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2010, V!RUS
O artigo apresenta uma abordagem alternativa à possibilidade de planejar coexistência na cidade. Propõe-se que, antes de conceber e projetar espaços de coexistência é necessário compreender as condições urbanas para promover o reconhecimento das diferenças, no espaço concreto, entre indivíduos, grupos e classes. Desenvolve-se uma abordagem capaz de identificar padrões distintos de apropriação do espaço profundamente relacionados à formação de redes sociais: a espacialização de práticas e movimentos corporais, as quais constituiriam padrões de encontro e possibilidades controladas de comunicação – fatores que estão no cerne da emergência de redes sociais. Este artigo aborda os processos de segregação dinâmica na cidade, desvelando o papel do espaço na convergência ou divergência das experiências urbanas de indivíduos, grupos ou classes.
A Cidade e as Redes Gustavo Cardoso O título pode fazer lembrar o de " A cidade e as serras " mas a parecença termina aí. O que o título deste ensaio nos procura fazer lembrar é que, desde tempos imemoriais, as cidades e as redes estão intimamente ligadas. Mas que redes são essas? Para começar a responder, poderiamos primeiro relembrar Manuel Castells que, num texto introdutório a uma obra sobre arqueologia e antigas civilizações, dizia " as minhas redes, são diferentes das vossas! ". As redes que desde sempre acompanharam as cidades são as redes viárias, as redes de saneamento, as redes de abastecimento de água e, mais tarde, as redes electricas e de comunicações. Todas essas redes deram corpo e alma às nossas cidades ao longo dos séculos, foram elas que permitiram desenvolver o espaço urbano enquanto um espaço de comunicação. Mas, como relembra Castells, as redes que deram corpo às cidades não são as mesmas que as " redes " que são o " kernel " organizativo das sociedades informacionais, essas novas redes são aquelas que fazem das nossas sociedades sociedades em rede, sociedades de comunicação em rede. As cidades sempre foram objecto de interesse para o sociólogo e, em particular, para aqueles que têm como objecto de estudo as sociabilidades e a comunicação. Por exemplo, Georg Simmel aborda a cidade no seu texto " Metropolis and Mental Life " , datado de 1903, onde sugeria que " os problemas mais profundos da vida moderna derivam da tentativa do indivíduo em manter a sua independência e individualidade da sua existência contra os poderes soberanos da sociedade, contra o peso da herança histórica, da cultura externa e da técnica da vida ". A cidade, a metrópole, surgia assim também como um espaço de afirmação da individualidade, da autonomia do sujeito. A cidade, sempre foi, sempre será um espaço de libertação e espaço de normalização, pertencer à multidão e ser simulataneamente único, aliás é Simmel que o relembra no mesmo texto quando sugere que a vida na cidade é também caracterizada " pela resistência do indivíduo a ser nivelado, engolido pelos mecanismos sócio-tecnológicos. Essa luta pela autonomia, em projectos individuais ou colectivos no quadro da cidade é também fruto da comunicação. É a comunicação que na cidade aproxima e distancia individuos, é a comunicação de massas que molda as opções institucionais (que tipo de família se pode aspirar a formar; que tipo de partidos se pode escolher votar, etc.) e é, por sua vez, a comunicação em rede, a comunicação das sociedades informacionais onde habitamos, que surge como promotora de novas dimensões de institucionalização, pois na rede pode-se criar e dar voz a novos projectos, quer de vida, quer de política.
