sugerem uma mudança no seu posicionamento estético. Seguindo uma tendência já apontada por Antero de Quental para as diversas correntes do pensamento na segunda metade do século XIX, Eça abandona as posições mais ortodoxas do Realismo-Naturalismo e adota uma atitude mais sincrética em suas obras. Neste novo posicionamento, Eça cede espaço, em suas obras, para a imaginação e a fantasia. No entanto, esta não é a mudança mais significativa em relação aos pressupostos do Realismo-Naturalismo. A novidade é que, nas obras desta fase, Eça questiona a posição de supremo árbitro das ações humanas ocupada pela consciência, mostrando que a mesma não é capaz de garantir ao homem o Bem (absoluto) pregado pelo Positivismo.
The objective of this research is to show the legacy of Faust of Goethe in the work of Eça de Queirós,
As questões educacionais se tornaram bastantes relevantes nos debates intelectuais em Portugal, a partir do século XVIII. À época, várias propostas de reforma da educação foram surgindo gradualmente, tais como as apresentadas por António Ribeiro Sanches, Luís António Verney, no século XVIII, e Luís Mousinho de Albuquerque, António Feliciano de Castilho, Almeida Garrett, Alexandre Herculano entre outros, na primeira metade do século XIX. Porém, por mais que a educação em Portugal tivesse se tornado um tema quase que obrigatório nesses círculos intelectuais era ainda uma questão secundária nos meios políticos. Contribuindo com esse debate, Eça de Queirós, ao proferir sua conferência no Casino, em 1871, teve como objetivo discursar a respeito do que chamou de “literatura de sentimento”, dizendo que esse tipo de educação deveria ceder o lugar à “anatomia do caracter”. Essa postura eciana nos leva a compreender o ponto de vista que o cronista assumiria diante da educação vigente em sua época, ou seja, uma prática educacional que se preocupava com a imitação e a leitura pura e simplesmente, por isso deveria ser banida e ceder espaço a uma educação reflexiva que buscasse transformar um todo social.
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Nesse tempo ainda vivia, na sua solidão nas montanhas da Umbria, o divino Francisco de Assis -e já por toda a Itália se louvava a santidade de Frei Genebro, seu amigo e discípulo.
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Revista Letras, 2014
Interdisciplinar - Revista de Estudos em Língua e Literatura
Via Litterae [ISSN 2176-6800] • Anápolis • v. 14 • e1412 • p. 1-24 • 2022 , 2022
Anais Leirienses - Estudos e Documentos, 2020
Diálogos com a literatura portuguesa II, 2023
Tinta, Research Journal of Hispanic and Lusophone Studies, 2003
Forma Breve, 2017
A obra de Eça de Queirós por leitores brasileiros - Ensaios do Grupo Eça, 2015
Revista de Estudos Literários
Entheoria: Cadernos de Letras e Humanas ISSN 2446-6115, 2021
História da Historiografia, 2015