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2007
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O presente artigo e uma breve analise do livro Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. Atraves da leitura dessa obra, que em 2006 completa 60 anos de sua publicacao, o leitor tem acesso a uma narrativa repleta de historias onde o principal objetivo recai sobre a busca espiritual de um homem apaixonado por Deus, que desde a infância buscou atingir o seu proposito: alcancar a auto-realizacao atraves do yoga. Mais do que um simples relato de condutas e praticas espirituais, a Autobiografia e uma obra que seduz o leitor desde as primeiras linhas, devendo a isso dois fatores fundamentais: a posicao em que o autor se coloca frente a sua propria historia de vida, desnudado de qualquer manifestacao egolatra, e o modo como consegue tratar das diversas manifestacoes do fenomeno religioso, sempre com um profundo respeito a religiao e as praticas religiosas alheias. YOGANANDA, PARAMAHANSA. Autobiografia de um Iogue.Sao Paulo: Self-Realization Fellowship, 1999.
Este é um ensaio, sinteticamente focado (sem desvios) no trabalho de Damásio sobre o "si autobiográfico". Naturalmente, que, na abordagem de Damásio, são excluídos os processos e dinâmicas sistémicas cognitivas orgânicas reflexivas, nas quais estão incluídos os níveis quântico e sub-quântico que lhes subjazem, em termos de suporte cognitivo à unidade sistémica (e respectiva não-localidade) que determina a identidade do organismo, de cada organismo. Contudo, sinaliza-se, como relevante para o pensamento sistémico, o facto de Damásio dessubstancializar a consciência (a entidade é o organismo), abordando o organismo como uma totalidade integrada, em que se destaca a noção de fronteira. Importa, ainda, relevar o "fundo de permanência" referido por Damásio, pela aproximação que pode ser feita, em termos (onto)sistémicos, aos campos quânticos de sustentabilidade que acompanham os respectivos organismos durante todo o seu "tempo" de existência, enquanto presenças e permanências auto-sustentadas. -//-Damásio considera que "aquilo" a que chamamos identidade e pessoalidade e que inclui elementos da nossa história organísmica, disponível desde o nascimento, ou aquela adquirida posteriormente, em permanente interface com o meio, no qual crescemos e aprendemos, baseia-se na memória autobiográfica, construída por cada organismo, ao longo dos seus anos de vida, segundo os seus próprios parâmetros e desenho internos 1 . 1 Damásio, O Sentimento de Si, p.367. O si autobiográfico, descritivamente acoplado à consciência alargada, tem uma base neuroanatómica (configurada durante o processo evolutivo pelos mecanismos orgânicos) que inclui um espaço imagético, em que imagens de todo o tipo, construídas a partir de padrões neurais, ocorrem explicitamente; e um espaço disposicional que contém a base do conhecimento e os mecanismos, através dos quais: as imagens podem ser construídas durante o recordar, os movimentos podem ser gerados e o processamento de imagens facilitado 2 . Ao contrário do espaço imagético, os conteúdos do espaço disposicional são implícitos. Ambos os espaços são apoiados por distintas bases neurais que correspondem, no caso do espaço imagético, a áreas de padrões neurais, activadas nos córtices límbicos e em núcleos subcorticais, e, no caso do espaço disposicional, a zonas de convergência, localizadas nos córtices de ordem superior, e em, igualmente, núcleos subcorticais 3 . Os registos que constituem o si autobiográfico, encontram-se dispersos por várias regiões e circuitos do cérebro, eficazmente coordenados por ligações neurais de modo a que os seus conteúdos possam ser rapidamente recordados sob a forma de conjuntos 4 . Podemos dizer que o si autobiográfico não existe substancialmente, é, antes, uma propriedade organísmica dinâmica e processual de activação e exibição, coordenadas entre si, da história de cada indivíduo e das suas ocasiões de pessoalidade 5 . Os conteúdos que configuram a identidade e pessoalidade de cada um de nós e que nos permitem afirmar que somos estes organismos e que estas são as nossas histórias, resultam de um processo físico, químico e eléctrico, trabalhado no e do ponto de vista de cada organismo que inclui as sombras do si nuclear, profundamente biológico, que acompanha a consciência nuclear, a qual corresponde a uma capacidade de apreensão pouco eficaz, por parte do organismo, no sentido em que o mesmo, apenas, consegue mapear o que ocorre no instante mais próximo do agora 6 , e que inclui, igualmente, o si autobiográfico, bastante mais complexo, acompanhado por uma capacidade de apreensão, igualmente mais complexa, a que Damásio chama consciência alargada, descrita com vários níveis de organização, tais como: a memória 2 op. cit. p. 253. 