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MAM-Rio: Forma-estrutura, Tectônica e Empatia

2019, ARQUITETURA REVISTA

Abstract

O propósito deste artigo é promover a discussão, a partir de uma abordagem transdisciplinar, sobre diferentes modos de expressão tectônica que podem se manifestar em certas edificaçõesabordagem representada pela interpolação de conceitos relacionados à Arquitetura e à Engenharia Estrutural que possibilitou a caracterização de um conceito próprio: forma-estrutura, contribuindo também para a definição de um conjunto de categorias analíticas. Por sua vez, as proposições teóricas de Eduard Franz Sekler e Kenneth Frampton, bem como de Heinrich Wölfflin e Harry Mallgrave, no campo da tectônica, embasam esta investigação, que tem como objeto de análise o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-Rio). Para tanto, essa análise assume a forma-estrutura como um princípio projetual e se desdobra por meio das seguintes categorias: imposição da forma, legibilidade estrutural e materialidade estrutural. Tais categorias sintetizam a transdisciplinaridade desejada, tornando possível observar as diferentes expressões tectônicas que se manifestam no edifício para além dos processos construtivos e do caminho de cargas chegando, no limite, a configurar uma expressão empática que, consequentemente, permite não só ressignificar certa compreensão do MAM-Rio, mas sobretudo da própria noção de expressão tectônica.

Key takeaways

  • O propósito deste artigo é trazer à discussão modos de expressão tectônica que podem se manifestar em determinadas edificações, por meio de uma análise que se dará pela aplicação de conceitos que procuram sintetizar ideias de Arquitetura e Engenharia Estrutural, ou seja, por meio de uma ótica transdisciplinar.
  • Assim, Reidy dá à estrutura do bloco de exposições uma qualidade tectônica, pela "implementação de um conceito estrutural por intermédio da construção" (Sekler, 1965, p. 89), além de promover uma experiência empática ao sujeito, condensando ali os atributos funcionais e formais da edificação.
  • Cada conjunto de pórticos coplanares é equilibrado por um tirante invisível, por estar abaixo do piso do pavimento térreo, e, por isso, fora da experiência visual do "jogo de forças e do arranjo correspondente das partes" a que Sekler se refere, quando caracteriza a expressão tectônica (Sekler, 1965, p. 89).
  • Para eles, uma obra imponente e dispendiosa como o museu merecia, segundo afirmavam, acabamento mais adequado à sua importância, como pintar todos os pórticos, sem perceberem que o concreto aparente é nobre e estava aparecendo nas construções em todo o mundo (Portinho, 1999, p. 135).
  • Reidy imprimiu ao MAM-Rio essa expressão tectônica, que Frampton também associa à arte quando afirma que, "na medida em que a tectônica equivale a uma poética da construção, ela é arte, mas, nesse sentido, a dimensão artística não é nem figurativa nem abstrata" (Frampton, 1995, p. 2).