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o percurso pessoal e científico de Estácio da Veiga permite subdividir a sua vida e obras em três fases essenciais e sucess ivas:
2019
Autora: Lidiane Vieira Coleção Clássicos & Contemporâneos - n. 11 Organização: Thiago Mazucato
Dicionário Quem é Quem na Museologia Portuguesa, 2019
Estácio da Veiga consagra o último capítulo do seu IV volume das Antiguidades monumentaes do Algarve ao que designa como a "escrita luso-iberica dos tempos prehistoricos". Ao contrário de outras vertentes do seu trabalho cientí co, esta não constitui um motivo para se recordar a natureza pioneira da sua investigação. E nem sequer consagra a originalidade da sua pesquisa. In uenciado por uma postura profundamente nacionalista de João Bonança, uma personagem de duvidoso mérito no tema, postula, com base numa ousada interpretação de um fragmento cerâmico, uma teoria que afronta a comunidade académica do seu tempo, mas que em breve caiu no esquecimento: contra a origem oriental da escrita, sustenta a maior antiguidade da epigra a hispânica, da qual faz depender todas os restantes sistemas grá cos do antigo Oriente e da Europa. A forma como defende as suas convicções e a forma como alinha argumentos não escaparam à crítica dos seus contemporâneos, pondo em causa a dignidade do seu trabalho de muitos anos, aspectos que suscitam aqui algumas re exões sobre a sua orientação ideológica.
Nos capítulos I e II, apresentamos um panorama do interesse pela poesia tradicional na Europa, das últimas décadas do séc. XVIII a inícios do séc. XIX, destacando o caso britânico, por ser aquele que, através de Almeida Garrett, mais influenciou Portugal. E tentamos indicar o que, nos autores daquele país (nomeadamente no método editorial que escolheram para as suas obras), ajuda a ver a uma luz mais global o caso de Estácio da Veiga e dos seus retoques no “Romanceiro do Algarve”. Nos capítulos III e IV, fornecemos elementos para uma história da recolha e da publicação da literatura oral portuguesa, dos inícios do séc. XIX até 1870, data da saída do “Romanceiro do Algarve”. Com esse panorama (sobretudo o relativo ao romanceiro, aquele que pudemos traçar com menos falhas, graças aos trabalhos dos que nos precederam) visamos situar a obra de Veiga no seu verdadeiro contexto, de modo a avaliar o que nela se liga à tradição editorial portuguesa (sobretudo garrettiana) e, ao mesmo tempo, as características arcaizantes que apresenta, ao sair (por motivos alheios ao seu editor), 10 anos depois de concluída, quando as iniciativas de Teófilo Braga já tinham marcado uma nova época no estudo da nossa poesia oral. O capítulo V é dedicado à colecção de Estácio da Veiga, suas motivações (que, em boa parte, condicionam desde logo as características da obra publicada, sobretudo através do método editorial), datas e lugares em que foi levada a cabo, e inventário dos textos nela existentes, distinguindo os romances de que nos manuscritos há versões tradicionais daqueles que, pelo contrário, se vê terem sido inventados por Veiga. No capítulo VI estudamos dois romances que, ao não existirem versões fidedignas suas no espólio, poderia pensar-se serem falsos, produto da invenção de Estácio da Veiga, mas que o não são. Analisamos também os principais aspectos do método editorial adoptado por Veiga, tal como se pode observar nestes textos. Aos romances falsos (mais especificamente a três que Veiga traduziu do espanhol) dedicamos o capítulo VII, mostrando o modo como o autor procedeu, a fim de disfarçar a origem livresca desses textos. Dedicamos em seguida um capítulo (o VIII) à balada romântica e suas relações como “Romanceiro do Algarve”. A balada é um género mal conhecido, mas de grande peso na literatura escrita do nosso século XIX, que, pelas suas relações (bastante ambíguas) com a literatura oral, nos parece contribuir para perspectivar melhor a espinhosa questão dos romances falsos, escritos por Veiga mas por ele atribuídos à tradição. Analisamos aqui também dois dos romances falsos cuja temática mais claramente revela a influência da balada romântica. No capítulo IX (e último), começamos por resumir uma polémica jornalística em que Veiga se viu envolvido, a qual mostra como, na época, os leitores exigiam um método editorial fortemente interventivo, a que o editor não teria podido fugir, mesmo que quisesse (e a verdade é que não queria). Falamos, depois, da dupla realidade que coexiste no “Romanceiro do Algarve” —os textos tradicionais (ainda que muito retocados) e os textos falsos, inventados por Veiga—, e mostramos que essa convivência foi escolhida pelo editor desde os primeiros artigos que publicou, podendo resultar, pelo menos em parte, das suas limitações culturais. Por fim, apontamos os caminhos que nos parece de seguir na exploração futura do espólio romancístico