3 op. cit. pp. 254, 377. 4 op. cit. pp. 255, 256. 5 op. cit. pp. 259, 268. 6 op. cit. p. 139. convencional do espaço e tempo em que nos situamos, como referência ao que ocorre dentro e fora de nós 7 e a memória de trabalho, na qual são incluídos elementos como a atenção, a aprendizagem e a linguagem, e relacionados acontecimentos, factos, situações, escolhas e decisões 8 . Ao contrário da consciência nuclear, a consciência alargada permite o acesso a superfícies de interacção temporalmente mais expandidas, que relacionam, vantajosamente, em termos de decisão estratégica, o passado longínquo com o presente e o futuro distante, antecipado. Segundo Damásio, não é possível obter um rigor descritivo dos padrões neurais, nem das imagens mentais que lhes correspondem, no sentido em que os mesmos são baseados em modificações do organismo, quando este interage com objectos que lhe são exteriores. Cada objecto, em si mesmo, não é captado pelo cérebro, não existe tal coisa como uma percepção pura do objecto 9 . O que o cérebro capta e cartografa é a interacção organismo/objecto, as reacções e os ajustamentos que ocorrem durante o processo, e isto é tudo aquilo que é registado, em conjunto, no mecanismo memória 10 . O si autobiográfico tem, pois, uma base neural que remete, permanentemente, para o que acontece dentro e fora do organismo e que com este se relaciona, do seu ponto de vista. A produção de subjectividade é mapeada e reactivada momento a momento, o que significa que a identidade e pessoalidade é reconstruída, repetidamente, a partir da base neural. A ideia de uma autobiografia, localmente substancializada, não é descritivamente verificável, o que temos é uma sucessão de momentos em constante reelaboração. O fundo de permanência que acompanha a identidade e a pessoalidade envolve o trabalho das múltiplas regiões do cérebro, topograficamente organizadas. Este fundo torna possível ao organismo apreender-se como uma unidade, ou seja, uma coincidência permanente consigo mesmo a qual lhe permite responder com maior eficácia a problemas, postos pelo meio ambiente, que 7 op. cit. p. 175. 8 Damásio, O Erro de Descartes, pp. 201-211. 9 Damásio, O Sentimento de Si, p. 177. 10 op. cit. p. 365.
Nada mais é do que a vida de uma pessoa relatada por ela própria e, em muitas vezes, transformada em livro e/ou filme. Mas também muita gente utiliza tal particularidade e não se dá conta, ou seja, quem usa o diário para anotar sua rotina está se autobiografando, mas nem por isso tal indivíduo intenciona publicar suas anotações. O mesmo acontece com o envio de cartas. Na maioria dos casos, quando se escreve uma correspondência para outrem fala-se de si próprio; outra situação em que a autobiografia está presente, sendo direcionada a um leitor, único ou não.Semelhante e ao mesmo tempo distinto de carta e diário, existe o blog, maneira de se expressar através de um site particular na internet, no qual podem ser tratados inúmeros assuntos. Minimizando as possibilidades temáticas, existe o blog como diário virtual, isto é, indivíduos que empregam essa ferramenta para falar sobre seu dia a dia e lançar na rede para que outras pessoas possam acompanhar os seus hábitos. Esta maneira de exposição muito se aproxima da autobiografia.Uma das vertentes da autobiografia é o ghostwriter (escritor fantasma), ou seja, alguém que escreve a biografia de outra pessoa, passando-se por ela mesma. Normalmente o ghostwriter é contratado para tal serviço, fruto do interesse e curiosidade que os indivíduos têm em saber da vida dos outros, principalmente dos famosos. Com isso, a celebridade, muitas vezes instantânea, recorre ao trabalhodo escritor fantasma para discorrer a seu respeito, atentando-se a recursos que ela usaria para falar de si própria, para não levantar suspeitas de que não foi ela que compôs sua autobiografia.
