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EQUIDADE NA SAÚDE: DESAFIOS DO PRESENTE E DO FUTURO PRÓXIMO

2022, REDIR

Abstract

A dificuldade de distribuição justa de recursos de saúde acompanha diversos modelos sanitários desde a sua criação e não é diferente com o Sistema Único de Saúde (SUS). O sistema de saúde brasileiro tem por fundamento constitucional o acesso universal, integral e igualitário que, se corretamente contextualizados, são capazes de garantir equidade do direito à saúde. A equidade, aqui proposta, é aquela que se aproxima dos ideais de justiça social e que possibilita também pensar a saúde como um direito de cidadania. A crise atual do sistema brasileiro (e talvez sua maior inequidade) evidencia-se pelo seu alto custo e seu baixo impacto social e deve se agravar nos anos pós-pandêmicos, justamente porque se deixou de pensar nas determinantes de saúde. Por isso, a partir de pesquisa bibliográfica e normativa, o presente artigo investiga como a equidade permite realizar uma justiça distributiva que realmente opere sobre as determinantes de saúde, abandonando-se a gestão morbocêntrica hoje estabelecida e aproximando-se do real possível.

Key takeaways

  • Por isso, não basta declarar um direito à saúde, é preciso organizar o Estado para realizá-lo, pois "é apenas a partir da determinação concreta do direito que se pode construir a sua garantia, determinando responsabilidade" (DALLARI, 1988, p. 60).
  • Esquecem-se, os críticos do sistema que o direito à saúde é apenas um dos aspectos da integralidade e não seu correspondente único.
  • Pode-se, então, afirmar que a equidade é fator essencial para a promoção da justiça social, especialmente em países como o Brasil em que as desigualdades socioeconômicas são evidenciadas e, por isso, frise-se mais uma vez, o direito à saúde não pode estar apenas informado pela medicina curativa.
  • A judicialização da saúde não é um mal 18 que deve ser combatido, mas deve ser melhor qualificada para também se transformar em instrumento de equidade.
  • Humanizar as ações de saúde é proteger a dignidade humana, considerando-se o indivíduo não apenas como um fim em si mesmo, mas também em razão do meio em que está inserido.