de Estácio da Veiga: por um lado, a publicação dos manuscritos originais (ou das cópias mais antigas, quando aqueles faltam) e, por outro, o estudo do método editorial do autor, para o que o espólio fornece condições muito boas. Tal estudo ganhará muito se tiver em atenção o que se sabe já sobre o método editorial adoptado em colecções de baladas de outros países europeus, e, por seu lado, poderá contribuir para um melhor conhecimento do método editorial de outras colecções, inclusive estrangeiras, sobretudo daquelas de cuja formação se tenham conservado menos manuscritos do que no caso algarvio. A tese conclui-se com cinco apêndices, de que nos permitimos destacar os nºs 2 e 3, onde apresentamos os dois corpora (com a indicação bibliográfica de numerosas baladas românticas portuguesas e também de baladas traduzidas) em que se baseia o capítulo VIII. Pensamos que o primeiro destes corpora apresenta material de importância também para o estudo da literatura portuguesa (escrita) do Romantismo. Palavras-chave: _Romanceiro do Algarve_ (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Romanceiro tradicional; Literatura oral portuguesa; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; História das recolhas da tradição oral portuguesa (1821-1870); J. G. Herder (1744-1803): suas teorias sobre a literatura oral; Thomas Percy (1729-1811): seu método editorial das baladas tradicionais; Walter Scott (1771-1832): seu método editorial das baladas tradicionais; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais; Método editorial dos textos poéticos orais; Bibliografia ativa de Estácio da Veiga (1828-1891); O romanceiro artístico e os versos de redondilha em Portugal (1716-1823); O romanceiro espanhol (1768-1828); Baladas da tradição oral inglesa; Poesia romântica portuguesa; A balada no Romantismo português
É, sem dúvida, a Estácio da Veiga que se terá de atribuir o pioneirismo da investigação arqueológica no concelho de Silves, resultado da conjugação de uma enorme vontade pessoal de reconstituição histórica do passado da região do Algarve, com a incumbência do governo, de produzir a Carta Arqueológica do Algarve e redigir uma obra em 5 ou 6 volumes, intitulada Antiguidades Monumentaes do Algarve. Neste âmbito, foram descobertas moedas com a inscrição CILPES, em local que se associa ao Cerro da Rocha Branca (c. de 2Km a Oeste da actual cidade). Pouco mais de 100 anos depois, tiveram lugar trabalhos arqueológicos, que identi caram a ocupação sistemática do local desde a 1ª Idade do Ferro, o que permitiu sustentar a ideia de que aquele teria sido o primeiro assentamento humano com características de urbanidade, neste espaço geográco restrito. Embora não reúna total consenso no seio da comunidade arqueológica, tem-se vindo a defender, que dali se terão transferido populações no nal da antiguidade tardia, que teriam fundado a Xilb islâmica, no local onde permanece a actual cidade de Silves. Mas, também ao arqueólogo algarvio, se deve a identicação de uma enorme quantidade de sítios arqueológicos, que permitiram, desde cedo, ter uma visão alargada do que teria sido a ocupação humana desta região ao longo dos tempos. O presente estudo faz um levantamento dos vestígios arqueológicos colocados em evidência por Estácio da Veiga e traça a evolução da investigação arqueológica no território de Silves nestes últimos 130 anos. Abstract The title of pioneer of archaeological investigation in the Silves region has to be handed to Estácio da Veiga, as a result of the combination between his personal will to make an historical reconstitution of the past of the Algarve and a government’s commission to make the archaeological map of the Algarve and write a 5 or 6 volume work called Antiguidades Monumentaes do Algarve. In this context, coins with the inscription CILPES were found in a place associated with Cerro da Rocha Branca (about de 2Km West of today’s town). A little over 100 years after, archaeological works were undertaken and have identied the systematic occupation of that site since the Iron Age, sustaining the idea of it being the rst human settlement with urban characteristics in this restricted geographical space. Although not with total consensus among the scientic community, it has been defended that the population has migrated from there in the end of the late antiquity, founding the islamic Xilb at the city’s present location. This Algarve’s archaeologist is also responsible for the discovery of a huge quantity of archaeological sites that allowed for a broad vision of what might have been the human occupation of the region through times from an early stage. The present study makes an inventory of the archaeological ndings of Estácio da Veiga and describes the evolution of the archaeological investigation in the Silves region for the last 130 years.