Revista e-curriculum, 2023
Apresenta-se uma escrita reflexiva (auto)biográfica acerca de experiências formativas da professora pesquisadora e educadora ambiental, como estratégia para a interpretação e emergência de sentidos pedagógicos do ser professor(a). Como a escrita (auto)biográfica contribui para a compreensão das experiências fundantes no processo formativo da professora-educadora ambiental? A narrativa está centrada num cenário de Pesquisa-Formação e fundamentada no método fenomenológico-hermenêutico, em atenção às quatro categorias estruturantes para a reflexão do processo de investigação: espacialidade; corporeidade; temporalidade e relacionalidade (Van Manen, 2003). Compreende-se que a experiência pode vir a constituir diferentes signos e significados, atribuídos pela subjetividade do sujeito, de acordo com a circunstancialidade socioambiental do momento vivido. Palavras-chave: (auto)biografia; educação ambiental; experiência vivida; formação de professores; reflexão.
Acta Scientiarum. Language and Culture, 2008
RESUMO. Este artigo defende a hipótese de que o romance As horas nuas (1989), de Lygia Fagundes Telles, apresenta um sofisticado jogo auto-referencial da obra dentro da obra. As cenas em que Rosa, a protagonista, tenta escrever suas memórias, mas é consumida pelo alcoolismo, fortalecem as idéias de paródia e de descentramento estético, presentes nesse romance. Rosa narra e comenta a superficialidade de suas memórias até abandonar seu projeto de escrita, que pode ser lido como uma paródia das autobiografias. Essa hipótese será sustentada metodologicamente pelos conceitos pós-estruturalistas propostos por Jacques Derrida, que defende a escrita como jogo, remédio, veneno ou teatro, entre outros conceitos. A partir dos suplementos estéticos da encenação de Rosa, o leitor, preocupado com o "como" a obra foi construída, descobre novos roteiros desse romance que se autoquestiona no próprio desenrolar da narrativa. Ao final, interpreta-se o silêncio de Rosa como uma crítica à superficialidade e ao narcisismo do gênero autobiográfico.
Belas Infiéis
A proposta do presente artigo é problematizar a tradução do pronome pessoal eu, e do consequente eu subjetivo, no romance autobiográfico Une Année Studieuse, de Anne Wiazemsky. Baseando-se na noção de “pacto autobiográfico” de Philippe Lejeune, alguns fatores que podem influenciar a construção desse eu são abordados.
Aforismos sobre minha vida
Este artigo realiza uma discussão em torno da escrita de si, tal como é apresentada em Michel Foucault, e da autobiografia, conforme é apontado por Philippe Lejeune, buscando evidenciar suas aproximações, limites e conflitos conceituais no que concerne às pesquisas autobiográficas na modernidade. Realiza-se então uma discussão em torno da Escrita de Si em seu aspecto mais geral e a seguir em seus aspectos mais específicos, que seja a sua concepção no universo greco-romano e no universo cristão. Em seguida apontamos para uma reflexão sobre a autobiografia na modernidade, evidenciando suas conceituações e características. Para então apontarmos para uma leitura particular a respeito da relação estabelecida entre a escrita de si e a autobiografia. De modo que o artigo interrompe as discussões apontando para os equívocos e os riscos em se aproximar em uma modernidade, a perspectiva de Escrita de Si de Foucault da abordagem de Autobiografia de Lejeune.
Fronteiras: Revista Catarinense de História, 2018
O presente artigo trata das histórias de vida de bodegueiros de uma cidade do sertão de Pernambuco chamada Arcoverde. Nas trilhas dos relatos analisamos os hábitos e costumes, as vivências, as dificuldades e os meandros das memórias desses comerciantes. Nesse sentido, acervos pessoais foram entrecruzados com os relatos orais de memória para que fosse possível desvendar as práticas comerciais realizadas nas mercearias e bodegas que consideramos mundos de vida e do trabalho. Palavras-chave: História de vida, cidade, comércio.
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Revista Desenvolvimento Social
Cinemas, 2023
Revista Eletronica De Letras, 2012
Revista de História, 2019
Bakhtiniana: Revista de Estudos do Discurso
Revista de Comunicação Pública. Revista multidisciplinar de comunicação. Lisboa: ESCS Edições, 2005
Editorial| Editor's note| Éditorial, 2009