2000
Foram tantas as pessoas que me auxiliaram na elaboração e desenvolvimento na tese que deu origem a esse livro, que é quase imposível não cometer injustiças. Fica aqui o meu agradecimento geral àqueles não incluídos explicitamente por falta de espaço. Tentando obedecer à cronologia, em primeiro lugar agradeço aos que me incentivaram a entrar para o doutorado e aos que me acolheram na Unicamp, em especial aos professores Philip Gunn da FAU/USP e SebastiãoVelasco e Cruz do IFCH/Unicamp. Aos amigos e colegas Edmilson Lopes e Haroldo Torres, com os quais mantive um grupo de estudos muito fértil e agradável, assim como a Marta Arretche, minha principal interlocutora na área da ciência política. Aos três, agradeço as inúmeras oportunidades de discutir uma grande variedade de assuntos, de grande e nenhuma importância, pois o diletantismo das idéias é sem dúvida um pressuposto da boa atividade intelectual. A inúmeros colegas da ENSP, agradeço o apoio durante minha passagem pela instituição, destacando todo o apoio que recebi de Alberto Najar, amigo e companheiro fraterno de discussões e batalhas. Sua ajuda neste livro e sua influência intelectual sobre mim são enormes, e acho que maiores do que ele imagina. Agradeço do coração a todos que viabilizaram minha estada na Columbia University, sem o que este livro seria outra. O rumo da pesquisa foi alterado por influência de professores como Mustafa Emirbayer, Charles Tilly e, especialmente, Ira Katznelson, que me acolheu generosamente e me acompanhou com rigor e competência. Fica também um especial agradecimento a Ann Mische, amiga querida, que me ajudou em inúmeros momentos. Impossível não registrar o mais carinhoso agradecimento aos que me acolheram em Nova Iorque, especialmente a Pedro Camargo, que me recebeu fraterna e calorosamente. Sem sua ajuda, embora indireta, este livro talvez tivesse tomado outros rumos. Na realização da pesquisa, agradeço às inúmeras pessoas que se envolveram com a coleta e o processamento dos dados, assim como com o tratamento do texto: Carolina Moretti, Lizete Rubano, Mônica Magalhães, Júlio, Márcio e Clara Cescato. Agradeço também a Fátima Pina pela ajuda com as bases cartográficas, assim como a Cristina Fonseca por me ajudar nas entrevistas (mais do que ela imagina). IV A Pedro, que ajudou muito com as ilustrações.
Presença social na cibersociedade, 2022
Este livro, nos seus dez capítulos, aborda temas ligados a Presença Social na sociedade contemporânea, marcada pelas Tecnologias de Comunicação e Informação, em especial os smartphones e os laptops ligados às nuvens de dados, criadores da condição da virtualidade. O tema CIBERSOCIEDADE corresponde ao viés de análise, aqui utilizado, que busca conservar a referência teórica estabelecida por Norbert Wiener e o seu grupo em meados do século passado. Assim, a reflexão que o livro propõe está na análise desse cenário tecnológico que altera a cultura e abre questões quanto ao potencial da efetiva substituição da presença física pela virtual dos indivíduos nas relações sociais.
Internet apresenta-se na sociedade contemporânea como um verdadeiro canal de informação, permitindo, entre outras tantas tecnologias, a ascensão e consolidação das redes sociais e de práticas de comunicação virtual. Neste contexto, tais meios de interação são importantes para troca e compartilhamento de dados e informações, divulgação de marcas, campanhas, eventos e estabelecimentos comerciais e de entretenimento, serviços, discussões sobre questões públicas e políticas, manifestações, formação de grupos, entre outras utilizações mais que diversificadas. É neste mesmo espírito de liberdade e diversidade inerente à Internet e às redes sociais digitais (RSD) que este trabalho busca estudar e analisar de que forma a cultura das interações em RSD interferem no espaço urbano, promovendo novos usos e apropriações, novas dinâmicas e comportamentos para com os espaços e, em alguns casos, o próprio direito à cidade, pois as RSD passam a formar um elemento cada vez mais importante da cultura contemporânea, que por sua vez é cada vez mais (ou quase totalmente) urbana. Nesta análise da relação cidadão versus espaço urbano/cidade, pretende-se observar alguns estudos de caso de movimentos e coletivos que se organizam virtualmente realizando ações com impacto sobre a urbis.
