Academia.edu no longer supports Internet Explorer.
To browse Academia.edu and the wider internet faster and more securely, please take a few seconds to upgrade your browser.
2013, Educacao Online
…
16 pages
1 file
Resumo A atualidade de Paulo Freire pode ser avaliada a partir de diferentes indicadores, entre eles, o das instituições, no Brasil e no mundo, dos grupos e movimentos que promovem pesquisas, ações e projetos, nos campos da educação e desenvolvimento humano em geral. No Rio Grande do Sul, a XV sessão anual do Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire, realizada em 2013, teve mais de duzentos trabalhos apresentados. O VIII Colóquio Internacional do Centro Paulo Freire de Estudos e Pesquisas, de Recife, teve participação ainda mais ampla. O Instituto Paulo Freire de São Paulo, é outro exemplo da atualidade do autor. Pedagogia do oprimido, tem hoje 50 edições e está traduzido em mais de 20 línguas, Educação como prática da liberdade está na 34ª edição e Pedagogia da autonomia, na 43ª. Pedagogia do oprimido é mais que um livro, um projeto a serviço de um mundo mais solidário, e foi recriado de muitas maneiras, no mundo inteiro, nos campos da educação, da ética, da ecologia, da saúde, da cultura e da política.
RESUMO O artigo tem o objetivo de apresentar a proposta de formação permanente de Paulo Freire como um paradigma contra-hegemônico, capaz de reagir criticamente aos modelos dominantes de formação. O texto expõe um panorama das críticas que vêm sendo feitas às políticas e práticas de formação de educadores e às racionalidades subjacentes às propostas que disputam projetos nesse campo de estudos e pesquisas. Na sequência, o paradigma de formação permanente de Paulo Freire, posto em ação na Secretaria de Educação do município de São Paulo (1989-1992), é discutido como uma possibilidade para construir, coletivamente, novas formas de agir e pensar na formação docente, em uma perspectiva crítico-transformadora. Por fim, são apontados resultados da pesquisa "Paulo Freire na atualidade: legado e reinvenção", que busca evidenciar a materialidade e a reinvenção do pensa-mento de Freire, em diferentes contextos educativos da realidade brasileira, no eixo da formação docente. A pesquisa tem sua origem na Cátedra Paulo Freire da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e vem se desenvolvendo em uma rede que congrega 28 pesquisadores vinculados a 14 Programas de Pós-Graduação em Educação, em 10 estados. Palavras-chave: Paulo Freire; formação de educadores; formação perma-nente; Cátedra Paulo Freire da PUC-SP.
Kiri-Kerê - Pesquisa em Ensino
A Pandemia de Covid-19 tem nos exigido mudanças de hábitos para atender a medidas sanitárias. Essa situação tem gerado posições divergentes na sociedade entre quem se dispõe a cumprir as diretrizes e entre quem reivindica liberdade para agir como bem entender. Discussões sobre liberdade passam a ser comumente vistas em postagens de redes sociais e em manifestações de rua. Mas de que tipo de liberdade essas pessoas estão falando? E o que essa liberdade tão falada hoje tem a ver com a liberdade que discutimos constantemente com as/os estudantes na práxis diária, de base freireana? Esse texto, então, parte de um assombro: como a palavra liberdade pode ser empregada para embasar posturas completamente opostas? Discutiremos o tema da liberdade, em Paulo Freire, em diálogo com uma experiência concreta de ensino-aprendizagem, com estudantes de Licenciatura em Teatro, do IFCE. Na disciplina Metodologia do Ensino em Teatro, a turma organizou e realizou uma ação de extensão universitária, com...
