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2018, Pensando - Revista de Filosofia
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Em 1869, ano de início de sua atividade como professor na Universidade da Basiléia, Nietzsche desenvolve em inúmeros cursos e conferências uma reflexão sobre a experiência musical e poética, na qual enfatiza a união da palavra e da música na sensibilidade grega e sua separação na sensibilidade moderna. Esse tema será retomado nos anos seguintes, durante a redação de O nascimento da tragédia, seja na reflexão sobre a arte grega, seja na crítica à ópera moderna, dando lugar a uma investigação sobre a diferença de natureza entre os domínios sonoro e linguístico, aos quais correspondem formas distintas de experimentar a arte. Pretendo, neste trabalho, mostrar como a rede de relações tecida por Nietzsche entre música e palavra permite elucidar não apenas a especificidade da música como arte, mas também a singularidade da experiência estética que ela torna possível.
Philósophos - Revista de Filosofia, 2015
Tomando como eixo fundamental O caso Wagner (1888), este artigo se desenvolverá a partir da relação entre palavra e música na estética musical tardia de Nietzsche. A utilização da ópera Carmen, de George Bizet, como possibilidade de antítese irônica ao programa da Obra de arte total, do compositor Richard Wagner, permite que se reflita sobre a estética-musical nietzschiana de um ponto de vista privilegiado. Por que Nietzsche teria se servido de uma obra que ele próprio considerou menor quando comparada ao drama musical de Wagner? A resposta a essa pergunta exige que se compreenda a fundo o valor nem sempre claro da palavra nas composições musicais retomadas por Nietzsche em diversos momentos de sua obra. Afinal, sua estética musical privilegiava a palavra significante ou a considerava mero aparato da música absoluta?
As três grandes fases pelas quais se costuma dividir a obra de Nietzsche correspondem aos três momentos relativos à concepção e à valorização da música pelo filósofo. Este trabalho abordará o primeiro deles, que, como os demais, poderia ser aplicado a sugestiva simbologia relacionada à luz e à obscuridade. Veremos que, nesse momento inicial, marcado pela adesão às ideias de Schopenhauer e Richard Wagner, assim como pelo extremo elogio à arte sonora e ao sentido auditivo, a música se aproxima ao registro noturno. Tal aproximação justifica-se não só por uma possível identificação entre a noite e a vontade schopenhaueriana, inferida por Wagner e Nietzsche, mas também pela própria dinâmica da percepção sensível, intensificada pela redução dos estímulos visuais na escuridão noturna. Na valorização nietzschiana da obscuridade original e essencial a recobrir a música e espelhada pela música, parece ecoar algo da poética romântica, que faz da noite uma das suas imagens mais características.
Cadernos Nietzsche, Volume: 44, Issue: 2, 2023
In Nietzsche’s musical aesthetics, Wagner’s name dominates, progressively rivalled by Bizet’s. Palestrina is certainly much more discreet but no less significant, from Human, All Too human to The Case of Wagner. This article shows the role played by this Renaissance composer, whose work is marked by religiosity, on Nietzsche’s musical aesthetics. At first antithetical to opera culture, which Nietzsche criticizes in The Birth of Tragedy, he also embodies artistic perfection, especially of the medieval choral tradition. Finally, Palestrina represents for Nietzsche an alternative to the Schopenhauerian aesthetic and the triumphant Wagnerism of the 1880s.
2016
Na antiga Grecia, o tragico seria, nao sintoma de doenca ou desespero mas, ao inves, da vontade de saude e vitalidade. A obra de Nietzsche e uma reafirmacao constante de que a arte deve dar uma resposta a questao filosofica por excelencia que e a do valor do homem e da vida. Quando rompeu com Wagner, por passar a considera-lo um caso artistico de negacao e difamacao da vida (como Schopenhauer, no caso da filosofia) e um exemplo de decadencia musical e moral, a opera Carmen , de Bizet, surgiu-lhe como o exemplo da ambicionada musica dionisiaca , libertadora dos instintos e exaltante da vida na sua salutar e entusiasmada plenitude.
Aletria: Revista de Estudos de Literatura, 1993
Tristan and Isolde as a metaphor for the union and disaggregation between Nietzsche and Wagner. Dionysus spirit and apollinean spirit: The Birth of Tragedy. First encounters and the building up of passion. A strange triangle: Nietzsche, Wagner and Cosima. The fall of the relationship in Human, All-Too-Human and The Wagner Affair. Bizet and the Mediteranean dionysism. The disputes of dissonance: the dawn of modernity in its several vanguards of expression.