XELB n.º 7, 2006
O presente trabalho pretende contribuir para a divulgação dos sítios arqueológicos identificados por Estácio da Veiga na área do Concelho de Faro, os quais foram alvo de relocalização no âmbito da realização da Carta Arqueológica. No decurso desse trabalho, verificou-se que as referências existentes na obra de Estácio da Veiga são hoje insuficientes para localizar com precisão os sítios arqueológicos e que a agricultura e a expansão urbana da cidade de Faro em muito contribuíram para a destruição da maioria dos vestígios. Não obstante, a impossibilidade de identificar os sítios referidos por aquele autor, vem exaltar a importância da sua obra, como documento preponderante para o registo e salvaguarda de vestígios históricos.
The life, personal and scientific life of Sebastião Philippes Martins Estácio da Veiga, whose 190 years of his birth are celebrated in 2018, is summarily presented. He was born in the Algarve and was commissioned in 1877 by the Portuguese Government to prepare the Carta Arqueológica do Algarve. Of the fieldwork he conducted with remarkable dedication and commitment throughout the then-designated Algarve Province, resulted in the publication of the most brilliant work of Archeology to date produced in Portugal: the Antiguidades Monumentais do Algarve.
Neste estudo, começaremos por tentar integrar Estácio da Veiga e o seu interesse pelo romanceiro na família de autores que o precederam. Tal integração permitirá, entre outras coisas, perspectivar melhor as pesadas alterações que ele introduziu nos textos do "Romanceiro do Algarve". Depois duma panorâmica da colecção manuscrita de Veiga, daremos a conhecer o texto original dum dos romances que publicou, o qual estudaremos, de modo a tentar resolver as interrogações que ele põe. Elaboraremos, em seguida, o aparato genético, dando conta dos sete testemunhos que daquele texto (cada vez mais alterado) existem, desde o original da recolha até ao publicado em 1870. Por fim, analisaremos esse aparato, tentando compreender o método que presidiu às modificações introduzidas por Estácio da Veiga. Palavras-chave: "Romanceiro do Algarve" (1870); Estácio da Veiga (1828-1891); Literatura oral portuguesa; Romanceiro tradicional; Algarve; Recolhas da tradição oral portuguesa; Estácio da Veiga (1828-1891): seu método editorial dos romances tradicionais
2001
Este capítulo de livro trata da vida e da obra de Isaac Cardoso (Fernando Cardoso, antes da adesão pública ao Judaísmo, em Madrid, por volta de 1641), nascido por volta de 1603 em Celorico da Beira ou em Trancoso, médico famoso na Corte de Filipe IV, etc., e procura clarificar alguns aspectos cronológicos menos claros da vida deste «converso» bem como apresentar o seu projecto de «Philosophia Libera» (obra principal em 7 livros), i.e., de uma Filosofia Livre. Isaac Cardoso é uma das vozes notáveis do cripto-judaísmo / marranismo peninsular, que só na Itália (Verona e Veneza) pôde finalmente encontrar alguma paz para exercer aquilo em que era Mestre: a Medicina
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Revista de Ensino em Artes, Moda e Design , 2025
Permuta Inter-Associados da SPN, 2024
“Uma cidade que fala. Vozes urbanas nas Silvas de Estácio”, in Mª C. Pimentel, J. L. Brandão, P. Fedeli (edd.), O poeta e a cidade no mundo romano, Coimbra, 2013, 163-174
Cidade Criativa: Castelo de Vide, Miguel Santiago, A.Nuno Martins e Orlando Carvalho (editores). Universidade da Beira Interior: Covilhã . 978-989-654-949-7, 2023
Academia de Marinha MEMÓRIAS 2018 VOLUME XLVIII
Literatura em Debate, 2015
Takahashi, Beatriz, 2019
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Cadernos de Ética e Filosofia Política, 2016
Vultos Tavirenses Dignos de Memória. Homenagem a Arnaldo Casimiro Anica, David Sequeira, Ofir Renato Chagas e Luís Melo e Horta, 2021
Xelb 7: 229-238
Revista do Centro de Estudos Portugueses, 2018