Quando muita gente faz discursos pragmáticos e defende nossa adaptação aos fatos, acusando sonho e utopia não apenas de inúteis, mas também de inoportunos enquanto elementos que fazem necessariamente parte de toda prática educativa desocultadora das mentiras dominantes, pode parecer estranho que eu escreva um livro chamado Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Para mim, pelo contrário, a prática educativa de opção progressista jamais deixará de ser uma aventura desveladora, uma experiência de desocultação da verdade. É porque sempre pensei assim que, às vezes, se discute se sou ou não um educador. Foi isto que, recentemente, ocorreu em um encontro realizado na UNESCO, em Paris, me disse um dos que dele participaram, em que representantes latino-americanos negavam a mim a condição de educador. Não a eles, é óbvio. Criticavam em mim o que lhes parecia minha politização exagerada. Não percebiam, porém, que, ao negarem a mim a condição de educador, por ser demasiado político, eram tão políticos quanto eu. Certamente, contudo, numa posição contrária à minha. Neutros é que nem eram nem poderiam ser. Por outro lado, deve haver um sem-número de pessoas pensando como um professor universitário antigo meu que me indagou, espantado: "Mas como, Paulo, uma Pedagogia da esperança no bojo de uma tal sem-vergonhice como a que nos asfixia hoje, no Brasil?" É que a "democratização" da sem vergonhice que vem tomando conta do país, o desrespeito à coisa pública, a impunidade se aprofundaram e se generalizaram tanto que a nação começou a se pôr de pé, a protestar. Os jovens e os adolescentes também, vêm às ruas, criticam, exigem seriedade e transparência. O povo grita contra os testemunhos de desfaçatez, As praças públicas de novo se enchem. Há uma esperança, não importa que nem sempre audaz, nas esquinas das ruas, no corpo de cada uma e de cada um de nós. E como se a maioria da nação fosse tomada por incontida necessidade de vomitar em face de tamanha desvergonha. Por outro lado, sem sequer poder negar a desesperança como algo concreto e sem desconhecer as razões históricas, econômicas e sociais que a explicam, não entendo a existência humana e a necessária luta para fazê-la melhor, sem esperança e sem sonho. A esperança é necessidade ontológica; a desesperança, esperança que, perdendo o endereço, se torna distorção da necessidade ontológica. Como programa, a desesperança nos imobiliza e nos faz sucumbir no fatalismo onde não é possível juntar as forças indispensáveis ao embate recriador do mundo. Não sou esperançoso por pura teimosia mas por imperativo existencial e histórico. Não quero dizer, porém, que, porque esperançoso, atribuo à minha esperança o poder de transformar a realidade e, assim convencido, parto para o embate sem levar em consideração os dados concretos, materiais, afirmando que minha esperança basta. Minha esperança é necessária mas não é suficiente. Ela, só, não ganha a luta, mas sem ela a luta fraqueja e titubeia. Precisamos da herança crítica, como o peixe necessita da água despoluída. Pensar que a esperança sozinha transforma o mundo e atuar movido por tal ingenuidade é um modo excelente de tombar na desesperança, no pessimismo, no fatalismo. Mas, prescindir da esperança na luta para melhorar o mundo, como se a luta se pudesse reduzir a atos calculados apenas, à pura cientificidade, é frívola ilusão. Prescindir da esperança que se funda também na verdade como na qualidade ética da luta é negar a ela um dos seus suportes fundamentais. O essencial como digo mais adiante no corpo desta Pedagogia da esperança, é que ela, enquanto necessidade ontológica, precisa de ancorar-se na prática. Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para tornar-se concretude histórica, É por isso que não há esperança na pura espera, nem tampouco se alcança o que se espera na espera pura, que vira, assim, espera vã. Sem um mínimo de esperança não podemos sequer começar o embate mas, sem o em ate, a esperança, como necessidade ontológica, se desarvora, se desenderereça e se torna desesperança que, as vezes, se alonga em trágico desespero.Daí a precisão de uma certa importância em nossa existência, individual e social, que não devemos experimentá-la de forma errada, deixando que ela resvale para a desesperança e o desespero. Desesperança e desespero, conseqüência e razão de ser da inação ou do imobilismo. Nas situações-limites, mais além das quais se acha o "inédito viável"¹, às vezes perceptível, às vezes, não, se encontram razões de ser para ambas as posições: a esperançosa e a desesperançosa. Uma das tarefas do educador ou educadora progressista, através da análise política, séria e correta, é desvelar as possibilidades, não importam os obstáculos, para a esperança, sem a qual pouco podemos fazer porque dificilmente lutamos e quando lutamos, enquanto desesperançados ou desesperados, a nossa é uma luta suicida, é um corpo-a-corpo puramente vingativo. O que há, porém, de castigo, de pena, de correção, de punição na luta que fazemos movidos pela esperança, pelo fundamento ético-histórico de seu acerto, faz parte da natureza pedagógica do processo político de que a luta é expressão. Não será equitativo que as injustiças, os abusos, as extorsões, os ganhos ilícitos, os tráficos de influência, o uso do cargo para a satisfação de interesses pessoais, que nada disso, por causa de que, com justa ira, lutamos agora no Brasil, não seja corrigido, como não será carreto que todas e todos os que forem julgados culpados não sejam severamente, mas dentro da lei, punidos. Não basta para nós, nem é argumento válido, reconhecer que nada disso é "privilégio" do Terceiro Mundo, como às vezes se insinua. O Primeiro Mundo foi sempre exemplar em escândalos de toda espécie, sempre foi modelo de malvadez, de exploração, Pense-se apenas no colonialismo, nos massacres dos povos invadidos, subjugados, colonizados; nas guerras deste século, na discriminação racial, vergonhosa e aviltante, na rapinagem por ele perpetrada. Não, não temos o privilégio da desonestidade, mas já não podemos compactuar com os escândalos que nos ferem no mais profundo de nós. Que cinismo-entre dezenas de outros-o de certos políticos que, pretendendo esconder a seus eleitores-que têm absoluto direito de saber o que fazem no Congresso e por que fazem-, defendem, com ares puritanos, em nome da democracia, o direito de esconder-se no "voto secreto" durante a votação do impedimento do presidente da República. Por que se esconder, se não há risco, o mais mínimo, de terem sua integridade física ofendida? Por que se esconder se proclamam a "pureza", a "honradez", a "inatacabilidade" de seu presidente? Pois que assumam, com dignidade, a sua opção. Que explicitem sua defesa do indefensável. A Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido é um livro assim, escrito com raiva, com amor, sem o que não há esperança. Uma defesa da tolerância, que não se confunde com a conivência, da radicalidade; uma crítica ao sectarismo, una compreensão da pós-modernidade progressista e uma recusa à conservadora, neoliberal. Num primeiro momento, procuro analisar ou falar de tramas da infância, da mocidade, dos começos da maturidade em que a Pedagogia do oprimido com que me reencontro neste livro era anunciada e foi tomando forma, primeiro, na oralidade, depois, graficamente. Algumas dessas tramas terminaram por me trazer ao exílio a que chego com o corpo molhado de história de marcas culturais, de lembranças, de sentimentos, de dúvidas, de sonhos rasgados mas não desfeitos, de saudades de meu mundo, de meu céu, águas mornas do Atlântico, da "língua errada do povo, língua certa do povo". * Cheguei ao exílio e à memória que trazia no meu corpo antas tramas juntei a marca de novos fatos, novos saberes constituindo-se então em novas tramas. A Pedagogia do oprimido emerge de tudo isso e falo dela, de como aprendi ao escrevê-la e até de como, ao primeiro falar dela, fui aprendendo a escrevê-la.
O artigo apresenta os resultados preliminares de estudo do Grupo de Pesquisa sobre o Sistema de de Espaços Livres de Criciúma e região abordando a caracterização e a qualificação do Sistema de Espaços Livres (SEL), na Região da Grande Santa Luzia, no município de Criciúma. A área de estudo denominada pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC) como “Território Paulo Freire”, atualmente conta com 12 projetos interdepartamentais, de caráter participativo.