Anais do X Brazilian Workshop on Social Network Analysis and Mining (BraSNAM 2021), 2021
A compreensão da organização urbana é fundamental para um melhor planejamento e definição de políticas públicas que visem maior bem estar da população e mitigação de problemas sociais. Modelos computacionais capazes de integrar dados de diferentes fontes podem auxiliar a caracterização da complexa organização geográfica e socioeconômica da população em áreas urbanas com grande resolução e aplicabilidade em contextos práticos. Este trabalho apresenta a análise da complexidade urbana representada pelas relações sociais e de mobilidade através da investigação de registros de ligações telefônicas armazenadas como Call Detail Records (CDR). Considerando duas cidades com características distintas, experimentos realizados a partir da caracterização da mobilidade individual das pessoas permitem observar uma forte interedependência entre seu comportamento de mobilidade no espaço urbano e o comportamento exibido pelas pessoas que definem sua rede social.
Palavras-chave: Intervenções urbanas; Redes Sociais; urbanismo tático; Largo da Batata; Paulista Aberta BENATTI, Nayara. Networks and Streets-Hybrid occupations in the city of São Paulo. 2018. 253 p. Master thesis. Instituto de Arquitetura e Urbanismo-USP
2013
In June 2013, Brazil witnessed several manifestations different from anything previously seen, since president Collor’s impeachment. However, there is a big difference: now they are organized in few days. With Facebook, physical and virtual communities spread fast and easily organize demonstations. Popular mobilization for mutual concern issues, supported by technology, allowed the gathering of information by collective intelligence. The fanpage of the demonstration and that of the demonstration events in Facebook are studied in this paper, in order to analyze the interaction among users and to identify if this social networking can be considered a virtual community.
Neste artigo, discutimos idéias, observações e conceitos derivados de um estudo de caso:
Revista Inter-Legere
Neste texto, o conceito de rede, em suas múltiplas determinações, é tratado, em termos histórico e etimológico, como rede geográfica, tendo como exemplo empírico e estruturante, a internet. Definida historicamente e com conteúdos que se transformam e se intensificam nas últimas décadas, a rede é enfocada, também, como rede urbana, no caso brasileiro, sem se esquecer de referências importantes como a globalização. A relação entre redes de cidades e cidades em rede é uma tentativa de expor uma interpretação teórica comparativa entre elementos que se complementam, contradizem e se interrelacionam. A utilização de mapas e gráficos propicia a visualização da internet em sua escala mais ampla e das redes geográficas como eventos empíricos.
Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, 2018
The paper discusses the implications networks in the contemporary world of new spaces of action. Social life collectivized by networks is organized in other ways. The study consider the concept of citizenship understood in a new team dynamic by analyzing the influence of networks reflected in the power of speech, thought and interconnection of social relations. The current set of these expressions of collective behavior defines the contours of our meaning of reconfiguration in various spheres of society: the representation spaces; in the way the collective relates within the cities; labor relations. Citizenship worked in the context of networks and in a culture increasingly mediated by virtual relationships brings a new kind of analytical framework, giving us clues that citizenship is reconfiguring its bases, leading to perceptions of a new social protagonist. The citizenship in the age of networks works under the sign of collaborative logic, sharing and self-narrative of representa...
Revista ECO-Pós, 2013
Resumo A crescente apropriação e produção de conteúdos por intermédio das redes sociais na internet definem, no atual contexto, um novo formato de memória sobre as cidades, individual e coletiva, simultaneamente. São múltiplas narrativas que somadas constroem um texto, com fragmentos independentes, assumindo novos significados a cada leitura e a soma das informações postadas, numa rede que se retroalimenta. Neste texto, pretendemos refletir sobre a memória da cidade narrada, tecida coletivamente, a partir das percepções e experiências individuais e coletivas dos sujeitos, do esquecimento e do compartilhamento constante.
Atlas Nacional do Brasil, 2022
Texto que faz parte do Atlas Nacional do Brasil 2022, apresentando leituras teóricas da rede urbana e sua aplicação pelos estudos do IBGE.