O racionalismo clássico, dogmatico, de pretensões supra-históricas e universalistas, veio a tornar-se, na visão dos românticos, a forma geral da ideologia burguesa, na representação instrumentalista de um mundo ao qual pretendia estender, uniformizando-o, o seu regime económico e político. Nietzche, na esteia de Schopenhauer, vê na representação burguesa também a forma de legitimação da sua vontade. A razão, afinal, não passa de uma perspectivação intelectual de uma energia muito particular, a da vontade de poder da burguesia. É nos estilos artísticos de cada época, em especial os da música, e não nas grandes construções intelectuais, que a força imanente e originária da espiritualidade se exprime da maneira mais autêntica, espontânea e imediata. Segundo Nietzsche, foi a partir da música, do coro dos bodes, como símbolos do irracionalismo e imoralismo primitivos dos homens, que a Tragédia, a representação verbal da condição humana, a do conflito entre a vontade ilimitada de ser (com a correspondente anulação da individualidade) e o limite imposto pela sua própria necessidade de se afirmar e subsistir contra a vontade alheia, que conduz a representações ideológicas, fez a sua aparição. É esta tese que se discute neste pequeno ensaio.
Resumo: Trata-se de um exercício compreensivo-interpretativo acerca de algumas posições do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a arte na obra Humano, Demasiado Humano e suas possíveis ligações com o tema da " saúde ". Buscam-se elementos para uma compreensão ampliada de uma saúde existencial, tomando a arte como um meio privilegiado para esta finalidade. Abstract: It is a comprehensive-interpretative exercise about some positions of the German philosopher Friedrich Nietzsche on the work of art in the book Human, All Too Human and possible links with the theme of "health." Look up elements for a broader understanding of an existential health, taking art as a privileged means for this purpose.
Cadernos Nietzsche, 2015
Resumo O objetivo deste artigo é a exposição de uma interpretação sobre a fisiologia da arte tematizada por Friedrich Nietzsche. Nosso foco é oferecer ao leitor uma análise do tema em questão através da aproximação entre as obras O Nascimento da tragédia e Crepúsculo dos ídolos. Neste último, o autor nos apresenta uma tese a respeito da arte que transparece uma interligação estreita entre condição biológica do agente e a criação artística. No entanto, embora a fisiologia da arte ganhe destaque maior nas últimas obras de Nietzsche, semelhantes preocupações já podem ser identificadas em O nascimento da tragédia.
Philosophica: International Journal for the History of Philosophy
L'auteur essaie de montrer comment le projet nietzschéen déployé dans La naissance de la tragédie (1872) doit être compris à l'intérieur d'un mouvement spéculatif de retour au mythe, en cours dans la philosophie européenne depuis Kant. Ce mouvement se caractérise par le rôle qu'on attribue alors à l'art, comprise soit comme l'expression suprême de la subjectivité, de l'esprit (Gemüt) et de la volonté, soit comme la révélation même de l'Absolu, de l'Etre et de la Nature. Dans l'oeuvre de Nietzsche c'est la musique - l'art romantique par excellence - qui, s'instituant d'abord comme "mythe et monde de symboles", mène la raison et la philosophie à la rencontre du sens du mythe tragique ancien et, par là, aussi à la rencontre de leur lieu d'origine, à la fois historique et essentiel, dans le mythe même.
A concepção da tragédia em Nietzsche leva em consideração aspectos referentes aos deuses gregos Apolo e Dionísio, deuses da arte. E entre as manifestações artísticas próprias de ambos, o filósofo destaca a música tanto na contraposição entre as divindades quanto no seu valor e significado, especialmente no cenário dionisíaco. Assim, tem-se os elementos representativos de cada um: os sonhos apolíneos e a música dionisíaca, mecanismos transcendentais do estado físico e material. No que diz respeito ao elemento dionisíaco configura uma experiência suprassensível a partir do estado de consciência que eleva o indivíduo a um status metafísico. A música guarda relação com o íntimo do artista, é capaz de inspirar e expressar seu mais profundo interior rompendo os limites da percepção e conduzindo a experiências sensoriais ainda mais elevadas.
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Cadernos Nietzsche, 2021
Griot : Revista de Filosofia, 2013
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Revista OUVIROUVER
Anais do 10º Encontro Internacional de Música e Mídia, 2014