Revista Cientifica E Curriculum Issn 1809 3876, 2006
com afinco, Como se deu esse processo? Licínio Lima-Eu me considero um eterno estudante da obra de Paulo Freire. Não me considero realmente um especialista. O Brasil tem grandes especialistas na obra de Freire e fora do Brasil também existem. Eu sou um estudante, um estudante universitário digamos assim; e o estudante universitário estuda lendo as obras dos autores e escrevendo sobre elas. Aliás, Paulo Freire tem um texto sobre o que é estudar, muito interessante, em que articula estudar e escrever. Como ler os autores, como estabelecer um confronto, um enfrentamento, como ele diz, entre o leitor, o autor e os textos; portanto, desse ponto de vista, eu faço isso recorrentemente. Logo no primeiro ano da universidade, estudei a Pedagogia do Oprimido. Estávamos em 1976, num período pósrevolucionário. A revolução democrática, a Revolução dos Cravos de 1974, tinha ocorrido há pouco tempo, e portanto foi um momento interessante para ler essa obra maior, que é a Pedagogia do Oprimido. Li também, nessa altura, alguns trechos da Educação como Prática da Liberdade. Freire foi um autor que sempre me interessou muito, até porque, quando era jovem, trabalhei na área de educação de adultos. A partir de 1979, com vinte e poucos anos, estive muito envolvido em
2021
O pensamento pedagogico de Paulo Freire, revelando ser a educacao dialogica uma questao essencial para uma maior leitura critica da realidade, continua inspirando pedagogos/as, filosofos/as e sociologos/as da educacao de diferentes contextos, como forma de responder aos questionamentos e desafios das realidades emergentes, nas dimensoes educativa, politica e social da praxis pedagogica. A atualizacao do seu pensamento inspira este artigo guiado pelo seguinte questionamento: Como, em um mundo multicultural, se revelam, de forma atualizada as ideias de Freire, tendo como arcabouco pedagogico e politico o dialogo? A partir de fontes documental-bibliograficas, utilizando uma abordagem descritiva, o estudo realizou uma reflexao teorica sobre a reinterpretacao do pensamento educativo de um dos pensadores mais citados em diferentes fontes de referencia, no mundo na area das ciencias humanas, no pais e no exterior. No Brasil, as teorias baseadas no dialogo e na participacao, oriundas de Pau...
Revista de Educação Popular, 2021
O artigo analisa o sentido emancipatório em Paulo Freire. Articula esse sentido à dimensão humanista revolucionária que o autor atribuiu à educação para a liberdade. Desenvolve a seguinte questão: qual o sentido emancipatório da utopia freiriana? Destaca que a utopia freiriana configura-se na superação da sociabilidade capitalista ao abordar a educação como dimensão da práxis humana que se desenvolve no processo histórico. Realizou-se uma revisão bibliográfica, analisando o humanismo revolucionário de Paulo Freire, especialmente em Educação como Prática da Liberdade e em Pedagogia do Oprimido. Sistematizou-se, também, o diálogo freiriano com autores que abordam a formação social brasileira e a tradição marxiana do estudo da filosofia da práxis para estabelecer as relações entre educação para a liberdade e a emancipação humana. A teoria crítica de educação indica que a utopia freiriana se pautou em um sentido integral e ilimitado da liberdade. A relação entre uma educação para a libe...
Conscientização e alfabetização: uma nova visão do processo. In: FÁVERO, Osmar (org.). Cultura popular, educação popular: memória dos anos 60. Rio de Janeiro: Grasi, 1983. p. 99-126. Publicado originalmente na Revista de Cultura da Universidade do Recife, n. 4, abr./jun. 1963. A cada ano o Carnaval eclético e multicultural de Pernambuco nos traz imagens de um colorido marcante. Entre elas, os bonecos gigantes, com suas imensas cabeças e altíssimos corpos, destacando-se em meio às multidões de foliões em festa. Alguns dos mais interessantes são míticos, como por exemplo o Homem da Meia Noite e sua acompanhante, a Mulher do Meio-Dia e o filho hipotético do casal, o Menino da Tarde; míticos tanto em sua incorporação à cultura carnavalesca pernambucana, como em sua origem, marcada por narrativas da cultura popular. Há outros, porém, que são icônicos e representam personagens reais, famosos ou celebridades. Um deles nos chama a atenção, por sua longa barba branca, cabeça calva e óculos de armações grossas. Este conjunto de traços, uma autêntica marca de identidade visual, não deixa lugar a dúvidas: trata-se de Paulo Freire, em meio a outros grandes cientistas em suas versões agigantadas, numa curiosa e divertida iniciativa que mescla divulgação científica e Carnaval 1 .
Loading Preview
Sorry, preview is currently unavailable. You can download the paper by clicking the button above.
Praxis Educativa, 2022
100 voces (y una carta) para Paulo Freire
Boletim Gepep, 2013
e-Mosaicos, 2017
Revista Lusofona De Educacao, 2005
Revista Nova Paideia - Revista Interdisciplinar em Educação e Pesquisa, 2022
Revista e-curriculum, 2023
Livro Paulo Freire, 2021
Revista de Educação Popular, 2021
EccoS – Revista Científica