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Entre os Salões dos Mecenas e a Institucionalização da Arte

2010, Revista de História

Abstract

Este artigo discute os motivos que levaram Flávio de Carvalho, Di Cavalcanti, Antônio Gomide e Carlos Prado a criarem, em novembro de 1932, na cidade de São Paulo, o Clube de Artistas Modernos (CAM), uma agremiação cultural favorável à promoção da arte moderna, sem depender da ajuda financeira dos mecenas. Esta associação apareceu entre a fase final dos salões culturais promovidos pela elite e o início da institucionalização do Estado, da consolidação de um mercado para as artes e do incentivo dado à indústria de massa. Estas mudanças foram fundamentais porque determinaram as novas possibilidades de acesso às oportunidades de trabalho para os artistas.

Key takeaways

  • É nesse sentido que se estabeleceu um jogo de interdependência financeira e ideológica entre os mecenas e os artistasprincipalmente pintores e músicos.
  • Dona Olívia, por sua vez, durante os anos vividos em Paris, percorreu acompanhada de Tarsila do Amaral os ateliês de artistas ligados às vanguardas européias, mostrando-se receptiva à produção de artistas estrangeiros ou brasileiros voltados à "nova estética".
  • Outro objetivo do grupo foi o de buscar a adequação de tendências culturais pertinentes ao início da década, isto é, não bastava simplesmente promover a divulgação da arte, tinha que atrair interessados pela arte moderna.
  • Seus freqüentadores tinham à Soviética, onde três figuras masculinas e uma feminina estão representadas com os braços entrelaçados fazendo uma corrente; devido aos seus rostos e roupas é possível percebermos que são operários.
  • Para sobreviver, a publicação dependia, além dos anúncios acima mencionados, da venda de seus exemplares (a 2$000 a unidade ou 10$000 a assinatura semestral 39 ) à Letras, 2003, p. 186. 49 As primeiras vezes que o público paulista tomou contato com a arte expressionista foi em 1913, com a exposição de Lasar Segall e em 1917, com a de Anita Malfatti.