Revista Critica E Sociedade, 2013
Resumo: O presente artigo é fruto de pesquisa etnográfica realizada entre habitantes de uma praça situada no município de Niterói, Rio de Janeiro. A investigação nasce de uma atividade de extensão universitária que visa produzir uma reflexão sobre a experiência do espaço urbano vivida por esta população; observamos que o mesmo espaço físico se reconfigura a depender das diferentes formas de apropriação que se dão no território estudado. A partir da análise das narrativas colhidas entre moradores de rua, pensamos as dificuldades de comunicar a experiência socialmente considerada como de insucesso, na elaboração de uma etnografia da duração. Tecemos, a partir da relação com os sujeitos estudados, uma arqueologia do lugar que considera as metamorfoses no espaço vivido resultantes de projetos de urbanização e modernização de áreas de moradia popular e as estratégias construídas para lograr permanecer no local em que se escolhe viver. A partir da experiência de produção de vídeo com esses moradores refletimos sobre a linguagem da pesquisa etnográfica na apresentação de casos de experiência traumática. Palavras-chave: Moradores de rua, modo de vida, socialidade, narrativa, etnografia da duração, antropologia visual.
Dados-revista De Ciencias Sociais, 2009
A s literaturas sociológica e de estudos urbanos recentes têm destacado crescentemente a importância das redes sociais para a sociabilidade urbana e para as condições de vida dos indivíduos. Apesar disso, são relativamente raros os estudos sobre o tema, em especial enfocando conjuntamente os efeitos da segregação residencial e das redes. Como sabemos desde pelo menos o trabalho seminal de Wilson (1987), ambas conformam estruturas de médio alcance que medeiam o acesso dos indivíduos a estruturas de oportunidades. Analisar os efeitos diferenciados dos padrões de relação dos indivíduos em situação de pobreza que habitam locais submetidos a diferentes graus de segregação é o objetivo deste artigo. Baseio-me em pesquisa recente mais ampla, que analisou as redes sociais e a sociabilidade de indivíduos em situação de pobreza em São Paulo (Marques, 2009).
2009
do Minho Resumo O presente trabalho assume como contexto teórico a mudança de paradigma social e comunicacional imposta pela web e tem como objectivo principal aferir se com as redes sociais na Web se constrói uma realidade social própria e se as práticas desenvolvidas pelos actores no contexto da rede são acções sociais ou individuais. Numa primeira fase, discute-se o tema das redes sociais, mapeando conceitos como paradigmas comunicativos, contexto dos social media, reinvenção do conceito de comunidade e noção de rede social na Internet. Num segundo momento apresentamos um trabalho empírico de caracterização da sociabilidade de comunidades em sites de social networking, que tem como objecto a dimensão social de duas micro-redes e pretende contribuir para o debate das redes sociais em ambientes online.
Revista Cidades
Buscamos elaborar um quadro teórico-empírico geral dos circuitos da economia urbana à luz da globalização, entendendo os como categorias aptas para compreender e cindir analiticamente o fenômeno urbano. O artigo está estruturado em uma introdução, cinco itens e uma conclusão. Na introdução apresentamos, brevemente, algumas das noções mais utilizadas no estudo da economia urbana. Nos seguintes itens, refletimos sobre a globalização vista como um período e algumas características do processo da urbanização contemporânea; os circuitos da economia urbana como constitutivos do fenômeno urbano; o circuito superior; a porção marginal do circuito superior; o circuito inferior e, finalmente, à guisa de conclusão, apresentamos algumas das complementaridades entre eles. Estas reflexões encontram seus fundamentos em pesquisas teóricas e empíricas, individuais e coletivas, assim como nas teses e dissertações orientadas.
A sociabilidade na internet possibilita não apenas a partilha da vida, mas o debate infindável de vários temas ao mesmo tempo, livre do controle ideológico, das coerções sociais, das desigualdades de saber, já que todos podem comunicar. O homem, desde então, pôde se expor e assistir a exposição do outro, entrar em contato com diversas realidades e ver revelar diante de si estantes infinitas de interesses, saberes e especialidades. O mundo passou a ser, nesta perspectiva, uma grande biblioteca, assim como cada indivíduo passou a se comportar tanto como um grande leitor como a se achar um grande livro. Dessa forma, o homem pós-moderno é agora definido pelo movimento, pela circulação, que o faz produzir, falar, opinar, se apresentar, se reinventar a todo momento. Ele quer e participa de várias mídias, redes, comunidades, a partir da demonstração de suas preferências e ideias, a fim de se tornar mais aceito, ter maior influência e com isso aumentar seu poder e campo de ação social. Esse fato engendra um novo tipo de territorialidade inspirada em sociações que exigem que os indivíduos sejam, sobretudo, emissores, que estejam aptos a discutirem e emitirem todo e qualquer tipo de discurso, posto que o que vale não é a sua especialidade ou o que se tem a dizer, mas a liberdade e a existência de um espaço e de um público receptivo. Essas novas interações, suas razões e seus corolários, e essa nova territorialidade são o objetivo da discussão que aqui se propõe.
2016
Gostaria de agradecer imensamente ao meu orientador, professor Jonatas Ferreira, pela atenção, paciência e olhar crítico, que geraram discussões sempre pertinentes e frutíferas. Sem essa parceria, iniciada ainda em 2008 lá no mestrado, esta tese não seria possível. Agradeço também ao professor Breno Fontes, que solidariamente aceitou a missão de ser meu coorientador, emprestando seu tempo e seus valiosos conhecimentos. Que esses agradecimentos se estendam aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (PPGS/UFPE), por terem me proporcionado um período de grandes aprendizados ao longo dos últimos sete anos. Abstenho-me de citar nomes para não correr o risco de esquecer alguns. Agradeço ainda ao apoio da minha família, em especial ao meu pai Aurélio, à minha mãe Maria da Penha e à minha irmã Penha Maria, que ainda na adolescência me iniciou na filosofia. Também não posso deixar de agradecer ao meu irmão Marco Aurélio (in memoriam), que deixou como herança a vontade de conhecer. A conclusão dessa tese também não teria sido possível sem a compreensão de Cláudia Santos, minha chefe no Diario de Pernambuco, e de Márcio Stefanni Monteiro Morais, meu chefe nas secretarias de Desenvolvimento Econômico e da Fazenda de Pernambuco. Por fim, um agradecimento mais do que especial à companheira de todas as horas Vilma Barbosa Felix, tanto pelo apoio quanto pelas deliciosas e infindáveis discussões em torno do tema deste trabalho. Doze torres no cais, doze torres a mais Erro das estatais, o sangue jorra no cais A lama, o drama, a fama dos cartões postais O drama que emana da fome desses animais O povo protege o Recife e seus ancestrais por mais que se quebram e choram na beira do cais (Criolo) RESUMO Esta é uma tese sobre comunidades on-line abrigadas em sites de redes sociais. Seu objetivo é investigar as possibilidades e limites das trocas interacionais e comunicacionais que ocorrem nesses ambientes, considerando que são mediadas pela tecnologia. Tomamos como objeto empírico o grupo Direitos Urbanos | Recife (DU), abrigado no Facebook desde 2012, cujo propósito é discutir os problemas urbanos da cidade do Recife, estado de Pernambuco, Brasil. Contando com cerca de 30 mil participantes, a página da comunidade representa um campo institucional que dá suporte às ações off-line do movimento, que se caracterizam pela ocupação de espaços públicos no sentido de reivindicar o direito à cidade. O Facebook é utilizado pelo movimento não apenas para discussões, mas também para informar, articular e mobilizar, seguindo uma receita adotada por inúmeros outros movimentos que têm eclodido ao redor do mundo, tais como o Ocupe Wall Street. Analisando as trocas interacionais e comunicacionais no ambiente do DU, e os efeitos positivos e negativos da tecnologia sobre esse ambiente, buscamos identificar a estrutura das redes sociais e os atores mais centrais, formatos, conteúdos e fluxo das publicações, como ocorre a conversação em si e a ação dos moderadores para a manutenção da ordem e dos discursos do grupo. Constatamos, entre outras coisas, que o DU abriga redes pouco vivas e muito fragmentadas, com poucos atores bem conectados, baixa interação e poucas relações de amizade. Além disso, a comunicação nesse espaço está sujeita a ruídos e ambiguidades e, ainda assim, consegue abrir brechas para a ação comunicativa, gerando laços de apoio e solidariedade.
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